História Incesto por consideração - One shot

Mikasa Ackerman

                 Estava em mais um dia de limpeza criado pelo capitão Levi e inspecionado pelo próprio. Não aguentava mais passar o dia todo limpando cada parte daquele local, sempre acabava o dia com os músculos cansados e com um extremo cansaço, mas isso tudo não se comparava a ter que assistir calada as repreensões do capitão ao Eren. Foi de uns tempos para cá que comecei a pensar sobre como ele podia ser um bom soldado se era alguém tão arrogante, sinceramente não fazia ideia. Fui acordada dos meus pensamentos quando escutei a voz do Levi brigando novamente com o Eren.

–Tsk, pirralho você chama isso de limpeza? Se eu esfregasse sua cara no chão o deixaria mais limpo do que isso – ele sempre usava a mesma expressão: séria – comece tudo de novo – disse saindo do quarto, fiquei irritada na hora, e assim que percebeu isso o Armin chamou minha atenção.

–Calma Mikasa, foi só uma bronca a prateleira não estava limpa mesmo, está tudo bem com o Eren, não precisa se preocupar com isso.

–Mas ele...

–Ele não é mais criança, vai errar e acertar até aprender, você não pode mudar isso, ok? – falou afagando meus cabelos – agora vá buscar um pouco de sabão, precisamos de bastante para acabar isso.

–Tudo bem.

Fiquei um pouco contrariada com o que havia acabado de escutar, mas resolvi não questionar e pensar sobre isso quando acabar as minhas funções. Andava pelos corredores até que observei Hange conversando com Levi, tentei passar despercebida, mas não consegui.

–Mikasa – disse Hange com uma voz animada – preciso falar com você.

–Sim, senhorita Hange – falei me aproximando arrependida de não ter passado correndo.

– Quero vocês dois em uma missão muito especifica – olhou para o Levi e depois para mim – se trata de algo que encontrei recentemente sobre uma possível nova característica dos titãs, preciso de alguns dados para a minha experiência, e para isso necessito de pessoas competentes para fazer uma missão, poderiam me fazer esse favor?

–Sim, mas não seria ideal levar outra pessoa para acompanhá-lo? – eles dois me olharam duvidosos.

–Você possui algum problema em ir com ele? – me encarou.

–Não – virei para ele que tinha uma expressão estranha – irei me informar dos detalhes mais tarde, senhor Ackerman, se me dão licença preciso buscar alguns utensílios de limpeza.

–Tudo bem, pode ir – falou concedendo permissão para me retirar e encarnado Levi em seguida.

                Terminamos de limpar tudo e fomos comer pois já estava anoitecendo e enquanto comia um cadete veio até a mesa onde estávamos: Eu, Connie, Sasha, Eren, Armin e Jean.

– Senhorita Ackerman? – falou se aproximando e ficando ao meu lado – o capitão Levi está chamando-a em seu escritório.

– Aconteceu algo Mikasa? – disse Jean imediatamente.

– Não, até já imagino do que se trata –me levantei e Eren me olhou.

– Tem certeza? 

– Só vou saber indo lá – disse e o Armin me olhou.

– Leva esse bolinho para ele, se estiver encrencada ao menos tem um plano B.

– Não acho necessário, mas tudo bem, voltarei logo – comecei a acompanhar o cadete.

                Andamos um pouco até que chegamos em frente à porta e após bater três vezes ela foi aberta mostrando uma sala completamente limpa e um Levi com a cara de sempre.

– Pode se retirar agora – disse ao cadete e ele foi embora – entre – abriu mais a porta com a mão indicando para dentro da sala.

                Entrei e por dentro o local parecia ainda mais impecável, ele se sentou e eu continuei em pé em frente a sua mesa.

– Está com medo de se sentar, Ackerman? – me olhou de cima a baixo.

– Não, capitão – falei já me sentando na cadeira – esse bolinho é seu inclusive.

– Eu não quero. Te trouxe aqui por que quero que saiba que você não vai mais à expedição da Hange – realmente o doce faz diferença, tentei esconder minha felicidade, mas aparentemente não deu certo – não precisa esconder sua felicidade, sei que você não viu essa ideia com bons olhos, não irei obrigá-la a fazer isso – se levantou e rodeou a mesa até chegar à minha frente ficando apoiado nela – mas quero que me diga qual a origem do seu ódio por mim.

