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História Inesperado Amor - Capítulo 3


Escrita por: MissSwan108

Notas do Autor


Boa noite lindas e perdão pela demora, mas ainda acho que vou continuar demorando por causa de tanta coisa que tenho da faculdade para fazer..Mas vou tentar postar o mais rápido possível.
São duas pessoas que editam a fic, eu (Carol), e a Gabe, porém como sou eu que posto a demora é maior.
Espero que aproveitem o capítulo, pois ele está grandinho.

Capítulo 3 - Capítulo 3


Na manhã seguinte, Regina levantou-se mais cedo para arrumar-se adequadamente e tomar o café, antes de voltar aos aposentos e preparar o banho matinal da princesa. Uma coisa agradável que ela encontrou em sua nova casa, (se ela estava autorizada a chamar dessa maneira) era a comida. Aqui, todos os empregados pareciam comer muito bem. Isso trouxe a lembrança de como seu próprio reino sempre havia sido farto, e isso, de forma certa , a deixou um pouco triste, pois só a fazia ver que nada mais voltaria a ser como antes. No mais, ela já se contentava simplesmente por não precisar mais comer as sobras, assim como as que o rei Hades lhe enviava.

Uma hora mais tarde, a latina entrou silenciosamente no quarto de Emma, passando por ela e dirigindo-se diretamente para o banheiro. Ligando as torneiras, Regina deixou a água enchendo a banheira, enquanto buscava as lavagens de corpo e toalhas, e as colocavam sobre a borda. Com tudo organizado, ela retornou para dentro do quarto e foi em direção a jovem, encolhida no meio da cama, ainda adormecida.

- Alteza?  – Regina chamou calmamente ao pé da cama, para não assustar a loira. Mas não obteve qualquer sinal de que Emma estivesse a ponto de despertar. - Alteza Emma? – Regina chamou mais uma vez, sem resposta. Ótimo, pensou a morena frustrada. O que ela deveria fazer uma situação como essa, sem entrar em problemas?... - Alteza! – A latina praticamente gritou, antes que pudesse conter-se e ficou estática no lugar, quando percebeu que seu "chamado" foi bem sucedido. A loira acordou em um sobressalto, coisa que Regina preferia ter evitado. Reunindo a maior quantidade de inocência que podia em sua expressão facial, a latina observou em silêncio, enquanto Emma parecia olhar para todos os cantos do quarto, completamente desnorteada. Os cabelos loiros, agora estavam completamente rebeldes e desgrenhados. Olhos verdes nebulosos, viraram-se para encará-la, porém pareciam ver através dela, completamente sem foco.

- Alteza? – Regina chamou novamente, quando algum tempo se passou e não obteve resposta da loira, que ainda encontrava-se sentada imóvel, olhando para ela. - Desculpe-me por te acordar dessa maneira, mas já são oito. E seu banho já está preparado. – Regina falou calmamente, não olhando diretamente nos olhos, como Belfrey instruiu. Saindo de sua nuvem do sono ao poucos, Emma foi capaz de registrar um pouco o que sua serva havia lhe dito, finalmente. A morena soltou um suspiro de alívio quando a princesa não parecia ter percebido ou dado importância para o fato de ter sido acordada com um grito. Ela levou as pernas para fora da cama e espreguiçou-se antes de vagarosamente levantar e fazer seu caminho para o banheiro. Quando percebeu que Emma a seguiu, Emma olhou para ela com uma sobrancelha levantada.

- Mills?  – Emma chamou sua atenção, enquanto a morena estava em frente à banheira.

- Sim, Alteza? – Regina virou-se para ela. Emma tinha uma expressão divertida e cética ao mesmo tempo. Diferente dos demais, a jovem não gostava de ajuda no banho, quando se tratava de estranhos.

- Você já pode ir agora... A menos que você esteja aqui para me ver nua. – Declarou a loira com um sorriso insolente, mas tão instantaneamente seu sorriso se desfez, arrependida, quando lembrou que Regina era a serva. Oh, merda! Rosnou irritada consigo mesma. Já fazia tanto tempo desde a última vez que esteve com uma mulher, que até sua serva virara alvo sem querer. Foda-se, talvez esse fosse um sinal que precisava de alguma diversão.

A loira testemunhou as bochechas bronzeadas tomarem um novo tom de vermelho e os olhos castanhos se abrirem largamente.

