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História Inevitable: Quando os Opostos se Atraem (Dramione) - A Profecia


Escrita por: NoelleAlves

Capítulo 24 - A Profecia


Hermione Pov


— Quer passar no Três Vassouras hoje? – Gina me perguntou, enquanto almoçavamos na mesa do salão comunal. 

Hoje os alunos iriam a Hogsmeade. Faltavam apenas dois dias para o Natal e a maioria dos alunos gostaria de comprar algum presente para seus amigos e familiares. Todos os alunos partiriam logo após o almoço e poderiam estar de volta a Hogwarts até as 20 horas.

— Podemos ir, mas após as compras. Quero comprar alguns presentes…

— Vocês vão à Hogsmeade? – Perguntou Draco. Ele e seu amigo Zabini estavam sentados conosco.

— Sim. Vocês não vão?

— Acho uma ótima ideia – Respondeu Zabini, agora se direcionando a Draco – Você pode comprar algo para tia Cissa, ela vai gostar!

Draco deu um sorriso desanimado e concordou com a cabeça. 

— É, acho uma boa ideia – Respondeu.

— Você me ajuda com o vestido? – Gina me perguntou, animada.

— Vestido? – Perguntei confusa.

— Sim, para a festa de Natal! Você vai, não vai?

Quase havia me esquecido. A festa de Natal seria no dia 24 e começaria às 19 horas. Eu não havia realmente pensado sobre a festa, mesmo porque, não havia sido oficialmente convidada por ninguém. A maioria dos alunos iria com algum acompanhante, e é claro que, no fundo, eu esperava que Draco me convidasse. Mas até agora ele não havia me dito nada, e eu também evitei tocar no assunto.

Afinal de contas, apesar das duas vezes em que estivemos juntos, nenhum de nós havia conversado sobre o que estava rolando. Em partes porque, quando estávamos juntos, a gente se divertia muito. E em partes porque eu tinha medo de me decepcionar com a sua resposta.

Eu tinha medo de que aquilo acabasse de uma hora para a outra. Mas também tinha receio de que se tornasse algo sólido. Quando estamos em público, não trocamos carícias nem nada do tipo. Era quase como se Draco tentasse esconder o que tínhamos. E em partes, eu também não estava certa se queria que as pessoas soubessem.

— Eu, não sei… – Respondi receosa, sem ousar olhar para Draco por um segundo sequer – Eu não tenho um par! 

Observei Gina franzir o cenho enquanto seu olhar se direcionava a Draco.

— Você não a convidou? – Perguntou a ele, seu tom era de indignação. 

— Gina! – Exclamei, sentindo meu rosto corar – Draco, eu…

— Me desculpe, Hermione! – Nossos olhares se encontraram e ele parecia receoso – Eu devia ter mencionado isso antes, mas não vou poder ir à festa. Meu pai me pediu para que passasse o Natal com ele. E Weasley – Seu olhar se dirigiu à ela – Já te falaram que é feio se intrometer na vida das pessoas, assim? 

Gina revirou os olhos enquanto espetava uma das batatas com o garfo. Soltei um suspiro aliviado ao me dar conta de que Draco não havia me convidado porque não estaria em Hogwarts. Não porque ele não queria. 

É claro que eu não estava contente com isso, mas acabei entendendo o seu lado. Draco precisava estar ao lado da família, devido à situação delicada de sua mãe. E isso era totalmente compreensível. 

— Está tudo bem! – Respondi com um sorriso sem dentes – Eu realmente não me importo com essa festa. Fique com a sua família!

Foi involuntário pousar minha mão em cima da sua. Quando me dei conta do que havia feito, senti meu coração acelerar. Draco deixou transparecer um ar de surpresa em seu olhar, mas não moveu a mão em momento algum. Retirei minha mão de cima da sua e, ainda muito constrangida, voltei a comer, sem dizer mais nada. Ele também voltou sua atenção para o próprio prato.

Draco já esteve com a língua entre as minhas pernas. Nossos lábios já haviam se tocado mais de duas vezes. Mas um simples toque em suas mãos parecia… Desconfortável. 

Era assim que uma pessoa deveria se sentir?

— Mione, eu não quero saber. Nós vamos nessa festa, e vamos comprar esses vestidos hoje!

— Gina… – Suspirei – Vai ser estranho chegar sozinha, eu não quero…

— Você não vai chegar sozinha! Eu estou te convidando, não estou? – Seu olhar era sério.

Ri ironicamente, mas ela não desfez sua expressão.

— Está falando sério? Quer ser minha acompanhante no baile de Natal?

— É claro que estou falando sério! Qual o problema? Seremos duas amigas que estão indo para se divertir!

Zabini soltou um risinho e resmungou algo como "se rolar um beijo, quero estar no meio", levando um chute na canela em resposta. 

