- Rowoon? - Perguntei eu.
- Sim. Lembraste dele? - Perguntou a minha mãe e eu abanei a cabeça.
Queria parar com aquela pequena conversa portanto dirigi-me até à divisão onde a mulher disse que era o meu quarto. Assim que entrei no mesmo, uma sensação de paz invadiu o meu ser. Olhei em volta para tentar recordar-me de alguma coisa. Foi em vão.
Vi uma moldura em cima da minha mesinha de cabeceira. Na fotografia da moldura estavam duas crianças, uma rapariga e um rapaz, que não teriam mais do que 12 anos. Fiquei a olhar aquela fotografia. Não faço ideia de quem é a pessoa que está comigo... mas... será que é o tal de Rowoon? Não sei o que me deu, mas tirei a fotografia da moldura e virei a foto ao contrário. O meu palpite estava certo, havia algo escrito atrás da foto.
"Vou estar sempre contigo, nunca te esqueças de mim. Rowoon."
É o Rowoon que está comigo naquela fotografia. Senti-me culpada neste momento, aquilo dizia para eu nunca me esquecer dele e eu esqueci... Não me lembro dele... a única coisa que eu sei é que discuti com ele no dia do acidente...
- Filha... precisas de alguma coisa? - A minha mãe estava à porta do meu quarto, encostada à porta, a olhar para mim. Consegui ver pena no seu olhar.
- Só quero as minhas memórias de volta... nada mais que isso. Será que... posso ir dar uma volta?
- Claro, queres que vá contigo?
- Não... eu prefiro ir sozinha... mas... queria ouvir música... onde está o meu telemóvel e os fones?
A minha mãe entrou no quarto e abriu a primeira gaveta da mesinha de cabeceira. Tirou um telemóvel e uns fones e entregou-mos.
- Aqui tens... por favor não exijas muito de ti... se não te lembras... não faz mal... com o tempo vais acabar por te lembrar...
Depois de dizer isto, ela foi novamente para a cozinha. Olhei para o telemóvel e quando vi a fotografia de fundo fiquei ainda mais confusa. Era eu com um rapaz... e tenho a impressão que esse rapaz é o Rowoon...
Eu não me lembro quem ele é, mas ele continua a aparecer em todo o lado...
Meti os fones e cliquei numa música qualquer. Saí de casa e comecei a andar sem destino concreto. Só espero não me esquecer do caminho de volta para casa.
- S/n! - Ouvi alguém chamar aquele que me disseram que era o meu nome. Virei-me para trás e vi um rapaz com cabelos encaracolados e com uns óculos. Ele tinha um enorme sorriso nos lábios e assim que chegou ao pé de mim abraçou-me de forma calorosa. - Então como é que estás? Nós soubemos do acidente... queríamos ter-te ido visitar ao hospital mas não nos deixaram. Estamos todos preocupados!
- Desculpa, mas... quem és tu? - Perguntei eu, com vergonha de fazer aquela pergunta.
- S/n... eu sou o Dawon... não te lembras de mim?
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