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História Inevitable: Quando os Opostos se Atraem (Dramione) - St. Mungus


Escrita por: NoelleAlves

Capítulo 11 - St. Mungus


Pov Hermione

 

— Só isso? — Malfoy me perguntou quando lhe entreguei o saquinho com as folhas de Aranto.

— Como só isso? – Sacudi o saquinho na sua frente, indignada – Aqui tem o dobro do que você colheu quando foi pego pela professora Sprout. E quase tomou uma detenção se não fosse por mim. Podia ser menos mal agradecido…

Ele arqueou as sobrancelhas e suspirou fundo.

— Ta bom, tá bom… – Revirou os olhos – Obrigado, Granger! – Disse em um tom monótono e arrastado.

Ele fez um esforço tão grande para me agradecer, que pude constatar que "obrigado"  não era uma palavra encontrada no dicionário dos Malfoys. Evitou contato visual comigo por alguns segundos e guardou o saquinho cuidadosamente no bolso interno de sua capa. 

 

***

 

Pov Draco

 

— Vocês ainda estão brigados? – Perguntou Blaise Zabini, meu melhor amigo e companheiro de casa, se referindo a Pansy Parkinson, que me fuzilava com o olhar durante o almoço no salão comunal. Chegamos quase no final do almoço e restavam apenas alguns poucos alunos no salão. 

— Já disse que não quero mais nada com essa garota! – Fiz uma cara de nojo ao espetar uma das batatas no meu prato, mas não a coloquei na boca. Blaise me observou brincar com a comida.

— Você não está comendo…

— Bem observado, gênio! – Arqueei uma das sobrancelhas em sua direção.

— Você só não come quando está nervoso! O que houve? Não conseguiu mais Aranto?

— É claro que consegui! – Olhei para o lado nervoso, abaixando meu tom de voz – E graças a Merlin, está fazendo efeito! Pelo menos foi o que um dos médicos me disse na semana passada. 

— Então está nervoso por que? – Perguntou enquanto colocava um pedaço de frango na boca.

— Recebi uma carta… do meu pai – Suspirei fundo – Ele quer se encontrar comigo após a visita. Disse para esperá-lo no hospital!

Blaise fez uma expressão que dizia "cara-você-está-muito-fodido" e eu concordei com um olhar. 

— Talvez ele só queira saber onde você está conseguindo essas folhas de Aranto – Deu um gole em seu suco de abóbora – Saber a procedência ou algo do tipo.

— Zabini, você é retardado? – Perguntei honestamente enquanto ele revirava os olhos e resmungava algo sobre "as ofensas começaram cedo hoje" – Desde quando meu pai se importa com a procedência das coisas? A maior parte das coisas da mansão são de procedência duvidosa e ele consegue se safar com a maioria delas por trabalhar no ministério. Além do mais, ele não se importa com o estado da minha mãe.

— Por que diz isso? – Perguntou curioso. Olhei para o lado preocupado antes de voltar a responder com um tom de voz ainda mais baixo e indicar com os dedos para que se aproximasse mais de mim.

— Um dos médicos me informou que recebeu ordens diretas dele para não voltar a tratá-la com Aranto. É como se não quisesse que ela se recuperasse! Não me surpreenderia para falar a verdade, você sabe como ele é um grande filho da puta e o quanto a torturou durante todos esses anos… Mas não imaginei que a fosse deixar morrer quando tivesse a oportunidade!

Base me olhou assustado, deu outro gole em seu cálice e olhou para os lados, se certificando de que ninguém mais nos ouvisse, antes de responder:

— Você tem certeza disso? – Afirmei com um aceno de cabeça – Cara, isso é pesado… Muito pesado! Não é ele quem paga as despesas dela no St. Mungus?

— Sim, ele paga, mas porque todos no Ministério sabem do estado da minha mãe e pegaria mal para ele não fazer nada a respeito. Mas não é como se se importasse!

Ele deu uma longa pausa refletindo sobre o assunto antes de voltar a me perguntar:

— A professora Sprout te deu permissão para colher mais aranto?

— Não… Eu tive ajuda pra conseguir colher mais um pouco…

— Ajuda? – Ele arqueou uma das sobrancelhas – De quem?

— Granger – Suspirei enquanto Blaise deixou seu garfo cair ao prato juntamente de seu maxilar.