- Me desculpe princesa, não era minha intenção... Eu apenas pensei… – Regina foi cortada.

- Sim, sim eu sei. Você pensou que eu queria ajuda... Mas eu não quero, então pode retirar-se. – Emma abanou as mãos sem muita paciência. Seu pequeno deslize momentos antes, azedou um pouco seu humor. Regina fez uma última reverência e saiu, deixando a loira sozinha.

Despindo-se, a jovem swan entrou na banheira e deixou-se relaxar com a água quente. Hoje ela não tinha nada de especial programado. Talvez ela realmente devesse buscar diversão em algum Pub no povoado, mas... Urg! Provavelmente seu pai a obrigaria a levar Gus ou até mesmo Regina com ela. Não que sua serva seria uma boa guarda-costas. Emma riu para si mesma com a ideia estúpida. Em todos os casos, ela sabia que precisava de algo para se distrair... Ela poderia mandar um recado, ou melhor, um convite à Ruby, sua melhor amiga, para lhe fazer uma visita. Há muito não a via e sentia falta de um amigo no castelo. O mais próximo que ela chegou a ter de amizade lá foi Ariel... E Ariel foi embora. Ela tinha August, mas ele era, em parte, ocupado com as responsabilidades que logo ele iria assumir, uma vez que for nomeado novo rei. Graham  passava o dia trabalhando... Só restava Regina, mas particularmente Emma não gostava muito dela. Talvez porque sua chegada simbolizou a partida de Ariel, ou talvez fossem as brincadeiras irritantes de seu irmão. Ela não entendia o por quê, só não... Regina não. Mas a razão real era distração... Ela precisava de alguém que saísse com ela para beber e jogar conversa fora. Toda essa monotonia e deixava triste... Chateada, frustrada... Ela não sabia como melhor definir.

Após o banho, Emma deixou sua toalha para pegar o vestido, mas percebeu que Regina havia esquecido de trazê-lo antes de sair. A loira bufou.

- Novatos. – Disse mal humorada. Pegando a toalha novamente, ela enrolou-se nela e abriu a porta do banheiro. Entretanto, ao sair 'deu de cara' com sua serva ao lado da porta e o susto foi inevitável.

- Mills! –  Emma grita, enfurecida, enquanto colocava a mão em seu peito, tentando acalmar o coração com o aparecimento repentino da latina.

- Que diabos?! – Regina caiu de joelhos, sem ação, com a súbita explosão da princesa. A loira sabia que não era para tanto, mas ela já estava com raiva antes e a morena parecia a pessoa perfeita para descontar naquele momento.

- Perdão princesa, eu estava esperando até que a senhorita terminasse seu banho. – Regina se justificou, ainda de joelhos..

- Primeiro. – Ela enumerou com os dedos. - Quando eu lhe disser para sair, é para sair! E em segundo, você esqueceu de colocar meu vestido lá dentro! – Apontou para o banheiro. - Ou seja, eu me vi obrigada a vir buscá-lo! Isso já se contabiliza como dois erros em menos de um dia! – A loira cruzou os braços no peito. - Agora, será que hora nenhuma passou pela sua cabeça, que ficar como um fantasma do lado da porta, não me assustaria quando eu deixasse o banheiro? Mas é claro que situações como essa não me surpreendem. Antes mesmo de chegar ao castelo, você já vinha me dando dor de cabeça! E desde que chegou, só tem reforçado minha tese! Vejo que seus antigos Senhores não lhe obtiveram domesticada o suficiente!!! – Disse, cruelmente. - Suma da minha frente! Eu não quero mais vê-la por agora! – Regina se levantou rapidamente, fez uma reverência antes de sair apressada.

Então, após sua deixa, passou-se vários minutos antes que Emma conseguiu se acalmar e andou até seu closet, a fim de escolher um vestido bonito para o dia. Mas a loira não se sentia bem. Algo a remoía por dentro. Foi a culpa? Depois de ter descontado sua ira na jovem Regina, ela havia reconhecido que tinha sido desnecessário sua explosão para com ela e que, antes dela deixar o quarto, a princesa pensou ter tido um pequeno vislumbre de lágrimas nos olhos castanhos. Porém, achou melhor afastar o pensamento, afinal, ela era a princesa. Sempre estava certa...Certo?

              xxx

O café da manhã tinha passado de forma silenciosa na maioria do tempo. Ocasionalmente houve um comentário ou outro entre Gus e seus pais, mas a princesa se manteve calada, entretanto. Ela não estava com humor para qualquer conversa e quando um deles perguntava-a se estava bem, ela respondia com um simples "sim", a fim de evitar uma extensão do assunto. Bem... Pelo menos ela fez o máximo possível para evitar.

