História Inexplicável - Encontro inesperado.

Faziam dois dias que Hermione havia saído de casa, naquele quarto pequeno onde ela passou boa parte das férias da sua vida ela se sentia novamente uma adolescente. Estava acabando de tirar a poeira dos móveis, parou na frente da estante de livros passando a mãos por eles. Algumas das suas sagas favoritas assim como os livros da escola se encontravam do mesmo jeito que ela havia deixado. Mexeu no celular e trocou a música que escutava por uma mais agitada, balançou a cabeça no ritmo da música e terminou de arrumar seu quarto.

Em cima de uma das estantes estava um ursinho dado em seu primeiro ano de namoro por Rony, ela encarou os olhos vidrados do brinquedo por um tempo antes de morder os lábios com força e jogá-lo em um saco de coisas para desapegar. Provavelmente faria alguma criança feliz por ali e não traria mais lembranças dolorosas.

 Assim que terminou deitou na cama exausta, tirou o fone do ouvido e colocou o celular para carregar em um timing perfeito ouviu uma batida na porta.

—Querida, posso entrar?—Pergunta sua mãe do outro lado.

—Sim! —Ela responde se virando para encarar sua mãe.

A mulher entra, usava uma roupa simples de frio e um coque que deixava a mostra as suas recentes mexas brancas. Ela sorriu para filha colocando um prato com biscoitos recém assados no criado mudo, como ela fazia quando Hermione era pequena. Ela sorriu pelo gesto, adorava os biscoitos que a mãe assava e acompanhados do chá doce que ela tanto amava era uma combinação perfeita.

—Você tem visita! —fala sua mãe depois de um tempo.

Hermione grunhe, nem um pouco a fim de enfrentar outra discussão.

—Se for o Rony de novo diz que dessa vez eu chamarei a policia, não quero aquele ruivo fazendo escândalo aqui em casa de novo.

Sua mãe riu.

—Não é seu ex marido, querida — a mãe afirma sentido a preocupação dela.

—Ah, então tudo bem.—Hermione come um biscoito e sorri satisfeita.

A mulher saiu e Hermione sentou na cama colocando o prato de biscoitos no colo e começando a comer. Gina entra e fecha a porta com delicadeza, como sempre a amiga parecia ter saído da capa de uma revista. Sua roupa de frio combinava perfeitamente e seus cabelos ruivos estavam trançados com uma trança elaborada de cada lado, moldando seu rosto com perfeição, a maça do rosto levemente avermelhadas pelo frio e os olhos castanhos claros eram calorosos

—Trouxe chocolate. —Ela afirmou erguendo um saco de bombons recém comprados.

—Senta aqui! —Responde Hermione sorrindo abertamente.

—Eu quero que me conte exatamente tudo que aconteceu, tudo bem? Eu realmente fiquei muito preocupada quando Ronald me falou que vocês tinham se separado, quer dizer, eu sempre soube que ele não te merecia Mione e que o casamento ia de mal a pior, mas fiquei realmente surpresa em saber que você deu o pontapé inicial na separação.

—Gina eu não acredito que ficou preocupada por minha causa! Isso pode fazer mal ao bebê!—Ralhou Hermione enquanto girava um biscoito nas mãos e encarava a amiga de olhos arregalados.

— O bebê está bem, Hermione. — Gina revira os olhos— Eu estou grávida! Não doente, agora para de enrolar e de-sem-bu-cha!—A ruiva abriu o pacote de chocolate e jogou os bombos em cima da cama.

Hermione também revira os olhos e faz careta para amiga.

—Foi no dia do natal, quando você anunciou que estava grávida. Rony falou que estava se sentindo mal para ir embora e no carro brigamos você sabe que ele estava desesperado para ter filhos, vocês dois vem de uma família grande e eu acho que ele estava enjoado de ser apenas nós dois, mas eu disse que queria procurar um outro emprego e me virar sozinha. Ele não gostou nada disso, me chamou de coisas realmente desnecessárias e eu sai correndo como uma adolescente.

Hermione deu uma pausa para pescar um dos chocolates, Gina já estava em seu terceiro ou quarto, mas ouvindo atentamente a melhor amiga falar.