— Granger? – Perguntou curioso em um tom afobado – Hermione Granger? Ela não é… Bom, ela é uma "sangue-ruim", não é?

— Não volte a chamá-la assim! – O repreendi com o cenho  franzido.

— Desculpa, força do hábito. É que a Pansy a chama assim toda hora, achei que…

— Se a Pansy se atirar no lago negro, você também vai? – Revirei os olhos e continuei – Escute, só não gosto mais de usar esse termo, pode parecer engraçado para nós, mas é realmente ofensivo para eles!

— Tudo bem, tudo bem! – Respondeu, erguendo as duas mãos em sinal de rendição – Não vou mais usar esse termo! Você sabe que nunca realmente concordei com isso, só entrei na onda da Pansy, mas já que vocês já não se falam mais… De toda forma, eu ainda não entendi direito: a Granger te ajudou? Achei que ela também te odiasse!

— Ela… Nós estamos mais próximos desde que viramos monitores e precisamos trabalhar juntos – Ele soltou um riso nasal – Qual a graça?

— Não é nada, é que… Achei que você estivesse odiando estudar com ela. Vocês sempre se odiaram!

— Bom, ela não é de todo ruim. Além do mais, está realmente me ajudando nas minhas notas.

— Vocês são amigos agora? – Ele sorria.

— Que? – Respondi em um tom ofendido e franzi o cenho – É claro que não! Não vou ser amigo de uma sabe-tudo! Nós só… Não nos odiamos mais.

Ele sorriu e deu uma última mordida em sua coxa de frango.

— Se eu não te conhecesse, diria que está criando sentimentos pela Granger!

— Está maluco? – Gritei em um tom mais alto, atraindo a atenção de alguns alunos pela mesa – Não gosto daquela nerd! Só acho que não há mais motivos para ofendê-la como fazíamos antes! Além do mais, sabe que meu pai jamais aprovaria que eu me envolvesse com alguém… Bem, alguém como ela! 

— Alguém que não tem sangue-puro? – Completou.

— Exatamente! 

 

***

 

— Senhor Malfoy – Snape apareceu no salão comunal da Sonserina e apenas acenou em minha direção com a cabeça. 

Aquele aceno significava que os testrálios estavam prontos e me esperavam na entrada do castelo. Ajeitei o meu blazer, suspirei fundo e caminhei em direção à entrada, com Snape me acompanhando. Ele me ajudou a subir em uma das carruagens e antes que a mesma pudesse partir, falou:

— Eu realmente espero que ela se recupere!

Acenei em sua direção, o agradecendo pelas palavras e ele se afastou. Coloquei as mãos no peito e suspirei aliviado ao constatar que as folhas de aranto se encontravam em meu bolso interno. 

O trajeto até Hogsmeade durou aproximadamente vinte minutos. Dobby, o elfo doméstico da família já me esperava em frente ao Três Vassouras, como de costume. 

— Senhor Malfoy – Dobby fez uma reverência exagerada ao me ver.

— Oi Dobby. Como você está?

— Muito bem, senhor! – Respondeu com seus olhinhos verdes marejantes – Obrigado por perguntar! Dobby fica muito feliz e honrado de poder ser útil ao senhor Malfoy!

Ele sorriu para mim e eu sorri de volta. Esticou uma das mãos em minha direção e eu a segurei. Em segundos, aparatamos em frente ao Hospital St. Mungus.

O cheiro de plantas e medicinas tomava conta do local. Alguns pacientes se encontravam pelo saguão, em macas, sendo consolados por seus familiares. Aquelas eram as famílias de bruxos que não podiam bancar uma ala particular dentro do hospital. Desviei o olhar como sempre fazia, para não me sentir ainda pior. Nos dirigimos até a recepção e uma bruxa mais nova abriu um sorriso de imediato ao pousar seus olhos em mim. 

— Ora, ora, ora, você não me parece nada doente – Comentou com um sorriso, me olhando dos pés à cabeça. É claro que eu estava acostumado com as pessoas flertando comigo diariamente, mas naquele momento, eu realmente não estava com saco pra isso.

— Vim visitar uma paciente. Narcisa Malfoy – Respondi, sem dar atenção ao seu comentário. 

