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História Inevitável - Capítulo XIII


Escrita por: mabelix

Notas do Autor


Oi gente.
Volteeeeei com mais um capítulo.
Quero agradecer aos comentários do capítulo passado e dar boas vindas ao que favoritaram, cês não tem noção do quanto fico feliz com isso. Pra terem ideia, quando comecei a postar, imaginei que não teria mais que dez leitores me acompanhando. Então muitíssimo obrigada aos que estão aqui gostando da história. Amo vocês de coração ❤️

Boa leitura 📖

Capítulo 13 - Capítulo XIII


Ninguém foi louco o suficiente pra ignorar possiveis consequências se não assinassemos a maldita ata do voluntariado. Enrique tinha um sorriso satisfeito no rosto. Ele era um bom homem e um bom professor, mas as vezes minha vontade era de espanca-lo até a morte.

Antes de se recolher e praticamente ordenar pra que também fôssemos dormir, ele comentou novamente sobre o quanto havíamos sido imprudentes e mais blá blá blá de responsabilidades. Não queria nem imaginar o que seria de nós se ele soubesse que foi dopado.

Seríamos expulsos á base dos berros.

Esperei o relógio indicar uma meia noite pra sair do quarto na ponta dos pés. Eu estava enfiada dentro de uma calça de algodão, camisa de manga comprida, meias e pantufas fofinhas. Claramente confortável. Dirigi-me até a varanda, peguei uma cadeira dobrável e a coloquei de frente para aquela vista maravilhosa. O vento frio soprava forte e eu tive que usar minhas próprias roupas pra me aninhar.

Meus pensamentos vez ou outra parava no imbecil que agora deveria estar dormindo.

A proposta de ir para seu quarto havia sido tentadora, mas eu estava decidida a sequer pensar na hipótese de passar por aquela porta ou estaria encrencada em ter que lidar com o sentiria depois.

Estávamos indo longe demais.

Diego era sedutor e sabia como jogar cada peça do tabuleiro, com o histórico que tinha no colégio era mais que notável que com ele não havia besteiras de sentimentos, era levar pra cama e dá-lhe um pé na bunda. E eu me conhecia bastante o suficiente pra saber que se continuassemos naquele jogo de gato e rato, eu seria a única perdedora. 

E é claro que Roberta Pardo não perde pra ninguém.

— Pensando na morte da bezerra?

Meu coração bateu descontroladamente. 

— Você quer me matar de susto, idiota? — Grunhi, irritada, erguendo a cabeça e encontrando Miguel de braços cruzados ao lado da minha cadeira.

— Foi mal — Ele riu — Você viu uma loira irritada passar por aqui? 

Ergui a sobrancelha.

— A vara tava curta quando foi cutucar a onça? 

Miguel rangeu os dentes e balançou a cabeça, visivelmente culpado.

— Érrr... Talvez — Seus ombros caíram com um suspiro. — Julieta me ligou agora pouco e Mia acabou ouvindo parte da conversa. Ela tá só um pouquinho irritada.

— Um pouco? — Indaguei descrente.

— Talvez ela esteja com uma faca na mão me procurando, mas... É inofensiva. — Ele alertou com um sorriso amarelo no rosto, mais falso do que eu dizendo que não desejo o bonequinho de plástico.

— Então vocês estão juntos?

— É outra pergunta que eu não sei como te responder. — Ele coçou a nuca.

Revirei os olhos.

— Tenha pulso firme, Arango. — Eu disse batendo-lhe na perna. Voltei minha atenção para o mar, cruzei os braços por conta do frio e continuei: — Eu quero te agradecer por ontem.

— Pelo quê exatamente?

— Por ter me livrado daquele cara no bar — Eu disse — Eu ia levar uma surra se não fosse o seu copo voador.

Miguel me empurrou descaradamente para o lado e sentou na ponta da cadeira. Seus braços passaram por cima dos meus ombros e eu me aconcheguei em seu peito quente.

— Eu não deixaria nada acontecer com você, Betinha. — Ele riu enquanto pronunciava o apelido escroto, me dando um beijo na testa logo em seguida.

— Não me chame assim. — Grunhi — Tira minha credibilidade de menina durona.

— Você ainda continua sendo durona, Betinha. — Murmurou. Miguel cutucou minha cabeça com o queixo e eu a ergui, o encontrando me fitando seriamente a centímetros de distância. — Mas você precisa agradecer ao Diego também.

Bufei, contrariada.

— Ele que tirou você e a Mia de cima daquele brutamontes — Prosseguiu — Ele também merece os créditos por ter te salvado.

