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História Incompleta - Noite agitada


Escrita por: SoleLua_

Notas do Autor


HEY, GATINHAS!!
Eu sei que demorei, mas me deem um desconto, comecei a fazer maratona de estudo para o aclamado enem, que graças a Deus já passou, então agora eu sou toda de vocês kkkk. Já queria agradecer a TODOS os comentários o capitulo anterior, de verdade, é muito bom saber que vocês ainda estão por aqui, e espero que continuem por um bom tempo!
Agora, sobre o capitulo... Vamos ver o que o Luís vai aprontar? E ah, prestem atenção numa personagem nova que vai aparecer, ela será importante nos próximos capítulos.
Boa leitura!!

Capítulo 80 - Noite agitada


Continuei dançando, procurando minhas amigas com os olhos no meio daquela multidão de corpos dançantes, mas não vi nem sinal delas. De repente, sinto duas mãos grandes envolverem minha cintura e um corpo forte se colar ao meu. Estranho o toque repentino e já estava prestes a afastar educadamente o tal sujeito, quando ouço aquela voz e paraliso:

— Saudades de mim, loirinha? Porque eu tava morrendo de saudades de você, minha gatinha.

“Minha gatinha”

Aquele maldito apelido começou a ecoar em meus ouvidos, à medida que um mau arrepio percorria meu corpo fazendo-me tremer em puro pavor. Somente uma pessoa costumava me chamar daquele modo, e pelo som dissimulado da voz do homem que me segurava, eu não tinha dúvidas, era ele ali: Luís.

E ter essa certeza me apavorava completamente.

— Ah, não vai falar nada? Tudo bem, é até bom que fique assim, caladinha, mesmo. Não quero chamar atenção, sabe? — Falou cinicamente, roçando seus lábios em meu pescoço, pressionando seu corpo ainda mais no meu.

Engoli em seco o temor e a ânsia que já me subia pela garganta e me forcei a dizer algo — ou pelo menos, tentei:

— L-luís... — Sussurrei completamente trêmula e quase inaudível, e não somente por conta da música alta, mas também porque o medo impedia-me de me pronunciar devidamente, senti ele sorrir.

— Hum, é bom saber que reconhece minha voz, meu toque... — Suas mãos apertaram-se ainda mais ao meu redor, causando-me ainda mais desconforto, mas eu não conseguia soltar-me dele. — Parece que também sentiu minha falta, gatinha.

Ignorei o que ele disse e prossegui, tentando fazer minha voz soar firme, mas falhei miseravelmente.

—O-o que faz a-aqui? — Gaguejei e ouvi sua risada ecoar por meus ouvidos, fazendo-me tremer novamente.

— Ô minha linda, vim te ver e também, parabenizar os seus... amiguinhos. — Falou com certa irônia, que confesso, apesar do pavor que eu estava sentindo, ainda conseguiu me deixar intrigada. — Afinal, eles são importantes pra você, não é? Aliás, até mais do que você imagina.

— Do que você tá falando? — Perguntei sentindo ele afastar meus cabelos de meus ombros e passear seus lábios por ali, senti minha pele formigar, e indiscutivelmente, não era de uma maneira boa. — Aliás, como conseguiu entrar aqui? É uma festa privada, apenas para convidados.

— Eu sempre consigo o que quero, princesa. — Falou cheio de si. — Não sou de cumprir regras, e entrar de penetra nessa festinha xinfrim foi moleza. — Deu de ombros. — Ah, e se está curiosa pra saber sobre o que eu falo, por que não pergunta ao imbecil do seu namoradinho? Tenho certeza que ele vai saber te responder. — Sorriu mais uma vez, em escárnio enquanto eu me perguntava novamente sobre o que ele estava falando, porém, antes que eu voltasse a questioná-lo, ele emendou: — Mas vamos deixar aquele guitarrista idiota pra lá, eu quero aproveitar nosso tempo juntos de uma maneira mais interessante. — Senti seu hálito aproximar-se de minha orelha e suas palavras seguintes fizeram uma onda de pavor atravessar meu corpo: — Pronta para a diversão, meu amor?

Emudeci. Emudeci completamente, sentindo meu corpo esfriar e estômago embrulhar, e enrijeci instantaneamente em seus braços.

Seus braços.

