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História Incomplete - A wrong with irreparable damage


Escrita por: Hikarry

Capítulo 9 - A wrong with irreparable damage


Cheguei no palacete o mais silenciosamente possível e corri para dentro dos muros antes que os guardas me pegassem. Os meus pés doíam. A minha mão doía. A minha cabeça doía. Tudo o que eu queria era chegar ao quarto e ficar lá deitada, não antes sem me certificar se a porta da varanda ou do quarto estavam trancadas. Entrei na casa e logo fui cumprimentada por duas empregadas. Aparentemente nem ali alguém sentia a minha falta. Talvez fosse melhor assim. Soltei as pontas do vestido, para que ninguém reparasse que eu estava descalça e subi as escadas num passo apressado, pois, segundo Rumpelstiltskin, uma dama só corre em casos extremos. Quando já estava na porta do quarto, avistei a minha dama de companhia, que tinha vindo comigo, se aproximar com um sorriso no rosto e rapidamente lhe pedi para que entrasse e me preparasse um banho quente. O mais quente possível. Ela assentiu e entrou comigo no quarto.

Enquanto ela arrumava o meu banho eu me sentei na penteadeira e olhei o meu aspecto. O meu coque estava completamente estragado e a minha maquiagem toda borrada. O meu vestido que antes era azul claro agora estava num azul sujo e escuro. Perfeito. Felizmente eu não tinha levado a minha coroa comigo, porque se não, com certeza, ela teria o mesmo destino dos meus sapatos.

A minha dama de companhia me chamou e eu entrei no banheiro. Eu, que agora estava tremendo de frio, relaxei automaticamente todos os meus músculos quando senti o ar quente que estava no banheiro. A dama de companhia me ajudou a tirar o vestido e eu pedi que ela o jogasse fora, se ele estivesse minimamente em bom estado, eu ainda lho teria oferecido, mas nem ela merecia um trapo como aquele. Ela se despediu e fechou a porta me deixando sozinha. A água estava coberta de espuma. Peguei um pouco de espuma na minha mão e soprei, fazendo algumas bolas de sabão voarem pelo espaço. Me aproximei de outra penteadeira que ficava no banheiro e comecei a tirar todos os grampos e enfeites que foram usados no meu cabelo até ele ficar totalmente solto.

Entrei na banheira e assim que a água quente tocou o meu corpo eu deixei escapar um suspiro de alivio. Comecei a esfregar o meu corpo para tirar todo o sal e areia e quando foi para lavar o cabelo, deixei o meu corpo escorregar para debaixo de água até a minha cabeça ficar totalmente submersa.

– Que bom...- Falei para mim própria quando voltei à superfície e passei as mãos pelos meus cabelos que agora estavam completamente lisos e molhados. Fiquei deitada na banheira por um bom tempo, atirando bolas de sabão para o ar e me lavando, até começar a sentir uma certa fome. Sai da banheira e comecei a secar o meu corpo e o meu cabelo. Como o meu cabelo era bastante comprido, eu demorava cerca de meia hora a seca-lo totalmente com a toalha e isso era o que me dava uma raiva incrível de tomar banho. Quando invenção uma engenhoca qualquer para secar os cabelos mais rápido?! Peguei o meu roupão branco e o vesti, apertando frouxamente o cinto do mesmo, afinal, logo eu iria vestir outro vestido qualquer. Abri a porta do banheiro e fui logo me dirigindo ao closet. Passei a mão pelos vestidos até parar num leve de tonalidade azulada.

– Acho que a sua cor é mais o vermelho, love. - Ao ouvir aquela voz me assustei e o primeiro lugar para onde olhei foi a porta da varanda. Aberta. Olhei para a minha cama e soltei o vestido, deixando-o cair no chão.

– O que raios você está fazendo deitado na minha cama?! - Berrei para o pirata sujo e nojento deitado alegremente na minha cama.

– O que foi, princesa? Não é a primeira vez que...- Não o deixei terminar, peguei o vestido azul que estava no chão e o taquei na cara dele fazendo um sorriso malicioso aparecer no seu rosto. - Uma dama não joga as coisas nos outros. - Falou enquanto erguia o vestido e o analisava. - Não tem nada mais...exposto...no seu guarda-vestidos, princesa?

– Saia daqui! - Berrei novamente rezando para que alguém me ouvisse gritar do lado de fora e viesse me ajudar. Ele soltou o vestido e o jogou em cima da cama. Os seus olhos azuis percorreram o meu corpo de cima a baixo dúzias de vezes e só então me lembrei que estava ainda com o meu roupão que estava apertado de uma maneira tão frouxa que dava para ver um pouco dos meus seios. - Pare com isso! - Gritei novamente, colocando os braços sobre o local onde um pedaço dos meus seios estavam descobertos.

– Não é nada que eu já não tenha visto. - Ele sorriu maliciosamente e se aconchegou na minha cama, sem desviar os olhos de mim por um segundo. Como aquele bastardo era capaz de dizer uma coisa daquelas?!

