História Inevitable - Capítulo XII

Kakashi tinha certeza de que Sakura não havia bebido. Mas que diabos ela estava fazendo vestida daquela forma?

— Não é possível... — falou para si. Aquilo só podia ser um sonho.

Abriu a porta a porta disfarçadamente de esguelha, olhando em direção a sala, onde pode ver novamente Sakura vestida naquele kimono que mostrava mais do que escondia. Ele adorou, é claro.

Sua consciência o recriminava, porém, seu corpo parecia discordar dela. A vontade que ele tinha era de repetir aquele beijo da boate. Mas não. Ele tinha princípios e eles gritavam em sua mente dizendo que aquilo era totalmente errado.

Somente a lembrança do beijo, fora o suficiente para deixá-lo alterado. Já beijara outras mulheres, mas não havia sentimento envolvido. Com Sakura, foi diferente. Não era só desejo.

Ficou um tempo parado encarando a porta por onde passara, divagando entre voltar a sala e tentar dormir. Apesar de achar a primeira opção extremamente tentadora, optou pela segunda.

Deitou-se na cama e tentou relaxar. Mas foi em vão. Por mais que tentasse conduzir seus pensamentos em outro rumo, ele sempre acabava voltando para a mesma coisa: Sakura. Sua mente fantasiava as diversas formas em que ele tiraria seu kimono.

Perdido em devaneios, quase que inconscientemente sua mão desceu por baixo da calça que vestia e ele se perdeu totalmente em sua imaginação. As sensações em seu corpo faziam com que suas fantasias quase parecessem reais.

A temperatura do quarto pareceu subir, seus batimentos aceleraram, enquanto o movimento de sua mão tornava-se mais veloz.

— Sakura... — deixou escapar ao alcançar o ponto mais alto.

Ainda um pouco nublado devido as sensações, olhou para baixo vendo o estrago que causara. Precisaria de um banho. Bem frio, de preferência.

(...)

Dois dias passaram-se e Sakura agia como se nada tivesse acontecido. Ele, é claro, fingia que tudo estava ocorrendo bem, que não se masturbara feito um adolescente na puberdade, enquanto imaginava as diversas coisas que queria fazer com ela. Manteve sua rotina como de costume, treinando com ela antes de ir ao centro de genin.

Na manhã do terceiro dia, Sakura portou-se de maneira provocativa, não com roupas excitantes, mas com toques e gestos.

Por vezes sua mão repousava distraidamente sobre seu colete, na altura do seu peito alisando-o, ou seus dedos descansavam sorrateiramente sobre a sua mão, acariciando-a. Outrora, passava a língua sobre os lábios e prendia o inferior entre os dentes, olhando-o diretamente.

Todos os sinais indicavam que ela estava tentando seduzi-lo? Seus sentidos estavam o confundindo. Foi o que pensara. No entanto, nada explicava a forma em que ela lhe aparecera, provocante, três dias atrás.

Em um resquício de tempo, Kakashi distraiu-se em seus pensamentos e não percebeu Sakura vindo em sua direção. A mesma atingiu-o, a ponto de derrubá-lo. Ficou zonzo por uns segundos, até que seus olhos focaram na silhueta acima dele.

De supetão, Sakura sentou em seu quadril, enquanto o examinava. Apoiou suas mãos sobre seus ombros e aproximou seu rosto do dele.

— Desculpa, você está bem ? — questionou-o com um olhar preocupado.

— Difícil ficar bem desse jeito... — disse em um tom baixo.

— O que sente? — aproximou-se ainda mais do seu rosto.

Kakashi estava sentindo muitas coisas naquele momento, todavia, nada se referia a queda que levara e sim a forma em que Sakura sentou-se de forma abrupta em cima dele.

Ele permaneceu ali, olhando para ela em cima de si, enquanto sorrateiramente ele via Sakura direcionar sua mão para o seu rosto.