Eu não sabia o que era mais perturbador: estar nos braços daquele maldito, num local onde todos estão com suas atenções voltadas para sua própria diversão, ou os comentários irônicos e suspeitos que ele fazia questão de soltar — os quais eu não sabia se devia ou não considerar. No entanto, a primeira opção era a mais provável, pois era a que me causava real mal estar.

— Ah, Karina, vamos lá, se mexe, linda! Quero dançar coladinho com você rebolando contra mim, que nem te vi fazendo há pouco com aquele otário. — Engoli em seco suas palavras, sentindo meus olhos arderem e a angústia me consumir.

Continuei estática, mas ele não se deu por vencido e começou ele mesmo a se movimentar, esfregando-se em mim enquanto suas mãos nojentas passeavam por meu corpo e não demorou para que eu o sentisse excitado.

— Ah, porra... você é tão gostosa! — Ele gemeu enterrando o rosto entre meu pescoço, me encolhi enojada e senti ele deixar uma mordida dolorida ali, logo transformando-a num chupão. Fechei os olhos com força, sentindo vontade de gritar, mas mal conseguia falar.

Ainda assim, tentei me pronunciar mais uma vez:

— M-me solta. — Falei com dificuldade. — P-por favor, L-luís, me deixa ir!

Ele me ignorou completamente, e continuou a murmurar insanidades, enquanto tocava meu corpo como bem queria e eu só me perguntava onde estaria Pedro. Eu precisava dele, agora mais do que nunca.

— Você não sabe como desejei uma oportunidade assim, mas aquele imbecil não dava trégua, vivia te cercando... — Ele disse entredentes. — Mas eu sabia que em algum momento ele vacilaria.

— O único imbecil que vive me cercando aqui é você! — Falei juntando os resquícios de coragem que ainda me restavam. — O Pedro é meu namorado e é ele quem eu quero ao meu lado!

Luís riu, aquela gargalhada completamente descontrolada e com um ar sombrio que me dava calafrios.

— Vamos ver se você ainda vai continuar a defender seu namoradinho, assim, com tanto ardor, depois que souber o que ele te esconde.

— O Pedro não me escon... — Eu iria retrucá-lo, mas então ele me virou abruptamente entre seus braços e ao mirá-lo cara a cara, minhas palavras acabaram se perdendo.

— Cansei desse papinho. Melhor você se calar, princesa, porque se eu ouvir você falar "Pedro" mais uma vez, as coisas vão ficar feias pro seu lado. — Ele me ameaçou, segurando meu rosto com força e encarar seus olhos claros, cheio de um brilho doentio fez minhas pernas fraquejarem, e eu realmente só me mantive de pé porque ele continuava a me segurar firme. — Ah, você é tão linda, principalmente assim, quietinha. — Falou acariciando meu rosto, sua expressão raivosa já dissipada e um sorriso — que para qualquer um podia parecer maravilhoso, mas que pra mim só trazia temor — lhe adornava os lábios. — Adoro quando me olha com esses olhinhos assustados, é tão excitante! — Sussurrou passando o nariz por meu rosto e roçou seus lábios nos meus, engoli em seco e senti lágrimas chegarem aos meus olhos por saber o que viria a seguir.

Rapidamente, sua mão agarrou minha nuca e seus lábios chocaram-se contra os meus, movimentando-se violentamente, fazendo as lágrimas rolarem por meu rosto. Cerrei os dentes, tentando impedir que ele aprofundasse o contato, mas ele insistiu e apertou meu maxilar com força. Porém, antes que eu sentisse sua língua invadir minha boca, algo colidiu em nós, rápido e certeiro como um raio, afastando imediatamente o lutador de mim.

Eu já estava abalada com tudo o que tinha me acontecido nos últimos minutos, então o baque fez com que todo o restante de equilíbrio se esvaísse de meu corpo e eu fosse ao chão, enquanto lágrimas e mais lágrimas de alívio molhavam meu rosto. Porém, quando levantei os olhos e vislumbrei uma pequena multidão abrir espaço e se aglomerar ao redor de dois homens, senti meu interior se agitar novamente em receio ao perceber que não tinha sido qualquer pessoa a me separar do Luís.

Quando mirei o homem que estava agora sobre o lutador, possesso e o esmurrando sem dar trégua, percebi que sim, eu conhecia aquela silhueta; conhecia aquela camiseta branca colada e, principalmente, conhecia aquele cabelo maravilhosamente desgrenhado: era Pedro ali.

