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História Incomplete - If you are here, you are dead


Escrita por: Hikarry

Notas do Autor


Passado milhões de anos...I'm back!!!

Capítulo 32 - If you are here, you are dead


Minha cabeça latejava fortemente quando eu voltei à consciência. Movimentei o meu corpo lentamente, sentindo todos os meus músculos se queixarem quando roçavam um pouco mais violentamente no pano fino que estava por baixo do meu corpo e no cobertor quente que estava por cima. Quando consegui recuperar, minimamente, os movimentos da minha mão direita, tateei o lençol procurando por algum sinal. Alguma coisa. Alguém. Até sentir uma pequena mão agarrar a minha. Abri os olhos lentamente e cuidadosamente virei o meu rosto para o lado direito, me deparando com os grandes olhos verdes-claros, quase azuis, de Henry, que me encarava com uma pequena expressão de preocupação. Sorri de volta e ele fechou os olhos enquanto continuava segurando a minha mão com força. Fiquei o olhando calada até sentir a sua respiração ficar mais pesada e então, lentamente, me sentar na cama, sentindo as minhas costas reclamarem e um osso da minha coluna estalar quando encostei a mesma na barra da cama pequena e fria da cabine do capitão. Levei a mão esquerda lentamente ao peito, quando senti alguma dificuldade em puxar o ar para dentro, e então reparei que a única coisa que cobria o meu busto e a minha barriga eram algumas faixas medicinais meio molhadas. Ouvi uma cadeira ser arrastada e olhei para o lado direito, me deparando com os olhos azuis de Killian no meio da escuridão, que avançava para junto da cama, se sentando na beira da mesma, com cuidado para não machucar Henry. Voltei a fechar os olhos, sentindo os dedos da mão de Killian passearem pelos meus cabelos.

- Killian...-Chamei com uma voz rouca, quase num fio de som.

- Regina pegou demasiado pesado com você, Swan. - Explicou, num sussurro. Eu abri os olhos e desviei a minha atenção para a faixa branca que cobria o meu busto. - Como se sente?

- Para ser honesta...- Falei enquanto empurrava o cobertor para o lado, tentando não destapar Henry, e me levantava na cama, sendo amparada pelos braços de Killian quando senti uma tontura que quase me derrubou no chão. -...Estou completamente dolorida. - Fechei os olhos durante um tempo, apoiando as minhas mãos levemente nos ombro de Killian. 

- Me perdoe, Swan...mas você fica adorável quando está machucada. - Disse, deixando um sorriso perverso aparecer no seu rosto e eu o olhei entediada. - O que foi? Eu tenho culpa se você fica bela de qualquer jeito?

- Às vezes tenho a sensação que você não escuta o que diz...- Soltei as minhas mãos dos ombros dele e dei dois passos em frente, na direção da escrivaninha, onde ele, supostamente, estava sentado anteriormente.

- Vamos lá, amor. Vai ficar chateada porque a elogiei?  - Perguntou, cruzando os braços sobre o peito, enquanto me via pegar a minha camisa que estava nas costas da cadeira.

- Não se diz a uma mulher que está adorável quando está machucada. - Resmunguei, tentando colocar o braço esquerdo desajeitadamente na manga da camisa. - Aliás, não se diz isso para ninguém.

- Para quê tanto drama, Swan? - Perguntou enquanto se levantava e me ajudava a colocar o braço na manga. 

-Não é drama. - Resmunguei novamente, dando mais um passo para trás para me afastar dele. -  É a constatação de um facto.- Estiquei a minha mão até sentir o tecido fino do meu colete e comecei a vesti-lo, vendo os olhos de Killian seguirem todos os meus movimentos. - Pelo amor de Deus...-Me virei de costas para ele. - Às vezes você consegue ser insuportável.

- Você me suporta bastante bem, amor. - Falou cada palavra ritmadamente enquanto sentia a sua mão e o seu gancho pousarem na minha cintura. Aquelas palavras cheias de segundo sentido... - Se bem que eu sou mais do que você pode aguentar...- Senti os seus lábios beijarem a minha nuca e depois descerem lentamente para o meu pescoço, enquanto a sua mão descia um pouco da minha camisola, para deixar parte do meu ombro direito descoberto.

Senti a sua mão quente deslizar pelo meu braço e os seus lábios descerem pelo meu ombro enquanto o seu gancho se apoderava da minha pele por baixo da camisa. Eu queria me afastar, mas o meu corpo estava mole como se estivesse anestesiado e eu, inconscientemente, deixei a minha cabeça pousar no ombro de Killian, apenas sentindo o seu toque.

- Vão fazer isso na frente do garoto? - Ouvi a voz de Regina atrás de nós e rapidamente a minha consciência voltou, me fazendo dar dois passos em frente me afastando de Killian.

E assim começou mais um treino. Seguido de outro. E outro. E outro...E outro...Três meses ao todo. O tempo suficiente para os homens se fartarem de estar em terra e para eu melhorar bastante no quesito de controlar a minha magia. Sentir a magia fluir dentro de mim como se fosse sangue dentro das minhas veias era fantástico e uma sensação única de poder.

Nesse momento, eu estava ajudando os homens a limpar o convés, contrariando as ordens de Jones, ajoelhada no chão esfregando o chão com um pano encardido enquanto sentia o olhar contrariado de Killian sobre mim vindo de junto do leme. Eu só estava fazendo aquilo porque, para além de eu não ser verdadeiramente a capitã ali e ser apenas mais um dos marujos que tinha tanta obrigação de ajudar nas limpezas como os outros, eu precisava focar a minha atenção em alguma coisa para além do facto de hoje fazer quatro meses desde a morte do meu pai. Killian sabia disso e eu agradecia a Deus por ele ainda não ter tocado no assunto. 

