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História Inevitável - O convite


Escrita por: Andrezadoll

Capítulo 1 - O convite


Talvez aquilo não fosse uma escolha fácil, por mais simples que parecesse. A vida em si não era óbvia, afinal. O mundo não parou enquanto a jovem refletia, por mais que — para ela — assim parecesse. Todos os seus pensamentos convergiam no pequeno papel à sua frente. As escolhas que fazemos são determinantes para mudar nossas vidas, mas ela sequer imaginava que a sua estaria prestes a mudar para sempre.

Marinette segurava o convite em mãos, ainda receosa. O papel era preto e dourado, misterioso e instigante; as pequenas estrelas desenhadas brilhavam conforme movia o papel contra a luz, envolvendo sua atenção como se lhe oferecessem um desejo. Passou o dedo sobre as duas máscaras no canto do convite, em relevo. Uma preta e uma branca; opostos. Sorriu. A estudante de moda entendia muito bem de designs e cores, e a pessoa por trás daquele convite certamente o criara com bastante capricho.

Alya, do outro lado da pequena mesa, cruzou os braços, impaciente. Então pigarreou, chamando a atenção da amiga.

— O Nino não quis ir? — Marinette perguntou, enfim.

— Ah, você tá brincando, né? — Respondeu sua amiga. — Eu vou trabalhar pro jornal, Marinette. Entrevistar algumas pessoas, tirar umas fotos... Se o Nino for comigo, você sabe, vai me distrair — dizia ela enquanto gesticulava com as mãos, numa entonação de voz bem expressiva, que lhe era peculiar em quase todas as ocasiões.

Marinette sorriu.

— Além do mais — continuou Alya. — Vamos usar máscaras, é totalmente anônimo, ninguém vai te reconhecer. Não teria nenhum problema a gente se divertir um pouquinho, hum? Vai ser a noite das garotas!

— Claro, um evento no Le Grand Cassino, fora da cidade, só vai ter gente rica ou famosa, ninguém iria me reconhecer de qualquer forma — comentou Marinette, como se desdenhasse.

— Vai ser divertido, faz isso por mim. O Nino vai buscar a gente no final da noite. Você tá precisando se distrair, conhecer umas pessoas.

Alya disse a última parte com certo pesar, Marinette entendeu de imediato o que ela queria dizer; sua paixão não era segredo para sua amiga. Depois de tantos anos, ambas sabiam que aquele era um caminho do qual Marinette já deveria ter desistido.

A menina de olhos azuis sorriu com os lábios cerrados, e balançou a cabeça em sinal positivo.

— Você não vai ser arrepender! — Alya comemorou.

Então Marinette guardou o convite na bolsa, juntamente com doces esperanças. Era uma menina romântica, afinal. Talvez a festa não fosse tão ruim e lhe trouxesse alguma surpresa. Olhou para céu tentando encontrar algumas estrelas; apenas algumas poucas eram visíveis onde estavam, por causa da poluição luminosa da cidade.

As duas meninas conversaram sobre outros assuntos enquanto terminavam o lanche. Então se despediram. A ruiva foi embora, e Marinette se dirigiu para o ateliê comunitário de artes da faculdade. Já era noite, mas o local estava lotado com alunos, inclusive de outros cursos. Ela gostava particularmente do modo peculiar e introspectivo dos desenhistas, que trabalhavam solitários com suas pranchetas, encontrando uma aura de paz em meio ao burburinho das conversas paralelas que preenchiam o ateliê.

Espiou por cima dos ombros de alguns desenhistas conforme caminhava até o final da sala, onde ocupou uma mesa de costura; o manequim à sua frente estava vestido com pedaços de tecidos alinhavados, ainda incompleto.

***

Ao longe, Adrien pôde avistar sua amiga mexendo num manequim sem cabeça.

— Hey! E aí, Mari?! Já tá terminando?

Marinette arregalou os olhos; sequer sabia que horas eram. Olhou o relógio, então retirou o alfinete da boca para responder.

— Te deixei esperando de novo, desculpa — e fez uma pequena careta, tentando não parecer culpada.

Adrien disfarçou um sorriso, e olhou para a jovem com admiração. Ele logo sentou-se numa cadeira vazia perto dela, enquanto ela seguia seu trabalho e conversava com ele ao mesmo tempo.