Pov Pedro

A música alta e envolvente só fazia a vibração da excitação em meu corpo aumentar. Karina sabia como me provocar, aquela loirinha era capaz de me deixar completamente louco sem muito esforço, e ela naquele vestidinho colado, rebolando grudada em mim, era mais do que o suficiente para me deixar no ponto. O que eu mais queria no momento era estar sozinho com ela, num lugar onde eu pudesse me livrar de nossas roupas e me perder em seu corpo, sem nada ou ninguém para nos interromper, porém, como sempre, a esquentadinha não facilita.

Eu sabia que ela queria tanto quanto eu, conheço minha namorada, sei que ela estava excitada, e o beijo que ela me deu só me comprovou isso, porém, ao invés de ceder às minhas — às nossas — vontades e aceitar ir embora daqui, ou pelo menos ir a um lugar mais reservado, ela preferiu continuar a me provocar e me mandou buscar uma bebida pra ela. E é por isso que estou agora, aqui, nesse bar, sendo atendido por uma bartender que mais parece uma tartaruga, e que está clarwm mais interessada em mim do que em realizar o seu trabalho, já que não para de flertar comigo.

— Prontinho, gato! — Ela enfim me entregou os pedidos e quase suspirei em alívio, pegando os copos com pressa, já pronto para ir ao encontro da Karina, quando ela se pronunciou novamente: — Hey, espera, não vai nem agradecer? — Questionou num tom meloso, um pequeno bico formando-se em seus lábios tingidos de vermelho.

— Ahn, é... — Comecei um tanto desconcertado tentando encarar os olhos dela e somente eles, mas confesso ser um pouco difícil, afinal, ela estava com um uniforme apertado e com um grande decote que praticamente fazia seus seios pularem pra fora, e detalhe: ela estava inclinada sobre o balcão, deixando-os ainda mais em evidência. — Valeu! — Falei por fim e quando estava novamente pronto para seguir rumo à minha namorada, senti a mão da garota segurar meu antebraço e a encarei.

— Eu prefiro outra forma de agradecimento. — Falou sedutoramente, enquanto aproximava seu rosto do meu.

Confesso, ela era bem atraente, eu seria hipócrita ou cego se dissesse ao contrário. Tinha cabelos compridos, lisos e tão escuros quanto seus olhos, lábios carnudos e bem desenhados, assim como um belo corpo e pelo o que pude perceber, ela também era uma mulher de atitude. Mas ela tinha um probleminha, algo que, por mais interessante que ela fosse, me impedia de aceitar suas investidas: ela não era Karina.

— Ah, gato, qual é? Não vai me dizer que você é do tipo difícil, hum?! — Ela reclamou quando virei o rosto e seus lábios rasparam em minha bochecha.

— Não sou do tipo difícil, sou do tipo comprometido. — Falei e ela deixou seu queixo cair alguns centímetros.

— É casado? — Questionou surpresa.

— Não, mas pretendo me casar um dia, e claro que a noiva será minha namorada. — Ela fez expressão de ofendida, mas eu sabia que era brincadeira, então brinquei também: — Desculpa aí, morena, mas eu prefiro as loiras. — Pisquei pra ela que sorriu e assentiu se dando por vencida.

— Então pelo visto ficaremos só na amizade. — Lamentou e eu sorri. — Prazer, Paola. — Disse me estendendo a mão.

— Pedro. — Falei cumprimentando-a mas quando me virei para ir embora, ainda pude ouví-la dizer:

— Hey, Pedro! Manda um "oi" meu para a loirinha de sorte que conseguiu fisgar um gostoso como você, que ainda por cima é fiel! — Apenas sorri e acenei, então enfim segui no meio daquela multidão dançante em busca da minha esquentadinha.

Era difícil passar por ali e manter as bebidas intactas, mas até que eu estava me saindo bem nessa missão, e pelo o que eu me lembrava, não faltava muito para chegar até onde eu tinha deixado a K, sorri ao pensar nisso, e meu sorriso só aumentou quando passei ao lado de um casal completamente envolto na batida da música e nos olhares um do outro, reconheci o lutador e a bailarina de imediato e realmente, era bom pensar que Cobra e Jade pudessem estar se acertando.

