Enquanto Meg recebia várias mensagens de Lucius, ele não se contentava em ficar longe dela, em várias noites ele a seguia em uma distância segura, não queria assusta-la, simplesmente queria vê-la nem que fosse de longe.
Ele não entendia o desejo de estar tão próximo dela, parecia obsessão, pensava que era por que Meg o ignorava, talvez fosse mesmo, pois aquele sentimento era novidade para ele.
Até uma noite que ela mandou uma mensagem o ameaçando, Lucius ficou arrasado, podia até parecer assédio, pensando friamente até era, mas tudo que ele queria era sua amizade.
Lucius ficou muito magoado com ela, tentou por horas ligar para ela, sempre caia na caixa postal, foi até o apartamento dela, mas não pode subir, então lembrou-se de Bia, sabia que ela poderia saber o que estava acontecendo com Meg, pois ele podia afirmar que alguma coisa estaria acontecendo com ela.
Guga e Bia estavam saindo algumas vezes, Lucius ligou para o amigo pedindo o telefone da Bia, Guga disse que encontraria Bia no shopping, então Lucius poderia falar com ela pessoalmente e foi o que ele fez.
Por volta das 19:00 hs os amigos encontraram Bia no shopping, ela ficou surpresa pela presença de Lucius, como também com tudo o que ele disse a ela.
- Eu juro que não acredito que ela fez isso, não faz sentido, ela é doce, amável, nunca magoaria alguém, muito menos você. Declarou Bia.
- Por que você disse muito menos eu? Você sabe de alguma coisa que eu deveria saber? Perguntou Lucius muito esperançoso.
- Você quer mesmo saber, eu nunca vi ela tão nervosa com alguém como fica quando seu nome é relacionado, outra coisa estamos sem nos falarmos por quase um mês, pois ela ficou louca da vida por eu ter dado o seu endereço, ela sente algo por você, mas o passado dela a impede de ser feliz, ela é prisioneira dentro dela mesmo. Desabafou Bia.
- Bia eu só quero ajuda-la, quero protege-la, comigo nada de mal acontecerá a ela, eu preciso saber onde ela está, por favor me ajude. Pediu Lucius muito triste.
- Vou ligar para ela, vamos ver se ela me atende.
Bia ligou por quase uma hora, caindo da caixa postal, isso estava preocupando-a, pelo jeito Meg fugiu outra vez, mas o que faria ela fugir e abrir mão de sua vida? Ela nunca abordou esse tema com a amiga, não por falta de oportunidade, pois toda vez que Bia perguntava Meg desconversava, agora ela sabia que seja qual fosse o motivo era muito sério.
Lucius que estava muito aflito, perguntou para Bia como elas se conheceram, ela então pensou bem e contou o que sabia para ele.
- Bom conhecia Meg a um pouco mais de seis anos, ela tinha acabado de chegar de sua cidade natal, foi morar com sua tia, eu era vizinha dela, no começo foi muito difícil fazer amizade com Meg, pois ela era muito fechada, retraída e muito desconfiada, mas eu insistir muito e conseguir conquistar sua confiança, bem parte dela, pois o motivo de sua fuga ela sempre se esquivada e nunca me contou, eu arrumei vários empregos para ela, até que ela conseguiu uma vaga de técnica em radiologia, graças aos seus conhecimentos de anatomia, então viemos morar em São Paulo.
- Onde vocês moravam antes. Perguntou Lucius.
- São Caetano do Sul. Disse Bia.
- Eu preciso do endereço da tia dela, por favor. Disse Lucius direto.
- Ela vai me odiar para sempre quando descobrir, mas enfim acredito que se você realmente quer ajuda-la essa é a melhor opção, talvez sua tia saiba o que está havendo. Reclamou Bia.
Bia deu o endereço de tia Zizinha ao homem, que prometeu visita-la amanhã, também deu seu número de celular para ele e pediu notícias assim que ele soubesse de algo.
