História Incomplete - You are beautiful, Swan

Cheguei na Jolly Roger e aparentemente já todos se tinham recolhido para dormir. Andei o mais lentamente e levemente possível enquanto atravessava o convés até À porta da cabine do capitão, pois, no andar de baixo, era onde os marujos dormiam e eu não estava nada afim de estragar as suas horas de descanso. Abri a porta lentamente e vi Killian deitado na cama abraçando Henry que estava ao lado dele. Fechei a porta atrás de mim o mais silenciosamente possível e coloquei as minhas botas num canto. Eu costumava dormir numa rede que ficava num canto da cabine, pois, quando eu vim pela primeira vez para esse navio, quase implorei a Killian para não me obrigar a dormir com os outros homens e ele mandou Smee colocar a rede na cabine dele. Andei lentamente até uma espécie de criado mudo que se encontrava do lado da cama e me inclinei um pouco para apagar a vela quando ouvi Henry me chamar. Me levantei e olhei para ele que ainda estava dormindo, possivelmente sonhando. Ele se virou para Killian que o puxou para mais perto. Suspirei e apaguei a vela me dirigindo para o outro lado na cama. Hoje eu iria dormir com eles. Me deitei do outro lado de Henry e coloquei um dos meus braços sobre ele, o abraçando e o pequeno garoto rapidamente se virou para mim. Apoiei o meu queixo no topo da cabeça dele e comecei a fechar os olhos quando senti uma movimentação na cama e rapidamente senti o braço de Killian sobre mim, me puxando para perto, ou melhor, me puxando a mim e a Henry para mais perto.

- Emma? - Ele sussurrou e eu permaneci em silencio fingindo que estava dormindo. 

Ele não disse mais nada e por momentos pensei que ele também estava sonhando, até o sentir entrelaçar as suas pernas nas minhas e soltar um pequeno risinho abafado.

Não sei quando, mas acabei adormecendo e quando acordei na manhã seguinte, Henry não estava mais entre mim e Killian, pois, embora eu estivesse de olhos fechados, eu não sentia o seu pequeno corpo contra o meu. Abri os olhos vagarosamente e me deparei com a porta do quarto entre aberta. Levantei um pouco o rosto e olhei ao redor e só então percebi que estava, literalmente, deitada em cima de Killian enquanto os seus braços abraçavam fortemente a minha cintura como se tivesse medo que eu fugisse.

Tentei me soltar dos braços dele, mas sempre que eu conseguia levantar um pouco o tronco, ele fazia mais força e me obrigava a deitar de novo. Tentei muitas vezes até perceber que era inútil e acabar por deitar a minha cabeça no peito dele, como estava antes. Fiquei tanto tempo ali que, inconscientemente, comecei a brincar com os meus dedos no peito dele e só reparei no que estava fazendo quando ouvi uma pequena risada.

- Isso quer dizer que você já parou de me evitar, Swan? - Killian perguntou num tom sonolento e eu levantei o rosto para o encarar.

- Eu não estava o evitando. - Respondi, tentando me soltar novamente dos braços dele e, dessa vez, eu consegui, me levantando se seguida enquanto passava a mão nos cabelos para os arrumar minimamente. Eu iria agir como se nada tivesse acontecido. 

- Claro...Afinal, passar a tarde inteira não sei onde sem voltar para o navio e não conseguir olhar direito para o meu rosto não é evitar. - Falou irónico enquanto pegava o meu pulso e me puxava, fazendo com que eu caísse violentamente na cama, ou melhor, em cima dele.

-...O que está fazendo? - Perguntei enquanto ele trocava de lugar comigo, me fazendo ficar por baixo dele enquanto ele ficava por cima.

Ele ficou me olhando em silencio enquanto se apoiava com o seu braço esquerdo na cama, para o peso do seu corpo não ficar tão em cima de mim, e eu sentia os dedos da sua mão deslizando pelo meu pescoço. Logo senti a sua mão na minha nuca, puxando um pouco a minha cabeça para cima, enquanto ele se aproximava vagarosamente do meu rosto e então senti os seus lábios tocarem novamente os meus. Eu não sabia o que fazer. Minha cabeça dizia para o empurrar e me afastar de novo enquanto o meu coração implorava para eu permanecer ali. A língua de Killian entrou na minha boca e eu senti o meu coração batendo tão depressa que eu conseguia ouvir cada um dos seus batimentos na minha cabeça. Eu não conseguia me controlar mais. Eu estava terrivelmente apaixonada por Killian e, de uma maneira ou de outra, eu já não tinha uma reputação a manter e já tinha pecado no passado. Num movimento inconsciente, coloquei as minhas mãos no rosto dele, tentando o puxar para mais próximo, o proibindo de parar o contacto. Eu consegui sentir o coração de Killian acelerar no peito e a sua respiração ficar mais ofegante ainda com aquele simples toque.