— Não acho. — Neguei com a cabeça.

— Não é porque se odeiam que você não tem que se sentir agradecida por algo que ele fez. — Murmurou — Diego tem se mostrado bem diferente nessa relação de vocês.

— Defina diferente. — Pedi, curiosa.

— De uma forma que nenhum de vocês têm percebido. — Miguel apertou meus ombros — Ele se preocupa com você.

— Ah tá, e eu sou a Rainha da Inglaterra. — Ironizei.

Ele rolou os olhos.

— Você é tão inteligente pra umas coisas e tão lerda pra outras.

O bilisquei na barriga e ele resmungou baixo.

Não prolonguei o assunto como menina mimada que não queria escutar algumas verdades. E sabe-se lá se isso era verdade. Diego realmente tinha começado a me tratar diferente, mas não era por algum interesse sentimental, era somente e unicamente pra me levar pra cama. E eu queria tanto que voltássemos ao início sem envolver sentimentos ou qualquer merda parecida. 

No meio da madrugada nos despedimos com um aceno e eu tracei meu rumo de volta ao quarto, movida pela sonolência, enquanto Miguel tomou meu posto na varanda. Aparentemente a noite não estava sendo fácil pra nossa psique emocional. 

Refiz meu caminho de volta á cozinha quando estava prestes a passar pela porta do quarto. Minha garganta implorava por água.

Tateei a parede da cozinha ás cegas em busca do interruptor. Dei um passo á frente e acabei chutando uma maldita cadeira. O coitado do meu dedo mindinho deveria ter ficado lá mesmo, já que eu nem conseguia sentir mais o pobrezinho.

Praguejei com ódio no coração.

Cadeira filha da puta.

— Algum problema?

Eu engasguei com a saliva. Minhas mãos suaram e meu coração foi á garganta, voltou no mesmo instante e disparou imediatamente só pra eu ter a dúvida se iria ter um ataque cardíaco naquele momento ou deixaria para a próxima vida.

A dor do dedo mindinho até diminuiu.

— É a segunda vez essa noite, meu coração não aguenta uma terceira. — Admiti com a mão no peito. Eu inalei profundamente e perguntei sem esconder minha voz trêmula. — O que diabos você tá fazendo nessa escuridão? 

Meus olhos foram se adaptando ao escuro e aos poucos pude enxergar uma silhueta no escorada ao lado da geladeira. 

— O mesmo que você. — Argumentou — Não sei onde fica o interruptor.

Reprimi um riso sarcástico.

— A casa é sua. — Constatei o óbvio brincando com os cabelinhos das pantufas. 

A verdade é que eu queria voltar correndo para o quarto, era ridículo, mas ainda me sentia constrangida pelo acontecimento no escritório.

Com passos devagar e meramente calculados, caminhei até a geladeira.

— Não é como se eu tivesse conhecido essa casa primeiro que vocês.

A iluminação precária da geladeira me fez enxergar um Diego sério. Ele vestia roupas parecidas com as minhas, contra o frio e igualmente confortáveis.

— Seu pai nunca te trouxe aqui? — Indaguei pegando a jarra de água e fechando a porta da geladeira com o impulso do corpo.

— Ele nunca teve tempo pra fazer qualquer outra coisa que não fosse trabalhar. — Ele deu de ombros. Parecia acostumado demais com a situação.

Busquei um copo no armário de cima, voltei a bancada e o enchi de água. Brinquei com a borda do copo com os dedos e então ergui os olhos na direção de Diego. Ele me fitava com curiosidade.

— Insônia? — Perguntou após cruzar os braços sobre o peito.

Assenti com a cabeça e indiquei para si.

— E você?

— Sede. — Ele descruzou os braços revelando um copo de água na sua mão direita.

Ficamos em silêncio por alguns segundos enquanto eu bebericava lentamente a água na intenção de me manter o máximo de tempo calada. 

— Enrique falou mais alguma coisa sobre as mensagens do celular? 

Suspirei pesadamente. 

— Só o que você e o restante do pessoal ouviu. — Minha voz se tornou puro escárnio com a lembrança.

— Eu não queria fazer você passar por aquilo, mas... — Diego riu — Quem esqueceu a calcinha foi você.

Eu bufei.

— Certo Bustamante, certo. — Resmunguei — Ok. Eu vou te fazer uma pergunta e eu quero uma resposta sincera.

— Só se você também responder uma pergunta minha. — Ele se escorou na bancada da mesa e eu fiz o mesmo, só que na bancada da pia, ficando um de frente para o outro, nossos pés se tocando levemente

Assenti devagar pensando se dava tempo de voltar atrás e desistir dessa pergunta. Ok. Se eu quisesse a verdade, eu teria que ser verdadeira, não poderia ser tão ruim assim.