— Não precisa me esperar, acho que vou demorar aqui ainda, não tô conseguindo terminar essa manga, algo está errado, e não consigo descobrir o que é.

Marinette ficou muda, divagando com seus próprios pensamentos. Ao cruzar os braços na altura do peito, sentiu necessidade de levar a mão até a boca, como se isso pudesse ajudá-la a refletir melhor. O loiro ajeito seus próprios cabelos, ainda em silêncio; adorava os momentos em que podia admirá-la secretamente, sem que ela percebesse seus olhos apaixonados.

— Não tem problema, eu posso ficar mais um pouco. Eu gosto de te acompanhar até em casa, assim nenhum de nós dois fica sozinho — ele disfarçou.

O extenso rabo-de-cavalo da menina estava fixo no alto, na altura das orelhas, deixando a nuca de Marinette descoberta, local que recebia a atenção do loiro. Como se pudesse ler os pensamentos alheios, Marinette levou a mão até seu pescoço, brincando com os finos fios de seu cabelo azulado por ali perdidos. Adrien estremeceu internamente.

Em seguida, ela levou ambas as mãos até os ombros do manequim, levantando sutilmente a roupa acomodada.

— Não consigo acompanhar esse movimento. Talvez... talvez se eu tivesse um modelo real, teria como testar melhor a roupa — ela disse para si mesma, pensando alto.

Após um momento de silêncio entre eles, Adrien se manifestou.

— Você tá brincando, né?!

— Quê?

Marinette espantou-se, virando de frente para o homem sentado atrás dela, ainda sem entender. Adrien abriu parcialmente os braços, girando ambos os pulsos, deixando as palmas das mãos viradas para cima; então a olhou fixamente, levantando as sobrancelhas.

— Você precisa de um modelo?

— Oh! — Marinette finalmente percebeu a sorte que tinha. Esquecera por um breve momento que seu amigo trabalhava como modelo profissional. — Eu não posso te pedir isso — disse, cheia de charme, mas torcendo internamente para que ele aceitasse; ela realmente precisava de ajuda. Sorriu. — Ou posso?

— Por favor, eu insisto... — Adrien respondeu, já se levantando. Retirou a jaqueta que usava, e Marinette retirou a roupa do manequim, tentando acomodar a peça no corpo de Adrien, mas o tecido teimava em prender na camisa de algodão que ele vestia.

Ao perceber a dificuldade da jovem, ele logo retirou a camisa também. Marinette assustou-se num primeiro momento, pois não esperava que ele fizesse aquilo. Olhou para o peito nu de Adrien, tentando se concentrar novamente na sua tarefa, cobrindo-o com o tecido. Sorriu para si mesma com o seu desconcerto momentâneo.

Adrien era um rapaz bonito, muito bonito, mas não o enxergava dessa forma. Para ela, Adrien era só um amigo.


Notas Finais


Olá! Eu não quis escrever nada antes, nem mesmo um resumo da Fanfic, para que não fossem criadas expectativas, guardando, assim, as surpresas para a trama.
Deste modo, meus comentários - quando houver necessidade - sempre virão ao final dos capítulos.
Pretendo postar pelo menos um capítulo novo por semana.
Nesta realidade alternativa, os personagens principais são um pouco mais velhos, mas será que ambos estão realmente mais maduros? Hmmm...

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*Guia de introdução ao universo de Miraculous Ladybug*

Marinette (civil) = Ladybug (heroína)
Adrien (civil) = Cat Noir (herói)
Kwami = ser mágico com poderes. Pense neles como bichinhos de estimação
Miraculous = joia mágica que detém o poder do kwami quando os heróis se transformam. O Miraculous da Ladybug é o seu par de brincos; o do Cat Noir é um anel. Eles possuem versões camufladas quando não estão transformados em heróis.

“Credo, preciso decorar esses nomes?”
Claro que não! hahaha Isto tudo serve apenas para dar uma ideia do universo. Se aparecer “do nada” algum personagem de nome estranho, provavelmente é o kwami conversando com o humano portador do Miraculous correspondente.

Qualquer dúvida, podem enviar mensagem pessoal à vontade ou deixe nos comentários! Respondo tudo assim que possível.

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