— Ai, Draco! – Ele franziu o cenho e começou a massagear a canela – É brincadeira!

Eu e Gina sorrimos.

— Achei que você fosse acompanhada do cara que está ficando! – Exclamei. 

— Eu nem sei se ele vai. E também, não me importo. Quero me divertir, não ficar a festa inteira abraçada sem poder dançar direito!

Sorri e dei um gole no meu suco de abóbora.

— Se é assim… Então vamos para a festa!

Gina sorriu para mim e eu retribui. 

— É assim que se fala!

— Ótimo, a que horas nós vamos? – Perguntou Zabini.

— Aonde? – Perguntou Gina, confusa.

— Para a festa, ué!

— Eu sei lá, garoto! – Respondeu Gina, impaciente – A que horas EU E A MIONE vamos, será às 19 horas. Agora você, eu já não sei.

— Qual é? Eu também não tenho acompanhante. Posso ir com vocês! – Respondeu descontraído, tomando um gole do seu cálice. 

Gina revirou os olhos e eu soltei um riso. Observei Draco fazer o mesmo. 

— Você não tem outros amigos chatos da Sonserina para te acompanhar, não?

— Sabe que não? – Ele sorriu charmosamente, lançando uma piscadela para Gina. Eu odiava o quão elegantes e conquistadores os sonserinos conseguiam ser. 

Gina bufou, antes de continuar:

— Tá legal, você pode ir com a gente… Mas sem chamar nenhum desses idiotas da sua casa. E é para chegar às 19h em ponto! Se você se atrasar, vai ficar a festa toda sozinho, entendeu?

— Perfeitamente – Ele sorriu de canto, antes de colocar mais uma batata na boca. 


***


– Uau, Gina! É lindo! – Exclamei ao admirar o vestido lilás que ela provava.

Nós estávamos em uma das lojas de roupas no centro de Hogsmeade. Gina havia finalmente se decidido por levar o vestido lilás, longo e com alguns detalhes em prata. O caimento era perfeito e ela parecia mais do que satisfeita com a escolha. 

Resolvemos nos separar de Draco e Zabini para as compras, já que ambos precisavam comprar presentes para seus amigos e familiares. Combinamos de nos encontrarmos no Três Vassouras em duas horas. 

— Aquela é a professora Sibila? – Perguntou Gina, apontando para uma senhora usando um xale e uma quantidade absurda de tecidos amarrados na cabeça. Olhava curiosa para algumas das peças do mostruário através de seus óculos fundo de garrafa. Sem sombra de dúvidas, era a Sibila Trelawney, professora de adivinhação de Hogwarts.

— É sim! – Respondi desanimada. Sibila era a professora que eu menos gostava. Diria que menos ainda do que Snape. A adivinhação era uma matéria muito incerta e, no terceiro ano letivo, eu e a professora Sibila acabamos tendo alguns desentendimentos. Acabei abandonando a matéria e optando por Aritmancia no lugar.

— Coitada… Alguém devia avisar que aquele vestido já saiu de moda há três séculos! Mas enfim… Mione, você já escolheu o que vai usar?

— Ainda não… – Voltei minha atenção para Gina, desanimada – Olha Gina, honestamente, não sei se é uma boa ideia ir para essa festa, sabe?

— Nada disso, Mione! – Respondeu em um tom sério – Nós vamos para essa festa, e você vai provar esses vestidos agora!

Revirei os olhos e bufei por alguns segundos. Ainda me sentia incomodada pelo fato de não ter um par para a festa. Quer dizer, eu tinha a Gina, mas não era a mesma coisa. 

Ainda contradita, estiquei os braços para que Gina depositasse neles uma quantidade exagerada de vestidos para que eu os provasse. 

Meia hora depois, eu estava cansada. Todos os vestidos ficaram no mínimo… Estranhos! Uns muito largos, outros muito justos, outros pesados demais enquanto outros me pinicavam. Eu havia provado mais de quinze vestidos e não havia gostado de nenhum. 

Saí do provador desanimada, jogando a pilha de vestidos em uma das mesas. Avistei Gina vindo em minha direção, com um sorriso de lado a lado no rosto. Trazia algo que parecia ser um vestido em mãos, porém, estava encapado.

— Gina, o que…

– É esse! – Ela sorria – Mione, é esse vestido! 

Olhei curiosa para a capa e me perguntei de onde ela o havia tirado. 

— Pra você?

— Não, sua doida! Para você! Mione, esse vestido é perfeito!