Porém, eu não sabia que a imagem que eu veria poucos passos à frente me faria sentir tão mal.

Quando meus olhos pousaram sobre a imagem da minha namorada nos braços de outro homem senti um misto de confusão, indignação, e admito, ciúmes. Os dois estavam praticamente grudados, e ela não parecia se esforçar para sair da posse dele, mas quando observei com atenção, percebi que ela não estava confortável ali, então por que não afastava o tal cara? Aliás, quem era o idiota? Eu não conseguia ver o rosto dele — pois estava enfiado no pescoço da Karina — e já estava mais do que irritado com o modo como ele tocava nela, mas então ele virou minha esquentadinha entre seus braços e eu pude enfim ver de quem se tratava. Nesse instante, senti algo escorrer por minhas mãos, mas eu pouco estava me importando para a bebida derramada, porque Luís estava ali.

Aquele filho da puta estava segurando o rosto da Karina com força, claramente ameaçando-a e à essa altura meus punhos já estavam cerrados, tudo o que eu queria no momento era socá-lo e essa vontade me consumiu junto a uma fúria crescente, assim que eu vi ele forçando-a a beijá-lo.

Não sei dizer como ou quando aconteceu, só sei que quando percebi, já estava em cima daquele maldito, socando sua cara com toda a força e raiva contidas em mim durante os últimos meses.

— É só isso o que você tem, guitarrista? Eu acho que mereço mais! — O maldito sorria enquanto me provocava e de certa forma, eu concordava com ele, ele merecia muito mais do que só uns soquinhos, mas por enquanto, eu estava me contentando com aquilo.

A principio, ainda consegui ouvir um burburinho ao redor, mas de repente tudo pareceu sumir e tudo o que importava era barulho provocado pelo meu punho na cara daquele desgraçado. Eu não ouvia nada, não via nada, só continuava a esmurrá-lo, vendo seu rosto inchar e sangrar cada vez mais, porém, o tal sorriso debochado ainda continuava lá. Entretanto, eu não permitiria que ele permanecesse. Eu arrancaria aquele sorriso dele, de preferência com todos os dentes juntos e para sempre.

Ouvi uma voz fraquinha me chamar, não atendi. A voz soou mais umas três vezes, até ser substituída por uma mais forte, que também ignorei, mas então me senti ser afastado do Luís, alguém literalmente me arrancou de cima dele e só então saí do transe, percebendo que Cobra me segurava com a ajuda de um segurança enquanto outros dois ajudavam ele a se levantar.

Cobra e Jade me lançaram olhares preocupados — mas eu sabia que Cobra compartilhava do mesmo sentimento que eu, já que ele parecia mais raivoso do que preocupado —, mas meus olhos não se detiveram sobre eles por muito tempo, já que insisti em acompanhar com o olhar o maldito lutador que saía do local amparado pelos seguranças e sob a escolta de Gael. E confesso, eu torcia fervorosamente para que o mestre terminasse o que eu tinha começado.

Eu ainda estava possesso e a adrenalina que percorria meu corpo só me fazia querer ir atrás de Luís e me certificar que ele pagaria por tudo, porém, antes que eu pudesse fazer algo, senti um pequeno corpo se chocar contra o meu e me abraçar com força. Percebi então que quem realmente merecia minha atenção estava ali, no lugar de onde nunca deveria ter saído então só a apertei com mais força entre meus braços, confortando-a e me acalmando também.

Pov Cobra

Sempre ouvi falar que o aniversário de dezoito anos era especial, mas eu jamais imaginei que justamente nessa festa — que por conta da Bianca, me fez ficar bons dias estressado — eu teria a oportunidade de ter minha dama novamente em meus braços.

Eu já tinha percebido hoje mais cedo, quando ela veio me cumprimentar, que ela estava mais receptiva. Jade me parabenizou e até me abraçou, era maravilhoso sentir seu cheiro e seu toque novamente, tanto que quando ela se afastou, eu só conseguia pensar num modo de tê-la comigo novamente, mesmo que só por hoje. Por isso, não desgrudei os olhos dela, e quando a vi sozinha na pista me aproximei, completamente obstinado a conseguir pelo menos uma dança com ela, e de fato, consegui.