- Emma, filha... O que você pretende fazer com seu tempo livre hoje? – Mary perguntou, querendo trazer algum assunto com relação a ela.

- Eu não sei... Talvez eu vá para a biblioteca ler algo, sei lá. – Respondeu desinteressada. E foi só. O resto do café passou silencioso. Regina se manteve em seu lugar, atrás da princesa, sua expressão impassível. Internamente, a latina estava magoada, mas então percebeu que, em sua posição, ela não tinha o direito de ficar. Pensou se devia ou não seguir Emma, quando a mesma terminasse de comer. A princesa ainda poderia estar chateada. Mas pareceu que a loira já havia tomado a decisão, quando levantou-se.

- Eu já estou satisfeita, obrigada. – Ela disse a um dos servos responsável por trazer a comida. - Eu já vou indo. Se vocês me dão licença.

- Toda, minha filha, tenha um bom dia. – Disse o rei

- Obrigada, papai, tenham um bom dia vocês também. – Ela disse e virou-se para a latina. - Mills, venha. – Ordenou, seguindo seu caminho em silêncio para a biblioteca.

Elas entraram em um salão, com enormes janelas e cortinas de veludo vermelhas, poltronas localizadas em frente uma lareira, uma mesa redonda de leitura no centro e claro, diversas estantes e prateleiras de livros. Muitos, muitos livros... A loira parecia ter em mente o que pegaria para ler, pois ela foi diretamente em uma das prateleiras e tirou um livro, sem pestanejar.

- Você sabe ler, Mills? – Perguntou Swan, de repente, virando-se para ela.

- Sim, Alteza. Eu tive professores em minha adolescência e sempre fazia questão de ir à biblioteca. – A morena forneceu.

- Bom… – Ela encarou sua serva. A latina estava imóvel em seu lugar, olhando para as estantes de livros, com os braços cruzados atrás das costas e a loira inconscientemente pensou que talvez ela devesse dar-lhe alguma folga pela explosão de hoje de manhã. - Escolha um livro e sente-se, eu pretendo passar um bom tempo aqui dentro hoje. – E era verdade, a biblioteca era uns dos poucos lugares que a loira conseguia relaxar. A jovem Regina olhou para ela, como se estivesse perguntando se ela tinha realmente certeza. Emma simplesmente acenou com a cabeça e a latina fugiu em direção à sessão de poesia. Seus grandes olhos brilharam quando ela pareceu achar um livro de seu agrado. Regina retornou com o ele em mãos e sentou-se no carpete felpudo, ao pé da poltrona onde Emma estava sentada.

Passaram-se algumas horas em que ambas mantiveram-se entretidas com suas leituras. Entretanto, vez ou outra, Emma desviava sua atenção para a serva, completamente alheia a seus olhares, vidrada no livro em que lia.

- Você gosta de poesias, Mills? – Perguntou, com uma sobrancelha erguida, fazendo a latina voltar sua atenção para ela.

- Sim, Alteza, sempre gostei… – Ela franziu o cenho enquanto pensava um pouco antes de voltar a falar. - Quando eu era mais jovem, minha mãe sempre me incentivou a ir para as artes... Ela pagou ótimos professores para que me dessem aulas extras de canto, música e literatura. Seu amor era tanto, que ela escolheu meu nome em homenagem à uma personagem de um livro que ela lia quando jovem, que costumava ser bondosa, atenciosa, voluntária e também muito decidida, e que, diante de algum problema sempre agia e resolvia da maneira mais correta e inteligente do mundo inteiro – Ela sorriu tristemente na lembrança de sua mãe. - Ela falou que o nome significava "Rainha". – Suspirou - Vivia dizendo também que a poesia era simplesmente a alma do poeta registrada em tinta no papel. Que toda e qualquer poesia, por mais simples que fosse, revelava parte de alguém. Porque poesia não é apenas um conjunto de versos e rimas... Poesia é o puro sentimento. – Regina terminou com um olhar para o livro em suas mãos.

