História Inegável Atração - Stydia - 27 - Mets

O som do interfone tirou toda a concentração que eu custei a conseguir para estudar, faziam algumas horas que eu estava imersa em toda matéria, então nada mais justo que uma pausa. Liberei a entrada do entregador, a princípio pensei que seria alguma entrega para a Allison, mas estava enganada, ele me entregou uma sacola preta com uma caixa dentro, e simplesmente me deu as costas indo embora, voltei para meu apartamento. Antes que eu pudesse abrir a sacola, meu celular começou a tocar.

— Você recebeu? — Perguntou no momento em que aceitei a ligação.

— É claro que tem dedo seu nisso, não é?

— Então você recebeu! — Falou satisfeito — Já abriu?

— Ainda não, o que é isso, Stiles?

— Abra e descubra.

Coloquei a ligação no viva voz e tirei a caixa de dentro da sacola, dentro tinha uma pequena caixa e mais uma embalagem em papel de seda. Na caixinha tinha uma miniatura de um jogador de baseball vestido com a blusa dos Mets. Gargalhei ao ver o que era.

— Lydia, conheça David Wright…

— Não acredito nisso — falei rindo — a cabeça dele mexe.

— Vai, abre o outro.

Coberto pelo papel de seda era uma blusa branca dos Mets. Claro que seria.

— Quando foi que eu virei a maior fã de baseball?

— Eu sabia que você não teria uma blusa dos Mets para ir ao jogo, não poderia deixar que fosse de qualquer jeito, dá azar.

A blusa era bonita, branca com finas listras espaçadas, e a logo azul e laranja dos Mets na altura dos seios. E me cativa saber que ele se “preocupou” em comprar uma camisa do time dele para irmos ao jogo.

— E se não servir?

— Vai servir! — Respondeu convicto.

— Como você pode ter tanta certeza?

— Já estou habituado com as dimensões e curvas do teu corpo. — Sua voz soou carregada de malícia.

— Obrigada! Eu adorei. — Respondi sentindo minhas bochechas queimarem.

— Até domingo, Lydia.

Um sorriso dançava em meus lábios, não poderia estar mais ansiosa para esse jogo. Eu quero saber mais sobre ele, ter um “encontro”, foder até cansar, eu quero muitas coisas com ele. Stiles provoca em mim uma curiosidade com uma vontade de deixá-lo satisfeito que é imensurável.

Apenas o tom da sua voz me deixa excitada, eu estava me tornando dependente de seus toques, carícias, das sacanagens que ele sussurrava enquanto estávamos transando… pensar sobre aquilo só estava me deixando ainda mais desejosa. Eu preciso fazer alguma coisa.

Allison estava na casa do Isaac, Kira estava sumida desde sexta de manhã, não estou no clima de sair com o Theo, afinal, não é dos toques dele que eu anseio. Só tem uma pessoa que eu queria passar o tempo. Mandei uma mensagem e pouco tempo depois ele me retorna avisando que está a caminho.

[…]

Sinto meu corpo relaxado por completo, um suspiro satisfeito pula de meus lábios enquanto sinto suas mãos fortes acariciando minhas costas sem o impedimento de qualquer tecido.

— Se sentindo melhor? — Sua voz rouca e baixa bem próxima de minha orelha me faz arrepiar inteira.

— Muito melhor, sua massagem é a melhor! Muito obrigada, Jack.

Me enrolei no lençol e fui até o banheiro me vestir. Jackson estava deitado na cama mexendo em seu celular, fazia muito tempo que não ficávamos de bobeira em casa como antigamente, eu sentia falta daquilo.

— Quer assistir um filme? — Perguntou deixando telefone de lado.

— Claro, eu faço a pipoca e você escolhe qual assistiremos.

Estava na cozinha quando ouço a sua voz ainda distante, vindo do meu quarto.

— Desde quando você gosta de esporte? Ainda mais baseball? — Senti meu corpo gelar. Não tinha como ele descobrir quem tinha me enviado o presente, mas aquilo me deixava apreensiva.

— Ah… eu ganhei… do meu tio Peter.

— Por que ele te deu uma camisa de time? Ele não te conhece? — Perguntou divertido, se jogando no sofá.

— Pois é… vai saber o que se passava na cabeça dele. E então, escolheu? — Mudei de assunto antes que ele perguntasse outras coisas.

— Sim, um lugar silencioso, sem discussão. — Apenas assenti.

[…]

Tive que inventar uma desculpa gigantesca para impedir o Jackson de dormir aqui, ele estava me fazendo um monte de perguntas que eu não poderia responder, criando especulações de eu estar me encontrando com alguém, eu não gostava de mentir para ele. Mas era mais que necessário. Ele finalmente aceitou ir para casa e eu pude dormir tranquila.

Pela manhã, eu estava muito animada, tomei meu banho tranquila, me arrumei e tinha que admitir, a blusa coube perfeitamente. Coloquei uma calça jeans justa e um tênis, nada demais, afinal, estávamos indo para um estádio domingo de manhã. Estava terminando de arrumar meu cabelo quando ouço alguém batendo na porta, já sabia quem deveria ser, não me admira que o porteiro nem me avisasse mais quando ele chegava.