— Porque me contou da aposta? — Perguntei com curiosidade.

— Você me beijaria se eu não tivesse contado? — Ele ergueu a sobrancelha.

— É provável que não. — Meneei a cabeça para o lado — Eu não cairia na sua lábia de cafajeste.

Ele riu.

— Mas acabou caindo. — Contestou.

— Por motivos diferentes, não pelo seu charme encantador.

— Então porque foi? 

— É a sua pergunta? — Questionei implorando pra que a resposta fosse não.

— Sim. Porque me beijou se não precisavámos disso pra o Tomás acreditar? 

Cocei o queixo com as unhas.

— Eu te faria essa mesma pergunta... —  Ponderei minha resposta mentalmente e prossegui: — Eu não sei.

Ele balançou a cabeça negativamente.

— Isso não é resposta. — Argumentou sem acreditar — Seja sincera uma vez na vida, Pardo.

Revirei os olhos.

— Eu não sei... Foi coisa de momento, você sabe disso muito bem. — Bufei — Caramba, não se pergunta isso pra uma pessoa que acabou de beijar. Porque então você me beijou? Tem uma resposta pra essa pergunta?

Ele sorriu. Não parecia tão constrangido ou desconfortável quanto eu. Diego deu de ombros.

— Você é sexy pra porra, Roberta.

Minhas mãos soaram e meu coração bateu mais devagar. Minhas bochechas esquentaram e eu agradeci por ele não poder ver minha vergonha. Fingi não me afetar.

— Eu sei que sou. — Eu disse convencida.

Vi seus lábios se abrirem novamente em um sorriso. Não era aquele malicioso ou cretino que eu tanto odiava, era um sorriso de cumplicidade como se... Como se gostasse de estar ali no meio da escuridão diante da sua maior arqui inimiga.

— Eu acho... — Ele riu escorando os cotovelos na bancada, encostando a bochecha no ombro direito. — Que você está louca por mim.

— O único louco aqui é você por pensar numa asneira dessa. — Discordei com a cabeça o fazendo rir ainda mais. Endireitei minha posição e completei algo que estava rondando na minha mente: — Deve ser a primeira vez que a gente conversa por cinco minutos sem se atacar, Bustamante.

Ele ficou em silêncio por três segundos. Parecia absorver minhas palavras.

— Não me chame mais assim. — Murmurou baixo com o tom sério.

— Porquê? — Franzi a sobrancelha.

— Eu gosto de ouvir você falando o meu nome.

Mordi o lábio inferior.

— Certíssimo Bustamante. — Disse para o provoca-lo com um sorriso sapeca nos labios. Fiz menção de andar de volta ao início da cozinha. — Agora se me der licença, eu vou para o quarto.

Dei dois passos adiante e no terceiro meu braço foi puxado. Meu corpo bateu de encontro ao dele e mesmo com tanta roupa nos separando, podia sentir seu corpo emanando calor. Era quente. Sua outra mão rumou para minha nuca fazendo meus pelinhos se arrepiarem com o seu toque.

Ele aproximou os lábios do meu rosto e eu fechei os olhos por antecipação. Os lábios molhados encostaram á centímetros da minha boca.

— Tenha uma boa noite, Roberta. — Sussurrou tão próximo de mim. Estávamos tão perto.

— Você também, Diego — Sussurrei de volta.

Nos encaramos por alguns segundos antes de eu girar os calcanhares e  traçar meu caminho de volta ao quarto. A única coisa que eu queria naquele momento não era correr de volta para o quarto, e sim, voltar pra a pessoa que estava de pé no meio de uma cozinha escura. 

No dia seguinte, após dormir apenas três horas por motivos óbvios, fui acordada brutalmente por um odor horrível. Lupita estava rondando pelo quarto com um incenso em mãos espalhando uma névoa branca e fedida. Ela vestia as mesmas roupas de todas as manhãs, legging cinza e topper de ginástica, confirmando minhas suposições de que já estava acordada á tempos e já havia feito suas corridas matinais.

Céus.

Eu precisava de uma disposição assim.

— Mas que merda é essa, Lupita? — Perguntei com a voz rouca e preguiçosa.

Me sentei no colchão trazendo o cobertor para a cabeça e me enfiei em uma espécie de cabana particular. 

— Está belezura aqui vai purificar o quarto e nos proteger de qualquer crueldade do Professor Enrique, mas... — Ela parou no meio do quarto entre o colchão de Celina e o de Raquel, e, ergueu o dedo indicador na minha direção — É preciso acreditar nas boas vibrações antes de qualquer coisa.

