1. Spirit Fanfics >
  2. Inconsciente Promessa >
  3. Irmãos Uchiha!

História Inconsciente Promessa - Irmãos Uchiha!


Escrita por: ASandini

Notas do Autor


Olá querides!!

Eu sei que faz muuuiiito tempo desde que postei pela última vez, contudo, o segundo semestre de 2020 foi muito corrido pra mim, muita coisa para fazer e tão pouco tempo.
Espero que esse semestre não seja tttaaaãããõooo atribulado e que eu consiga postar com mais assiduidade! (torçam por mim!)
Outro coisa, dei uma revisada nos capítulos anteriores, mais para corrigir gramática e concordância, então se assim como eu, você tem o hábito de reler toda a fic quando sai capítulo novo, não se assuste se algo estiver levemente diferente.
PS: Com certeza este capítulo será revisado antes de eu postar um novo!

AHHH! E neste capítulo que vocês descobrem o porquê do nome desta fic!

Abaixo algumas imagens que inspiraram este capítulo! Espero que gostem!

Capítulo 8 - Irmãos Uchiha!


Fanfic / Fanfiction Inconsciente Promessa - Irmãos Uchiha!

Para facilitar o entendimento:

“O que estiver entre aspas são diálogos.”

O que estiver em itálico são pensamentos ou conversa mental com bijus.

[o que estiver em colchete são traduções]

 

Capítulo 07: Irmãos Uchiha!

 

“Sasuke.”

Ao ouvir seu nome, o ninja desvia o olhar da figura envolta numa capa preta com nuvens vermelhas que o aguardava sentado numa formação rochosa no topo da colina e o fixa nos olhos azuis de Naruto. “Eu e Juugo desceremos até a vila para comprar provisões.” Ele sente a mão do amigo apertar-lhe confortadoramente os ombros, antes deste lhe sussurrar. “Tente não bater muito forte, afinal ele ainda está doente.” E sem esperar resposta, Naruto, acompanhado por Juugo, segue em direção a pequena vila, deixando Sasuke sozinho para conversar com Itachi.

Sasuke era grato pela consideração do amigo. Ele não sabia como sua conversa com Itachi se desenrolaria, mas ter privacidade para isso o ajudava a se sentir menos exposto, vulnerável. Principalmente levando em conta que ele não fora si mesmo nos últimos dias, que o seu estado emocional estava fragilizado.

Saber a verdade o abalara profundamente.

Era como se ele tivesse sete anos novamente e a realidade em que ele estruturara sua vida não mais existisse. Seu mundo fora virado de ponta-cabeça, num momento Itachi era o vilão que assassinara todo seu clã, no outro ele era o shinobi fiel a sua Vila, a quem foi ordenado eliminar a ameaça à segurança de Konoha, seu clã. Logo, não era surpresa que ele se encontrasse num completo caos emocional.

Em poucos dias, Sasuke teve que rever conceitos e ‘verdades’ que nortearam sua vida por quase uma década. Reconhecer que ele não queria matar (perder) Itachi e que ele amava seu irmão apesar de suas ações fora apenas o primeiro passo para desbloquear suas emoções. A partir daí, Sasuke teve que navegar pelo lamaçal de emoções em que se encontrava e ele só pôde e só conseguiu fazer isso porque Naruto estava a seu lado.

Nos últimos dias, Naruto fora sua pedra de apoio, seu porto seguro. Foi a presença reconfortante e constante do amigo que permitiu que Sasuke reavaliasse sua vida. Quando seus sentimentos e pensamentos estavam num caos e ele não sabia o que pensar ou fazer, era Naruto quem o ancorava, quem o impelia a respirar fundo e a se acalmar, quem o ajudou a enxergar a situação com outro olhar.

