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História Incontrolável - Capítulo 12


Escrita por: LarryLove

Capítulo 12 - Capítulo 12


Louis admitia que a ideia de ir para Holmes Chapel sem as irmãs e passar um tempo sozinho com o pai o assustou bastante no começo e a ansiedade lhe tirou algumas noites de sono, ele temia que a relação com Mark acabasse por piorar, já que sentia que mal conhecia o pai mais, só que ele também precisava admitir que no fim das contas aquela foi a melhor decisão que poderia ter tomado, as coisas, em muitos sentidos, estavam saindo infinitamente melhores do que ele imaginara. Agora mesmo, enquanto ouvia o pai contar uma piada sem graça do outro lado da mesa, mas que o fez rir do mesmo jeito, ele se sentia feliz e em paz, começar a ter o pai em sua vida de novo era algo que ele nem sabia precisar tanto até enfim tê-lo de volta.

Os dois tinham passado uma tarde incrível juntos, Mark levou o filho para passear pela cidade, o apresentou alguns amigos, inclusive na delegacia, e lhe mostrou locais de Holmes Chapel que Louis achou encantadores, agora, para encerrar o dia, eles jantavam em um restaurante modesto, mas acolhedor e com uma comida deliciosa.

-Suas piadas continuam horríveis, pai. – Louis revirou os olhos, mas o comentário só fez com que os dois rissem ainda mais.

-Mas você continua rindo delas. – Mark retrucou divertido.

-Por pura pena. – provocou.

-Sempre com respostas atrevidas, é assim desde pequeno. – Mark disse com um tom de nostalgia e felicidade. –Agora me conta mais sobre os preparativos para a faculdade.

-Não tem muito mais o que contar. – aquele era um assunto já muito conversado durante o dia, mas Mark sentia tanto orgulho das conquistas do filho que não se cansava de perguntar. –Agora é só esperar mais algumas semanas e me mudar para o alojamento.

-Sua mãe vai te levar?

-Não, até lá a mamãe já vai estar com oito meses de gestação, e em gravidez de gêmeos às vezes o parto acontece antes, então consegui convencê-la a ficar quietinha em casa, acho que o Dan e a Lottie vão me acompanhar. – Louis contou enquanto mordia mais um pedaço do delicioso bife em seu prato. –Mas eu vou correndo para Doncaster assim que os bebês nascerem.

-Eu posso te levar para a faculdade se quiser. – Mark sugeriu quase que timidamente.

Louis ainda queria passar pelo menos uma semana com a mãe em casa antes de ir para a faculdade, mas a ideia do pai acompanhá-lo até lá, de estar presente naquele momento tão importante, o agradou mais do que ele achou que seria possível.

-Eu gostaria muito. – respondeu animado.

-Então eu vou. – Mark sorriu agradecido. –Preciso mesmo recuperar o tempo perdido, não é?!

Ele não conseguia entender como foi capaz de perder tanto tempo da vida do filho por culpa de pensamentos estúpidos e preconceituosos, era uma daquelas ocasiões da vida em que Mark queria poder voltar no passado e fazer tudo de outro jeito, mas ele também se sentia grato pela chance de fazer tudo diferente agora, o bom do tempo passar é que as pessoas podem aprender e evoluir junto com ele, e era o que Mark fez.

-Você está se saindo bem, pai. – Louis garantiu. –Acho que ainda formamos uma boa dupla.

-Minha sorte é que você é especial demais e tem a linda capacidade de perdoar. – Mark alcançou a mão do filho em cima da mesa e a segurou com carinho.

Os dois sorriram largamente, ambos sentindo como aquele dia havia sido importante para o fortalecimento daquela relação que aos poucos voltava a se reestruturar.

-Com licença... – o momento foi interrompido repentinamente. –Eu não quero atrapalhar, mas vi vocês aqui e só vim dizer um oi.

Era Liliane parada ao lado da mesa deles, ela parecia diferente sem as roupas do hospital, mas Louis a reconheceu imediatamente.

-Imagina, você não atrapalha. – Mark se levantou e a abraçou, cumprimentando-a depois com um beijo bem próximo aos lábios.