– Capitão, não o odeio e não acho que esse seja um assunto apropriado.

– Então o motivo da sua raiva é o pirralho? – falou sério levantando o queixo – nunca entendi a sua superproteção com ele sinceramente, compreendo que foram criados juntos, mas pela lógica sou mais próximo de você do que ele.

– Capitão eu n... – ia falar porém ele me interrompeu.

– Esqueça os títulos, estamos sozinhos, quero que seja clara e sucinta na sua resposta.

– Já que você insiste, Levi – dei ênfase em seu nome – eu te odeio por tratar as pessoas como você faz, entendo no entanto que você já viu a morte de muitos de seus colegas, mas isso ter acontecido não te dá o direito de tratar ninguém mal e realmente me irrita a sua forma de lidar com a situação, você tenta não se importar com ninguém e no fim trata as pessoas de forma ruim, criando assim uma auto ilusão de que é bom o suficiente para só precisar de si; já  em relação ao Eren eu fiz uma promessa a mãe dele de que o defenderia como pudesse, ,portanto, tanto faz se for o senhor ou o rei a tratá-lo de forma arrogante, ficarei mais irritada e com raiva do que se a ofensa fosse contra mim – falei tudo isso o encarando e uma expressão que nunca achei ver estava em seu rosto – essa é a verdade que você desejava conhecer – ele me olhava com uma feição estranha e ficou em silêncio por um tempo.

– Você sentiria a mesma coisa se eu fosse ofendido por alguém? Pensando por essa lógica deveria já que somos do mesmo clã.

– Isso não é sobre parentesco ou sobrenome, ele me salvou quando era criança e eu fui muito acolhida pela sua família, o considero meu irmão.

– Eu jurava que você amava o pirralho – disse se endireitando.

– Acredito que isso não lhe diga respeito – nunca pensei que ele poderia ser inconveniente assim.

– Mas isso foi lógica, se ele é seu irmão de consideração se tivessem algo seria um caso de incesto por consideração – ele estava debochando de mim?

– Por que tem tanto interesse sobre isso? Até onde eu sei, Levi, existem coisas mais importantes para se preocupar.

– O seu capitão realmente tem coisas mais importantes a tratar, mas o Levi considera suas informações razoavelmente importantes.

– E por que o Levi acha isso?

– Talvez ele goste mais de você do que pensa – foi a minha vez de ficar sem palavras – e por isso gostaria muito da sua companhia na missão da Hange.

– E por que o Levi e o capitão não me pedem educadamente para eu vá a essa expedição?

– É justamente por isso que estamos tendo essa conversa, queria saber a origem do seu ódio e tentar resolver isso, como seu capitão, não a considero uma soldada qualquer, muito pelo contrário, suas habilidades quando usadas da maneira correta podem trazer grandes benefícios à tropa de exploração, e por isso quero te ensinar a ser melhor do que já a considero, mas isso não dará certo se continuar agindo como a mãe do pirralho, até mesmo ele deve ter te falado sobre isso Mikasa – suspirou – não estou de pedindo que abandone ele, apenas peço que considere a possibilidade de colocar a sua vida em prioridade e depois a dos seus companheiros em geral, não apenas a do Eren – ele falou tudo isso me encarando nos olhos, bem próximo do meu rosto e eu comecei a notar o quanto seu olhar era encantador – Você me entende? – disse e eu apenas estava estática, ele iria continuar, mas bateram na porta e ambos fomos acordados daquela conversa.

– Capitão – era a voz do Armin – posso entrar? – falou e ele instantaneamente foi para o seu lugar.

– Nós ainda não terminamos isso Mikasa – ele me encarou sério e olhou para a porta depois – entre – a porta foi aberta e todos que antes estavam na mesa comigo agora estavam na porta – apenas você Armin, dê um passo a frente e me diga o motivo dessa caravana.

– Nós apenas estávamos preocupados com a Mikasa capitão, a procuramos em todos os locais, mas não a encontramos ,então resolvemos conferir se ela ainda estava aqui e se tudo ia bem – eles estavam conversando e eu apenas olhava para a frente.

– Está tudo bem? – disse Eren dando um passo para a frente.

– Ei, você não possui permissão para entrar, deve ficar na porta – me olhou – está tudo na mais perfeita harmonia, certo? – disse se levantando.