Foi Naruto quem o fez lembrar que desde o início da academia, todos os candidatos a shinobi têm entranhados dentro de si as responsabilidades de um ninja: a lealdade à Vila e o cumprimento de ordens/missões acima de qualquer coisa. Assim, ao relembrar memórias da infância, Sasuke percebeu que Uchiha Itachi era um ninja que seguia as regras de sua Vila. Mesmo sendo dolorido admitir isso, foi lógico reconhecer que Itachi, como shinobi leal que era, não se furtaria a cumprir a missão que lhe foi dada – eliminar os incitantes de uma guerra civil, mesmo que esses instigadores fossem seu próprio clã.

Saber que seu clã arquitetou uma tentativa de golpe contra Konoha foi uma surpresa para Sasuke, e não uma das mais agradáveis. Entretanto, agora que ele se permitia pensar no clã e reviver as memórias dos dias que antecederam ao massacre, ele facilmente identificou os indícios que constatavam o descontentamento dos Uchiha com a Vila, os vários encontros entre Fugaku e os outros membros mais velhos do clã e, principalmente, o atrito velado entre Itachi e o clã.

Contudo, ao compartilhar essas memórias com Naruto, este o fez refletir sobre outra questão: o fato de que Itachi tinha apenas treze anos quando a ordem de massacrar seu clã lhe foi dada. Apesar do mundo shinobi considerar ninjas, seja genin, chûnin ou jôunin, adultos, a verdade é que emocionalmente muitos ainda são crianças, ou seja, não possuem maturidade emocional. Mesmo com todas as aulas de psicologia e comportamento humano oferecidas pela Academia, esses ninjas são sabem se proteger contra abusos emocionais e, infelizmente, seu irmão mais velho era um deles. Itachi era apenas uma criança quando Danzôu o coagiu com sua proposta, um adolescente facilmente manipulado quando a coisa que ele mais ama – seu irmão mais novo – foi ameaçada e barganhada em troca de sua ajuda.

Naruto o fez ver que Itachi foi mais uma vítima de Danzôu. Que o líder da Anbu Raiz sabendo da insatisfação dos Uchiha, do ódio contra a vila que pouco a pouco dominava a todos no clã, sabendo que o medo de Itachi era que algo acontecesse a Sasuke, ou seja, tendo pleno conhecimento da escuridão que habitava dentro de cada Uchiha, Danzôu usou essa escuridão para manipular a todos e conseguir o que queria: o extermínio do clã Uchiha e acesso ao sharingan.

Toda essa situação apenas reforçou o que Naruto lhe ensinara, que a escuridão dentro de nós – quando não reconhecida e/ou aceita – pode ser usada por outros a fim de nos manipular, assim como Itachi foi manipulado por Danzôu e Obito ou como o próprio Sasuke foi manipulado por Itachi e Orochimaru.

Entretanto, apesar de todas essas descobertas e análises sobre os motivos por trás do massacre e as ações de Itachi, o fato mais importante que Naruto o fez perceber era que para Sasuke a questão não se resumia entre certo ou errado, entre inocente ou culpado, mas sim do que ele, Sasuke, sentia e queria. Porque, quando vier a público a verdade sobre o massacre, Itachi será reconhecido e exaltado como um ninja fiel à konoha, o qual não cometeu um crime, mas sim cumpriu com sua missão. Para o mundo shinobi não importava que Itachi assassinou seu clã, seus pais, que ele devastou o mundo de Sasuke deixando-o órfão e sozinho; para eles o que importava era que a missão fora cumprida. Portanto, para Sasuke, a questão não era se Itachi agiu certo ou não, a questão era o que Sasuke desejava de seu relacionamento com Itachi. E para essa questão, Sasuke ainda não tinha resposta, mas ele esperava achá-la agora.

Determinado Sasuke caminha em direção a formação rochosa na qual seu irmão mais velho o esperava. Conforme ele se aproximava, Sasuke cataloga as diferenças encontradas em Itachi. Este apresentava olheiras escuras e sulcos profundos no rosto, sinais de noites mal dormidas e de cansaço. Apesar da postura aparentemente relaxada, Sasuke nota a tensão na linha dos ombros, indício de que Itachi estava nervoso. Ao olhar nos olhos de seu irmão mais velho, Sasuke repara que por trás do olhar sereno, há uma sombra de dor e incerteza. Tão absorto que estava em observar seu irmão mais velho que Sasuke não registrou que parara a poucos passos dele, sendo surpreendido pela voz de Itachi.