Emma ficou calada, registrando as palavras de sua serva. Olhos verdes pareciam penetrar na latina e o silêncio desconfortável se instalou entre as duas. Regina interpretou errado a quietude da princesa e ficou de joelhos na frente dela.

- Desculpe-me princesa. – A morena pediu. Emma inclinou a cabeça, em confusão.

- Pelo que você está pedindo desculpas, Mills? – A loira perguntou, completamente sem entender a atitude de sua serva.

- Eu falei mais do que você me autorizou a dizer. – Ela justificou. Emma revirou os olhos para as palavras da morena.

- Você não tem que se desculpar por aquilo que não fez, Mills?. Eu lhe perguntei sobre. – A princesa afirmou. - Além disso, foi uma história interessante, sua mãe parecia ter sido uma mulher inteligente. – A loira meditou. Nesse mesmo momento, a latina quebrou uma das regras impostas à servidão, quando seus olhos de tom chocolate encontraram os azuis da princesa, sem reservas. A tristeza profunda presente neles foi algo que Emma nunca tinha visto, o que a pegou de surpresa. Ela não esperava ser afetada, mas a dor daqueles olhos atingiu-lhe como um soco no estômago.

- Ela foi Alteza, ela foi…

                  xxx

Três semanas se passaram desde o evento da biblioteca e as coisas pareciam estar melhores para Regina, em sua opinião. Ela já havia se habituado melhor ao local e à agenda de tarefas da princesa. Além disso, ela tinha feito algumas amizades em torno do castelo, com outros servos, mas principalmente com Belfrey, que sempre lhe dava bons conselhos em relação ao seu trabalho e certos gostos de Emma. E a princesa já não parecia mais tão severa agora, de como quando ela a conheceu à semanas. Na verdade, em alguns raros momentos, na interação com sua família, por exemplo, a mesma se mostrava uma mulher doce. Ainda era muito rígida e fechada, por vezes lhe chamava à atenção, mas já não era tão ruim. E até mesmo lhe havia permitido visitar a biblioteca, em seus dias de folga.

Naquele dia, entretanto a princesa tinha saído para mais uma de suas cavalgadas, como de costume na maior parte da semana e, antes de sair, ela lhe havia autorizado a fazer uma caminhada ou qualquer coisa do tipo, enquanto ela estivesse fora. Regina não pôde deixar de se perguntar, porém, o por quê de Emma nunca demonstrar interesse em levar alguém, até mesmo ela se precisasse, em suas cavalgadas, mas pensou que talvez fosse uma espécie de ritual sagrado, prazer pessoal ou qualquer outra coisa que poderia ser nomeada e que era de extrema importância para loira, tal como respirar.

A latina então decidiu gastar seu tempo livre visitando os jardins do castelo. Um lugar que ela tinha aprendido a apreciar pela beleza e a paz que ele transmitia. Regina observou um pé de rosas brancas alguns metros de distância dela e escolheu aproximar-se para senti-las, mas ouvindo alguém chegar por trás dela, virou-se instantaneamente, alarmada.

- Ei, vai com calma tigre, eu não vou te machucar. – Disse um homem alto, de  cabelos negros um pouco grisalho, com as mão para cima em sinal de trégua.

- Desculpe-me, é que você me assustou. – Justificou a morena, recompondo-se.

- É, isso acontece com frequência. – O homem sorriu, encolhendo os ombros. - Sou Daniel Colter, por sinal. – Ele estendeu a mão para ela.

- Regina Mills. - A morena disse, aceitando a mão.

- Oh, a menina Mills, nova serva de sua Alteza... Ouvi falar sobre. – Ele forneceu, quando ela levantou uma sobrancelha bem delineada.

- Você sabe, a princesa é conhecida por não dar muita liberdade a seus servos, o que me surpreende, uma vez que você esteja aqui e não com ela. – Regina não sabia nada sobre o homem estranho que estava puxando assunto e não podia deixar de ficar um pouco desconfortável no local.

- Ela foi exercer uma de suas tarefas rotineiras e me deu permissão para fazer algo, enquanto ela estivesse ausente. – Ela respondeu, enquanto observava atentamente o homem. - E você? É uma espécie de servo ou algo assim.?

- Ou algo assim. – Respondeu com um sorriso torto, cruzando os braços no peito, postura auto-confiante. Regina resistiu a vontade de revirar os olhos. - Sou o jardineiro e paisagista. Eu fiz esse lugar. – Respondeu, abrindo os braços e indicando toda a paisagem a sua volta.