Não poderia estar mais surpresa quando o vi parado na minha porta. Ele estava quase irreconhecível, estava acostumada a vê-lo sempre social, ou nu, mas com esse jeito despojado ele estava incrivelmente lindo. Stiles usava uma calça bege, a camisa dos Mets, um tênis da Adidas, boné para trás e óculos de sol. Não consegui segurar a expressão surpresa em meu rosto, e isso fez que o sorriso do rosto dele aumentasse.

— Gosta do que vê? — Perguntou entrando em meu apartamento.

— Nossa… Eu nunca tinha te visto tão casual. — Ele apenas deu de ombros.

— Você está linda assim. — Senti minhas bochechas queimarem.

— Obrigada… E você comprou a blusa combinando com a sua? — Disse rindo.

— É o modelo que eu mais gosto. — Respondeu se aproximando — E ficou ótima em você — Sussurrou me roubando um beijo. Eu definitivamente não esperava por isso, e acho que ele também não, levando em conta a expressão confusa em seu rosto quando nos separamos, era como se ele tentasse entender porquê fez aquilo.

— Podemos ir? — Sorri pegando minha bolsa em cima da mesa, fui até ele, beijei o canto de sua boca e caminhei até a porta — Vai ficar ai?

Pude ver o sorriso maroto que estava em seus lábios quando o olhei por cima do ombro. Se virou e veio até mim, parando em frente ao elevador.

— Stiles… e se alguém nos ver?

— Não se preocupe.

— Eu sei que lá é enorme e vai estar muito cheio, mas há a possibilidade de ter algum conhecido. Isso é um problema. — Falei tudo de uma vez, não tinha pensado nisso antes, e acho que ele também não — Stiles? Não está preocupado que alguém nos veja? — Perguntei o olhando com o cenho franzido.

Desde o começo ele estava completamente pirado com alguém nos ver ou até desconfiar, quase fomos pegos na sala dele semana passada, e ele estava com essa expressão tranquila no rosto. Talvez eu estivesse exagerando, mas poderíamos nos encontrar com alguém ali.

— Não se preocupe com isso, ruiva! — O olhei indignada.

— Como não? É poss…

— Eu comprei ingressos no camarote, ninguém vai nos ver. — Ele disse com um riso debochado.

Ele tinha pensado em tudo. Claro que tinha, não sei como ainda estou surpresa. Durante todo o caminho ele falava sobre as vezes que tinha ido ao estádio, e da vez que conseguiu pegar uma bola quando ainda era criança. Eu o olhava fascinada, ele tinha um brilho nos olhos, um sorriso no rosto, ficava ainda mais lindo desse jeito.

Quando chegamos eu fiquei boquiaberta com o tamanho do estádio, o Citi Field era imenso, ainda faltava 1 hora para o jogo começar, mas já estava lotado. Eu andava ao lado dele sem saber para onde olhar, me senti uma criança indo ao seu primeiro jogo, e bem, era minha primeira vez.

Conforme fomos nos aproximando da entrada, o espaço para andar ficava mais limitado, Stiles me deu a mão e me guiou para dentro, o lugar era ainda mais imponente por dentro, deveria caber umas 40mil pessoas ali. O jogo era contra os Yankees, maior rival dos Mets, não era atoa que estava tão cheio.

— Stiles… será que… podemos tirar uma foto da gente combinando? — Tive que juntar todas as minhas forças para falar aquilo, e não tinha a menor dúvida que estava muito corada. Ele sempre deixou claro que não queria nenhum envolvimento sentimental, e eu respeitava isso, mas não significa que quero esquecer tudo que aconteceu quando acabar.

Ele me olhava de maneira indecifrável, como eu queria poder ler pensamentos, ele deveria estar me achando uma estúpida, estava pensando em mil maneiras de falar para ele deixar isso pra lá e me martirizando por que sabia que iria ficar um clima estranho.

— Ei… — Ele disse alto ainda com os olhos nos meus — Você pode tirar uma foto nossa, por favor? — Falou com um homem que estava perto da gente e o entregou seu celular.

O olhei surpresa, ele me puxou para mais perto, ao fundo era possível ver o campo, nós sorrimos e ele tirou a foto.

— Qual é, ficou muito simples, DIGAM “LET’S GO METS”…

— LET’S GO METS! — Dissemos juntos e começamos a rir.

Senti como se tivessem tirado toneladas das minhas costas, ainda ficava receosa com o que falar com ele, tinha medo dele tentar fugir e se afastar, não quero pressiona-lo. Ele me mostrou o celular, as fotos tinham ficado muito boas, mas uma me chamou atenção em especial, a última. Estávamos nos olhando, rindo da animação do torcedor que tirou as fotos. Senti meu peito se aquecer com aquela imagem.

— Ficaram ótimas… — Ele disse também analisando aquela foto.

— Sim, estão lindas. Você me manda? — Perguntei sem sair de seu abraço, e ele assentiu.

— Vamos para os nossos lugares? — Perguntou me roubando um selinho.

— Sim, claro. Só vou ao banheiro. — Ele concordou e eu entrei no corredor separado para os lavabos.

Um sorriso preenchia meus lábios, tínhamos acabado de chegar, e eu estava muito feliz. Estava conseguindo que ele se abrisse aos poucos para mim. Passei pelo banheiro masculino quando uma voz me chama atenção.

— Lydia? Lydia, é você?