“Olá Otouto.”

Otouto.

Com uma simples palavra, Itachi conseguiu desequilibrar Sasuke e todo o planejamento emocional a que ele se impôs para esse encontro. Toda a meditação para se manter calmo; a cuidadosa lista de perguntas e argumentos que imaginou para sua conversa com Itachi; toda a simulação mental e emocional que Sasuke julgou que sentiria e se preparou de acordo; tudo perdido por conta de uma única palavra.

Otouto.

Uma simples palavra e Sasuke é remetido ao passado. Sasuke se lembra de tardes assistindo Itachi e Shusui treinarem; de passeios pela Vila que sempre acabavam com o sabor e melaço de dango nos dedos; de que foi Itachi quem lhe ensinou seu primeiro jutsu de fogo; de Itachi corrigindo seu taijutsu; Itachi prometendo lhe ensinar um novo truque para atirar kunai; de que foi com Itachi que ele comemorou seu primeiro dia na academia ninja; de que era Itachi quem demonstrava orgulho e interesse pelas pequenas conquistas de Sasuke; ele se lembra de adormecer após treinar escondido e acordar sendo carregado nas costas pelo irmão; ele se lembra de abraços e brincadeiras; de sermões e horas de estudo; de sonecas na varanda; de dedos gentis em sua testa.

Sasuke se lembra de um fim de tarde sombrio; do vento estagnado que não dava vida a nada; do silêncio mórbido que a tudo calava; Sasuke se lembra de caminhar e não encontrar ninguém; ele se lembra de corpos caídos; de manchas no chão e nas paredes; ele se lembra de chamar por seus pais, por Itachi e não obter resposta; ele se lembra do medo e do desespero; ele se lembra da cor vermelha; de olhos vermelhos; de olhos vermelhos inundados pela tristeza e dor; de olhos vermelhos que choravam; ele se lembra de um Itachi, que não parecia seu Itachi, recortado pela luz da lua; um Itachi frio de palavras doloridas; ele se lembra da dor, do medo, da angústia intensa; ele se lembra de estar sozinho.

Sasuke se lembra de acordar de um pesadelo para descobrir que a realidade era bem pior; ele se lembra da dor, do medo, da tristeza e da angústia de se encontrar sozinho; ele se lembra de chorar, de soluçar, de pedir angustiado para que tudo seja uma mentira; de pedir angustiado pela ajuda de alguém; de implorar desesperado pela volta de Itachi; ele se lembra de estar sozinho; da total impotência em mudar sua realidade; Sasuke se lembra de descobrir-se abandonado; da completa e devastadora dor de ser abandonado, descartado; de uma angústia tão imensa que o matava por dentro; Sasuke se lembra que mesmo com tanta tristeza, dor e sofrimento ele ainda queria a presença de seu irmão mais velho; ele se lembra de acordar desejando que aquele fosse o dia que ele viria seu irmão novamente; Sasuke se lembra da raiva; ele se lembra da raiva por Itachi não estar ao seu lado; da raiva e da dor por Itachi não precisar da sua presença, como ele precisava da do irmão; da raiva e da dor por Itachi abandoná-lo tão facilmente; mas, principalmente, Sasuke se lembra da raiva e da dor causada pela ausência de dedos gentis na sua testa.

Dentro de Sasuke, a alegria por finalmente ver o irmão e ouvir o familiar ‘otouto’, se mistura a raiva, dor e tristeza acumulados pelos anos e ao angustiado desejo de uma explicação: por que Itachi o abandonou? Por que ele não o levou junto? Por que ele não tentou entrar em contato durante todos esses anos? Por que ele não sentiu saudades como Sasuke? Por que Itachi o deixou para trás se o ama tanto? Por que? Por que? Por que?