Ela o pendurou em um dos cabideiros da loja e lentamente, começou a abrir o zíper da capa. De dentro dele, surgiu o vestido mais lindo que eu já vi em toda a minha vida. Era vermelho vivo, longo e tinha um decote reto com duas alças delicadas no ombro. Na parte debaixo, tinha uma fenda que se estendia desde o meio da coxa até o final. Era justo em cima e mais largo a partir da cintura. Além de tudo, tinha detalhes perfeitamente talhados em um tipo de renda brilhante e dourada, na parte da cintura e também na parte debaixo. Aquele vestido era digno de Oscar e com certeza, não havia nada parecido naquela loja que se comparasse com a beleza dele.

— GINA! – Meu maxilar caiu. Estiquei os dedos em direção ao vestido, mas sem ousar tocá-lo – Como foi que você… Onde é que você… Gina, esse vestido deve custar um absurdo!

— Você tem que prová-lo! – Ela sorria, animada.

— Eu? Gina, é claro que não! Eu não poderia nem alugar um vestido desses, quanto menos, comprar!

— Anda logo, Mione!

Ela me empurrou para dentro do provador junto com o vestido. Fiquei sem argumentos e resolvi prová-lo. Afinal de contas, mesmo que eu não fosse levá-lo, não custava nada provar uma vez na vida!

Eu o vesti e me olhei no espelho. Aquele vestido era simplesmente… Magnífico! Eu estava LINDA! Ele modelou o meu corpo perfeitamente e valorizou todas as minhas curvas. Meus seios pareciam mais empinados do que nunca e, apesar do decote ser avantajado, era ainda assim, muito elegante. Me arrependi instantaneamente de o haver provado, agora que sabia que não poderia levá-lo comigo. 

Saí do provador, ainda com o vestido no corpo, para poder mostrá-lo à Gina. A procurei por todos os lados, mas não a encontrei. Até que senti uma mão agarrar o meu pulso, e quando me virei…

A professora Sibila estava parada na minha frente. Segurava meus pulsos com força e me olhava fixamente, sem piscar. Seus olhos estavam vagos e, por um instante, me lembraram o olhar de alguém sob o efeito da Maldição Imperius, mas era um pouco… Diferente.

— P-professora? Professora Trelawney? – Perguntei receosa, para me certificar de que ela estava bem.

Vai acontecer daqui três luas cheias…

Sua voz soou como a voz de duas pessoas ao mesmo tempo. Senti um calafrio subir pela espinha e um arrepio tomar conta do meu corpo todo. Engoli seco antes de prosseguir:

— V-vai acontecer? O que exatamente? A senhora está bem? Porque não se senta?

Senti seus dedos magros e gélidos agarrarem o meu pulso com ainda mais força e, naquele momento, mesmo sendo a mais cética entre os céticos, eu senti um pavor se apoderar de mim.

Em três luas cheias, a ira tomará conta daquele que coopera com bruxos das Trevas! Sangue inocente será derramado, e a garota cujos pais são trouxas enfrentará um agouro terrível… Um agouro… De morte!

Quando a professora Sibila finalmente me soltou, seu olhar pareceu voltar ao normal. Ela olhou confusa para os lados, até se deparar com o meu olhar aterrorizado em sua frente:

— Olá, querida. Como vai? Fazendo umas comprinhas? – Ela sorriu.

Eu estava apavorada demais para responder. Estava tentando entender do que se tratava aquilo tudo. Já tinha lido em livros sobre como funcionavam as profecias, e aquilo que acabou de acontecer, era com certeza uma delas. 

— Mione, você está linda! – Gina veio correndo em minha direção – Esse vestido… É simplesmente perfeito!

Gina cumprimentou a professora Sibila e a mesma se retirou do local. Havia muita informação na minha cabeça naquele momento, e eu não sabia por onde começar. Decidi ir pelo caminho mais fácil: voltar ao provador e tirar o vestido. Não tinha mais cabeça para comprar nada. 

Quando saí do provador, entreguei o vestido nas mãos de uma das funcionárias que, cuidadosamente o embalou e me entregou.

— Oh, não, acho que houve algum engano – Disse prontamente – Eu não vou levar o vestido…

— Obrigada! – Gina pegou a sacola das mãos da vendedora.

— Gina, o que você está fazendo? – Perguntei confusa.

— Toma! – Ela entregou a sacola nas minhas mãos. 

— Gina, eu já disse que não tenho como pagar por esse vestido!

— Você não vai pagar, ele já foi pago! 

Arqueei as sobrancelhas em sinal de surpresa.

— V-você está me dando esse vestido de presente?

Gina sorriu e voltou a me olhar.

— Mione, eu adoraria te dar esse vestido de presente, mas como você sabe, economizei desde o ano passado para poder comprar esse vestido para mim. 

— Então… Quem foi que me deu? – Perguntei confusa.

Ela me entregou uma pequena carta vermelha. Rapidamente a abri:


"O que seria da Rainha da Grifinória sem o seu vestido vermelho?

Com amor,

D.M."


Um pequeno sorriso se formou em meus lábios.



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