Eles formavam um casal bonito, e Mark parecia feliz ao vê-la, mas Louis não conseguiu deixar de se sentir um pouco incomodado por se lembrar do jeito como ela tinha contado sobre ele estar com o Harry naquele dia no hospital.

-Olá, Louis, é bom vê-lo de novo. – ela o cumprimentou e ele apenas sorriu vagamente em resposta, não queria ser mal educado, mas também não seria falso, ele ainda não sabia direito o que pensar sobre ela, então foi um pouco mais cauteloso. –Bem, não vou tomar mais do tempo de vocês, aproveitem o jantar.

Louis temeu por um instante que o pai acabasse convidando-a para se juntar a eles, mas Mark não fez isso, afinal de contas aquele era um momento só dele e do filho.

-Foi bom te ver aqui, te ligo depois, ok?! – ele se despediu rapidamente, mas com carinho da mulher, que assentiu e o abraçou mais uma vez antes de se afastar para uma mesa onde duas mulheres aguardavam por ela.

Mark voltou a se sentar e observou o filho com atenção.

-Você não pareceu muito confortável com a presença dela.

-Confesso que não gostei muito dela ter feito fofoca sobre eu estar com o Harry. – disse o mais suavemente possível.

-Não foi fofoca, Louis... Ela deixou escapar enquanto conversávamos, só isso, Liliane é uma mulher especial, aposto que você gostaria dela se a conhecesse melhor.

-Você está apaixonado por ela?

-Não sei se apaixonado. – Mark corou um pouco, o que fez o filho voltar a relaxar e sorrir porque ele mal se lembrava de já ter visto o pai corando alguma vez antes. –Mas gosto de estar com ela.

-Se ela te faz feliz, eu fico feliz também. – Louis disse.

Mark assentiu com um sorriso e mudou de assunto, o jantar continuou sem mais interrupções e, ao fim da sobremesa, ambos sentiam como se as peças daquela relação de pai e filho finalmente estivessem voltando a se encaixar nos lugares certos.

  ****

A volta para casa foi feita pelo caminho mais longo porque queriam que aquele momento durasse o máximo possível. Eles se despediram de Liliane antes de saírem do restaurante, e Louis até se esforçou para sorrir com mais simpatia e sinceridade, provavelmente ela não tenha mesmo feito por mal ao contar sobre ele e Harry para o Mark.

-Assim que me mudei pra cá, eu estranhava toda a quietude daqui. – a voz de Mark ecoando pelo carro fez Louis parar de olhar pela janela e se virar para o pai. –Mas agora eu amo.

Não era muito tarde e mesmo assim as ruas já estavam bem vazias, mas então Louis percebeu que reconhecia aquela rua pela qual eles passavam no momento... E um pouco mais à frente, ele entendeu o porquê do reconhecimento... Seus olhos focaram na casa que se diferenciava das outras por mais parecer um pequeno apartamento, as luzes estavam todas acesas e aquilo despertou mais da curiosidade de Louis, que se inclinou um pouco, abrindo mais a janela do carro para tentar ver melhor.

-Essa é a casa do Harry. – Mark comentou ao notar o repentino interesse do filho.

-Sim, eu sei. – a resposta escapou sem que Louis se desse conta, ele agora virava um pouco o rosto para olhar melhor a casa que ficava rapidamente para trás conforme o carro avançava pela rua.

-Sabe? – o tom de voz usado por Mark fez Louis para de tentar enxergar melhor a casa, até porque nem dava para vê-la mais mesmo, e voltar a se acomodar no banco.

-Hum... – ele murmurou, sentindo que estava corando um pouco. –É, eu estive lá uma vez.

-Não sabia que vocês já estavam tão avançados assim. – Mark murmurou. –Vocês são muito rápidos hoje em dia.

-Pai! - Louis não aguentou e riu um pouco pela expressão do pai, era o mais velho quem parecia sem jeito agora.

-Só é estranho ainda imaginar você saindo com o Harry.

-Ei, eu estou mantendo a minha promessa e não me envolvendo em nenhuma confusão com ele.

-Eu sei, e manterei a minha de tentar ser um pouco mais razoável. – Mark diminuiu a velocidade conforme eles se aproximavam mais de casa.