“Por que, Itachi?!”

Ao receber apenas um olhar triste e resignado, Sasuke se enfurece. Raiva, dor e tristeza se unem ao medo pela incerteza da resposta. Sasuke queria uma resposta e ele a teria, nem que tivesse que extraí-la por meio de socos e pontapés.

Num rápido movimento, Sasuke deferi um chute na formação rochosa, onde segundos antes Itachi estava sentado. Sem dar trégua ao irmão, Sasuke o ataca com vários movimentos de taijutsu, contudo, Itachi apenas desvia dos golpes sem contra-atacar, o que enfurece Sasuke ainda mais, pois, ele esperava descobrir o que Itachi sentia por meio de seus golpes.

“Por que, Itachi?! Por que?!”

Desesperado, Sasuke renova a sequência de golpes, tendo o cuidado de não infundi-los com chakra – o lembrete de Naruto, de que Itachi estava doente, ainda estava vívido em sua memória. Aproveitando-se de uma abertura, Sasuke consegue deferir vários socos em Itachi, antes deste se afastar cuspindo sangue.

“Eu sinto muito, Sasuke.” Novamente o olhar de tristeza e resignação no rosto de Itachi.

Não, não, não. Não era essa a resposta que Sasuke buscava. Por que Itachi não lhe respondia? Por que ele não lhe explicava. Sasuke estava cansado da incerteza, cansado de se sentir sozinho, cansado de não saber os motivos que levaram Itachi a abandoná-lo.

“POR QUE ITACHI?! POR QUE?!!!”

Limpando o sangue da boca, Itachi olha para Sasuke e respira profundamente. “Por que eu sou fraco, Sasuke. Eu não era forte o suficiente para mudar o pensamento do clã, de nossos pais. Eu não era forte o suficiente para mudar a Vila. Eu sou fraco Sasuke e em minha fraqueza eu aceitei a proposta de Danzôu. Porque eu sou fraco, eu não consegui salvar meu amigo, meu clã, minha família.”

Fúria e angústia se apoderam de Sasuke. Itachi não o estava ouvindo, não era esta a resposta que ele buscava.

“Por que, Itachi?!” Sasuke acerta um chute em Itachi, mandando-o longe. “POR QUE, ITACHI?!!!” Sasuke mal dá tempo para o irmão se levantar e acerta-o com uma sequência de socos. “POR QUE? POR QUE?!! POR QUE, ITACHI???!!!” Novo chute faz Itachi cair ao chão, sendo imobilizado por Sasuke. “POR QUE, ITACHI???!!!! POR QUE VOCÊ ME ABANDONOU, ITACHI??!! POR QUE ??!! POR QUE ???!!! POR QUE VOCÊ ME DEIXOU PARA TRÁS???!!! POR QUE VOCÊ NÃO ME LEVOU JUNTO, ITACHI??!! POR QUE, ITACHI??!! POR QUE?????!!!!!!!”

Chorando copiosamente, Sasuke socava levemente o peito de Itachi, enquanto indagava continuamente ‘por que’.

“Ah, Sasuke...”

Sasuke sente o irmão abraçá-lo. Contudo, é a voz embargada de Itachi que lhe chama a atenção. Nela, Sasuke ouvi o reflexo das emoções que sentia: a dor da solidão, o desejo de estar junto, a incerteza de ser amado, a culpa pelo sofrimento causado, a esperança de um futuro junto. Abraçado ao irmão, Sasuke repete sua pergunta. “Por que, Itachi?”.