Ela passou seus dedos por sua cicatriz, descendo em direção a máscara e parando na borda dela. Passou os dedos ali, fazendo menção de abaixa-la.

— Sakura... — disse em tom de repreensão, mas nada fez para impedir seus movimentos.

— Kakashi... — disse faceira, enquanto descia seus dedos na altura do seus seus lábios sob a máscara — Eu já sei o que aconteceu naquele dia na boate. A Naomi me contou.

Kakashi lembrou-se da forma como a Naomi apareceu rapidamente, e logo deduziu que ela vira toda cena. Apesar de estar escuro, quem estivesse próximo a eles, conseguiria perceber o que se passava. Com os acontecimentos posteriores, esquecera-se totalmente de Naomi.

— Aquilo foi um erro, me desculp... — Sakura colocou delicadamente o dedo sobre sua boca, para que ele parasse de falar.

— Eu quero de novo. Quero que você me beije daquele jeito novamente — pediu manhosa.

Kakashi nada respondeu e Sakura entendeu a sua falta de resposta, como um sinal de que ele cedera.

Com cuidado, voltou novamente para a borda da máscara puxando-a para baixo. Estavam tão proximos, que ele era capaz de sentir sua respiração em seu rosto.

Sakura continuou seu trabalho abaixando de forma lenta o pano sobre sua face.

De repente, Kakashi sentiu alguém se aproximar. Rapidamente, inverteu as posições. Ficou sobre os pés e ajeitou a sua máscara.

— Atrapalho alguma coisa? — uma voz que ele não gostaria de ouvir, indagou atrás de si.

— Não. — respondeu contrariado.

— Y-yuki ? — disse enquanto levantava-se do chão.

— Olá, Sakura! A Naomi me disse que você, não estava se sentido bem esses dias — olhou de um para o outro — Mas, percebo que está se recuperando bem... — disse irônico — Acho que amanhã já pode retornar para ministrar o treinamento.

— Desculpe, e... — exasperou-se Sakura.

— Ela voltará quando achar que deve. — respondeu curto — Vamos, Sakura. Temos muita coisa pra fazer. — disse olhando-a de forma que ela entendesse que não deveria dizer nada.

— Sayōnara, Yuki-sama! — despediu-se, saindo rapidamente deixando para trás um médico totalmente frustrado.

Durante o caminho, ambos permaneceram calados. O clima que antes pairava, dissipou-se e ambos ficaram reclusos aos seus pensamentos.

Chegaram em casa de forma rápida e ele logo tratou de se arrumar para suas atividades. Despediu-se de Sakura de forma um tanto monossilábica.

Sua mente estava em um turbilhão de pensamentos. Dessa vez, ele não deixaria o que aconteceu passar em branco. Se ela queria um beijo dele, ele daria. Já tinha feito isso antes, o que custava fazer novamente? Todavia, aquele não era o momento para refletir sobre essas coisas. Precisaria se concentrar na atividade que faria a seguir, porém, mais tarde, ele daria o que ela tanto queria.

Sakura, estava reclinada sobre a cama, pensativa. Repassava os acontecimentos de uma hora atrás. Adorou a sensação de vê-lo rendido. Pode sentir que ele queria aquilo, tanto quanto ela. Eles quase se beijaram. Se não fosse por Yuki...

Não adiantaria pensar nisso agora. Por isso, revolveu que continuaria a leitura do livro que Naomi lhe dera.

Aquela literatura vinha se mostrando bastante didática, pensou. Estava aprendendo coisas que nem imaginou que existiam. Claro que, como medica, já vira muitas delas, mas, raras eram às vezes em que se permitiu ler aquele tipo de conteúdo, sem que tivesse correlação com seus estudos médicos.

Entretida, prosseguia devorando cada página, até deparou-se com uma palavra desconhecida, no novo capitulo que entrara.

— Do-mi-na-trix — disse pausadamente em voz alta, testando a pronuncia da palavra.