-E aproveitando que estamos falando sobre o Harry... – Louis resolveu tocar no assunto de uma vez. –Eu vou passar o dia com ele amanhã... E vou dormir na casa dele também.

-Dormir lá? – Mark estacionou o carro em frente da casa dele e retirou o cinto de segurança, mas os dois permaneceram dentro do veículo.

-Não faremos nada que já não tenhamos feito e...

-Caramba, Louis, eu pedi para você ser sincero, mas não preciso de tantas informações assim, ok?! – a interrupção fez Louis rir baixinho.

-Ok... Mas, então, tudo bem?

-Só me resta confiar em você, não é?! – o suspiro resignado foi acompanhado de um leve franzir de cenho.

-E eu agradeço por isso de verdade... – Louis sussurrou enquanto abria a porta para sair do carro. –Além disso, o Harry é um cara bem surpreendente e bacana, sabia?! Ele é muito mais do que esse garoto problemático e rebelde que você acha.

-É meio difícil de acreditar nisso quando ele já esteve envolvido em tantas confusões pela cidade, estou tentando não surtar muito com esse seu envolvimento com ele. – Mark também abriu a porta, mas os dois continuaram sentados no mesmo lugar. –Mas desde pequeno você sempre teve o talento de enxergar o melhor nas pessoas, é bom ver que não perdeu isso.

Louis sorriu com o carinho explícito na voz do pai e se sentiu verdadeiramente agradecido pelo esforço de Mark em toda aquela situação.

-Vem, vamos entrar. – Louis saiu do carro e Mark assentiu, indo logo atrás.

Tinha sido um dia incrível para os dois... Mais um passo adiante naquele recomeço entre pai e filho.

   ****

Louis já estava deitado embaixo do cobertor, pronto para dormir, mas seus pensamentos eram agitados demais para que ele caísse no sono, ele estava feliz pelo bom dia passado ao lado do pai e também não parava de pensar em Harry, os dois haviam combinado de passarem o dia seguinte juntos, mas ainda não tinha ideia do que realmente fariam ou aonde se encontrariam e aquilo estava deixando-o ansioso.

-Merda... – resmungou consigo mesmo ao procurar o celular, era pouco depois de meia-noite, mas ele duvidava muito de que Harry já estivesse dormindo, então acabou deixando a vontade falar mais alto e ligou para o Styles.

O telefone tocou algumas vezes e Louis já estava quase desistindo quando foi atendido.

-Ei! – Harry atendeu com a voz um pouco arrastada, mas o que fez o Tomlinson franzir o cenho com curiosidade e surpresa foram os barulhos de vozes e risadas ao fundo. –Desculpe à demora, eu não conseguia encontrar o maldito celular.

-Sem problemas. – Louis sentou na cama e se encostou contra a cabeceira. –Hum... Você está em casa?

As luzes estavam acesas quando, pouco tempo atrás, ele e o pai haviam passado na frente do imóvel, mas os barulhos de fundo da ligação davam a impressão de que Harry estava em um lugar bem mais movimentado.

-Sim, o pessoal está por aqui... Nós saímos um pouco, mas não tinha muita coisa para fazer hoje, então voltamos para a minha casa.

-E está rolando uma festinha? – Louis mordeu os lábios ao notar que a sua voz tinha saído um pouco mais ácida do que o necessário.

-Não exatamente... Eu queria te chamar, mas você disse que sairia com o seu pai.

-Sim, eu saí com ele. – Louis voltou a se deitar, sentindo-se estranhamente inquieto. –Passamos bem na frente da sua casa, vi as luzes acesas, mas não percebi que tinha mais gente por aí.

-Você já está em casa?

-Sim, pronto para dormir.

-Tão bem comportado. – Harry riu.

-Você está bêbado? – Louis resmungou.

-Não, eu não fico bêbado tão fácil.

-Tente não exagerar, quer dizer, nós temos planos para amanhã, lembra?

-É claro que me lembro. – a resposta veio sem hesitação alguma. –Já tenho tudo planejado, você vai mesmo poder dormir aqui?

-Vou sim, até avisei ao Mark e ele lidou com isso da melhor forma possível.

-Ainda estou esperando pelo momento em que ele virá atrás de mim com arma em punho, mas vou ser grato pelos momentos tranquilos enquanto isso. – Harry disse conseguindo fazer Louis rir.

