História Inesperado - Um encontro inusitado

Depois do almoço, Ban voltou pra casa, ele não tinha muito o que fazer mesmo. Ficou a tarde inteira fazendo um monte de nada, só ficando sozinho lembrando do quão maravilhosa sua vida estava. Porra, tudo tinha que acontecer ao mesmo tempo?

Primeiro, Elaine termina com ele, e depois o Meliodas arruma uma namorada. Não que ele não estivesse feliz pelo seu melhor amigo, ele estava muito, mas ele queria passar um tempo com os seus amigos pra tentar esquecer ou superar a Elaine. Só que agora não daria porque o capitão tem que dar atenção pra nova namorada, relacionamento novo, ele melhor do que ninguém sabia o que era isso, foi o primeiro a começar a namorar.

Ele precisava esquecer um pouco desses problemas e fazer o que ele faria se estivesse com seus amigos, ou seja, ir beber! Então ele pegou o celular e foi a pé mesmo, não é como se ele fosse conseguir dirigir pra voltar pra casa de qualquer forma. Ele foi em um bar perto e pediu uma cerveja,  ele mal teve tempo de ficar bêbado quando viu um certo cabelo prateado familiar se sentar ao seu lado, e ainda por cima pedir um suco de laranja, quem pede suco em um bar?

- Ellie? Oi, o que você está fazendo aqui a essa hora?

- Ban?

- Meu nome.

- Oi.

- Então, não vai responder minha pergunta? O que você está fazendo aqui a essa hora? Porque já vi que você não está bebendo - Perguntou rindo um pouco e apontando pro copo cheio de suco que estava a frente dela.

- É que eu precisava sair um pouco de casa e não tava a fim de acordar com dor de cabeça...

- Você tá bem?

- Na verdade não - Sorriu triste. - por isso que quis andar, sabe, pra pensar na vida. E você, o que faz aqui?

- Quase a mesma coisa que você, mas com o bônus de fazer o que a maioria das pessoas fazem em um bar, encher a cara.

- Mas por quê? Veio sozinho?

- É, vamos dizer que eu também não estou em um dos melhores momentos....

- Se quiser, pode falar comigo, se não quiser, tudo bem. Eu já volto, preciso ir ao banheiro.

Essa coisa de Elizabeth sempre chamou atenção de Ban, ela era muito gentil, e sempre estava feliz, quer dizer, na maioria das vezes, quando ela não estava brava ou irritada ela estava feliz e sorrindo, um sorriso que alegrava a todos perto dela.

Depois de um tempinho, Ellie voltou e Ban ficou pensando se contava ou não os problemas que atormentavam sua vida. Ele decidiu contar, o que ele tinha a perder? Nada!

Respirou fundo e começou:

- Antes do almoço, Elaine foi na minha casa, ela disse que queria conversar, acontece que as coisas não estavam nada bem entre a gente, e ela queria terminar. Depois, o capitão anuncia que ele está namorando com a menina que ele estava pegando, não que eu não esteja feliz por ele, mas é que, agora, eu queria estar com ele, bebendo pra esquecer esse dia. - Falou com um tom melancólico.

- Olha, o meu dia também não foi dos melhores, quer saber porque eu estou bebendo suco de laranja? Acontece que eu marquei esse almoço por um motivo, eu ia contar um segredo que vim guardando a bastante tempo, mas aí o tonto do Meliodas apareceu com aquela Liz e estragou tudo!

- Se quiser, pode me contar, eu não conto pra ninguém.

- Promete?

- Claro, além do mais, eu te contei o que estava me deixando pra baixo, agora é a sua vez.

- Ok - Ban a olhou com cara de curioso. - Eu estou grávida.

Nesse momento, os olhos de Ban ficaram tão grandes que pareciam que saltariam das orbitas. Grávida? Como assim? Quem é o pai? Logo ela que era tão quietinha e certinha? Isso explicava muita coisa, tipo o porque dela ir sempre ao banheiro, estar sumida nesses últimos meses e estar bebendo suco de laranja em um bar, mas simplesmente não podia ser verdade.

- Nossa Elizabeth, depois de te contar tudo que esta acontecendo de ruim na minha vida, você vai e fala isso, achei que podia confiar em você, se não quisesse falar, tudo bem, mas não precisava mentir.

E falando isso, ele se levantou e foi sentar em outro lugar, deixando uma Elizabeth triste, confusa e chateada. Poxa, ela também tinha contado tudo, a culpa não era dela se ele não acreditou. Assim o seu pior pesadelo de tornou realidade, ela teria que lidar com isso sozinha, sem poder contar com ninguém, já tinha pedido demais a Diane, ela tinha que saber se virar sem depender de ninguém. Perdida nesses pensamentos, sem que ela percebesse, lágrimas rolavam pelo seu rosto.

Olhando meio que de longe, um certo albino assistia a cena que, pouco a pouco, o fazia se sentir o pior ser humano que já andou na face da terra, pensamentos como “e se for verdade” não saiam da mente dele. Não era impossível, uma vez que ela não era mais virgem, calma, como ele sabia disso? Nesse momento a fala do capitão veio em sua mente “nós transamos” e como quem monta um quebra cabeças, ele teve a ideia mais paranoica e talvez mais certa de sua vida.

Não poderia ir pra casa ou sequer beber com essa dúvida em sua cabeça, e foi envergonhado para perto de Elizabeth que ainda chorava.

- Olha, desculpa. - Não houve nenhuma resposta. - Você tava mesmo falando a verdade?

- E por que eu mentiria? Eu não tenho nada, Ban, nada, mas eu tenho que ser responsável agora, já que meu corpo está gerando uma criança, sem emprego, sem dinheiro, o pai da criança está namorando outra, a terceira pessoa pra quem eu conto não acredita em mim e eu já me aproveitei demais da minha melhor amiga!

- Então o filho é do capitão? - Perguntou mesmo sabendo a resposta.

- É! E mesmo que o anão de jardim se lembre da nossa noite juntos, ele não deve ter neurônios o suficiente pra ligar os pontos. Ou então, ele deve fazer igual a você e pensar que tudo isso é uma mentira.

E falando essa última frase se levantou, deixando o dinheiro para pagar o suco, que por sinal, ela nem tinha bebido, sobre o balcão e foi em direção a porta do bar, deixando pra trás um Ban se sentindo culpado.

 - Espera!