No outro dia cedo Lucius foi até a casa de tia Zizinha, ele não teve dificuldade alguma para encontrar o endereço, ela morava no centro da cidade, era uma rua bem tranquila, com casas simples, mas bem cuidadas, ele tocou a campainha, uma senhora de mais ou menos uns sessenta anos o atendeu.
- Bom dia D. Zizinha, sou Lucius amigo de Meg, a senhora poderia conversar comigo um pouco? Perguntou Lucius nervoso.
- Bom dia meu filho Bia me avisou de sua visita, por favor entre acabei de fazer um café fresquinho. Disse tia Zizinha abrindo o portão de sua casa.
- Por favor entre só não repare a simplicidade da casa, me acompanhe até a cozinha, lá poderemos conversar melhor. Convidou a senhora.
Zizinha convidou Lucius a se sentar na mesa e serviu uma xícara de café para ele e para ela, então disse que estava curiosa para saber o porquê da visita dele.
- O motivo da minha visita é a Meg, quero muito saber como ela está, pois ela simplesmente desapareceu, mudou de casa, não atende o telefone, nem na faculdade não vai a uns três dias, por favor D. Zizinha eu preciso encontra-la, ou pelo menos saber que está bem e segura. Disse Lucius sinceramente.
- Em primeiro lugar preciso saber qual sua relação com minha sobrinha e por que toda essa preocupação com ela? Perguntou Zizinha muito curiosa.
- Como disse sou Lucius, eu conheci sua sobrinha em um baile e depois nos encontramos perto de sua casa, desde então eu insisti em fazer amizade com ela, mas ela é muito teimosa, mandei mensagens por vários dias e ela me ignorava completamente, pode até parecer assédio, mas tudo que eu queria era sua atenção, ela me ignorava sempre, até um dia que ela me mandou uma mensagem me ameaçando, disse que eu a estava assediando e que a deixasse em paz, logo depois ela desapareceu, como disse ela não atende o celular, mudou de casa, até com a Bia ela cortou relações, eu estou ficando louco, me ajude, por favor, será que a senhora entende meu desespero?
- Olha rapaz estou comovida com seu relato, você é muito insistente, e sim minha sobrinha é teimosa como um burro empacado, mas ela tem seus motivos, compreenda ela sofreu demais nessa vida, toda vez que estava feliz alguma desgraça acontecia e ela sofria, Meg tem marcas profundas, embora tenha pouca idade, já viu o inferno na terra. D. Zizinha disse enquanto tomava seu café calmamente.
- Por favor me conte algo da vida dela, eu desejo conhece-la, apenas isso, sei que a senhora acha estranho alguém batendo a sua porta pedindo informações de sua sobrinha frágil, mas confie em mim, quero o bem dela.
- Bia me ligou e garantiu que você era confiável, eu não tenho o direito de contar sobre a vida de minha sobrinha, se ela quisesse que você soubesse teria contado, o que eu posso lhe dizer é que tenha paciência com ela e por enquanto deixe-a em paz, ela está bem e segura, respeite a vontade dela. Relatou Zizinha.
- Eu não vou tomar mais o seu tempo senhora, me faça um favor, quando ver Meg diz a ela que eu vim saber dela e que espero o tempo que ela precisar, mas entre em contato comigo, até logo senhora, tenha um bom dia. Lucius falou saindo no portão.
- Sabe Lucius minha sobrinha tem sorte de encontrar alguém como você, espero que ela tome uma decisão sensata dessa vez e enfrente seu passado, gostei de você, espero que minha impressão não esteja errada. Zizinha disse esperançosa.
Lucius saiu da casa da mulher muito triste, pois não conseguiu as respostas que esperava, mas também esperançoso, pois sabia que tinha encontrado uma aliada e também havia gostado muito da mulher, agora era só uma questão de tempo, mas ele se perguntava quanto tempo seria esse?
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