Lauren POV
Infelizmente a noite de sábado teve que chegar ao fim, e com ela a presença de Camila ao meu lado, tentei convencê-la a dormir na minha casa depois que saímos do bar, mas foi inútil, ela estava irredutível, então parei de insistir e deixei ela ir pra casa, não queria que ela se sentisse pressionada.
Hoje o evento foi tão corrido quanto o do primeiro dia, graças a Deus ele se encerrou há alguns minutos, e no momento estou sentada no palco, observando todas as pessoas saindo, e finalmente podendo respirar tranquilamente depois desses dois dias. Pra minha tristeza, Camila está de folga hoje, e meus amigos resolveram não vir pra esse último dia, só veio Dinah, mas assim que ela desceu do palco foi embora, porque vai sair com alguém, eu acho que com o Harry, mas não tenho certeza.
Quando cheguei em casa fiz tudo no automático, tomei um banho e me joguei na cama, acordando só no dia seguinte, com meu celular tocando igual louco entre minhas cobertas. Meio a contragosto localizei ele e atendi a ligação, no visor indica o nome da minha mãe.
— Desculpa, desculpa, desculpa, desculpa. - Ela disse assim que eu atendi.
— Pelo quê? - Perguntei ainda sonolenta, esfregando o rosto para tentar espantar o sono.
— A gente esqueceu que o primeiro projeto que você criou ia ser nesse final de semana. - Rolei os olhos. — Por favor, perdoa a gente por não ter ido, eu e seu pai estamos nos sentindo péssimos. - Disse com a voz chorosa.
— Mãe, não tem problema, outros virão, eu perdoo vocês.
— Mas eu não me perdoou, estou tão triste, filha. - Ela disse, e pela voz, acho que começou a chorar.
— Eu também estou tão triste, irmã. - Ouvi a voz de Taylor imitando a da nossa mãe e logo em seguida um grito dela, certeza que levou um tapa.
Me segurei pra não rir e me sentei na cama.
— Mãe, para, eu tô falando sério, não tem problema mesmo.
— Venha almoçar conosco, eu quero te abraçar até me sentir menos culpada.
Fiz uma careta, ao imaginar todo o percurso que eu precisaria percorrer para chegar até a casa deles.
— Por que vocês não vem pra cá? - Sugeri. — Eu recebi folga hoje, e não fui pra aula, eu faço o almoço.
Ela tentou me convencer do contrário, para que eu que fosse até a casa deles, mas consegui convencê-la, bastou eu dizer que me senti uma órfã sem a presença deles ontem, foi o suficiente pra fazê-la dizer que vinha, me senti mal por chantagear ela com isso, mas passou rápido.
O relógio já marca 09:12, me levantei no mesmo instante, caso contrário não daria tempo de cozinhar antes deles chegarem. Corri contra o tempo pra conseguir fazer o almoço e ainda tomar um banho, eu acho que gastei mais tempo procurando uma roupa do que fazendo as outras coisas, eu não queria me arrumar, mas também não queria ficar parecendo uma doida, acabei pegando um short preto que desde que comprei eu não tinha vestido nenhuma vez, pelo simples fato dele ser super curto e além disso justo, onde eu estava com a cabeça quando comprei ele eu não sei, mas como apenas meus pais vem pra cá resolvi vesti-lo, ouvi a campainha tocando, puxei uma camiseta branca de dentro do armário e vesti rapidamente. Como eu já suspeitava, são meus pais, porém Tay e surpreendente Chris, também estão com eles. Eu mal abri a porta e minha mãe já me puxou pra um braço, novamente pedindo desculpas, Taylor claramente está tentando não rir, papai está com a expressão tão culpada quanto a da minha mãe, já Chris está com a cara fechada, que é como ele sempre fica na minha presença, ele foi o primeiro a entrar, passando direto para o meu sofá.
— Eu já pedi pra vocês pararem de obrigar ele a vir pra cá. - Falei baixo, olhando para os meus pais.
Com certeza ele veio contra vontade.
— Eu também acho que vocês devem parar com isso. - Taylor disse. — Porém vamos deixar essa discussão pra outra hora, porque esse assunto sempre rende. - Disse nos empurrando pra dentro.