– Sim pessoal, podem ficar tranquilos – olhei para trás.

– Eu guardei um bolinho para você Mikasa, os de chocolate são os melhores – falou Jean ainda na porta com a mão estirada segurando o doce sorrindo e Levi o pegou de sua mão.

– Mikasa, apesar de o doce ser para você não se importaria se eu comesse, certo?

– Sim, eu me importaria.

– Tudo bem então, como veem ela está muito melhor do que bem, agora saiam todos da minha porta – falou deixando todos ou com raiva ou ao menos curiosos sobre o que estava ocorrendo e fechou a porta.

– Do que estamos falando mesmo?

– Do porquê você recusou o doce quando fui eu quem ofereci – como ele era cara de pau.

– Não é óbvio? Ele fez isso com o maior carinho para você, é feito do melhor sabor e tem até suas iniciais, não é apenas um bolinho, está carregado de sentimentos de um cara apaixonado, é quase um feitiço – disse o comendo tudo de uma vez; ainda em pé apoiado na mesa – vocês namoram?

– Por que está tão curioso Levi? Me explique, qual o motivo de ter interesse na minha vida pessoal? Sinceramente não acho que você teve o direito de fazer as perguntas que me fez até agora.

– Tudo bem – jogou o papel do bolinho fora e me encarou – você me falou a verdade, acho que te devo isso também, vou ser direto, eu posso estar sentido algo mais do que companheirismo por você.

– Você pode estar sentindo o que?

– Isso só poderei responder quando te fizer uma pergunta– disse colocando as duas mãos nos braços da cadeira em que eu estava sentada me encarando, eu instantaneamente fechei minhas pernas que estavam um pouco abetas – o que eu significo para você?

– Você é o meu capitão, sempre admirei seu desempenho e... – tentei olhar para os lados mas ele segurou meu rosto.

– O que eu significo como homem?

– Alguém que está me causando arrepios e um grande frio na barriga nesse exato momento.

– E o que você acha dessa sensação? – disse no meu ouvido com o rosto apoiado no meu pescoço.

– Ela parece b...boa – gaguejei.

– E você gostaria de sentir isso mais vezes? – estava começando a ficar tensa com aquela situação.

– Você disse que era uma pergunta – olhei para baixo no mesmo instante para tentar esconder a minha vergonha.

– Quer me perguntar algo? – assenti – irei responder a todas as perguntas que fizer, quando colocar seu medo de lado e me olhar, saiba que não farei nada que você não queira.

– Você tem algum envolvimento amoroso com a senhorita Hange? – disse o olhando.

– Não, outra pergunta?

– E a Petra?

– O que tem ela? – me olhou confuso.

– Ela gosta de você – ele não sabia?

– Legal, ela tem bom gosto para homem, outra pergunta?

– Como você acha que isso daria certo sendo que somos soldados que apenas aguardam a sua vez de morrer em combate? – ele ficou alguns segundos me encarando.

– Porque eu sei disso revolvi falar com você, a vida é apenas uma e precisava que tomasse conhecimento do meu pensamento, mas de forma alguma quero que se sinta pressionada, não se preocupe comigo, caso recuse continuarei agindo da mesma forma com você e com os seus amigos – ele realmente era maturo – agora é minha vez de perguntar, certo? – assenti – como se sente em relação aos meus sentimentos?

– Eu sinceramente achei essa uma proposta interessante, mas não tinha considerado isso então gostaria que fossemos com calma, sempre o olhei com admiração e não duvido que isso evolua para algo mais, porém antes preciso saber seu comportamento em relações a alguns assuntos, digamos que seria legal nos conhecermos antes de tudo, acho que não namoraria alguém só por achá-la bonita.

– E você me acha bonito? – assenti e ele esboçou um sorriso – entendo seu pensamento e o considero coerente, sabia que tinha acertado em escolher você – falou Levi – posso te dar um beijo?

–S...im – fechei os olhos e apenas beijou de forma singela a minha testa.

– Pode abrir os olhos – ele falou e eu fiquei confusa.

– Era esse o beijo? – realmente estava esperando outra coisa.

– Você não gostou? Achei q... – me aproximei dele o beijando na boca.