—Eu sai correndo quando ele me disse aquelas... Aquelas coisas— Os olhos de Hermione começaram a lacrimejar, porém ela respirou fundo para continuar com seu relato— Eu estava tão magoada em saber o que ele realmente pensava e ao mesmo tempo pensando que ele tinha razão, de que a culpa por nossos filhos não terem vingado era minha...

—Hermione! Você não pode se culpar e até mesmo o idiota do meu irmão sabe disso.

—Bem, de qualquer forma eu estava com tanta raiva do Rony e estava frio... Eu estava só de vestido e estava nevando, meu salto quebrou e eu poderia ter caído no chão e me machucado feio, só que uma pessoa me segurou.

Gina arregalou os olhos e limpou a boca suja de biscoito e chocolate.

—Quem?

—Você não acreditaria se eu te contasse. —ela fez sua maior cara de suspense—

—Contaaaaa— Falou ela na sua melhor pose de adolescente.

Hermione riu se lembrando dos velhos tempos em que elas faziam exatamente aquelas coisas, besteira, conversar sobre aleatoriedades, livros, celebridades e garotos.

—Draco Malfoy— respondeu em seu melhor tom de suspense.

—Draco Malfoy? O Draco Malfoy? Ai meu deus e como foi isso?

Hermione coçou a nuca distraída e pescou mais um chocolate.

—Foi diferente, sabe... Ele não é mais aquele Draco Malfoy que conhecemos na escola, ele me ofereceu abrigo por uma noite e eu acabei aceitando, o Rony estava vindo em minha direção e eu não tinha escolha não queria ver seu irmão nem pintado de ouro, sem ofensas.

—Você dormiu na casa de Draco Malfoy? Para tudo! Como assim?—O sorriso da ruiva estava de uma ponta a outra da cara.

—Sim, eu dormi na casa dele. Foi só isso, para de me olhar com essa cara!

Gina riu, ela realmente estava com cara de quem esperava mais.

—Ah Hermione, confesse. Eu sei que gostou de ter passado a noite na casa dele, tipo eu lembro muito bem que você tinha uma quedinha por ele até quando mesmo? Sexta série?

—Quinta e depois percebi que ele era um idiota e comecei a gostar de Rony.

—E meu irmão se mostrou um idiota ainda maior. Você realmente tem dedo podre para homem.

—É, talvez eu tenha. –Hermione termina de comer o chocolate e quando ergue os olhos vê que Gina está lhe encarando com expectativa.

—O que foi?

—Ele continua aquele gato que era na escola?

—Gina, pelo amor de deus!

—O que foi? Eu sempre gostei do Harry, mas isso não significa que nunca reparei em outros garotos, ora! E o Draco era bonito sim quando estávamos na escola.

Hermione suspira.

—Sim, ele continua bonito... Quer dizer, acho que hoje em dia ele está mais bonito. Porém mais sombrio e tudo mais.

Gina estava praticamente gargalhando.

—Você está ouvindo o que esta dizendo? Você está apaixonadinha pelo Malfoy de novo, não é?

—O que? Claro que não Ginerva! Eu passei uma noite na casa dele, só isso! De qualquer forma nessa noite de reflexão eu percebi que meu casamento com o Rony já tinha dado o que tinha que dar e no outro dia pedi a nossa separação.

O sorriso de Gina se apagou e a animação pareceu escorrer dela.

—Eu quero que você saiba que eu e Harry estamos aqui para o que você precisar. Ele não pode vir aqui por que foi conversar com o Rony, eu sei que deve estar sendo difícil para você.

—Está sendo um pouco sim, mas quer saber Gina? Eu estou muito melhor aqui, mais leve sabe? E mais feliz aquele casamento estava me fazendo mal até. Eu ainda gosto de Rony, acho que podemos ser apenas amigos, esquecer o erro que foi nosso casamento.

Gina segura às mãos da amiga.

—Eu fico feliz em saber disso, apesar do Rony ser meu irmão eu acredito que os dois serão mais felizes separados do que já foram juntos. O que me faz lembrar algo: o verdadeiro motivo da minha visita aqui.

Gina mexeu na sua bolsa procurando algo, depois de alguns minutos e várias coisas tiradas de dentro ela achou uma pequena caixa pequena preta de plástico e entregou para uma Hermione confusa.