Fomos os quatro para cozinha, meu pai chamou por Chris, mas ele disse que está sem fome, seu Mike quis obrigá-lo a vir comer, mas não deixei.
— Eu me lembro que você não cozinhava muito bem. - Minha mãe disse. — Mas essa comida tá divina, comprou pronta? - Perguntou e eu fiz a minha melhor cara de indignada.
— Ela nunca cozinhou mal, afinal eu que ensinei. - Meu pai se gabou.
— E desde quando você cozinha bem? - Ela rebateu.
— Eu cozinho melhor do que ela cozinhava quando morava conosco. - Meu pai soltou.
Certo, por essa eu não esperava.
— Se os dois não pararem agora de denegrir meu eu do passado, vou fazer questão de voltar com essa comida pra o fogo até ela ficar intragável. - Falei tentando passar firmeza, a verdade é que concordo com eles, antes era melhor passar fome do que comer minha comida.
— Não parem, enquanto vocês discutem eu aproveito. - Taylor falou com a boca cheia.
— Tem alguém batendo na porta, será que vocês estão todos surdos? - Chris gritou da sala.
Soltei meu garfo dentro do prato e me levantei, puxei um guardanapo e fui para a porta ainda limpando a boca, quando abri, dei um passo para trás, em surpresa.
— Será que estou vendo uma miragem? - Perguntei pra pessoa que seria a última que eu imaginaria na minha porta.
Camila.
— Eu me convidei para almoçar na sua casa, já que você não faz isso. - Disse, com um meio sorriso e uma sobrancelha erguida.
— Tenho certeza que se eu te chamasse você daria uma desculpa. - Ela riu e deu de ombros.
— Estou brincando, eu só vim te entregar isso aqui. - Me estendeu minha pasta que contém alguns documentos do Zoológico. — Você esqueceu no meu carro sábado, quando vim te deixar, não vou trabalhar hoje, então resolvi vir entregar antes de você sair pra lá. - Explicou.
— Obrigada. - Peguei a pasta. — Na verdade eu não vou trabalhar hoje também.
— Se eu soubesse tinha ficado em casa então. - Respondeu.
— Ainda bem que não ficou, acho uma ótima ideia você se convidar pra almoçar na minha casa, vamos fingir que foi realmente pra isso que você veio até aqui. - Abri mais a porta e fiz sinal para que ela entrasse.
Assim que ela passou pela porta todos olharam pra ela, Chris do sofá, e meus pais, da mesa da cozinha, onde tenho a visão, devido a divisão americana entre os cômodos. Camila brecou a caminhada e virou pra mim.
— Eu não sabia que você estava com visitas. - Disse em um tom baixo e tímido. — Eu acho melhor eu ir embora.
— Não vai mesmo. - Joguei a pasta em cima do sofá e segurei no braço dela. — São meus pais. - Informei, ela arregalou os olhos e ia falar alguma coisa, mas antes disso puxei ela em direção a cozinha. — Aquele é meu pai, Mike. - Apontei. — Minha mãe, Clara e aquela chata você já conhece.
— Boa tarde. - Camila disse e cumprimentou a todos com um aceno.
— E essa é Camila. - Falei para meus pais, apontando pra ela.
— Você namora com a minha filha? - Meu pai perguntou, diretamente pra Camila.
Senti meu rosto formigar.
— Não. - Respondeu e olhou pra mim. — Somos amigas de trabalho. - Voltou a olhar para o meu pai.
— Uma pena, porque você é muito bonita, seria uma ótima namorada.
Eu acho que foi uma péssima decisão fazer ela entrar pra almoçar. Olhei para Taylor e ela está com ar de riso. Puxei uma cadeira e fiz sinal para que Camila sentasse na mesma.
— Obrigada pelo elogio. - Sorriu. — Mas eu acredito que pra ser uma boa namorada precise de bem mais do que beleza exterior.
— Concordo com você. - Ele disse, eu estou vendo a hora eu derrubar o prato no chão enquanto coloco a comida pra Camila e ouço esse início de conversa, porque eu conheço meu pai. — Mas eu também acredito na beleza dos olhos, que eles refletem a beleza da alma…
— Ihhhhh, vai começar a filosofar. - Minha mãe disse, cortando a fala dele.