“Eu cometi muito erros, Sasuke. Erros dos quais eu me arrependo profundamente. Eu te causei muita dor e tristeza e não importa o quanto eu me desculpe ou me penitencie nunca será suficiente para minimizar o que fiz. Contudo, mesmo que você não acredite nisso, eu nunca te abandonei, Sasuke, eu sempre te amei e amarei.” Sasuke sente os braços de Itachi lhe apertarem fortemente contra seu peito. “Eu sou fraco, Otouto, e tive medo. Medo de que caso você soubesse a verdade, se me entenderia ou não, se me odiaria ou não, se seria capaz de continuar me amando ou não. Por ser fraco e sentir medo, eu decide que o melhor era não lhe contar a verdade e fazer você me odiar. Hoje eu sei que errei, Sasuke, entretanto, as decisões que tomei foi por acreditar que elas eram as melhores para o seu bem-estar.”

Gentilmente, Itachi os vira de lado, de forma a ficarem deitados lado a lado. “Eu sinto muito por todo o erro, toda a dor e sofrimento que eu te causei, Sasuke, mas eu nunca te abandonei. Eu te observava de longe. Enquanto esteve em Konoha, o Sandaime me informava sobre você e seu progresso e, mais tarde, quando você se junto a Orochimaru, eu usei espiões da Akatsuki para me manter informado. Eu posso não ter estado ao seu lado, Sasuke, mas eu nunca te abandonei ou descartei. Você é a razão porque eu sigo em frente, o quê me é mais importante e caro nesta vida. Se eu tivesse abandonado o meu único motivo para viver, a pessoa a quem eu mais amo, eu estaria morto, Sasuke. Então acredite quando eu digo que eu nunca te abandonei e que eu te amo, otouto.”

Sasuke ficou abraçado ao irmão, chorando a tristeza e solidão de anos. Quando finalmente conseguiu se acalmar e Itachi afetuosamente limpou-lhe o rosto, Sasuke olhou solenemente nos olhos do seu irmão mais velho. “Daqui para frente você ficará ao meu lado, Aniki.”

E desta vez foi Itachi quem chorou e sorriu, enquanto levantava dois dedos e tocava a testa de Sasuke. “Sim, otouto.”

Por um tempo os irmãos ficaram abraçados, se confortando com a presença um do outro. Então, gradualmente Itachi começa a contar sobre o descontentamento do Clã; de como a Vila desconfiava dos Uchiha; das tentativas frustradas que ele e Shisui fizeram em tentar mudar a mentalidade do clã; de como Danzôu roubou o olho de Shisui e que este decidiu tirar a própria vida entregando seu outro olho a Itachi; ele confessou a relação de atrito com os pais; a proposta de Danzôu e a ameaça à vida de Sasuke; as conversar com Obito e como este decidira eliminar de qualquer forma os Uchiha; do acordo feito com o Sandaime para espionar a Akatsuki em troca de Sasuke ser protegido; das informações que recebeu do Sandaime ao longo dos anos; sobre a solidão de não ter mais a presença de seu otouto; do desejo de estar ao lado de Sasuke; da culpa, a imensa culpa por ser fraco, pelos enormes e muitos erros cometidos e da esperança de finalmente reatar seu laço com Sasuke.

Durante a explicação de Itachi, Sasuke gentilmente acariciava os cabelos cumpridos do irmão, assegurando-o pelo toque que ele estava ali, que ambos não estavam mais sozinhos. Quando Itachi terminou seu relato, Sasuke abraçou-o forte e lhe ofereceu a única verdade e balsamo para a ferida. “Eu te amo, aniki.” Sasuke abraçou-o ainda mais forte, ao sentir Itachi ser sacudido pelo choro e soluços silenciosos, até que esse finalmente cedeu ao cansaço emocional e adormeceu.

Acariciando os cabelos do irmão adormecido, Sasuke pensa no seu eu do futuro e a excruciante dor que ele deve ter sentido ao matar Itachi, para somente depois descobrir sobre a verdade do sacrifício de seu irmão. Apesar de saber os motivos que fizeram o eu mais velho do Naruto viajar no tempo, Sasuke era grato pela oportunidade de salvar o irmão e não cometer o mesmo erro que o seu eu do futuro. Ele sabe que o seu relacionamento com Itachi não será o mesmo da infância, havia muita dor e culpa maculando a inocência daquele laço. Contudo, neste momento, com seu irmão mais velho adormecido em seus braços, Sasuke decide que ele se esforçaria ao máximo para que Itachi fosse feliz e que o laço fraterno entre eles fosse recuperado.