—Aqui, é um presente meu e do Harry. Sabemos que você nunca iria aceitar se falássemos que estamos dando para você, então é um empréstimo. Você pode ficar lá até arrumar outro emprego e conseguir sua estabilidade financeira, até juntar dinheiro o suficiente para comprar uma casa para você.

Hermione abriu a pequena caixa, dentro se encontrava um par de chaves e um pedaço de papel com um endereço, Hermione leu.

—Não posso aceitar isso, Gina! É no centro da cidade, imagina o valor que esse apartamento tem, e olha o andar! Deve ser um aluguel caríssimo. Não posso aceitar, mas obrigada mesmo assim.

—O que? O prédio é meu e de Harry e você pode ficar lá o tempo que quiser e precisar. Além do mais o Rony não sabe que temos aquele prédio, foi meio que uma herança do padrinho falecido dele, se o Rony não sabe onde é você pode ficar tranquila, eu soube pela sua mãe que ele invadiu essa casa querendo tentar te convencer a voltar para casa que era de vocês quando ficou sóbrio.

—Gina...

—Por favor, Hermione! É o mínimo que posso fazer por você, não me deixe preocupada sem necessidade. E além de ser um apartamento no centro da cidade é lá que ficam as grandes empresas e faculdades, eu sei que você nunca gostou tanto de jornalismo e só seguiu nessa faculdade porque conseguiu bolsa, sei que você quer terminar sua faculdade de direito... Se você não aceitar eu vou ficar realmente muito brava com você! E você não vai gostar de me ver brava! — ela colocou a mão na cintura e olhou para a amiga com a mesma expressão que sua mãe fazia, Hermione estremeceu.

—Ok, ok... Mas é por pouco tempo, viu? Eu só vou aceitar, pois realmente preciso de um emprego e você acertou em cheio eu vou tentar voltar para faculdade, além disso acho que não vou conseguir intercalar os gastos do apartamento com honorários com advogado se precisasse pagar, muito obrigada aos dois.

Gina bateu palmas animada e pescou um biscoito do prato de Hermione.

—Isso! E não se esqueça que para o que der e vier eu estarei aqui, afinal somos melhores amigas, ok? E não é só porque você e Rony se separaram que você deve parar de ir me ver.

—Não vou deixar de fazer isso Gina, pode ficar despreocupada.

—Ótimo, porque eu estava pensando em você para ser madrinha do meu bebê!

Hermione engasga com o chocolate que estava comendo, depois disso bate levemente em si mesma tentando desengasgar.

—Você está falando sério?

—Sim! Quem mais poderia ser madrinha do meu primeiro filho?

Elas sorriram uma para outra.

—Onde está a Luna?—Pergunta Hermione algumas horas depois quando as duas já estavam cheias de tanto comer doce e esparramadas na cama da Castanha olhando para o teto.

—Está viajando com o Neville, aqueles dois... Todos pensavam que eram diferentes de mais para ficarem juntos e no fim, os dois formam um casal bem maluquinho, mas tem muito amor no meio e eu estou muito orgulhosa em saber que consegui unir um casal improvável.

—Foi você?

—Claro que foi! Mexi uns pauzinhos aqui e outros ali e voilá! Um casal formado, aqueles dois já se gostavam desde a época da escola, tudo que eu fiz foi cuidar para que eles percebessem isso quando o Neville voltou para Londres no inicio do ano, então eu fiz com que eles se encontrassem e bum! Algum tempo depois eles perceberam que se gostavam.

—Fico feliz pelos dois, a Luna merece um cara como o Neville, que a entende e a ama do jeito que ela é.

As duas ficaram conversando por mais um tempo sobre coisas banais, o assunto passou desde o enxoval de bebê que Gina planejava ter, a nome de crianças, como Hermione decoraria seu novo apartamento e quão bonito Draco Malfoy havia se tornado com o passar dos anos, elas também falaram sobre comida e jóias e sobre onde Hermione pretendia procurar emprego. As horas se arrastaram e elas só perceberam quando o celular de Gina tocou.

