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História Inalcançável Você - Não entendo você


Escrita por: princetri

Notas do Autor


Desculpem as 2 horas e 40 minutos de atraso, realmente não deu pra postar ontem </3


Perdoem qualquer erro, não deu pra revisar <3

Capítulo 33 - Não entendo você


Fanfic / Fanfiction Inalcançável Você - Não entendo você

Lauren POV



 Segunda-feira, madrugada, pra ser mais específica 1h da manhã, ouço batidas insistentes na minha porta, meio a contragosto me levanto e me arrasto até lá, quando abri um misto de emoções: surpresa, pena, felicidade, raiva, mas sobre esse último sentimento eu não tenho muita certeza. Camila, ela está com a cabeça encostada na parede ao lado da porta, a mão parada no ar, como se ainda estivesse batendo, e pra variar exala o cheiro de álcool, os olhos opacos me encarando, eu não pronunciei nenhuma palavra, ela também não, a última vez que nos vimos foi no sábado a tarde, no dia da nossa briga no restaurante. Sábado de noite quando Elise saiu daqui, ela saiu me fazendo prometer que não iria mais voltar a me envolver com Camila, mas como, como eu posso não fazer mais isso se toda a minha raiva de esvai quando ela aparece na minha frente, como fazer isso se há algumas horas tudo que eu mais fazia era xingá-la mentalmente, mas agora com ela aqui parada bem na minha frente, tudo que eu mais quero é abraçá-la la, até que essa dor que existe em seus olhos se dissipe, até ela voltar a sorrir e ficar contando as piadinhas ruins que ela sempre conta, até ela voltar a ter a essência da minha Camila, a Camila que a todo instante quer provar que não é minha.


— Desculpa ter vindo até sua casa, eu sei que você está com raiva de mim, mas é que… - Uma lágrima desceu pelo rosto dela, mas ela secou tão rápido que se eu não tivesse olhando para o seu rosto não teria percebido. — Me deixa dormir com você?


 Eu não respondi, apenas puxei ela pra dentro e a abracei, como se já estivesse programado o rosto dela parou na curva do meu pescoço e ela me abraçou apertado, ainda em silêncio guiei ela até meu quarto, assim que fechei a porta ela apagou a luz e eu sorri internamente, ela realmente acredita que tudo que acontece aqui, fica aqui, mal sabe ela que me desmonto mais toda vez que ela fica tão sensível aqui dentro, tão real, sem barreiras.


— Eu não entendo você. - Falei baixo enquanto ela se deita o mais próximo a mim possível.


— Acho que você nunca entenderá. - Respondeu me puxando contra si.


 

*****


 

 Ao raiar do dia nada foi diferente, ela levantou cedo e foi embora, eu percebi quando ela levantou, porém diferente das outras vezes eu não contestei, eu não me levantei, apenas me virei pra o outro lado, quando ouvi a porta da sala batendo me levantei e fui pra o banheiro, liguei a água fria e deixei ela escorrendo pelo meu corpo por um longo período, só sai de lá porque meus dedos estavam começando a enrugar e involuntariamente meu queixo estava começando a bater. 


 Assim que coloquei o pé na faculdade Alex veio em minha direção.


— Bom dia, luz do dia. - Disse animado e me deu um beijo no rosto.


— Bom dia. - Falei, não tão animada quanto ele, mas tentei.


— Tudo bem?


— Só um pouco cansada, mas nada além disso. - Menti


— Opa, esse problema posso resolver. - Em um movimento rápido ele me tirou do chão, todo o pátio olhou na nossa direção.


— Pelo amor de Deus, me põe no chão Alex. - Falei sentindo minhas bochechas corarem.


— Não mesmo, hoje vamos entrar na sala assim. - Saiu andando em direção a nossa sala.


 Minha vontade era de estapear ele, mas acredito que iria chamar bem mais a atenção das pessoas, se é que isso é possível. Se eu já estava com vergonha, fique ainda mais quando passamos por um corredor e Alana estava lá, ela acenou pra mim com ar de riso, minha vontade foi de morrer.


— Pronto, princesa. - Ele disse quando entramos na sala, me colocando na minha cadeira, ainda bem que a sala ainda está vazia.


— Você ainda vai me matar de vergonha.


— Que nada, antes de você morrer de vergonha, as garotas dessa universidade morrem de inveja.


— Você se acha.