— Me deixa falar mulher.
— Você vai assustar a menina, elas são amigas. - Minha mãe continuou.
— Claro que não, só estamos conversando. - Olhou pra Camila. — Estou incomodando você?
— Não senhor, pode continuar. - Camila respondeu, sincera.
Senti uma mão puxando a barra da minha blusa, olhei, Taylor.
— Você tá olhando pra ela como babaca, reage. - Sussurrou.
Me xinguei mentalmente e sai de onde eu estava, indo colocar o prato na mesa, em frente a Camila, ela agradeceu rapidamente e voltou a atenção para o meu pai, que continua falando.
— ...então é isso, e acho que você faz parte dessa lista de pessoas com a alma bonita.
— O senhor é muito gentil, mas vou ficar apenas com o primeiro elogio. - Disse sorrindo.
— Mas… - Ele olhou pra mim. — Lauren, você que conhece ela de verdade, me diga se estou certo, eu nunca erro.
— Certo sobre o quê? - Perguntei, mas eu já sei sobre o que ele está falando, só não sei o que responder.
— Ela tem uma alma bonita?
— Hã… - Olhei pra Camila e ela já está olhando pra mim. — Eu não sei, pai, não dá pra saber essas coisas. - Rolei os olhos e me sentei novamente no meu lugar.
— Mas como que voc...
— Me deu fome. - Chris disse, entrando na cozinha.
Agradeci mentalmente por ele ter aparecido e consequentemente cortado o assunto, porém ele aceitar comer quando está na minha casa, nunca acontece, só entendi o motivo quando ele puxou uma cadeira ao lado de Camila, e antes de sentar sorriu pra ela, aquilo me causou um certo incômodo, ele não comprimenta nenhum dos meus amigos. Não consegui mais prestar atenção em nada do que é dito na mesa, apenas nele, que está claramente tentando puxar conversa com ela, eu nunca me senti tão feliz por Camila ser fechada, como eu estou me sentindo agora, ela está dando respostas curtas, que não davam margem para uma conversa contínua.
— Ele tá mesmo flertando com sua não namorada ou é impressão minha? - Ouvi Taylor sussurrando ao meu lado.
— Ele me odeia, não é possível. - Soltei o ar dos pulmões.
— Ah, para, ele não sabe que você gosta dela.
— Será que não? - Olhei pra ele do outro lado da mesa. — Eu sinto falta da amizade que tínhamos. - Falei triste.
Eu e o Chris, sempre fomos muito próximos, na infância eu sempre fui muito colada nele, assim como na adolescência, nos dávamos super bem.
— Ei. - Segurou no meu rosto e me fez olhar pra ela. — Eu já disse pra você não ficar triste por isso, ele é o idiota por ter parado de falar com você, só porque você gosta de chupar bo…
Coloquei a mão na boca dela, antes que ela concluísse a fala.
— Com quem diabos você tá aprendendo esse linguajar, Tay?
— Quê? Curta e direta? - Ergueu uma sobrancelha.
— Prefiro que seja menos direta. - Neguei com a cabeça.
— Tá, só porque você gosta de andar de mãos dadas com uma garota. - Disse, claramente debochada.
— Melhorou. - Falei rindo.
Voltei a olhar pra Camila bem na hora que ela riu com alguma coisa que Chris disse, e aquilo me fez sentir… ciúmes? Não tenho certeza, e acho que é melhor eu continuar sem ter. Virei pra Taylor, e acho que está estampado na minha cara o que eu estou sentindo, porque ela fez uma careta e sussurrou no meu ouvido:
— Eu vou fazer ela sair da mesa, depois você cola nela e não larga mais. - Levantou-se antes que eu pudesse contestar, ou até mesmo perguntar o que ela vai fazer.
O que me restou foi esperar pra ver, só percebi que ela saiu com o copo de suco na mão, quando ela passou por trás da cadeira de Camila, e em uma encenação digna de oscar, fingiu tropeçar e entornou o conteúdo do copo na blusa de Camila.