Ela hesitou no início, mas com um pouco de insistência — e charme —, acabou aceitando. E foi muito melhor do que eu esperava, afinal, dançamos bem mais que somente uma música, e embora o silêncio prevalecesse entre nós, não precisávamos de palavras naquele momento: nossos olhares falavam por si só.

Entretanto, houve um momento que eu precisei arriscar ainda mais. Aproximei nossos rostos com cautela e senti ela ofegar, sorri.

— Dama... — Falei revezando o olhar entre seus olhos e lábios.

— Vagabundo... — Disse arfante, seus olhos também passeando por meus lábios, e quando ela suspirou, fechando-os, percebi que aquela era a deixa que eu precisava.

Rocei meu nariz no seu, pronto para atacar seus lábios, mas então senti alguém puxar meu ombro e amaldiçoei os sete infernos por ter que me afastar de Jade, justamente agora.

— Cobra, ér... preciso que venha comigo! — Era a Bárbara e apesar da frustração por ser logo ela a nos interromper, percebi que ela estava nervosa. Jade também percebeu e por isso ela ganhou nossa atenção. — Tá rolando uma briga, e bem, acho que o Pedro está envolvido.

— Briga? O Pedro? — Questionei incrédulo, ela assentiu veemente. — Mas o guitarrista não é de briga... não tô entendendo.

— Se ele é ou não é, não sei, só sei que ele tá prestes a matar o... cara! — Bárbara disse aflita. — E o pior é que ninguém quer mover um dedo pra parar aquilo, a Karina já está desesperada, vamos! — Falou me puxando pela mão e Jade veio junto a nós.

Percebi então, pela primeira vez, que realmente tinha algo grave acontecendo. As pessoas que tinham ao nossos redor quando Jade e eu estávamos dançando, tinham sumido e estavam agora aglomeradas em volta da provável briga. Só então eu me dei conta do quão envolvido eu estava com minha dama, pois a confusão era bem próxima de onde estávamos e eu não notei nada.

— C-cobra! — Ouvi Karina me chamar, seu rosto estava vermelho e molhado, seus olhos estavam inchados e senti um aperto no peito por ver minha irmã daquele jeito. — Por favor, não deixa ele fazer uma besteira! — Pediu me abraçando e eu senti seu corpo tremer em meus braços.

— O que tá rolando, amiga? — Jade fez a pergunta que eu não consegui fazer, por estar muito impactado com o estado de Karina.

— Luís... — Ela sussurrou se encolhendo em meus braços e foi impossível conter a raiva ao ouví-la pronunciar o nome daquele desgraçado. — Pedro tinha saído pra pegar umas bebidas, e-ele apareceu do nada e começou a se esfregar em mim, foi horrível!

— Filho da puta! — Quase gritei e senti ela tremer novamente.

— Mas tudo piorou quando ele forçou um beijo, e foi bem nessa hora que o Pedro chegou. — Falou e me encarou aflita. — Agora os dois estão brigando e eu não consigo fazer o Pê parar, me ajuda, Cobra! — Pediu e eu assenti, abraçando-a pelos ombros, abrindo espaço no meio da multidão.

Confesso, me surpreendi ao ver Pedro sendo tão agressivo. Ele parecia estar num transe, não parava de bater um segundo no cara, que estranhamente, não reagia.

— Pedro! — Karina gritou, mas ele sequer se mexeu. — Para, Pedro, por favor! — Ele pediu chorosa, sua súplica contrastando com os incentivos da multidão. — Pedro! — Ela gritou mais uma vez e então eu vi meu pai chegar com três seguranças.

— Já não era sem tempo! — Falei mais pra mim mesmo.

— Pedro, chega! — Meu pai falou, com sua melhor cara de indiferença e eu não conseguia entender como ele podia parecer indiferente àquela cena, afinal, ele sabia de tudo o que Luís tinha feito para Karina, e se Pedro estava naquele estado, era porque claramente o maldito lutador tinha aprontado mais uma. — Cobra, me ajuda. Tira ele daqui! — Ordenou e eu bufei, mas obedeci.

Consegui, com a ajuda de um segurança, afastar Pedro do lutador, mas era visível que a raiva ainda fervia em suas veias. Percebendo isso, comecei a me preocupar pensando que ele realmente poderia fazer alguma besteira, porém, quando vi minha irmã se lançar em seus braços e as feições do guitarrista relaxarem, percebi que estava tudo sob controle.