- Você fez esse lugar? – Regina perguntou, perplexa, olhando a sua volta o extenso e florido jardim. Sua surpresa pareceu inflar ainda mais o ego do homem.

- Sim, eu fiz… – Respondeu, orgulhoso.

- É muito lindo. - Ela elogiou, sincera

- Eu sei. Sou uma espécie de Michelangelo. Só que Michelangelo com uma tesoura de jardinagem. – Desta vez, a morena não conseguiu deixar de revirar os olhos para ele. - Ei! Não revire os olhos, Regina, eu sou muito bom! Confie em mim. – Ele piscou. Regina arregalou os olhos para a forma confortável que o homem já se permitia conversar com ela... Tentou manter-se séria, afinal, não o conhecia, mas não conseguiu deixar de rir das palhaçadas dele.

- E por que eu confiaria em você, senhor? – Regina perguntou, entrando na brincadeira. E Daniel a pegou.

- Ora, não é óbvio? Eu sou o melhor jardineiro do reino... E o mais bonito. – Acrescentou, balançando as sobrancelhas, sugestivamente. Callie riu. Ela tinha de admitir que encontrou o homem divertido e até um pouco charmoso.

- Se você diz. – Ela balança os ombros, fingindo indiferença.

- Sim, e te digo mais... Como seu amigo, vou lhe dar um "Tour" exclusivo pelos jardins.

- Então, mal nos conhecemos e agora somos amigos? – O tom da morena era provocativo.

- Claro, você seria tola se não quisesse ter um amigo como eu... Só estou lhe poupando um esforço.

                 xxx 

Emma foi colocando suas coisas de volta na cela de Salazar. Já passavam de meio dia e a loira sabia que ouviria algumas reclamações da rainha por ter faltado ao almoço, mas ela não podia ter evitado. Estava um ótimo dia para dar um mergulho no lago de águas escuras, que ela havia descoberto há pouco em suas cavalgadas. Era relaxante e a ajudava a pensar na vida. Como seria se ela estivesse viajando por aí? Provavelmente seria incrível... Todos os lugares para conhecer, as pessoas... Mas então ela não tinha nada disso... O máximo que já aconteceu-lhe foi embebedar-se no Pub do vilarejo com alguns plebeus de confiança. E ficar com algumas mulheres. Porém Gus sempre estava lá, ou seja, ela não era completamente livre. Não era ruim em tudo. Ela vivia em um jogo com irmão, de quem conseguiria primeiro levar uma mulher para a cama, sempre que iam nessas festas do reino ou de reinos das redondezas. Claro, um jogo completamente desaprovado por seu pai, mas o que o rei não via, o rei não sentia. Ela sabia que seus pais a queriam segura, mas ao mesmo tempo, ela não podia evitar sentir que algo estava faltando em sua vida.

- Ah, Salazar... Por que as coisas não poderiam ser mais fáceis? – Ela perguntou ao cavalo, que apenas relinchou. - Eu sei, eu sei... Mas ser princesa não é tão fácil quanto parece. – Ela estreitou os olhos para seu animal, que apenas bateu o casco no chão. - E agora eu devo estar ficando louca, conversando com um cavalo. – Ela revirou os olhos para si mesma e se virou para recolher o resto de suas coisas, enquanto Salazar apenas soltou uma baforada sonora. A loira virou a cabeça para encarar o animal, com certo ceticismo e desconfiança. - Se eu não soubesse, diria que você está zombando de mim.

O caminho de volta foi lento e calmo. Ela já tinha perdido o almoço e não havia motivos mais para ter pressa. Ela fez uma nota mental para contactar Ruby. Seria uma boa fazer-lhe um convite para uma visita e assim poderiam conversar e por os assuntos em dia. Também lembrar que na outra manhã ela tinha uma reunião com sua família e conselheiros do reino. Ela ainda não entendia o por quê de seu pai fazer questão de colocá-la nas reuniões, uma vez que seu sucessor era Gus e não ela.

- Ei Humbert! – Emma chamou, quando chegou ao estábulo.

- Alteza. – Graham cumprimentou, curvando-se em uma reverência.

- Graham, você sabe que quando estamos a sós, você não precisa me chamar pelo meu título e nem fazer toda essa encenação, que eu simplesmente odeio.

- Eu sei, mas é força do hábito. – Graham riu. - Então... Boa caminhada?