— Ai meu Deus, ai meu Deus, ai meu Deus. - Taylor repete em um falso desespero, enquanto Camila repete vários “tudo bem”. — O que foi que eu fiz?
Eu não sei se eu estou mais chocada pela alternativa que Taylor arranjou para solucionar o meu “problema” ou se pelo nível de atuação dela, eu estou quase me convencendo que não foi proposital. Permaneci imóvel na minha cadeira, só me levantei quando Taylor começou a me encarar e fazer sinal com a cabeça para que eu levantasse, mas fiquei sem saber o que fazer.
— Hã… - Me aproximei delas, meu pai, minha mãe e Chris, cada um está com um guardanapo na mão, tentando inutilmente secar a blusa dela. — Eu acho melhor você trocar, vem comigo.
Ela se levantou e me seguiu até o quarto, eu não consegui falar nada, estou me sentindo culpada.
— Eu sinto muito, Tay é um pouco destrambelhada. - Falei, abrindo as portas do guarda-roupa.
— Tá tudo bem, acho que é de família, né? - Perguntou com ar de riso, parei minha procura por uma blusa e virei pra ela.
— O que você está insinuando? - Ergui uma sobrancelha.
— Isso mesmo que você entendeu, não é como se você fosse menos destrambelhada. - Respondeu simples.
Abri a boca pra responder, mas desisti, porque eu não tenho uma resposta, ela está certa, então apenas virei e voltei a procurar uma blusa, puxei a primeira que encontrei, uma camisa preta sem estampas, ela fica super apertada em mim, então certamente vai servir nela.
— Eu deveria te deixar sem blusa. - Falei, entregando a peça nas mãos dela.
— Ai eu ia ficar na sua sala apenas de sutiã. - Falou fingindo indiferença.
— Você não teria coragem. - Semicerrei os olhos.
— Teria sim. - Falou séria, mantive o olhar no dela e ela fez o mesmo, até se dar por vencida. — Droga, eu realmente não teria.
Colocou a blusa em cima da cama e começou a abrir os botões da sua.
— Seus pais são muito legais. - Ela disse olhando pra mim, mas eu estou descaradamente olhando para o decote que se forma enquanto ela abre a blusa, a cada botão aberto meu ritmo cardíaco aumenta.
— Hã… Obrigada - Engoli em seco e levantei o olhar para o rosto dela. — Eu vou sair pra você se vestir. - Avisei indo em direção a porta.
— Sério? - Perguntou rindo e eu tive que interromper minha saída, ou melhor, minha fuga. — Você já me viu completamente sem roupas, e agora vai sair porque vou trocar de blusa?
— Eu… eu não sou uma pessoa muito controlada. - Virei e tentei focar apenas seu rosto, percebendo que ela está apenas de sutiã, e um maldito sutiã vermelho. — E na verdade… eu nunca vi você completamente sem roupa. - Dei de ombros e ela franziu o cenho, então resolvi explicar. — Transamos uma única vez e você não chegou a tirar a calcinha.
Ela riu, e não foi pouco, senti minhas bochechas corarem.
— Às vezes me pergunto se você é mesmo desse mundo. - Ela disse, vestindo a outra blusa.
— Claro que sou, não entendi o motivo da graça, não foi isso que aconteceu?
— Foi, mas às vezes você fala de uma forma tão… não sei explicar, inocente talvez.
— Inocente porquê eu disse que você ficou de calcinha?
Ela voltou a rir, e aquilo já estava me irritando, estou me sentindo idiota.
— Não, inocente pela forma que você age, eu já disse que não sei explicar, você ia sair porque eu ia trocar de blusa, você tá reclamando da minha calcinha, mas você teve a oportunidade de tirar e não tirou, às vezes falo e você não me entende.
— Nada a ver isso que você falou, e eu não tenho culpa se você fala por enigmas.
Ela negou com a cabeça e pegou a blusa dela de cima da cama.
— Vamos voltar pra cozinha, senhorita. - Falou passando por mim.
Acelerei meu passo e consegui entrar na frente dela, antes que ela alcançasse a porta.