Sasuke entendia a dor de Itachi, a dor de se saber fraco, de não conseguir proteger o que lhe é importante. Portanto, Sasuke faz uma promessa a si mesmo – ele se tornaria mais forte. Forte para proteger aqueles que lhe são importantes e o que for importante para suas pessoas importantes. Determinado, Sasuke promete a si mesmo se tornar mais forte para proteger Itachi e Naruto. E se Konoha era importante para suas pessoas importantes, então, Sasuke daria tudo de si para proteger a Vila da Folha.

Ele tinha consciência de que grandes perigos e inimigos impressionantes o aguardavam no futuro - a ameaça de ressurreição da Deusa Kaguya e Madara, a malícia de Zetsu e o distorcido desejo de paz de Obito e da Akatsuki. Contudo, Sasuke recebera uma segunda chance e ele não iria desperdiçá-la.

E quanto ao fato de reconhecer o dobe como sua pessoa importante, bem, Sasuke finalmente aceitou a verdade que se fez evidente desde a sua luta com Naruto, a de que o loiro sempre se manteve a seu lado – mesmo com todos as ofensas e dores que Sasuke lhe causou – Naruto era uma constante em sua vida, alguém que ele sabia que sempre estaria ali, ao seu lado, seu porto seguro. Sasuke finalmente admitiu para si mesmo que, desde o massacre, ele só conseguiu seguir em frente, só conseguiu achar seu lugar no mundo porque Naruto criara um lugar para ele. Naruto era a ‘casa’ que o reconhecia, que conhecia suas dores; a ‘casa’ que o acolhia; a ‘casa’ que o aceitava como ele era; a ‘casa’ que tentava o proteger contra as algúrias do mundo; Naruto era a ‘casa’ para qual ele voltava. E agora era sua vez de proteger sua ‘casa’.

O que Sasuke demorou a perceber é que seu lugar no mundo, sua ‘casa’, fora criada ainda na infância, quando duas crianças solitárias, a beira de um rio, olharam uma para outra e firmaram uma inconsciente promessa. A inconsciente promessa de sempre estarem juntos.

 

*****************************

 

O grupo finalmente chegou ao ponto de encontro, o qual localizava-se numa pequena clareira em meio a floresta que delimitava a fronteira de Konoha, local no qual o restante do Time 07 os aguardava. A viagem entre a pequena vila em que encontraram Itachi (na divisa entre o País do Vento e da Pedra) até a Vila da Folha fora tranquila, apesar de um certo nervosismo nas interações entre os irmãos Uchiha.

Naruto recorda a cena que ele e Juugo presenciaram ao retornar da pequena vila em que buscaram provisões – Itachi adormecido com a cabeça no colo de Sasuke. O amigo apresentava uma expressão tão serena, a qual o loiro só se recordava de ter visto em suas memórias do futuro. Os dias de viagem até Konoha só confirmaram este novo contentamento e paz que o Uchiha mais novo exalava, principalmente, quando Itachi aproveitou as pausas no percurso para ensinar Sasuke a usar o mangekyo sharingan.

O relacionamento dos irmãos Uchiha parecia se fortalecer a cada dia, mesmo que este ainda fosse acompanhado por uma certa tensão, mas esta parecia ser advinda do nervosismo de não querer fazer ou falar algo errado e magoar o outro. Era uma tensão na qual duas pessoas que se amam muito se machucaram mutuamente, mas estão resolutas em participar ativamente da vida um do outro e fazê-lo feliz. Era a tensão gerada pelas incertezas do caminho a ser trilhado, entretanto, o desejo de um novo recomeço e uma nova felicidade, os fazia seguir em frente e proteger esse novo laço.