- Sim, como sempre... Além disso, o lago estava ótimo. – Ela respondeu sorrindo. - Como nunca havíamos percebido ele antes?

- Eu não sei, na verdade, nunca cavalgamos para aquela direção. – Graham respondeu, dando de ombros. - Entretanto, reforço a ideia de que você não deve ir a lugares assim sozinha, Swan.... É perigoso, principalmente para uma princesa.

- Não há perigo, Humbert. E eu sei me cuidar muito bem, então não se preocupe. – Emmaa tranquilizou.

- Se você diz. – Graham olhou de esguelha, não completamente certo.

- Ei! Eu poderia condená-lo à forca por duvidar da princesa. – Emma falou, brincando.

- Então agora você é a princesa? Muito esperta para o seu próprio bem, Swan. – Graham provocou, cutucando-lhe com o ombro. A loira riu.

Após deixar Salazar no estábulo, eles caminharam para fora e mantiveram uma conversa casual, enquanto se dirigiam para o castelo.

- Você viu Mills por aí, Graham? Eu preciso que ela tenha conhecimento de meus afazeres amanhã.

- Se você está me perguntando sobre sua serva, sim, que a vi caminhar pelos jardins acompanhada do Colter, quando estava subindo para almoçar. – Humbert informou.

- Daniel Colter, o jardineiro? – Graham fez um sim com a cabeça.

- Sim... Eles pareciam estar se dando bem. – Comentou distraidamente. Pararam na escada de uma das entradas. - Bem, princesa, essa é a minha deixa para ir. Tenha uma boa tarde.

- Você também, Humbert, cuide bem dos meus cavalos.

- Sempre. – E com isso ele se afasta, de volta a seus afazeres.

Emma entrou no Castelo e seguiu diretamente para seu quarto, tentando passar o mais desapercebidamente possível, ganhando apenas reverências e "Alteza" de alguns servos que encontrou no caminho.

Mas então, ela não encontrou Regina. Nem em seu quarto, nem no dela.

- Ótimo! É você dar um pouco de liberdade e eles somem quando mais precisamos. – Disse para si mesma, enquanto deixava os quartos. Mas ela não estava tão zangada em tudo. E isso foi uma das coisas que a loira começou a reparar em si mesma. Desde o evento em que sua serva casualmente abriu uma de suas feridas para ela, Emma meio que amoleceu um pouco. Ela já não odiava tanto Regina como no início, talvez até, já nem a odiava mais. Só que era óbvio que ela jamais admitiria isso. Entretanto agora, ela estava frustrada, o Castelo era enorme para que ela, uma princesa, saísse por ai procurando a serva. Então ela lembrou de Humbert comentando tê-la visto com Colter andando pelos jardins. Talvez ela ainda estivesse com ele.

- Woah! Onde é o fogo, irmãzinha? – Perguntou o príncipe, parado ao pé da escadaria do hall de entrada, enquanto observava sua irmã descer as escadas rapidamente.

- Não comece, Guss... Estou com pressa e ainda tenho de encontrar minha serva. – Disse Emma, passando por seu irmão. O rapaz parou na sua frente, impedindo-lhe a passagem.

- Encontrar sua serva? Você tem sido mais malvada do que eu imaginava, se ela precisou chegar ao ponto de se esconder de você. – Gus riu da carranca que se formou no rosto de Emma. - Calma, eu só estou brincando contigo, Emy. Mas há algo que não é brincadeira, e me refiro à mamãe. Ela não está nada feliz com sua falta de compromisso com a família... Você sabe como preza pelos nossos momentos juntos. Papai e eu até tentamos contornar um pouco a situação, mas ela ainda está chateada.

- Está tudo bem, eu já esperava essa reação dela. – Emma disse, encolhendo os ombros.

- De qualquer maneira, estou apenas avisando... Agora... Você disse algo sobre procurar Regina. O que houve?

- Nada demais. Ela deve estar andando por aí, já que eu havia lhe dado permissão para isso, enquanto eu estivesse andando à cavalo. – A loira disse, sem muita importância. - Mas eu não contava com o fato de ter de procurá-la depois.

- E por que você não manda um servo ir atrás dela? Não seria mais fácil? – Gus sugeriu, estranhando que sua irmã não tinha pensado nisso antes.