Ouvi a porta da cabine do capitão ser aberta lentamente sendo acompanhada por um chiado e levantei os meus olhos para encarar o meu garoto saindo da cabine esfregando os olhos com a mão. Abri um pequeno sorriso e o vi corresponder, andando sonolentamente de seguida em direção de Killian.

Continuei fazendo o que estava fazendo apenas divagando na minha cabeça, pensando em tudo o que tinha acontecido nos últimos meses. Regina foi horrível comigo até eu aprender a controlar os poderes. Ela queria que eu a atacasse e que me defendesse direito e sempre que eu errava, ela machucava Killian que insistia em comparecer a todos os treinos embora eu quase implorasse para que ele ficasse no navio quieto cuidando de Henry.

- Emma...- A voz de Smee soou atrás de mim e eu parei de esfregar o convés, me mantendo na mesma posição, de joelhos no chão, olhando o pano molhado na minha frente. - Nós chegámos. - Suspirei e me levantei, jogando o pano no pequeno balde de madeira perto dos meus pés.

- Vamos acabar logo com isso...- Olhei ao redor e rapidamente reconheci as praias de areia branca da Floresta Encantada com o mesmo mar calmo de sempre. Olhei para Killian e ele estava descendo do tombadilho sendo seguido por Henry que andava como se fosse um pequeno soldado seguindo o seu capitão.

- Pronta, amor? - Ergueu as sobrancelhas quando chegou suficientemente perto de mim e eu suspirei, desviando o meu olhar para o pequeno Henry que agora estava distraído tentando pegar a espada que estava na bainha do cinto de Jones. Killian e eu iríamos sozinhos e poderíamos não voltar. 

Embora eu conseguisse controlar minimamente a minha magia e nós fossemos tentar entrar sem chamar a atenção, se Rumple nos pegasse, eu não prometeria que conseguisse nos salvar. Essa poderia ser a última vez que eu veria ele...pois se algo corresse errado eu iria teletransportar Killian de volta para o navio.

Me baixei para ficar ao nível de Henry e logo os seus pequenos braços rodearam o meu pescoço, fazendo o meu coração pular fortemente no meu peito. Eu acreditava que Killian, sem mim, iria conseguir criar o nosso garoto.

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Os mesmos guardas preguiçosos e desatentos continuavam junto do grande portão de grades negras do palacete que agora parecia mais sombrio do que eu me lembrava.

-Pronto? -Sussurrei tocando suavemente a mão de Killian que estava atrás de mim, se escondendo comigo atrás de um arbusto. 

- Eu estou se você estiver, Swan. - Respondeu, se levantando e começando a andar sorrateira, mas rapidamente, para as traseiras do palacete, sendo seguido de perto por mim. 

Killian rapidamente escalou o muro alto e cinzento das traseiras do palacete e, quando chegou no topo, estendeu a sua mão para me ajudar, a qual eu agarrei como se a minha vida dependesse disso, sentindo o meu leve corpo ser puxando por um impulso para cima do muro. Ele pulou instantes depois e eu olhei para baixo. O muro ainda era relativamente grande e a minha pessoa tinha certos problemas com alturas. Ele fez sinal com a mão para que eu pulasse e eu permaneci o olhando como se eu fosse um gato prestes a cair para dentro de um grande balde de água gelado. O ouvi bufar e então ele esticou os braços, me garantindo com um pequeno sorriso nos lábios que me apanharia. Respirei fundo e me sentei na beira do muro, me atirando de seguida com os olhos fechados sentindo os braços de Killian segundos depois nas minhas costas e na curva interna dos meus joelhos me segurando.

-Pode abrir os olhos, gatinha assustada. - Senti os lábios de Killian roçarem na minha bochecha e eu abri os olhos, sendo interceptada por aquela imensidão azul que era os seus olhos. - Duvidou que eu pegaria você, amor?

Suspirei e fiz sinal para que ele fizesse silêncio. Se nos pegassem ali, seriamos, possivelmente, mortos e eu ainda tinha muita coisa para viver. Senti a sola das minhas botas tocar suavemente no chão e logo depois olhei em volta procurando alguma evidência de problemas. O caminho estava limpo. A segurança de Rumple continuava a mesma incompetência de sempre. Peguei a mão de Killian, que estava distraído fazendo o mesmo que eu, e o levei junto comigo o mais silenciosamente possível para a segunda porta principal que ficava na parede lateral no palacete. Subi as escadas de mármore em ponta de pés, para o salto da bota não fazer barulho e quando cheguei no topo peguei a maçaneta dourada da porta, rezando para que estivesse aberta.

- Trancada...- Conclui num sussurro, depois de tentar girar a maçaneta cinco vezes.

- Se afaste, Swan . - Ele disse, me empurrando para trás dele.

-...O que você vai fazer? - Questionei, vendo-o colocar o bico do gancho na fechadura da porta.

- Vou lhe mostrar como conseguia abrir a porta da varanda do seu quarto. - Com um simples movimento de pulso, a porta se abriu e Killian se afastou, para que eu assumisse a dianteira. - Sabe como é...coisa de pirata. 

- Coisa de Capitão Gancho, você quis dizer. - Corrigi enquanto dava uma pequena espreitada lá para dentro.

Vazio. Os empregados deveriam estar comendo na cozinha, então, se nós não passássemos por ali, estaríamos seguros. Peguei a sua mão novamente e o puxei, fechando a porta atrás de nós.

Rumplestiltskin. Se você estiver aqui, você está morto.



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