Entrelacei as minhas pernas na cintura dele e senti ele se levantar, me abraçando para que eu não caísse, enquanto os nossos lábios continuavam colados. Rapidamente senti as minhas costas contra a porta e a boca de Killian descer para o meu pescoço enquanto a sua mão massageava a minha coxa. Eu não sabia o que fazer. Aquela era, tecnicamente, a minha primeira vez, já que na minha primeira vez eu estava entupida em rum e não sabia o que estava fazendo. Senti novamente a boca de Killian se colar À minha e, por alguns momentos, o ar se recusou a entrar nos meus pulmões.  A mão dele subiu para a minha cintura e eu entrelacei os meus braços no pescoço dele o puxando para mais perto enquanto senti as minhas costas se desencontrarem da porta e rapidamente serem deitadas em algo macio: de volta à cama. Eu estava deitada na cama com a pernas ainda entrelaçadas na cintura dele e ele estava unicamente inclinado sobre o meu corpo, me beijando, com a sua mão e o seu gancho pousados na minha cintura. Do nada, eu comecei a tremer, como se a minha consciência tivesse voltado das cinzas e estivesse gritando para que eu parasse, pois eu ainda tinha certa dignidade, mas eu rapidamente comecei a arranjar desculpas para levar aquilo avante. Minha mãe sempre me dizia que eu apenas me deveria relacionar com o homem que eu amava e, embora fosse difícil admitir, eu amava Killian, então, eu não estava fazendo nada de errado.

- ...Você está bem, Swan? - Killian perguntou ofegante, interrompendo o beijo, mas deixando o seu rosto a poucos milímetros do meu.

-...Estou...- Respondi, igualmente sem ar, fechando os olhos e me concentrando nas batidas extremamente descompassadas do meu coração.

- Você está tremendo... - Eu abri os olhos e abri um pequeno sorriso, levando as minhas mãos à camisa dele e começando a retira-la lentamente, enquanto ele permanecia parado olhando para mim surpreso. - Emma...- Tirei a sua camisa e a joguei num canto do quarto.

- Eu sei o que está pensando...mas eu não vou me arrepender...eu não tenho mais uma reputação para manter e a pouca de dignidade que me restava, se foi quando eu fui presa em Camelot. Eu não tenho nada a temer ou para me arrepender agora, Killian.

Killian sorriu e começou a retirar o meu sobretudo, o meu colete e o meu espartilho, que eu tinha esquecido completamente de tirar antes de me deitar, enquanto eu passeava com a ponta dos meus dedos nas linhas do peitoral dele como uma criança tocando em algo completamente novo e curioso. Eu não tinha mais coragem de olhar nos olhos dele. Embora ele já tivesse me visto sem roupa antes, agora eu estava sóbria e era completamente diferente...Quando ele já tinha tirado toda a roupa da minha parte superior, eu fechei os olhos, extremamente envergonhada, enquanto sentia o seu olhar sobre mim. Senti a sua mão entrelaçar os dedos na minha mão, que estava do lado da minha cabeça enquanto o seu gancho percorria cuidadosamente o meu ventre causando arrepios por onde passava. 

- Não fique com vergonha...- Senti a sua boca perto do meu ouvido e eu apertei mais a sua mão. - Você é linda, Swan...- E então senti novamente a sua boca distribuir longos beijos pelo meu pescoço, descendo até ao meu ventre, enquanto eu me segurava para não me contorcer a cada beijo e a cada toque dele.

A sua mão segurava firmemente a minha e a sua pele estava extremamente quente, sempre que o seu peito despido entrava em contacto com o meu busto e sempre que o seu olhar se encontrava com o meu eu podia ver um brilho diferente que eu não sabia direito se era apenas perversidade ou carinho. O seu toque, o seu beijo, as suas mãos, o seu olhar...tudo nele estava extremamente calmo naquele momento, como se ele estivesse aproveitando cada segundo, o que, para falar a verdade, eu também estava fazendo.

Ele me puxou um pouco para trás e, finalmente, subiu na cama, colocando o seu corpo sobre o meu enquanto continuava beijando o meu pescoço e eu levava as minhas mãos às suas costas, passeando por ali tentando me controlar, enquanto sentia o seu sangue ficar preso nas minhas unhas quando eu fazia um pouco mais de força nos dedos a acabava o arranhando, o que parecia não o incomodar minimamente.

O tempo poderia parar ali, pois, naquele momento, eu me sentia feliz nos seus braços.