-Porra! – o xingamento veio junto com um leve gemido.

-O que foi? – Louis estranhou.

-Você me deixa tão louco que até sua risada me excita.

-Harry! – voltou a rir sem querer e riu um pouco mais quando ouviu outro gemido do outro lado da linha. –Não vai ficar duro no meio da festa, ouviu? Não bêbado e com esses garotos aí te rondando.

-Não estou bêbado e não tem ninguém me rondando. – Harry pareceu se afastar um pouco do barulho. –E até parece que eu me contentaria com algum deles depois de ter ficado com você.

-É bom mesmo. – Louis acabou sorrindo largamente ao ouvir aquilo.

-Você é do tipo ciumento? – a pergunta de Harry o fez ficar em silêncio por alguns instantes porque não, ele nunca tinha sido do tipo ciumento, mas ao pensar em Harry se divertindo com aqueles outros garotos, alguns dos quais talvez ele já tenha se envolvido antes, fazia Louis se sentir um pouco estranho e irritado, mas ele ainda não estava pronto para admitir, nem para si mesmo, que aquilo poderia ser ciúmes, e por isso respondeu com outra pergunta.

-Por quê? Você é do tipo ciumento?

-Eu sou sim. – Harry não teve problema algum em dizer. –Então, por favor, não vá se interessar por nenhum outro idiota enquanto estiver por aqui.

-Pode deixar, por enquanto você é o meu idiota favorito de Holmes Chapel. – Louis respondeu, mas estava sorrindo como um bobo e se questionando porque ele sempre se sentia meio bobo quando tinha aquelas conversas com Harry.

-Engraçadinho!

-Sou mesmo. – Louis ainda sorria. –Você vem me buscar amanhã?

-Vou, passarei aí umas dez da manhã e... –Harry parou de falar e praguejou ao mesmo tempo em que Louis ouviu um baque do outro lado.

-Harry, você está bem? – se preocupou.

-Sim, eu fui tentar sentar no balcão da pia do banheiro e acabei caindo.

-E que merda você está fazendo aí no balcão da pia do banheiro? – Louis revirou os olhos, ele poderia não estar muito bêbado, mas na certa já não estava tão sóbrio assim também ou talvez Harry fosse apenas desajeitado, pensamento que o fez rir.

-Aqui é mais tranquilo sem toda aquela barulheira lá na sala.

-Tudo bem, só tente não cair de novo, ok?!

-Você está rindo da minha desgraça?

-Eu jamais faria isso! – Louis exclamou seriamente, mas se Harry pudesse vê-lo naquele momento ia perceber como ele estava se esforçando para esconder uma gargalhada.

-Sei... – o Styles resmungou, mas finalmente conseguiu sentar sobre o balcão. –Não vai ficando muito abusadinho!

-Ou o quê? Você vai me castigar?

-Louis... – o som foi uma mistura de resmungo com gemido.

-Nossa, eu realmente te deixo excitado tão fácil assim?

-Você deixa sim e também ama me provocar, não é?!

-Talvez... – Louis disse. –Mas deixarei os restos das provocações para amanhã.

-Isso é injusto. – Harry suspirou frustrado.

-O amanhã vai chegar bem rapidinho. – Louis voltou a se acomodar embaixo das cobertas. –É melhor eu ir dormir e você tem uma festa para voltar, não é?!

-Na verdade prefiro ficar aqui falando mais um pouco com você, pode ser?

-Pode, é claro que pode. – o pedido pegou Louis de surpresa, mas foi uma surpresa que aqueceu o seu coração.

Harry preferia ficar trancado no banheiro conversando com ele do que voltar para a festa em sua própria casa, saber daquilo fez todo o desconforto, irritação e, bem, sim, o ciúme, que Louis sentiu antes desaparecer como se nunca tivessem existido.

  ****

A conversa no telefone durou até o momento em que Louis já estava quase dormindo e depois de Harry ter que gritar expulsando algumas pessoas que tentavam usar o banheiro, então eles enfim desligaram.

-Porra, Harry, você estava se masturbando dentro daquele banheiro? – foi como Zayn o recebeu quando o Styles voltou para a sala e sentou ao lado do amigo.