Percebi que tão cedo ele não iria sair dali, então, me voltei novamente para o guarda-vestidos. Olhei rapidamente e tirei o primeiro que vi. Um vestido leve verde com detalhes brancos e dourados. Andei em passos rápidos para o banheiro e me tranquei lá dentro. Quem aquele idiota pensava que era para invadir o meu espaço pessoal de novo, de novo e de novo?

Vesti o vestido lentamente, pois não estava assim tão habituada a vestir vestidos sozinha. Na minha opinião, umas calças apertadas, uma blusa e um colete eram muito mais fáceis de vestir do que um vestido, fosse qual fosse.

Quando sai do banheiro o primeiro local para onde olhei foi para a cama. Vazia. Suspirei de alivio e me dirigi para o local onde guardava os sapatos. Calcei um salto dourado e me sentei na penteadeira. Pelo menos poderia ter um pouco de paz, pensei eu. Comecei a pentear os meus cabelos enquanto cantarolava algo baixinho quando vi Killian encostado na parede, do lado da cama, me encarando. Soltei o pente e cruzei os braços, o encarando através do espalho.

– Muito bem, pode falar. O que quer de mim? Sabe que se o apanharem aqui, vai ser preso, não é?

– Estou esperando um pedido de desculpas, love. - Responde enquanto andava lentamente para uma janela que ficava do lado da porta da varanda. - E, não se preocupe, ninguém me vai apanhar aqui.

– Como pode ter tanta certeza nisso? Esse palacete está rodeado de guardas. - Estreitei os olhos.

– Guardas inúteis. Você já se fartou de gritar e ninguém apareceu. - Ele se aproximou de mim e colocou a sua mão no meu ombro direito, colocando o seu rosto do lado do meu, apoiando os seu queixo no meu ombro esquerdo. - E se está esperando meu irmão e a família magica, fique sabendo que eles estão ocupados. - Disse me encarando através do espalho, como eu estava fazendo com ele.

– Ocupados com o quê? Tentando descobrir qual é o novo esconderijo de um dos piratas mais nojentos que eu conheço? - Perguntei, abrindo um sorriso sarcástico.

– Mais nojentos? Não sei. Mais diabolicamente lindos? Talvez. - Respondeu sorrindo e eu o empurrei para que se afastasse de mim. Penteei o meu cabelo rapidamente e coloquei a minha coroa, ou melhor, tiara, na cabeça. Eu não iria ficar no mesmo espaço que ele por muito mais tempo, nem que me obrigassem, e como não havia jeito de ninguém aparecer e o tirar dali, sai do quarto.

O corredor estava vazio, parecia que todos os empregados tinham sumido. Olhei através de uma das janelas e tentei ver as horas através do sol. Era meio dia, possivelmente estava todo o mundo atarefado preparando o meu almoço e a sala de jantar. Pensei que assim ele me deixaria finalmente em paz, mas quando ouvi os seus passos atrás de mim, as minhas esperanças dissolveram-se. A fome que eu sentia sumiu e eu decidi sair de casa, pensando que assim ele se cansaria de me prosseguir e me dirigi ao jardim das traseiras que, infelizmente, não era vigiado. Quando deixei de sentir os passos dele atrás de mim, me virei para trás e suspirei de alivio. Aquela criatura tinha sumido.

– Bu! - Ouvi atrás de mim e, quando me virei, me deparei com o rosto de Killian a centímetros do meu. Como raios ele tinha chegado ali tão depressa? - Onde pensa que vai?

– Eu não penso, eu vou e você não vem atrás de mim. - Me virei no sentido contrario, em direcção aos portões do palacete e comecei a aumentar o ritmo do passo, quando ouvi os seus passos novamente atrás de mim. Me virei para trás irritada e lá estava ele, me seguindo como um cachorrinho sem dono e isso não era o que mais me irritava, o mais irritante naquele ser era que, enquanto me seguia, ele tinha um sorriso divertido no rosto. - Quer levar outro soco, é isso, capitão? - Resmunguei, parando de andar e cruzando os braços.

– Não compreendo o porquê de tanta violência para comigo, princesa. Qual foi o mal que eu lhe fiz? - Perguntou num tom sarcástico erguendo as sobrancelhas.

Me aproximei dele rapidamente e fiz com que os nossos rostos ficassem a centímetros de distancia.

– Mais mal do que possa imaginar. - Rosnei num sussurro coberto de raiva. - Um mal com danos irreparáveis que me vão perseguir para o resto da minha vida. - Me afastei dele lentamente e dei um passo para trás. - Lhe agradeço muito por isso, capitão. - Fiz uma pequena vénia, num enorme sinal e ironia, e voltei a andar em direcção aos portões. Olhei para os portões e, novamente, nada de guardas. Rumple precisava, urgentemente, contratar novos guardas. Passei os portões e comecei a andar em direcção àquele enorme parque por onde passava o rio. Killian continuava atrás de mim e, quando realmente me fartei, me virei para trás e o encarei, pela milésima vez só naquele dia. - Porque está me seguindo como um cachorrinho sem dono? - Parei de uma maneira tão brusca que ele quase esbarrou em mim.