— Eu sei. - Disse convencido e se agachou na minha frente, segurando minha mão entre as dele. — Como você está? Além de cansada, melhor do que sábado? Posso fazer algo pra te deixar melhor?


— Eu estou bem, não estou 100%, mas melhor do que aquele dia que eu estava um lixo.


— Você quer que eu faça um daqueles programinhas de mulherzinha com você? Assistir vários filmes gays, se entupir de comida e falar mal de você sabe quem? Eu faço sem reclamar e prometo achar vários defeitos naquela deusa só pra te deixar pra cima.


Rolei os olhos.


— Deixa de ser besta, eu estou bem, obrigada.


— Certo, então qualquer coisa pode gritar por mim. - As pessoas começaram a entrar na sala, ele deu um beijo em cada uma das minhas mãos e se levantou. — Esperando ansiosamente o dia que você vai ter dedo bom pra mulher.


— Cômico se não fosse trágico. - Comentei me ajeitando na cadeira e virando pra frente.


 

*****


 

 No zoológico, senhor Andersen, não sei como, ficou sabendo que eu não conheço o zoológico no seu total, ele riu e disse para que eu tirasse o dia só pra isso, “é cômico, porém irresponsável que você não conheça seu instrumento de trabalho.” essas foram as palavras dele, claro que não contestei, amo trabalhar com o Nicholas, mas um dia inteirinho sem toda aquela responsabilidade é bem melhor, especialmente hoje. O primeiro lugar para o qual eu fui, foi para a clínica de veterinária, não, eu não fui atrás da Camila, eu realmente estou querendo ver a Dinah, porque no momento tudo que eu preciso é de um abraço daqueles dela, porém a pessoa que encontrei foi Camila.


— Oi. - Sorriu. — Que surpresa você por aqui, não está no seu horário? - Olhou o relógio no pulso.


— Sim, mas senhor Andersen disse que eu devo conhecer o Zoológico. - Fiz uma careta.


 Ela riu.


— Antes tarde do que nunca, mas acho que você tá fazendo isso errado, veio pra um dos únicos lugares que você conhece.


— É, ainda vou executar a parte de desbravar essas áreas desconhecidas, mas é que eu vim ver a Dinah antes. - Expliquei. 


— Ah. - Olhou para o chão e sorriu fraco. — Ela tá de folga hoje, só eu estou aqui.


— Eu não sabia, então… então eu vou indo…


 Virei pra me afastar, porém ela voltou a falar.


— Fiquei encarregada de dar uma passada na área dos animais noturnos, verificar se está tudo bem… se você quiser pode vir comigo, não sou nenhuma guia, mas vamos ter a certeza que você não vai se perder e ser preciso solicitar o corpo de bombeiros pra te encontrar. - Disse em um tom divertido.


— Você como comediante é uma ótima veterinária. - Falei séria.


— Obrigada, eu sei que por dentro você está se acabando de rir, só não quer dá o braço a torcer. - Falou convencida.


 Neguei com a cabeça e ri um pouco.


— Você e seu ego não tem jeito, companheiros inseparáveis, mas vou te dar a honra de me acompanhar. - Falei, tentando parecer tão convencida quanto ela.


 E a gente foi. Tinha meio que uma barreira entre nós, mas como sempre, em questão de segundos ela foi derrubada e nos falávamos como se nos conhecêssemos há anos, vidas quem sabe. Não sei se é meu cérebro de mulher apaixonada que me faz fantasiar isso, mas temos uma sintonia tão grande, como ela pode não perceber?


— Isso adianta? - Perguntei enquanto andávamos perto de alguns habitats, e ela fazia anotações vez ou outra em uma prancheta. — Não tem nenhum animal aqui.


— Claro que não, você me ouviu dizendo que são animais noturnos? - Ergueu a sobrancelha. — Eles não saem de dia, muito raramente algum sai.


— Você é veterinária, animais, então o que diabos você escreve aí se não tem nenhum animal por aqui? Tá dando o diagnóstico sem ver o paciente, doutora?


— Não. - Riu e aproximou de mim, quando o braço dela encostou na lateral do meu, foi como se uma corrente elétrica tivesse passado pelo meu corpo. — Olha aqui. - Apontou pra prancheta. — É só uma avaliação do ambiente mesmo, existe alguma regras que o zoológico precisa cumprir pra poder ficar dentro da regularização, então toda semana tem uma avaliação desse tipo, essa semana fiquei com o habitat dos animais noturnos, como pode ver.  - Apontou para os lados.