                Queria começar um beijo lento mas acabei ficando um pouco decepcionada com o outro, então comecei de uma forma rápida o que fez ele colocar os braços a redor da minha cintura o que instantaneamente respondi me levantando da cadeira, ficamos nos beijando em pé até ele me virou me deixando de frente para ele e de costas para a mesa, me sentando nela e ficando entre as minhas pernas segurando minhas coxas; continuávamos com o beijo no mesmo ritmo durante toda a nossa movimentação, algumas coisas que estavam em cima da mesa acabaram caindo, até que paramos um pouco para respirar.

– Então é a sua definição de ir devagar? – falou me olhando ainda entre minhas pernas e com as mãos nas minhas coxas.

– Então é assim que você entende o meu pensamento? – perguntei rindo e ele deu uma leve risada – pode fazer isso de novo? – falei e ele começou a se aproximar novamente – isso não – falei colocando o dedo em cima de seus lábios – isso – segurei suas bochechas formando um sorriso – seu sorriso é muito bonito, sabia? Deveria sorrir mais.

– Acho que agora terei motivos para fazer isso – sorri e ele apenas me olhava, ficamos assim por poucos segundos até que bateram novamente na porta.

– Mikasa? – escutei as vozes de Armin, Jean e Eren – precisamos falar com você.

– Eu também preciso falar contigo capitão – a voz de Petra apareceu do nada.

– Um momento – gritou – por que tem tanta gente na minha porta? – disse apoiando a cabeça no meu ombro ainda na mesma posição.

– Você é importante – falei saindo de cima da mesa.

– Tem três pessoas te procurando e uma querendo falar comigo, se tem alguém importante aqui não sou eu – ajeitamos nossas roupas que estavam um pouco bagunçadas e apanhamos as coisas que estavam no chão.

– Entrem – falou e todos vieram juntos – tenham calma o que ocorreu de tão importante para que me interrompam?

– Só queria avisá-lo que está tudo pronto para a nossa viagem na próxima semana – disse animada.

– Nós não iremos mais, a Mikasa irá me acompanhar, você participará de outra operação – era nítida a irritação da garota – e vocês o que querem? – olhou para os três rapazes na sua sala.

– Você vai em uma viajem com ele? – disseram Eren e Jean ao mesmo tempo e ambos pareciam indignados – como eu não sabia disso? – disse Eren me encarnado e ficando ao meu lado direito – podemos ir também? – falou Jean ficando do lado esquerdo.

– Parem com isso vocês dois, não veem que estão na sala de um superior? Mal educados – finalmente o Armin apareceu – se me dá licença capitão – disse e se virou para mim – você vai mesmo? – confirmei – Quanto tempo vai durar?

– Não sei exatamente, mas voltarei o mais cedo dentro do possível – o Armin sim era alguém sensato.

– Ainda não me responderam o que vieram fazer na minha sala – falou Levi ainda sentado.

– Viemos avisar a Mikasa que a Sasha estava usando o cachecol dela para brincar de Tarzan – falou Eren.

– Droga – disse lembrando que havia esquecido o item que carregava sempre.

– Saiam todos, já estamos acabando, logo ela cuidará disso, tentem controlar o Tarzan até lá – falou e todos saíram da sala fechando a porta.

– Por que eles te pedem tantas satisfações mesmo? – falou em pé.

– Eles só devem estar preocupados comigo – também fiquei de pé.

– Logo não precisarão fazer isso, sou eu quem vou desempenhar esse papel – arqueei as sobrancelhas.

– Vamos ver se consegue esse cargo, até amanhã – falei colocando a mão na maçaneta da porta – Espera, só mais uma pergunta, e quanto ao nosso estado civil? Só para saber o que fazer caso alguém pergunte.

– Se alguém te pergunta você diz que é comprometida com o seu futuro par amoroso, que está conhecendo resumidamente, e que assim que você e ele tiverem certeza de que isso irá se tonar um relacionamento real, assumirão publicamente e apesar de achar que isso trata sérias consequências, tentar fazer isso lhe parece valer a pena.

– Entendido capitão – disse fazendo continência.

– Até amanhã Pirralha – fez um leve cafuné na minha cabeça – vá salvar o seu cachecol.

– Pode deixar capitão, até amanhã – falei beijando a bochecha dele e correndo pelo corredor a fim de encontrar o tecido inteiro.

– Até Ackerman – proferiu encostado na porta me vendo correr e desaparecer no corredor.