— Certo, deixe-me verificar – Ela parecia desapontada, mas me ajudou da mesma forma — Sexto andar, senhor Malfoy. Quarto quinhentos e vinte e sete. Pode subir.

Me dirigi ao elevador ao lado de Dobby e esperei até que o letreiro indicasse o sexto andar. Rapidamente, me dirigi até o quarto quinhentos e vinte e sete, já sabendo o caminho decor. Fazia aquele trajeto pelo menos quatro vezes por mês. Bati na porta e entrei.

— Senhor Malfoy, seja bem vindo – um médico mais velho apertou minhas mãos. Já ia me dirigindo para a cama de minha mãe, quando ele me interrompeu – Receio que precisarei revistá-lo. Ordens do senhor Lúcio Malfoy – Respondeu quando arqueei uma de minhas sobrancelhas. 

Suspirei fundo e revirei os olhos. Ele apontou sua varinha para a minha cabeça e um clarão amarelo surgiu dela. Começou a percorrer todo o meu corpo, começando pela cabeça e terminando nos meus pés. No final, uma luz vermelha começou a piscar ao lado esquerdo do meu peito. O médico comprimiu os lábios e arqueou as sobrancelhas, esticando uma das mãos em minha direção. Revirei novamente os olhos e retirei o saquinho do meu bolso, lhe entregando de má vontade. A luz vermelha finalmente se esvaiu.

— Você sabe que a está matando, não sabe? – Comentei em um tom firme – Essa foi a única coisa que realmente surtiu efeito no tratamento dela. E você a está tirando de mim!

— Sinto muito, senhor Malfoy – Seu olhar era piedoso – É a sua família ou a minha. 

Eu sabia bem o que aquilo queria dizer. Meu pai adorava ameaçar as pessoas, principalmente as que não faziam suas vontades. Por trabalhar no Ministério, infelizmente, tinha privilégios que quase ninguém mais tinha, como: sumir com rastros de feitiços e maldições, ter informações privilegiadas sobre tudo e todos e também, comprar quem quer que fosse com sua grande montanha de dinheiro ilegal. É claro que nunca conversamos sobre isso, mas haviam boatos de que ele mantinha contato com bruxos das Trevas desconhecidos, que eram contratados apenas para tirar a vida de alguém quando necessário. Obviamente, não existiam provas concretas sobre nada disso, já que muito provavelmente, meu pai sumia com todas elas, mas a verdade é que eu não duvidava nenhum pouco desses boatos. 

— Meu filho! – Minha mãe esticou os braços em minha direção ao me avistar. Ela se encontrava em sua cama, muito frágil, com seus cabelos fracos e ralos e com uma expressão triste no rosto. Parecia ainda mais abatida do que na semana passada. Corri em sua direção para abraçá-la – Você veio! Não precisava se incomodar…

— É claro que eu vim! – Retribui seu abraço apertado e lhe dei um beijo demorado na bochecha – Que tipo de filho acha que eu sou? – Sorri, tentando esconder minha dor ao vê-la naquele estado – Como se sente, mamãe? – Sentei-me ao pé da cama, colocando minhas mãos ao redor de seu rosto e constatando que ela se encontrava mais quente que o normal.

— Oh, eu estou bem, não se preocupe – Ela sorriu, mas pude dizer que não era um sorriso sincero. Franzi meu cenho e a continuei analisando, preocupado – É sério, Draco! Eu estou bem! – Reafirmou, tentando me animar. 

Nos abraçamos por mais alguns minutos e conversamos por um tempo. Me certifiquei de que a estavam alimentando bem e lhe entreguei uma sacola com alguns doces e guloseimas que havia furtado da cozinha de Hogwarts. Ela abriu um sorriso e me deu um tapa carinhoso no ombro.

— Já disse que não precisa se preocupar comigo! – Respondeu enquanto mordia um pedaço de um delicioso muffin de chocolate.

— Quero que se alimente bem! – Respondi, olhando-a nos olhos. Ela sorriu bondosamente, colocando uma de suas mãos em meu rosto. Fechei meus olhos e aproveitei aquele momento. 

Ouvi alguns murmúrios pelo quarto e uma voz dizendo:

— Sim, ele está ali. Senhor Malfoy!

Me virei para olhar. Meu pai se encontrava na porta do quarto com o cenho franzido em minha direção. 



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