História Inesperado - Capítulo Quatorze (Parte Dois)

POV Narrador

Macarena estava na cozinha preparando algo para comer enquanto Zulema tinha ido tomar um banho. A morena estava a alguns minutos sentada na cadeira da pequena bancada que ficava em seu quarto, olhando para um pacotinho de cocaína que estava sob a mesa. Ela não queria consumir aquilo, lembrou da mulher loira, que acabara de controlar sua crise de ansiedade apenas com um abraço, e que agora lhe preparava um almoço de domingo, ela não merecia estar em um mesmo ambiente com uma Zulema completamente drogada. A morena decidiu se levantar e tomar um banho, deixando aquela porcaria jogada ali.

Poucos minutos depois, a cantora apareceu na cozinha, vestindo uma calça de moletom cinza e uma blusa de tecido fino preta com alguma estampa de personagem, o cabelo molhado e uma pantufa nos pés. Maca se virou quando sentiu a presença da morena e riu timidamente de como a mulher estava vestida.

- Do que você está rindo? – Zulema tinha um olhar angustiado no rosto. – Você é adorável, sabia? Não precisa ficar assim. Eu só achei fofo. – Maca lhe encarava enquanto a morena ruborizava. – Fofo? O que? – Zulema agora mexia com qualquer coisa que estivesse a sua frente, tentando não mostrar o quanto tinha ficado envergonhada. – O seu jeito... Parece uma adolescente... Uma adolescente adorável! – Zulema agora ria. – Você adotaria essa adolescente? – Macarena deu uma gargalhada. – Zulemaaaa... – e bateu no ombro da mais velha. – Senta, já está pronto. Vamos almoçar. – as duas estavam sentadas, comendo e conversando coisas aleatórias, rindo bastante. – Eu também não sei, sabia? – Macarena a olha confusa. – O que? Como assim? – a morena brincava com a comida em seu prato antes de olhar diretamente para a loira. – Como eu também passei tanto tempo sem ter você na minha vida... – Macarena a encara, sorrindo. – Aí eu te devolvo a afirmação de ontem... Assim eu vou me apaixonar por você... – a loira agora a encarava séria. – Eu queria de verdade que isso fosse real. – a morena também a encara. As duas permanecem ali se olhando, às vezes sorrindo, quando são tiradas do transe por um celular tocando. – Alô! Alô? Alô! – a ligação encerra e Macarena fica confusa. – Quem era? – Zulema pergunta e Macarena apenas lhe dar de ombros.

As duas terminam de almoçar e Macarena também decide tomar um banho. Zulema escolheu um filme para as duas assistirem enquanto Maca se arrumava mais uma vez. A morena prepara a sala de TV para as duas passarem a tarde ali, tranquilas... Maca volta para o ambiente vestindo um short folgado, de tecido leve, e uma camiseta xadrez. Zulema oferece o sofá para a mais nova deitar e fica sentada na poltrona acolchoada. Depois de algum tempo, Macarena se sente desconfortável por estar em um sofá tão grande sozinha. – Ei... – Zulema a olha. – Deita aqui... – a morena ri baixo. – Maca... – a loira se levanta e puxa a mais velha. – Como amiga, Zulema... Amigas! Não foi isso que você definiu? – Zulema levanta e a encara em pé. – Eu decidi? Macarena, você queria que eu fizesse o que? Que a gente transasse loucamente e amanhã você fingisse que eu não existo? – a loira revira os olhos, colocando uma mão na bochecha da cantora. – Para. Eu me sinto horrível toda vez que você me lembra disso. Só vem deitar comigo, por favor! – Zulema beija a testa da loira, a envolvendo em um abraço. – Desculpa! Eu não vou falar mais disso. Vem, vamos deitar. – as duas mulheres seguem para o sofá, Zulema deita primeiro e Maca se aninha em seu peito. As duas veem o filme aos risos e pouco tempo depois a morena percebe que a atriz havia adormecido. Zulema ri e a puxa para mais perto, como se quisesse fundir os dois corpos. – O que você está fazendo comigo? Por que eu me torno outra pessoa com você? – Zulema fala mais para si do que para Macarena ouvir.

Já era noite quando Lana chegava em casa e a procura da mãe se depara com a cena da mulher dormindo com Macarena em seus braços. Lana tira uma foto e manda para Saray. A menina então se dirige ao seu quarto para tomar um banho e tirar a roupa de piscina que passou o dia inteiro.

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Saray: (foto)

(18:45 PM)

Saray: - Zulema, não era desapegada nera? – (emoji rindo)

(18:45 PM)

Terê: - Que isso? –

(18:45 PM)

Goya: - Como assim “o que é isso?”? kkkkk –

(18:45 PM)

Saray: - A Zulema com uma mulher, dormindo agarradinha, oras... kkkk –

(18:46 PM)

Terê: - Mas e quem é? – (emoji pensando)

(18:46 PM)

Saray: - É... Não sei... O rosto está escondido. –

(18:46 PM)

Alícia: - Espera... Essa não é a que trabalhou em um clipe com vocês? Como é mesmo o nome dela? –

(18:47 PM)

Goya: - OLHAAAAA!!! Quem resolveu aparecer... – (emoji rindo)

(18:47 PM)

Saray: - Alícia lembrou que tem amigas... –

(18:47 PM)

Alícia: - Gente, foco! – (emoji revirando os olhos)

(18:48 PM)

Terê: - Verdade... Pode ser... Mas ela não é hétero? – (emoji pensando)

(18:48 PM)

Goya: - Hétero? Kkkkkkk –

(18:48 PM)