—Alô? Ah, oi meu amor... Sim eu estou na casa da Hermione, é ela aceitou nosso presente a muito custo, você sabe o quão cabeça dura ela consegue ser quando quer,ai. —Gina reclama ao receber um cutucão da amiga—Se podemos jantar fora? Claro, que tal frutos do mar? Eu estou com uma vontade louca de comer frutos do mar!

Depois que Harry desligou Gina se virou para a amiga e deu um pequeno sorriso.

—Estou indo Mione, espero que fique bem. E se mude para o apartamento o mais rápido possível!  Amanhã vou mandar alguém para buscar suas coisas e não aceito um não como resposta, está me ouvindo?

—Sim senhora!—Responde revirando os olhos e batendo continência de brincadeira.

As duas sorriem e Gina vai embora, Hermione recolhe os pacotes de bala e o prato, leva-os para cozinha e os lava, era realmente tarde e ela nem percebera que ela e Gina haviam conversado por tanto tempo.

—Se quiser comer tem comida na geladeira, querida. –Fala a mãe de Hermione enxugando as mãos em um guardanapo.

—Não quero, mas obrigada mãe, acho que já vou dormir. Boa noite! —Ela se aproxima e dá um beijo de boa noite na mãe antes de subir as escadas e entrar no seu quarto para ir dormir.

Quando deita na cama e coloca os fones de ouvido na intenção de ouvir músicas calmas até relaxar e dormir, mas o toque do seu celular lhe desperta. Ela ergue a tela e o encara o número de Rony brilhando na tela.

Ela desliga o celular ignorando a chamada, tira os fones do ouvido e vira para o lado caindo pouco tempo depois em um sono sem sonhos.

Três meses depois

Hermione sentou na cama e abriu a pequena caixinha de maquiagem começando a se maquiar logo depois, fez algo leve que não marcasse muito e não demonstrasse que ela estava de maquiagem, algo apenas para esconder as olheiras de cansaço. Era final de fevereiro e ela ainda não havia arrumado nenhum emprego e nem ao menos conseguiu a bolsa que precisava na faculdade. Seu dinheiro estava sendo gasto com os honorários do advogado que cuidava de sua separação e se ela não arrumasse um emprego logo poderia ficar em apuros.

Calçou os sapatos de salto cinco centímetros e fechou o zíper da saia de cintura alta, colocou o blazer por cima e se olhou no espelho. Ela parecia alguém pronta para uma reunião. Como detalhe final passou um batom clarinho e estalou os lábios. Olhou para o relógio, tinha tempo de sobra para chegar na entrevista.

Pegou a pastinha com seus documentos e seu currículo dentro e saiu do apartamento trancando-o em seguida, desceu de elevador e se dirigiu para frente do prédio onde pegaria um taxi, o local não era muito longe, ela poderia ir a pé se precisasse, mas não queria ficar desarrumada.

Ela estava tentando uma vaga em uma grande empresa na área de assessora de marketing, arriscado, pois sua faculdade não lhe preparou para isso, porém foi à única coisa que ela conseguiu pensar, já que não estava conseguindo arrumar emprego em jornais e afins.

Quando chegou a empresa desceu e deu a ultima alinhada em sua roupa repassando mentalmente as possíveis perguntas que ela provavelmente teria de responder. Na recepção perguntou a mulher em que local seria a entrevista e depois de receber as instruções agradeceu e seguiu para o local proposto.

Ao chegar à sala onde seria realizada a triagem seu coração murchou, tinha no mínimo mais dez pessoas ali, se todas pensavam na mesma vaga ela não sabia,não podia se permitir ficar triste. Viu que uma das mulheres lhe encarou com desprezo, por isso fez sua melhor cara de confiança e se sentou na cadeira mais próxima.

A hora foi se arrastando conforme as pessoas na sala eram chamadas para a entrevista, o coração de Hermione já batia descompassado. Ela já tinha lido o logo da empresa muitas vezes, de trás pra frente e de frente para trás, mesmo assim seu nervosismo não diminuía.

Quando ela era uma das últimas da sala seu nome foi chamado, ela tentou relaxar e seguiu a mulher para uma saleta. Depois de deixar Hermione lá dentro essa fechou a porta.

—Sente-se. —Indicou a mulher ruiva que estava por de trás da mesa lendo a ficha de Hermione.