— Entendi. - Falei voltando a andar, o braço dela encostado ao meu estava me incomodando.


 Não sei se ela percebeu, não sei se me afastei muito bruscamente, só sei que ela não aproximou mais tanto de mim, e a conversa descontraída parou, ela ainda continua falando, mas dessa vez sobre o zoológico, e um pouco mais séria. Um pouco mais a frente pude ter a certeza que nada está tão ruim que não possa piorar, o idiota com o qual Camila tinha saído há alguns dias está vindo na nossa direção, mas especialmente na dela.


— Olá. - Falou sorridente, olhando pra nós duas, não me dei ao trabalho de responder.


 Ele está com uma folha na mão, e aparentemente quer que Camila assinasse alguma coisa, eu estava ao máximo tentando não prestar atenção, mas é impossível.


— Aquela noite foi muita divertida, a gente podia marcar de sair novamente, né?


— Pode ser. - Ela disse enquanto analisava o papel que ele entregou.


— Sério? - Perguntou afoito.


— Uhum. - Assinou a folha e entregou pra ele.


— Então eu vou organizar um tempinho disponível e falo com você, pode ser?


— Pode.


 Ele alargou ainda mais o sorriso, como se isso fosse possível, e saiu. 


 Enquanto ele se afastava me deixei pensar uma coisa, nós estamos no mesmo barco, a diferença é que acho que estou com mais vantagem do que ele, eu cheguei primeiro, e quando ela está bêbada e precisando de alguém é atrás de mim que ela vai, não posso facilitar as coisas pra ele e nem pra ninguém que queira se aproximar dela. Ela ia falar alguma coisa, mas não deixei, quebrei a distância que havia entre a gente e a beijei, ela pareceu surpresa, demorou um pouco até corresponder, mas quando ela fez isso senti meu coração bater ainda mais forte dentro do meu peito, eu definitivamente estou perdida.


 Mesmo depois dela ter terminado o trabalho na área dos animais noturnos, eu continuei com ela, ela me mostrou boa parte do zoológico e acredito que se não tivesse sido com ela, não teria sido tão divertido, e acredito também que eu sou um caso perdido. Quando deu nosso horário ela precisou ir até o consultório pegar a bolsa e eu até o escritório, sendo assim resolvi esperar ela em frente a bilheteria, ao invés de ir até o estacionamento, mal cheguei e o segurança apontou na minha direção, um homem virou e olhou pra mim, apertou a mão do segurança e veio até mim.


— Boa noite. - Falou enquanto se aproximava, apenas acenei com a cabeça, porque eu estou tentando buscar em meu cérebro onde eu vi aquele rosto. — Eu estava falando com o camarada ali, mas ele não soube me informar, e disse que talvez você saiba, a Camila ainda está aqui?


Bingo.


 É o cara da foto, a foto na caixa no quarto da casa da Camila, ele está mais velho, e com barba, mas eu tenho quase certeza que é ele, tão loiro quanto o da foto, e agora de perto percebe-se que ele tem os olhos verdes também, iguais o da foto.


— Não, ela já foi. - Falei sem pensar.


 Ele coçou a cabeça e fez uma careta.


— Pelo visto vou ter que colocar San Diego de cabeça pra baixo. - Riu. — Mas obrigada pela informação, até mais. - Virou e saiu.


 Acompanhei ele com o olhar, ele parou perto de uma moto, colocou o capecete e saiu. Fiquei tão distraída olhando a moto se afastar que não vi o carro de Camila já parado na minha frente.


— Pensando na morte da bezerra? - Perguntou risonha.


 Olhei pra os lados, o segurança está olhando na minha direção, provavelmente sacou o que eu acabei de fazer, abri a porta do carro e entrei.


— Não, eu estava pensando em qual seria a probabilidade de você aceitar ir dormir na minha casa hoje.


— Eu acho que uns 2% viu. - Disse enquanto saía com o carro.


— Vou nem tentar então.


 Ela riu.


— 2% não é 0%. - Disse olhando pra mim pelo canto do olho.


 Agora foi a minha vez de rir.


— Aceita dormir na minha casa, Camila Cabello?


— Aceito. - Sorriu.


— Não sem antes fazer um charme, né?


 Ela deu de ombros e eu apenas neguei com a cabeça.


Notas Finais


até <3


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