— Vem na minha casa, rir da minha cara, insinua que sou um extraterrestre e ainda me chama de inocente. - Dei um passo à frente e ajeitei uma mecha do cabelo dela que caia sobre o rosto. — Me dá um beijo pra pagar por isso. - Sorri de lado, acariciando seu rosto com o polegar.
Ela cortou os poucos centímetros de distância que ainda havia entre nós, com uma mão em minha cintura me puxou mais pra perto, roçou os lábios nos meus e sorriu.
— Já que no seu ponto de vista eu só disse coisas ruins. - Falou baixo. — Vou dizer uma boa… - Chupou meu lábio inferior, em uma lentidão quase torturante. — Seu beijo é muito gostoso.
Um sorriso idiota surgiu no meu rosto ao ouvir aquilo, a quem eu estou querendo enganar? Eu estou completamente perdidamente, loucamente apaixonada por essa mulher. Empurrei minha língua de encontro a dela, e dessa vez, pela primeira vez não deixei que ela dominasse o beijo, ao ver que eu não ia ceder, ela mordeu o meu lábio inferior e sorriu. Senti a mão dela que estava na minha cintura descer até minha bunda e apertar, comecei a rir e ela também.
— Eu estava com vontade de fazer isso desde que cheguei e vi você com micro short. - Se explicou.
— Todas as vezes que você veste aquelas saias que deixam sua bunda mais empinada do que o normal também tenho vontade de fazer isso, acho que agora tenho liberdade pra fazer o mesmo, certo?
— Errado.
Ergui uma sobrancelha, desci minhas duas mãos até a bunda dela e apertei, com mais força do que ela tinha feito. Ela analisou todo o meu rosto e depois levou as duas mãos até as minhas e as tirou da sua bunda.
— Se seus pais não estivessem na sala eu ia te fazer me pedir desculpa de joelhos. - Ameaçou.
— Se meus pais não estivessem na sala eu já estaria ajoelhada na sua frente, mas não pra pedir desculpas. - Pisquei um olho e me afastei, morrendo de vontade de rir da cara que ela fez.
Ao retornamos pra sala minha mãe fez questão de lavar a blusa de Camila, disse que a gente não iria saber tirar aquela mancha, ainda sobre meus protestos e da Camila, ela foi pra lavanderia.
Segui o conselho da Taylor e não dei espaço pra Chris se aproximar novamente, ele que me perdoe, mas prefiro não arriscar, ele é galanteador e Camila não tem nada sério comigo, então é melhor mantê-lo afastado. Meus pais não demoraram muito pra anunciar a partida, alegaram que têm alguns trabalhos pra finalizar em casa, levei eles até a porta e Camila veio junto, porque minha mãe não largou do braço dela desde que soube que ela não sabe cozinhar, agora está enchendo o ouvido dela com receitas, que eu duvido muito que Camila esteja absorvendo alguma.
— Quando vocês vem pra cá sinto até vontade de voltar pra casa, pra companhia de vocês. - Falei triste.
— Credo, não brinca com uma coisa dessas, me recuso a voltar a dividir quarto com você. - Taylor disse e nosso pai olhou feio pra ele. — Brincadeira. - Ela disse claramente a contragosto.
Rolei os olhos e me despedi deles, Chris foi o primeiro a descer, falou apenas com Camila e disse que ia esperar no carro. Minha mãe finalmente soltou o braço de Camila e ela veio ficar de pé ao meu lado na porta.
— Então é isso. - Meu pai passou um braço por trás de Taylor e um por trás da minha mãe, abraçando as duas ao mesmo tempo. — Já que não posso levar meus três anjos pra casa, vou levar apenas dois.
Neguei com a cabeça e sorri, minha mãe voltou a falar de receitas, parei de prestar atenção quando senti uma mão na minha bunda, involuntariamente dei um passo à frente e torci mentalmente para que ninguém tenha notado, olhei para o rosto de Camila e ela está com expressão mais serena do mundo, cínica.
— Vamos logo que eu ainda vou sair. - Taylor disse empurrando nossos pais em direção ao elevador.
Ela piscou um olho pra mim e naquele momento eu soube que o ato de Camila não passou despercebido pra ela, senti minhas bochechas esquentarem. No instante que as portas do elevador se fecharam virei pra Camila.