Naruto estava contente por Sasuke e Itachi. Ambos mereciam uma chance de se entenderem e serem felizes. O loiro só esperava que o relacionamento de Sasuke com o irmão não fosse perturbado pelos habitantes da Vila quando fosse anunciado o retorno dos irmãos Uchiha.

O loiro é arrancado de seus pensamentos sobre as possíveis reações da Vila a volta dos dois ninjas, pelo grito de Sakura.

“Sasuke-kun!”

Ao ver o vulto rosa se jogar nos braços de Sasuke, Naruto rapidamente desvia o olhar, garantindo um mínimo de privacidade ao reencontro de Sasuke e Sakura. Ele sente o olhar de Itachi sobre si, mas ele mantém seu olhar firme na floresta ao seu redor. Contudo, isso não o impediu de ouvir choro baixo de Sakura e os murmúrios consoladores de Sasuke.

Quando Sakura se acalmou o suficiente, o grupo de aproximou de Kakashi, Yamato e Sai, que os esperavam no centro da clareira.

“Pessoal! Uzumaki Naruto reportando a missão: o esconderijo norte de Orochimaru foi desligado, toda a pesquisa foi coletada ou destruída, os prisioneiros tiveram o selo amaldiçoado removido e foram liberados.” Naruto pisca marotamente para Kakashi-sensei. “O Ninja número um de Konoha também reporta o retorno de Uchiha Itachi e Uchiha Sasuke. Ah, esse é o Juugo, ele me ajudou com o selo amaldiçoado. Eu o convidei a visitar Konoha e conversar com a Baa-chan sobre seu, hum, problema de saúde.”

Os três ninjas acenam amigavelmente na direção de Juugo.

“Bom trabalho, Naruto!” Com um olhar sorridente, Kakashi congratula o genin loiro, para somente então voltar sua atenção para o outro genin. Sasuke estava bem diferente do que esperava, ele parecia calmo e menos retraído.

Para a surpresa de Kakashi e dos demais, Sasuke inclina a cabeça, numa posse de desculpas.

“Naruto, Sakura, Kakashi, eu peço desculpas por todos os transtornos e sofrimento que minhas ações causaram ao Time 07.”

Surpreendidos, os integrantes do Time 07 demoram a responder.

“Sa-Sasuke-kun! Eu.. eu estou feliz por você ter voltado e ...sigh.. desculpas aceitas.” Sakura dá um pequeno sorriso choroso ao companheiro de time.

Ainda com um olhar surpreso, porém orgulhoso, Kakashi bagunça os cabelos negros. “Que bom que você encontrou seu caminho de volta, Sasuke.”

Com aceitação de desculpas por Kakashi e Sakura, Sasuke instintivamente olha para o loiro.

Naruto, contudo, apenas sorri afetuosamente para o amigo, erguendo o polegar, num sinal de que tudo estava bem. Ele e Sasuke já haviam conversado sobre o assunto. Durante as conversas sobre as ações de Itachi e a manipulação de Danzôu, o Uchiha refletiu sobre seus próprios atos e se desculpou profusamente com o loiro, inclusive pelas suas ações do seu eu do futuro.

Ao ver Itachi entrando na clareira e se aproximando do seu irmão mais novo, provavelmente para apoquentá-lo pelo comportamento anormal e humilde. Kakashi assume uma posse de seriedade, focando sua atenção em Itachi.

“Em nome da Godaime Hokage, Senju Tsunade, eu parabenizo Uchiha Itachi pelo cumprimento da missão Rank S e oficialmente o reintegro como ninja de Konoha.” Cerimoniosamente, Kakashi estende um pergaminho verde à Itachi.

Com a mesma reverência, Itachi recebe o pergaminho, abrindo-o. Com uma pequena nuvem de fumaça o pergaminho é substituído por um conjunto de veste jôunin, um hitai-ate [protetor de testa] de Konoha e uma cópia de seu Registro Ninja proclamando-o como ninja de Konoha.