Depois de uma série de perguntas a mulher finalmente levantou os olhos da ficha de Hermione e lhe encarou interessada.

— Porque você acha que uma ex jornalista pode fazer diferença na nossa acessória de marketing?

—Eu sou boa em convencer os outros. A empresa está precisando melhorar sua imagem? Eu posso lidar com isso, tenho várias idéias que acho que poderia elevar o status da empresa.

—E você fez isso no seu ultimo trabalho?— A ruiva ergueu a sobrancelha excessivamente bem delineada.

—Sim senhora, quando comecei a trabalhar no jornal como chefe de redação os pontos da audiência subiram consideravelmente.

—E se é tão boa porque foi demitida?

Ai, aquela realmente tinha pego na ferida.

—Segundo meu antigo chefe, ele havia arrumado alguém melhor para minha função, no entanto, desde que sai do jornal a audiência decai constantemente.

A mulher sorriu.

—Gostei de você, senhorita Granger. De todos os convidados que passaram por aqui você é a mais confiante e determinada. Tem uma ficha boa e ambições e é muito inteligente pelo que eu pude ver. Está contratada!

—Sério?!

A ruiva estendeu a mão pálida para Castanha que apertou selando o contrato.

—Eu só preciso desses documentos aqui, e essa ficha daqui preenchida até amanhã. Assim que me trazer esses documentos e a ficha podem começar a trabalhar, te vejo amanhã.

—Obrigada! –Hermione pegou a ficha e se levantou ainda estupefata por realmente ter conseguido o emprego.

—Ah, e passe no oitavo andar, fale com o Sr. Lewis e peça para ela encomendar o seu uniforme.

Hermione assentiu com a cabeça e organizou seus documentos na pasta colocando a mesma grudada no peito antes de sair da sala e entrar no elevador eufórica.

Saiu no andar indicado e depois de falar com o Sr Lewis que lhe atendeu muito bem e pacientemente lhe explicou como o uniforme funcionava, ela se virou para sair da empresa. Entrou novamente no elevador e deixou lentamente que um sorriso invadisse sua face.

—Eu consegui! —Falou alto.

O elevador parou no sétimo, mas a mulher não ficou olhando outras pessoas entrarem, seu olhar estava perdido na parede de vidro do elevador e o quando a cidade parecia bonita de cima, ainda mais bonita agora que ela estava extremamente feliz em ser uma pessoa empregada novamente.

—É incrível, não é? Por isso mandei construir assim.

Ela deu um pulo que derrubou todos os seus documentos no chão.  De pé ao seu lado estava ninguém menos que Draco Malfoy, eles haviam passado anos sem se ver, agora eles se encontrariam sempre? O que era aquilo, perseguição?

—Olá Hermione, eu percebi que esta cada vez mais comum nos esbarramos pela cidade. Eu só não decidi se gosto disso ou não. —Ele deu um sorriso de canto. —Desculpe por ter te assustado— concluiu.

—Não foi nada, tudo bem. —Ela se abaixou para apanhar seus documentos e ele também.

—Desculpa por isso também.

—É sério, tudo bem.

—O que está fazendo aqui mesmo?— Ele perguntou depois que os dois haviam terminado de juntar os pertences dela.

—Bem... Eu acho que trabalho aqui.

—Trabalha?— Ele ergueu a sobrancelha parecendo confuso— Em que exatamente?

—Acessória de marketing, começo amanhã.

—Ah, então você vai tentar limpar a imagem da empresa fazendo coisas bonitinhas? — ele fez um gesto de desprezo, mas depois sorriu indicando que não era sério.

—Eu vou tentar, por quê?

Ele sorriu, mas dessa vez foi um sorriso extremamente irritante. O mesmo sorriso que ele dava na escola antes de aprontar alguma. O elevador apitou, indicando que haviam chegado ao andar do qual Hermione fizera a entrevista.

—Bem, é meu andar. — As portas do elevador se abriram e ele saiu— Boa sorte com isso, Granger. Estou botando a imagem da minha empresa em suas mãos.

O elevador fechou não dando tempo para Hermione responder.

Minha empresa... A vida só podia estar inexplicavelmente brincando com a cara dela.