-Eu estava falando com o Louis.

-Ah, era sexo por telefone? – Kate, sentada na frente deles, perguntou com malícia.

-Só estávamos conversando, você tem uma mente muito pervertida. – Harry revirou os olhos, mas aceitou um pouco da bebida que ela lhe deu.

-Por que não podemos ligar o som? – Joe resmungou do outro lado da sala.

-Porque não quero nenhum vizinho chato ligando para a polícia essa noite por conta do barulho. - o fato era que ele não queria encrenca com a polícia, ou seja, com Mark na noite anterior que ele e Louis passariam o dia juntos. –Aliás, é melhor vocês irem se ajeitando para ir embora.

-Mas justo agora que íamos começar um strip poker? – Victor fez um biquinho de frustração.

-Vocês podem continuar a brincadeirinha em outro lugar. – Harry esticou as pernas sobre as de Zayn, que fumava enquanto digitava algo no celular, provavelmente alguma troca de mensagens com o Liam.

-Vamos fazer uma corrida amanhã? – Kate perguntou, interrompendo o que Victor estava prestes a dizer.

As corridas deles eram sempre feitas em uma estrada sem uso já na saída da cidade, e geralmente eram acompanhadas de alguma festa mais agitada também.

-Amanhã não posso. – Harry negou.

-E por que não? – Victor se aproximou e sentou no braço do sofá, bem próximo de onde Harry estava.

-Porque vou estar com o Louis. – o Styles respondeu honestamente.

-Sério? – o outro perguntou com um toque de raiva e ciúmes.

-Muitíssimo sério.

-Você virou um chato depois que começou a sair com esse Louis. – Victor cruzou os braços como uma criança birrenta.

-Estou muito preocupado com a sua opinião sobre mim, Victor, não irei nem dormir de tanta preocupação essa noite. – Harry sorriu cheio de ironia e se levantou. –Agora é sério, reúnam essas garrafas e podem saindo.

-Sempre tão educado. – Joe revirou os olhos, mas todos começaram a fazer exatamente o que foi dito.

-Mas e a corrida? – Kate insistiu.

-Fica para depois de amanhã, ok?! Ou façam amanhã sem mim, não me importo. – Harry voltou a se sentar ao lado de Zayn, que se recostou contra o amigo.

-Vou dormir por aqui mesmo. – Malik disse já meio sonolento depois das bebidas da noite.

-Tudo bem. – Harry não se incomodou, Zayn vivia ficando por ali mesmo.

-Também posso dormir por aqui? – Victor se insinuou, nunca desistindo.

-Preciso mesmo te responder isso? – Harry sequer o olhou .

-Cara, você precisa desistir. – Kate o puxou para longe dali e Harry suspirou aliviado.

-Por que você chamou o Victor também? – ele resmungou para o Zayn, que riu.

-Não chamei, mas ele ficou sabendo e veio.

-Ele não desgruda. – Harry passou um braço pelos ombros de Zayn e o ajeitou em seu ombro.

-Uma hora ele cansa... Mas, então, você estava mesmo fazendo sexo com o Louis pelo telefone lá no banheiro?

-Cala a boca. – Harry o empurrou e os dois riram, mas aquela não era uma ideia tão ruim assim, ele a guardaria para algum momento no futuro.

-Eu gosto do jeito como você fica quando fala do Louis. – o comentário de Zayn fez Harry se espantar.

-Como assim?

-Você parece um pouco mais com o Harry de antes, sabe? É como se ele trouxesse um pouco de luz para a sua vida. – isso o deixou ainda mais espantado.

-Você bebeu demais e já está falando merda. – foi o que ele respondeu, mas aquelas palavras permaneceram em sua mente até que pegasse no sono mais tarde.

   ****

Louis despertou bem antes das dez da manhã, mas jamais admitiria que fosse por pura ansiedade para ver o Harry... Porra, eles tinham se visto no dia anterior, haviam conversado até ele praticamente dormir com o telefone contra a orelha, e mesmo assim podia sentir todo o seu corpo formigar de um jeito gostoso com a expectativa de encontrar Harry logo mais.