“Imagine uma mulher que vai realizar todos os seus desejos sexuais, mas é ela quem estará no comando”

Aquilo pareceu extremamente interessante para Sakura.

“A dominatrix, uma mulher que exerce o papel de dominadora, sente prazer em cuidar, ensinar, guiar, proteger e dominar alguém, sempre respeitando os limites impostos por quem está sendo dominado...”

Olhou pela janela, e percebeu que já escurecia. Apesar de aquela leitura está bastante atraente, ela possuía planos para mais tarde. Decidiu que queria mais do que um beijo aquela noite.

— Tadaima. — Kakashi pronunciou ao entrar na sala. Estranhou a quietude incomum do lugar e as luzes baixas.

— Okaeri. — ouviu-a responder à sua lateral.

Olhou naquela direção e pode ver a dona daquela voz, com as costas apoiadas sobre a parede enquanto o olhava, lasciva.

— Sakura... — repreendeu-a, pela segunda vez naquele dia. Ela usava um kimono vermelho de renda, acima do joelho, onde facilmente se notava o contorno dos seus seios.

— Sen-sei — chamou-o de forma maliciosa — Me dê o que eu quero. — pediu.

— E o que você quer, Sakura? — perguntou, mesmo sabendo que ela se referia ao quase beijo da manhã.

— Você sabe o que eu quero. — rebateu.

Sem se conter, aproximou-se dela ficando de frente para a mesma.

— Quem brinca com fogo, se queima. — falou entrando no jogo.

— Fogo é minha especialidade, sen-sei — respondeu-o atrevida.

Não protelaria mais aquilo. Não conseguia nem mesmo se enganar. Estava louco para sentir sua boca macia novamente.

Chegou ainda mais perto, de modo a encurrala-la entre a parede.

— Fecha os olhos — ordenou.

E então ela fechou e ele abaixou sua máscara.

O beijo começara lento e sensual, quase como se as línguas estivessem se reconhecendo, no entanto, aos poucos tornou-se mais urgente.

Sakura já não conseguia mais pensar coerentemente, ela só queria sentir o corpo dele contra o seu. Pensamentos nada sensatos passavam por sua mente. Mesmo quando o beijo cessou por falta de ar, ainda sim, seu corpo ardia, necessitado. Ela queria mais. Precisava de mais.

Ela abriu os olhos demoradamente, e encarou-o, pela primeira vez, sem máscara. Surpreendeu-se. Não entendia o porquê de ele esconder tamanha beleza.

— Kakashi... — susurrou.

Ele ainda permanecia ali, ofegante, segurando-a pela cintura, encurralando-a na parede, com uma das pernas entre as suas.

— Eu quero mais... — pediu — Por favor...

— Eu acho melhor não, Sakura — argumentou sem convicção.

Mas ela viu em seu olhar que Kakashi já estava totalmente entregue a ela.

E então, ela tomou a iniciativa, encostando seus lábios no dele.

Sem se darem conta, tudo se intensificou. Sua mão foi parar em seu cabelo puxando-o mais para perto, e ele colou totalmente seu corpo ao dela, usando a parede como apoio.

Seu coração acelerou ao sentir a mão de Kakashi acariciar sua pele pela abertura do kimono. Quase que institivamente, suas pernas foram parar em volta da sua cintura, causando um atrito gostoso em suas intimidades.

— Ah Kakashi... — gemeu, enquanto rebolava em seu colo.

O que era para ser apenar um beijo, estava indo muito além. Não conseguiam mais se controlar. A tensão sexual naquele lugar era praticamente palpável.

— Você está me enlouquecendo... — grunhiu.

— Por favor, por favor...— pedia enquanto tentava desesperadamente desprender o colete dele.

Sakura sentiu o laço que prendia o seu kimono ser desfeito, enquanto o tecido deslizava levemente pelo seu ombro.

Kakashi ainda estava relutante em ceder. Era um risco. Eles provavelmente se arrependeriam depois. Mas quem se importa? Estavam ardendo e iriam se consumir agora.