Esfreguei o rosto.

— Você tá afim de me matar sufocada com essas boas vibrações, isso fede pra um cacete.

— Esse odor que você sente são as energias se renovando, entrando em um ciclo de infinito de... — Meu cérebro não foi capaz de compreender tanta informação e imediatamente anulou minha parte auditiva.

De repente, a porta do nosso quarto se abriu apresentando um Giovanni assustado e assanhado. Ele vestia somente uma cueca box branca e pantufas coloridas.

— Aqui tá pegando fogo?! — Questionou alarmado. Ele deve ter percebido o incenso nas mãos de Lupita e abaixou a guarda. — Misericórdia, como isso fede.

Lupita girou os calcanhares na direção da porta e quando viu a nudez de Giovanni, se assustou, largou o incenso no chão e pôs as mãos no rosto. 

— Oh Jesus, você está pelado! — Ela gritou, histérica. Talvez a grande protuberância em evidência na região íntima tenha a assustado. Ouve alguns resmungos das meninas que ainda dormiam, mas Lupita ignorou continuando a falar alto. — Se cubra, Giovanni, seu negócio está aparecendo.

— O colchão vai pegar fogo... — Ele apontou para o colchão desocupado de Pilar.

Lupita estava paralisada. Meus reflexos matinais eram uma grande porcaria. Giovanni prevendo que não nos moveríamos tão cedo, entrou no quarto, pulou o colchão de Raquel e tentou pegar o incenso, mas foi impedido pela mão de Lupita que já estava curvando-se na direção do objeto.

Meu cérebro não captou o momento certo do que aconteceu, mas num segundo ambos estavam na tentativa falha de quem pega primeiro o incenso e no outro estavam caídos no colchão de Pilar. Lupita sobre um Giovanni que gemia de dor.

— Você tá com o joelho em cima do meu pau. — Giovanni gemeu contorcendo o rosto de dor.

Lupita arregalou os olhos, sobressaltada.

— Oh Meu Deus, me desculpa, me desculpa... — Ela se desembestou a pedir perdão enquanto tentava se reerguer sem tocar em Giovanni, mas ao invés de apoiar o joelho no chão e se encostar nele, ela optou por voltar a se sustentar na região íntima do garoto pra enfim conseguir se levantar.

Giovanni se debateu. Podia ver uma lágrima solitária escorrer por sua bochecha.

Então eu ri.

Não.

Eu gargalhei.

Os olhos de Lupita pareciam que sairiam se órbita a qualquer momento. Movida pelo desespero, ela ajudou a Giovanni a se levantar com muito esforço  já que ele parecia que tinha perdido uma perna ao invés dos testículos — e tratou de esfregar o membro dele por cima da cueca.

Meu sorriso murchou antevendo os desastrosos acontecimentos.

— Eu não queria te machucar, me desculpa mesmo, onde dói? Vocês quer um gelinho...

— Eu acho que... — Ele gemeu enquanto visualizava a cena meio atordoado — Você não deveria esfregar tanto...

O gênio vai acabar saindo da lâmpada, Lupita. A aconselhei mentalmente.

Eu acabei indo pra cá e você foi pra lá. Não foi minha intenção, de verdade, Giovanni, eu imagino como isso deva doer...— Ela mal deveria ter escutado o que ele falara e desatou a tagalerar novamente.

— Lupita... — Tentei alertar.

— Eu sei que é duro isso, deve doer muito...

— É, muito duro... — Giovanni concordou e eu rolei os olhos.

Se tinha algo ficando duro não era outra coisa além do trombolho de Giovanni.

— Lupita! — Chamei mais alto.

Ela me fitou por cima dos cílios e eu lhe mandei um olhar sugestivo pra onde suas mãos estavam. Ela voltou a atenção pra Giovanni e finalmente entendeu o que estava acontecendo.

— AI MEU DEUS! — Lupita exclamou com os olhos arregalados para o pênis que praticamente lhe dava Olá por debaixo da cueca. — O QUE É ISSO, GIOVANNI?

— Eu acho que você já passou da idade de saber o que é, mas... — Ele apontou pra região íntima com a maior cara deslavada. — Esse é meu pau, pau, essa é a Lupita.

Lupita rugiu o socando nos ombros e no estômago.

— Você se aproveitou da minha aflição, garoto, você não vale nada!

— A culpa não é minha se você decidiu bater uma pra mim... — Lamuriou-se em meios aos tapas que Lupita lhe dava. — Eu ainda mandei você parar...