E quando Harry parou a moto em frente a sua casa, pouco depois de Mark ter saído para fazer umas compras no mercado, Louis saiu apressado pela porta, o coração batendo no mesmo ritmo acelerado que os seus passos.

Era um dia lindo, o sol estava aparecendo com poucas nuvens o cobrindo e fazia até um pouco mais de calor do que normalmente, parecia que até a natureza queria colaborar para que o dia fosse perfeito... E por falar em perfeição, Louis sentiu que perdia o fôlego enquanto caminhava até Harry, que havia descido da moto para esperá-lo, o Styles vestia uma calça jeans preta e um par de botas um pouco surradas, a camisa branca meio larga em seu corpo e os cabelos estavam soltos, alguns cachos caindo pouco acima dos ombros.

-Oi... – Louis, que vestia uma calça jeans mais clara, tênis e uma camisa de um pano mais leve, se pendurou no pescoço de Harry e o beijou.

-Oi... – a resposta veio com mais um beijo e os dois sorriram.

Louis acariciou o rosto de Harry, passou os dedos pelos cabelos dele e depois traçou com leveza o machucado em sua testa.

-Está cicatrizando bem. – murmurou ao ver os pontos ainda ali.

-A doutora fofoqueira disse que eu poderia tirá-los em casa depois de uns sete dias se eles não caíssem antes ou então era só voltar lá. – Harry deu de ombros, o machucado não o incomodava mais. Louis riu com o doutora fofoqueira.

-Depois eu posso te ajudar a tirar se você quiser, já tirei de algumas das minhas irmãs, você ficaria surpreso com a quantidade de pontos que aquelas crianças já levaram. – Louis sorriu com carinho, como sempre fazia ao falar da família. –Mas agora me diz para que lugar vamos!

-Isso é surpresa!

-Harry... – Louis suspirou. –É alguma outra casa abandonada?

-Não, mas não fale como se você não tivesse gostado. – Harry o puxou para outro beijo, a sua língua passando pelos lábios de Louis e entrando em sua boca, fazendo os dois suspirarem baixinho e se agarrarem com mais força um ao outro.

-Me dê pelo menos uma pista. – Louis pediu entre o beijo.

-Não seja tão curioso. – Harry lhe estendeu um capacete. –Viu, dessa vez eu estou usando um e até trouxe para você.

-Isso mesmo, é bom saber que você aprende rápido. – Louis estapeou a bunda de Harry antes dos dois montarem na moto.

-Pronto? – Harry perguntou.

Louis apenas assentiu enquanto colocava o capacete e em seguida seus braços circularam a cintura de Harry, se apertando com força contra o corpo do maior conforme a moto acelerava, ele amou a sensação do vento contra o corpo e de sentir Harry tão próximo de si, ficou tão distraído que nem se preocupou mais com o lugar para onde estavam indo até que o Styles começou a desacelerar e virou a esquerda, entrando em uma estrada estreita e de terra.

Louis olhou ao redor tentando encontrar algo, mas só via grama e árvores, o que voltou a atiçar sua curiosidade, principalmente quando Harry parou a moto de vez.

-Chegamos? – perguntou ao tirar o capacete.

-Quase. – Harry deu um sorriso misterioso.

Os dois desceram da moto e Louis observou enquanto Harry a encostava em uma das árvores, deixando os capacetes ali também, antes de voltar até ele e segurar sua mão.

-Não é perigoso deixar a moto aqui?

-Não, ninguém vem para cá mesmo. – Harry deu de ombros.

-Você gosta mesmo de um mistério, né?!

-É divertido. – o sorriso de Harry fez Louis apenas apertar sua mão na dele e segui-lo sem mais perguntas.

Precisaram andar por pouco tempo, passaram por um caminho de cascalho, tão estreito que fez Louis compreender porque Harry tinha deixado a moto mais pra trás, mas ele continuava sem nenhuma ideia de para qual lugar iam... Até que a estradinha chegou ao fim e o caminho voltou a se abrir, dando para uma vista que o deixou sem fôlego.

-Puta merda! Você é bom nisso de conhecer lugares com vistas impressionantes. – o elogio foi sincero.

Eles estavam de frente para um lago enorme e espetacular, o dia um pouco mais ensolarado deixava o lugar com um toque a mais de mágico. Louis observou o efeito lindo dos raios de sol sobre a água, tudo parecia tão brilhante!