- August, se eu quisesse um servo para ir procurá-la, eu não estaria indo. – Emma falou, como se fosse óbvio. - Além disso, não quero que pensem, que não tenho controle sobre minha própria serva, então me dê licença. – Ela disse passando por ele.

- Eu vou com você. – Falou simplesmente.

Eles foram caminhando em direção aos jardins, com Emma dizendo ter recebido a informação de Graham sobre tê-la avistado lá antes. E ele estava certo. Ambos não precisaram andar muito para encontrar Regina, em uma determinada parte no jardim e Daniel, que parecia estar explicando para ela sobre, o que a loira podia julgar, como uma espécie de Pteridófita.

Depois de um momento, ela observou quando o homem pareceu fazer um comentário e sorriu, balançando a sobrancelha, fazendo com que Regina soltasse uma gargalhada. Foi a primeira vez, desde que a mulher Mills havia chegado, que a loira ouviu a morena rir daquele jeito. E ela achou que era bonito. Mas então, Daniel passou o braço por cima dos ombros da latina, dando um aperto, que poderia ser considerado por qualquer um como um abraço amigável, mas que de certa maneira a incomodou um pouco. E a constatação disso assustou a loira. Por que ficar incomodada? Regina era nada mais do que sua serva, que tinha encontrado alguém para conversar, enquanto ela estava fora. Mas agora a princesa precisava de seus serviços... Sim! Por isso ficou incomodada. Por que ela era para ser a prioridade e não Colter, pensou aliviada.

Gus observou, enquanto sua irmã parecia estar enfrentando uma batalha interna e logo depois ver sua expressão carrancuda aliviar um pouco e ela liberar um suspiro. O rapaz loiro ficou intrigado.

- Emy, algum problema? – Gus perguntou, franzindo o cenho.

- Não. – Respondeu simplesmente, logo depois, seguiu seu caminho até o casal conversando mais a frente. Quando perceberam a presença da loira, ambos a fitaram surpresos, antes de ajoelharem para ela.

- Alteza. – Daniel e Regina falaram ao mesmo tempo.

- Mills, eu estive procurando por você desde que eu cheguei, há algum tempo. Já passam do horário do almoço e isso significa que era para você já estar esperando por mim. – Disse Emma.

- Sinto muito, Alteza, eu perdi a noção do tempo. – Regina se desculpou.

- Se você não tivesse perdendo seu tempo flertando com o jardineiro, talvez tivesse se dado conta. – A loira cuspiu as palavras, com desdém.

- Alteza, nós não estávamos… – Daniel começou, mas foi cortado.

- Eu não lhe dei autorização para falar, Colter. – O homem assentiu, emudecido. - Agora vá! Acredito que você tenha trabalho para fazer. – Emma ordenou e o mesmo se levantou, despedindo-se antes de se retirar. A princesa voltou sua atenção para Regina, que ainda estava curvada diante de seus pés. E ela respirou fundo, tentando acalmar um nervo, antes de voltar a falar. - Levante-se Mills.

A morena ficou de pé, mas manteve a cabeça baixa, esperando uma torrente de palavras iradas da loira, em sua direção. Ela sentiu vontade de chutar-se pelo erro bobo. Ela sabia que a confiança da loira estava crescendo com relação a ela nos últimos dias. Estava até um pouco mais paciente e amigável, mas ela tinha que estragar tudo... Só que então, a loira a surpreendeu, quando voltou a falar muito mais suave do que ela esperava.

- Fique mais atenta na próxima, Mills. – Disse calmamente, se virando para sair. - Agora vamos, vou estar muito ocupada amanhã e tenho que te passar a lista de todos os meus compromissos.

Regina não podia acreditar... Nenhum grito? Maldição? Nada? A morena não esperava essa reação da loira, mas quem era ela para reclamar? Pensou, enquanto a seguia de volta para dentro do castelo.

Gus observou tudo de longe, intrigado. Essa reação de Emma não era comum para ela. A forma como enxotou o jardineiro e tratou Regina, logo em seguida, é mais do que ele poderia imaginar que ela faria. Uma realização louca passou por sua cabeça... E o príncipe sorriu. Mesmo que ela não tivesse a real consciência disso, ele sabia que sua irmãzinha havia ficado com ciúmes.


Notas Finais


Como eu já havia dito essa história é adaptação de uma fanfic Calzona escrita pela Shaman e que eu gosto muito, então decidi fazer para vocês, espero muito que gostem.


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