Voltei para o lado da Jade e notei que ela estava nervosa com tudo o que tinha acontecido, num impulso, passei meu braço por seus ombros, abraçando-a e me surpreendi quando ela não se afastou e se aconchegou ainda mais a mim. Foi impossível não sorrir.

É, parece que apesar dos desvios da noite, ainda posso nutrir alguma esperança de ter Jade junto a mim no fim das contas.

Pov Karina

— Pedro! — Gritei me jogando sobre meu namorado, completamente aliviada por estar novamente com ele. — Eu tive tanto medo, Pê, tanto medo! — Sussurrei com o rosto praticamente enterrado em seu peito, minha voz ainda entrecortada e embargada pelo choro que eu não tinha conseguido conter, senti ele me pertar com força em seus braços e seu corpo antes tenso, pareceu relaxar.

— Shh... amor, calma. Já passou, tá tudo bem... — Murmurou fazendo-me voltar a encará-lo e pude ver a sombra de preocupação que habitava em seus olhos, enquanto ele me analisava. Mas também percebi a raiva e indignação ainda presentes em suas íris castanhas. — Ele não vai mais encostar em você, Karina, eu prometo. — Assegurou firme, assenti e senti ele acariciar meu rosto molhado, selando nossos lábios carinhosamente, em seguida. — Me desculpa, linda, eu não devia ter te deixado sozinha. — Pediu aflito, eu neguei.

— Você não tem culpa, Pê. Eu te pedi pra ir, não tínhamos como saber que ele estaria aqui. — Falei colocando minha mão sobre a sua que permanecia em meu rosto, senti algo viscoso e vi ele fazer uma careta. — Espera, sua mão tá sangrando! — Eu disse exasperada, pegando sua mão entre as minhas, analisando os nós dos seus dedos, todos esfolados.

— A cara dele ficou pior. — Falou vitorioso, com um sorrisinho, revirei os olhos.

— Realmente, ficou. — Cobra riu concordando e eu me virei pra ele, percebendo que ele estava abraçado a Jade, sorri minimamente. — Mas fora sua mão, você está intacto, o que é realmente muito estranho, já que o cara é lutador e podia muito bem te dar uma surra, Pedro.

Meu namorado fez uma careta, mas concordou, pensativo. Porém, antes que ele dissesse algo, me senti ser abraçada num rompante e só reconheci quem me abraçava quando ouvi sua voz.

— O que aconteceu, Karina? Você tá bem? Ouvi falar que rolou uma briga, é verdade? — Bianca disparou e eu ri fraco, me afastando dela.

— Calma, Bianca, respira, eu tô bem. — Falei e ela ainda permaneceu alguns segundos me analisando, antes de assentir. — Realmente aconteceu uma briga, desculpa por ter atrapalhado sua festa. — Pedi e ela me encarou, indignada.

— Tá maluca? Tudo já voltou ao normal, não precisa se desculpar.

— Realmente não precisava, até porque ela foi a vítima. — Cobra evidenciou. — Vítima de mais uma maluquice daquele maidito Luís! — Completou entredentes, Bianca franziu o cenho, arregalando os olhos em seguida, então nós contamos tudo o que tinha acontecido pra ela e João, que somente agora percebi também estar aqui e ele parecia bastante preocupado com Pedro.

No fim, decidi que não conseguiria mais permanecer ali, então pedi que Pedro me levasse pra casa. Bianca e Cobra ainda permaneceram na festa e João e Jade também ficaram por ali — Jade à pedido de Cobra.

Saí de lá envolta nos braços de Pedro, ainda abalada, mas junto com ele, eu me sentia segura. Depois daquela noite maluca e agitada, tudo o que eu precisava era do carinho e proteção do meu moleque. Eu cuidaria dele e ele cuidaria de mim, e juntos ficaríamos bem, disso eu não tinha dúvidas.


Notas Finais


Luís desgraçado 😡😠
Levou uns socos mais do que merecidos.
Tadinha da K, ainda bem que ela tem o Pê.
E Cobrade, hein? Será que rola algo?
Já devo adiantar que o capítulo que vem vai ser muito Amorzinho para TODOS os casais, então se preparem e até lá, não deixem de comentar.
😘😘


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