Kakashi se aproxima de Itachi e aperta-lhe amigavelmente o ombro. “É bom tê-lo de volta, Itachi.” Sorrindo sereno, Itachi inclina levemente a cabeça em saudação e reconhecimento. “É bom estar de volta, Kakashi-senpai.”

Yamato também se aproxima de Itachi, estendendo a mão para cumprimentá-lo. “Bem-vindo de volta, Itachi-san.” Apertando-lhe a mão, o recém-integrado ninja retribui o cumprimento. “Obrigado, Tenzou-senpai.”

Levemente desconcertado, Yamato o corrigi. “Na verdade é Yamato...”

A explicação do jôunin é interrompida pela risada de Naruto. “Hahaha... Kakashi-sensei o chama de Tenzou a toda hora, Yamato-sensei.”

“Maa, estamos sem tempo e ainda temos assuntos importantes para discutir.” Kakashi reassumi sua expressão séria. “Itachi, Sasuke, a Tsunade-sama quer manter o retorno de vocês em sigilo, pelo menos até que ela tenha chance de conversar com ambos. Naruto os teletransportará para uma das cabanas afastadas encontradas no território Nara. Nara Shikamaru já está no local aguardando-os, assim que Godaime conseguir, ela os encontrará lá. Juugo, por enquanto, você acompanhará Sasuke e Itachi. Para evitar que Danzôu ou a Anbu Raiz desconfie de algo, a captura de Orochimaru também será mantida em sigilo, até que a Godaime possa conversar com vocês sobre Danzôu e os Conselheiros e decidir o plano de ação. Sobre a missão, nós reportaremos apenas a captura de Kabuto e da guardiã do esconderijo sul – Karin. Alguma dúvida?” Ao confirmar que todos entenderam, Kakashi continua. “Ótimo, partimos em cinco minutos.”

Rapidamente, Sai, Yamato e Sakura desmontam o acampamento e apagam qualquer traço de que o grupo esteve ali. Naruto aproveita o tempo para conjurar seus clones e desenhar os selos do Hiraishin: Dorâi [Deus Voador do Trovão: trovão Guiado] nos irmão Uchiha e Juugo.

Removidos todos os traços da presença do grupo, um clone de Naruto, Sai, Yamato, Sakura e Kakashi se despendem com um breve “Nós vemos em Konoha.”

Sentindo-se eufórico, porque finalmente ele traria o amigo de volta para casa, Naruto se aproxima de Sasuke, entregando-lhe um embrulho de pano. “Aqui, Kakashi-sensei pediu-me para te entregar.”

Curioso, Sasuke abre o lenço, revelando um novo protetor de testa. Percebendo o ar desconcertado do amigo, Naruto gentilmente toca-lhe a testa – como ele vira Itachi fazer tantas vezes. “Não se preocupe, eu tenho certeza de que desta vez, tudo dará certo!”

Sorrindo, o loiro se volta para o restante do grupo. “Tudo pronto pessoal?” Ao que os clones respondem positivamente, e se posicionam cada um ao lado de Juugo e Itachi, prontos para ativar o jutsu. Naruto olha para Sasuke. “Pronto para voltar para casa?”

Naruto observa a surpresa no olhos de Sasuke, antes deste lhe olhar afetuosamente, com um encantador sorriso no rosto. “Eu já estou em casa, dobe!”

Desconcertado com a resposta, mas feliz pelo sorriso, Naruto e os clones ativam o hiraishin.

 

 


Notas Finais


E aí, o que acharam?
Confesso que o encontro entre Sasuke e Itachi foi bem difícil de escrever, eu escrevi três cenas diferentes e acabei optando pela que postei, espero que tenham gostado! Caso sim, caso não, por favor deixe sua opinião! Sempre é bom receber feedback, assim eu posso ir melhorando a fic!!
Próximo capítulo teremos mais dos irmãos Uchiha e Naruto!! E talvez o plano para capturar Danzôu!!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...