Saray: - Ela é bissexual, Terê... kkkk –

(18:49 PM)

Alícia: - Ok, mas ela não é casada? –

(18:49 PM)

Saray: - Então... Até é, mas o casamento está por um fio, como podemos comprovar, não é mesmo? Kkkkkk –

(18:49 PM)

Alícia: - Hmmmmm. Interessante saber disso... kkkkk –

(18:50 PM)

Goya: - Esperar essa prisioneira do amor acordar para gente saber que novidade é essa... –

(18:50 PM)

Saray: - Prisioneira do amor kkkkkk –

(18:50 PM)

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Macarena abriu os olhos e viu seu corpo completamente coberto pelo corpo de Zulema. Sorriu com a sensação que era estar envolvida nos braços da morena. Começou a traçar todas as linhas de seu rosto, até que a mais velha acordou. – Olá! – Maca sorria. Zulema a abraçou mais forte. – Oi! – sorriu. – Eu acho que preciso ir embora. – Zulema abriu os olhos de uma vez e encarou a mais nova. – Não faz essa carinha... – Maca tocava seu nariz com a ponta de seu dedo indicador. – Não quero que você vá. – a morena choramingava. – Ai vem cá... – Maca voltou para o abraço da morena. – O Fábio não está de plantão? – Macarena sorria já entendendo o pedido que viria. – Então dorme aqui... Ou pelo menos fica mais um pouco... – Zulema deu um beijo no pescoço da loira. – Eu não sei o que eu fiz com você, mas provavelmente você também fez comigo... – a loira lhe sorria e se aninhava em seu colo mais uma vez. Zulema gargalhou. – Então você ouviu? – Maca sorria de olhos fechados e deu de ombros. Zulema a apertava mais uma vez. – Vem, vamos jantar alguma coisa... – as duas saíram do ambiente rindo e de braços dados, como costumavam fazer quando estavam juntas.

Ao entrarem na cozinha se depararam com Lana fazendo seu jantar. – Olá... – a menina falava constrangida, pois não esperava encontrar as duas. - O-oi, filha! – Zulema falava sem jeito. – Essa aqui é a Macarena. – Lana pôs seu sanduíche no prato que estava em cima do balcão e cumprimentou a atriz. – Oi, Macarena! Eu já estou indo para o meu quarto. Vou deixar vocês a vontade. – Zulema se adiantou em impedir a filha de sair. – Não precisa, meu bem! Pode nos fazer companhia, sim? – esperando um olhar de consentimento da loira. – Claro que sim. – Maca lhe sorriu com os olhos fechados. – Não, gente. Não quero tirar a privacidade de vocês. – Zulema olhava Lana com desconfiança. – Filha, como assim? Por que você tiraria nossa privacidade? – Lana ria timidamente. – Mamãe, acredito que você queira ficar a vontade com sua namorada, não? – as mulheres mais velhas riam alto deixando a mais nova confusa. – Filha... Nós só somos amigas! – Zulema beijava o topo da cabeça da menina. – Amigas? Enfim... De qualquer forma eu estou muito cansada do dia inteiro na casa da Danna. – Maca se surpreendeu ao ouvir o nome. – Danna? De Daniella? – Lana também reagiu da mesma forma. – Sim. Você a conhece? – Maca riu. – Bom, se for a Danna que eu estou pensando, é a melhor amiga da minha filha. – Lana ficou curiosa. – Quem é sua filha? – Zulema se apoiou no portal da cozinha e admirou a cena. – Gabriella. – Maca respondia lhe dando um sorriso. – A Gaby? Gaby Martínez? – na mesma hora Macarena sorriu fraco e Zulema percebeu que aquilo havia afetado a mulher. – Sim. Ela é minha filha! – a garota estava achando a situação engraçada. – Eu achei que os pais da Gaby fossem casados... – Lana havia pensado alto. – E somos! – Maca falava em um tom desanimado. – Ah... É... Foi um prazer te conhecer, Macarena! Eu vou ter que ir para o meu quarto porque tenho algumas coisas para estudar, mas fiquem a vontade. – Lana lhe deu um sorriso e tratou de sair o mais depressa possível dali. –

O clima no ambiente ficou incomum e Zulema resolveu preparar o jantar das duas. – Eu preciso ir embora... – Macarena falou em um tom triste. Zulema sabia que essa frase iria surgir em algum momento. – Maca... Ela não falou porque quis. – Maca estava cabisbaixa encostada em uma parede. – Eu sei... Mas ela tem razão. – Zulema desligou o fogo e se aproximou da mais nova. – Ela tem razão em que? A gente não fez nada. Somos amigas. Você não pode ter amigas? – a morena encarava a atriz. – Zulema... Eu estou traindo meu marido quando eu venho para cá e a única coisa que eu quero fazer é te arrastar para o sofá mais próximo e tirar sua roupa. – Zulema fechou os olhos sentindo tudo aquilo que Macarena havia descrito. – Eu preciso ir embora. De verdade! – a loira a olhava com os olhos culpados. – Você vai se afastar de mim de novo? – a morena falava em um tom triste. – Não. Eu já falei que não. Eu nunca mais vou me afastar de você. Mas agora eu preciso ir embora, ok? – a atriz falava enquanto mexia com uma mecha do cabelo da outra mulher. – Ok. Quando chegar me avisa então... – Zulema lhe dava um sorriso triste. – Aviso. Vou pegar minha mochila. – Macarena se dirigiu ao quarto, pegou sua mochila e saiu do apartamento deixando um beijo na testa da cantora. – Lana, eu vou te matar! – Zulema pensava enquanto fechava a porta.