-Vem... – a mão de Harry voltou a segurar a dele e o guiou para perto de algumas pedras, eles subiram com cuidado e pararam em cima de uma pedra grande e achatada, ali pertinho da água era ainda mais bonito.

-Por que esse lugar lindo está vazio assim? – Louis se admirou com o fato, no dia anterior mesmo Mark o tinha levado para muitos lugares da cidade, mas nada tão maravilhoso assim.

-Quase ninguém vem aqui... – Harry respondeu enquanto sentava sobre a pedra.

-Eles são uns idiotas. – Louis, agindo meio que sem pensar e de forma natural, como se já tivesse feito aquilo inúmeras vezes antes, sentou entre as pernas de Harry, ajeitando-se contra o peito do maior. –Esse lugar é tão lindo que parece uma pintura.

-Era o que a minha mãe dizia. – as palavras escaparam por vontade própria.

-Ela te apresentou esse lugar? – Louis perguntou com suavidade.

-Sim, ela ficava aqui desenhando por horas sem parar... – Harry não entendia porque as palavras simplesmente escapavam quando estava com Louis.

-Ela desenhava? – como sempre, cada nossa informação sobre Harry e sua vida despertava o interesse de Louis.

-Ela era uma artista incrível. – Harry murmurou se perdendo um pouco em pensamentos até ser desperto deles pelos lábios de Louis contra os seus.

O beijo foi longo, mas suave, os lábios deslizando um sobre o outro, as línguas se buscando e se entrelaçando sem pressa, diferente dos beijos vorazes que eles viviam trocando, mas igualmente gostoso e perfeito.

Depois de um tempo, e de mais beijos, Louis voltou a se recostar no peito de Harry, erguendo um pouco o rosto e fechando os olhos ao sentir o sol contra sua pele e o ventinho bagunçando seus cabelos, um sorriso lindo se formou nos lábios finos... E Harry perdeu um pouco o fôlego enquanto olhava para o Tomlinson parecendo tão em paz e feliz. Louis disse que aquele lugar era tão lindo que parecia uma pintura, mas naquele momento nada parecia mais lindo do que ele, pelo menos não aos olhos do Styles.

Quando Louis virou um pouco, se aconchegando mais contra o seu peito, Harry sentiu uma necessidade avassaladora de eternizar aquele instante, a maioria das pessoas tirariam uma foto para conseguir guardar aquele momento, mas ele sempre havia usado os seus desenhos e pinturas... O pensamento foi o suficiente para fazê-lo perder ainda mais o fôlego, era verdade que ele vinha pensando muito mais nisso desde a última conversa sobre o assunto com Zayn, mas era a primeira vez em muito tempo que ele sentia aquela vontade de voltar para a sua arte tão forte dentro de si novamente!

-O que foi? – os olhos azuis se abriram e Harry se viu profundamente mergulhado dentro deles. –Você ficou inquieto de repente.

-Não foi nada. – desconversou.

-Certeza? – Louis agora se virou completamente, ficando de frente para o Harry e passando os braços pelo pescoço dele.

Mas a resposta do Styles foi deitar na pedra, puxando Louis sobre si e beijando-o profundamente. Repentinamente, durante o beijo, outras palavras ditas por Zayn voltaram a rondar pela mente de Harry: Você parece um pouco mais com o Harry de antes, sabe? É como se ele trouxesse um pouco de luz para a sua vida.

Harry não entendia porque havia pensando naquilo justo agora, ou mesmo porque Zayn fez aquele comentário, então apenas abraçou Louis com mais força contra si e o beijou com mais intensidade tentando afastar aqueles pensamentos que o deixavam cada vez mais confuso, tudo o que ele queria era aproveitar o dia e noite pela frente ao lado de Louis e era exatamente o que faria.


Notas Finais


Oii :)
Aí está o capítulo da semana... No próximo cap. esse dia (e noite) deles continua, e será bem intenso em vários sentidos ;) rs
Não consegui revisar o capítulo com a calma que gostaria, então relevem algum errinho, ok?! Revisarei melhor depois :)
Muuito obrigada pelo apoio incrível <3
Até semana que vem ;)
Beijos


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