— Cala essa boca e saía agora do meu quarto! — Lupita rosnou o empurrando até a porta e em meios aos tropeços, ele conseguiu sair do quarto sem meter a cara no chão. Lupita trancou a porta, me encarou raivosa e ergueu o dedo na altura do queixo. — Não fale nada!

Engoli uma risada.

— Não vou — Prometi.

Eu a fitei borbulhando por dentro, mas não passou cinco segundos pra eu desatar a gargalhar alto. 

— Você é safadinha em Lupi — Caçoei — Só no roça roça com o Giovanni.

— Vai á merda, Roberta! — Só foi pegar o pobre incenso apagado pra também sair do quarto, batendo a porta atrás de si.

Minha risada esganiçada deve ter incomodado alguém, pois em logo em seguida um travesseiro foi lançado na minha cabeça. Meus cabelos voaram para o lado oposto e eu ainda não conseguia parar de rir.

Um pouco mais tarde, vesti um biquíni vermelho que constratava perfeitamente com minha pele e uma saída de banho florida. Peguei a escova de dentes e sai do quarto.

Embora minha intenção fosse sair do quarto, escovar os dentes, voar para o mar, tomar um banho de sol e ralar muito a bunda na areia, a porta aberta do último quarto foi bem mais convidativa quando pus os pés no corredor.

Diego estava estagnado rente a porta de samba canção do Bob Esponja, os cabelos jogados para todos os lados, com uma meia listrada no pé e encarando abobalhado o corredor antes vazio. Sem camisa pra variar. Por Deus, será que estavam dando fermento a esses meninos? Desde quando haviam mudado tanto?

— Você viu alguma meia por aí? — Questionou sonolento.

— Você está ridículo. — Afirmei apontando para seus trajes. Era fofo. Mas ele não precisava saber disso.

— O quê? Só por conta do Bob Esponja? É sexy, caramba.

— Quem te iludiu? 

— Minha mãe. — Ele me encarou pela primeira vez e foi bem descarado em relação a isso, me fitando dos pés a cabeça se encostando no batente da porta, sorriu malicioso e continuou: — Ela tem bom gosto, olha só o pedaço de mal caminho que ela gerou — E apontou pra si mesmo.

Eu bufei.

— Você é sempre tão egocêntrico assim? 

— Só quando estou perto de você, Pardo. — Ele piscou. — Eu sei o quanto adora minha presença.

— Vai sonhando, babaca.

A porta do quarto dos meninos, em frente ao nosso — das meninas — se abriu no mesmo momento em que Diego estava retrucando, mas ele também se calou quando viu a figura feminina que saia de lá de dentro.

Mia tentou dar um sorriso e acabou se misturando com a cara de surpresa estampada na sua cara, ocasionando tudo em uma careta. Ela tinha os cabelos assanhados e vestia uma camisa masculina. Pelo visto ela e Miguel haviam se reconciliado da melhor forma.

— Vocês viram o professor Madariaga? — Perguntou agarrada com roupas, que, aparentavam ser as suas.

— Eu tô com cara de GPS hoje? — Imitei os movimentos de Diego e me escorei no batente da porta, cruzando os braços sobre o peito.

— Deixa de ser tão mal humorada, só te fiz uma pergunta.

— E eu só te dei uma resposta.

— Você dormiu onde? Eu não te vi no quarto hoje. — A voz de Lupita soou no final do corredor enquanto a mesma subia os últimos degraus da escada.

Mia arregalou os olhos colocando a mão no peito.

— Meu Deus, Lupita! — Praguejou baixo — Pensei que fosse Madariaga.

— Não tá vendo que ela e o Miguel passaram a noite se divertindo? — Eu respondi por Mia e ela me fuzilou com o olhar.

Eu ri.

— Uh, que safada. — Lupita soltou rindo logo em seguida.

— Alguém viu minha meia? — Diego perguntou. Ninguém respondeu.

— Se por acaso alguém ver a Lupita, por favor, não digam onde... — Giovanni começou a dizer e eu o enxerguei saindo de dentro do quarto, passando por Mia e parando ao ver Lupita do meu lado.

Minha amiga ficou vermelha e o silêncio constrangedor pairou no ar. Percebi os olhares confusos e resolvi interferi.

— Alguém vai pra praia? — Sorri encorajadora tentando ofuscar o assunto pendente ali. As caras desanimadoras me fizeram bufar. — Então foda-se, eu vou só.


Notas Finais


Obrigada a quem leu até aqui, foi um pouco grande, não foi? HSISHSJS
Beijos belezuras ❤️


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