— Sério? Na frente dos meus pais?
— O que foi? - Perguntou cinicamente.
Dei um passo pra frente e ela deu outro pra trás, dei outro e ela também, bati a porta do apartamento e passei a chave, ela observou esse meu gesto e depois voltou a olhar para o meu rosto.
— Também já deu minha hora. - Ela disse
Voltei a andar na direção dela, mas dessa vez só parei quando ela encostou na parede.
— Ah, você me provoca e agora quer ir embora?
— É que tenho um compromisso. - Disse, olhando fixamente pra minha boca.
— Seu compromisso agora é comigo. - Sussurrei e colei meu corpo no dela. — Quando terminarmos o que temos pra fazer, aí você pode ir.
— E o que temos pra fazer? - Perguntou com a voz falha.
Aproximei minha boca do ouvido nela.
— Foder. - Sussurrei.
Ela soltou uma risada carregada de tesão, se eu pudesse ouvir só um som para o resto da vida, seria o dessa risada.
— Você toda a ativa assim é um tesão, sabia? - Perguntou me puxando pelo colarinho da camisa, para que eu olhasse pra ela.
— Eu sou ativa também, você que me deixa sem escolhas, e entre ser passiva e ficar sem sexo com você, prefiro ser passiva. - Falei.
Ela mordeu o lábio inferior e com a mão livre arranhou minha nuca levemente com as unhas.
— Ainda bem. - Juntou nossos lábios, e senti ela empurrando o próprio corpo contra o meu, para que invertêssemos as posições.
— Não, Camilaaa. - Choraminguei e nos mantive na mesma posição.
Ela usou mais força dessa vez e conseguiu me encostar na parede.
Desgraçada.
— Eu não estou te dando escolhas. - Disse simples e levou as mãos até a barra da minha blusa, a contragosto ergui os braços. — Prometo que você não vai se arrepender.
— É isso que mais me irrita, você sabe fazer essa merda. - Falei e ela sorriu convencida, coloquei uma mão por dentro do cabelo dela e puxei até juntar nossos lábios, antes que ela se tornasse ainda mais convencida do que já é.
Ela pressionou a perna entre as minhas, até conseguir ficar com a mesma em contato com o meu sexo, me peguei rebolando involuntariamente para aumentar o contato do meu sexo com a perna dela, senti ela rindo entre o beijo, mas não dei a mínima e continuei com o mesmo movimento.
— Deixa eu ajudar você. - Disse e levou as mãos até o meu short, desceu ele junto com a calcinha e depois voltou a ficar na mesma posição. — Rebola agora. - Disse com a voz rouca, voltei a fazer meus movimentos, e foi preciso eu me apoiar no ombro dela, para que não caísse ali mesmo no chão da sala.
Ela levou a boca até meu pescoço e começou a beijar, morder, deu um chupão tão forte que tenho certeza que vai ficar marcado, mas não consegui verbalizar sequer uma palavra pra reclamar, minha concentração está em outro lugar. Gemi frustrada quando ela afastou a perna, me puxou pela cintura até chegarmos perto do balcão, me mandou sentar lá em cima e eu atendi de prontidão, só entendi o que ela pretendia quando ela se abaixou na minha frente, apertei os olhos e apoiei minhas mãos sobre a bancada, ficando o máximo possível na ponta, ela não ficou enrolando, assim que se abaixou passou a língua de cima para baixo no meu sexo, me segurei pra não gemer alto, ela parou a língua sobre meu clitóris e começou a fazer movimentos circulares, segurei em sua cabeça, para que ela não parasse com aqueles movimentos. Não foi preciso muito tempo pra ela conseguir me fazer chegar ao orgasmo, ela ficou de pé novamente e passou a me beijar. Quando me sentia com forças novamente, desci do balcão e comecei a despi-la, com a ajuda dela consegui me livrar de todas as peças que ainda nos restava.
— Agora sim. - Comentei, olhando ela de cima à baixo e ela rolou os olhos.
— Ainda não estou satisfeita. - Falou, antes de me puxar em direção ao sofá.
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