– Já respondi a essa pergunta. Não gosto de falar duas vezes. - Abri, novamente, o seu sorriso malicioso e eu bufei, voltando a andar.

– Emma? - Ouvi alguém me chamar e me virei para trás rapidamente, fazendo Killian quase esbarrar em mim de novo.

– Graham? - Perguntei completamente surpresa, ao ver o homem de olhos perfeitamente verdes tirar o capacete e descer do seu cavalo castanho claro. - O que está fazendo aqui?! Não deveria estar no palácio? - Questionei completamente confusa, mas ao mesmo tempo, feliz. Corri (Sim, eu corri. Aquele momento era de extrema importância) para os braços dele que me apertaram um abraço caloroso, me esquecendo por uns momentos que um pirata irritado nos observava.

– Como não respondia as minhas cartas, fiquei preocupado. Peguei o meu cavalo e vim ver se estava tudo bem. Fui na casa do Lorde, mas ninguém sabia onde você estava, quase todos diziam que você tinha saído de manhã e ainda não tinha voltado, então vim procurá-la. - Nessa altura já estávamos no meio do mato, que dava para o tal jardim que era a minha linha de chegada.

– Estava com saudade. - Sussurrei enterrando o meu rosto na curva do pescoço de Graham que fez com que todos os seus músculos ficassem tensos. Ele não estava habituado que eu o abraçasse daquela maneira e, eu também só o estava fazendo, porque estávamos no meio do mato e a única pessoa que estava ali para ver era o homem que destruiu toda a minha vida, vulgo, Killian Jones. - Meus pais...deixaram que você viesse? - Falei me afastando um pouco para conseguir olhar os seus olhos quase tão verdes quando os meus.

– Não. - Respondeu envergonhado e eu ri da cara adorável que ele fez.

– Quem é esse...cavaleiro? - Ouvi uma voz irritante atrás de mim perguntar com um leve toque de ciume na voz.

– Ah...Tinha esquecido completamente de você...- Falei me virando para o outro moreno - Pensei que ao se sentir ignorado iria embora mais depressa, mas parece que não. - Ele sorriu de lado.

– Eu não fui embora, princesa. Você me conhece bem, demasiado bem, e sabe que eu nunca desisto dos meus objectivos. - Falou para mim, mas os seus olhos estavam focados em Graham que estaria morto se os olhos de Killian fossem espadas. - Quem é o príncipe encantado?

– Meu pai. - Debochei e Graham riu, fazendo com que Killian o olhasse com ainda mais raiva no olhar.

– Quem é esse homem, Emma? Não sabia que tinha mais amigos homem para além de mim e Baelfire. - Agora Graham também o olhava com pura irritação no olhar.

– E vocês são os únicos amigos homens que eu tenho, esse homem é apenas...- Olhei Killian de cima a baixo e sorri sarcasticamente. -...Apenas um pirata. Killian imprestável Jones.

– Killian Jones? - Graham o olhou de cima a baixo. - Não sabia que o príncipe de Camelot era um pirata...-Só depois ele reparou no gancho e rapidamente desembainhou a sua espada contra Killian. - Capitão Gancho.

– A minha fama me persegue. - Killian falou cruzando os braços.

– O que está fazendo no meio do nada com um pirata, Emma? Você está saindo às escondidas com o Capitão Gancho?! O que há entre vocês?! - Graham perguntava tão rápido que eu tinha dificuldade em perceber as perguntas.

– Eu não estou saindo com Killian nem às escondidas nem às claras! Não tem nada entre mim e ele! Gancho que está me seguindo como um cachorrinho sem dono! - Reclamei irritada enquanto Graham me colocava atrás de si e aproximava mais a espada de Killian, que olhava para a cena com uma visível diversão. - E você, Killian...- O encarei. - agora eu tenho uma nova e boa companhia coberta de classe. Se dá licença, pode ir embora e nos deixar sozinhos.

– A nossa conversa não termina aqui, Swan. - Ele baixou a espada de Graham com o indicador e me encarou. - Isso ainda não acabou.

Eu ri a passei por Graham , para me colocar bem na frente de Killian.

– Não me importa se acabou ou não, eu só preciso que coloque uma coisa na sua cabeça. - Agarrei a gola da jaqueta dele e aproximei o seu ouvido da minha boca. - Eu não vou cair na sua novamente. - Sussurrei e o soltei, empurrando-o bruscamente. - Como já disse, eu sou loira, mas não sou burra. - Sorri cínica e me aproximei de Graham que me ajudou a subir no cavalo. Enlacei os meus braços na cintura dele e saímos dali cavalgando deixando para trás um pirata provavelmente enraivecido.



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