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História Infame - Dia 12 - E tudo só pi(melh)ora.


Escrita por: natymoreira

Notas do Autor


Olá, amores, como estão? Fico felizes que estejam gostando de Infame, agradeço por acompanharem e comentarem. Vocês são lindos. Espero que curtam o capítulo!!!

Capítulo 12 - Dia 12 - E tudo só pi(melh)ora.


 Dia 12 — E tudo só pi(melh)ora.

‘’Não é preciso um cientista pra entender o
que está acontecendo, querido.
Se você ver algo nos meus olhos não
analise demais, não leve muito a sério.
Então deixe acontecer
(...) Enlouqueça a respeito de nós dois’’

— Crush – Jennifer Paige

 

Pedi para que papai me deixasse na reunião com o grupo da faculdade na quarta-feira à noite. Eu estava bem recuperada do susto no sábado, mas ainda sem coragem para sair sozinha. Cheguei alguns minutos atrasada, o circulo semi-formado, sentei ao lado de Luana; o aparelho odontológico vermelho reluziu quando ela sorriu para mim. Me ajeitei e coloquei a bolsa no colo, brincando com o fecho. Por bobeira, o celular estava no bolsinho do lado e o número do meu pai pronto a ser discado assim que eu o desbloqueasse — em caso de emergência.

Eu não contara a ninguém sobre, nem mesmo Carol e Kauê, quanto menos pessoas soubessem, eu achava melhor e isso só inclui Gus e Theo. O que me lembrava que ele mandara mensagens durante todos os dias perguntando se estava tudo ok — era exatamente como escrevia: ‘’tudo ok?, Bárbara?’’. E eu me sentia estúpida por permitir que sua pequena preocupação me alegrasse como nenhuma outra conseguiu. Nem mesmo a ligação de Nathan me convidando para sair no sábado.

Você gosta de teatro? Tenho dois ingressos para Auto da Barca do Inferno, gostaria de ir?  — ele perguntou depois de minutos que já conversávamos. Fiquei feliz por ele me chamar para algo mais intelectual ao invés de baladas, porém não deixei transparecer.

— Gil Vicente, não é? Li a obra no ensino médio.  — recordei.  — Eu adoraria ir com você.

Maravilha, te pego as sete?  — meus pais sairiam nesse dia para o aniversario do amigo de serviço de papai, pelo menos não ficaria sozinha em casa. Concordei.

Eu podia titular aquilo como encontro? Confesso que me empolguei e ao mesmo tempo me culpei por não me sentir triste e abatida pelo assalto, eu não deveria, no mínimo, ficar sem sair por uns meses? Marcar com um cara era tão errado por ser recente? Bom, eu não dava à mínima.

 

 

Mamãe tirou folga na quinta-feira e isso significava que ela inventaria qualquer coisa para não me deixar sem fazer nada durante a tarde. Sendo assim, a ajudei a lavar tapetes e uma pilha de cobertores, que seriam guardados por um tempo já que o verão se aproximava.

Comentei com ela que iria sair no sábado, mamãe me encarou por alguns segundos antes de perguntar:

— Vai sair pra onde?

— Vou ao teatro com um amigo. Você não o conhece ainda.  — esfreguei a vassoura no tapete quando ela jogou sabão.

— Por que ainda? Quer dizer que vou conhecê-lo?  — ela parou, franzindo a testa por conta do sol.

— Não, foi o modo de dizer.  — nem em sonhos eu iria falar com a minha mãe sobre garotos.

— E ele é bonito?  — seus olhos atentos avaliaram minha reação.

— Na verdade, é sim. Bem bonito.  — não pude mentir.

— E vocês dois estão ficando, é?  — mamãe soara natural, como se questionasse se eu dormira bem.

— Quê?  — murmurei sem graça, pausei os esfregões para fitá-la, fingindo uma seriedade fajuta.  — Claro que não. Agora vamos terminar isso aqui, pode ser?

— Pode e fala direito comigo, menina.  — me alertou e pegou a mangueira para enxaguar o tapete.

Mais tarde, quando eu descansava com o cabelo jogado para fora da cama, decidi avisar aos meninos e a Theo que não poderia ir no sábado e se teria problema marcar para a próxima semana — não que eu me importasse com o que eles achariam, mas, de qualquer forma, precisava dar uma satisfação. Não esperava que Theo respondesse rápido, muito menos que ele me ligaria. De novo. Atendi ao segundo toque.

— Alô?  — falei e girei no colchão para ficar de bruços.

Como vai, Bárbara? Ainda está abalada e não quer ir no sábado, é isso?  — pressionei os lábios um no outro, sensibilizada com sua ingenuidade.

— Hm, não. Sinceramente estou tão bem que é até estranho.  — confessei.  — É só que tenho um compromisso.

Gus também tem compromisso, acho melhor esquecermos esse sábado.  — ponderou, jurei ouvir uma risadinha.

— Eu também acho.  — me ergui de lado, apoiada na mão esquerda.  — Escuta, Theo, pode me fazer um favor?  — não sei se tínhamos essa liberdade para lhe solicitar algo.

Se estiver ao meu alcance.

— Tem alguns enfeites que quero fazer para a decoração, será que poderia ir a oficina e me trazer alguns materiais? Posso adiantá-los no domingo.  — expliquei.  — Claro, se não for te incomodar. Eu não quero...

Me manda uma mensagem com a lista do que precisa, eu te levo, não será problema.

— Obrigada.

Nós desligamos pouco após isso e não fora tão desconfortável como da primeira vez. Talvez nossa relação estivesse melhorando.

Eu só não contava o quanto melhoraria dali para frente.

○○○

Meus pais saíram por volta das cinco horas, disseram que voltariam antes das dez, e eu disse que chegaria depois. Assim que eles se foram, eu subi apressa a escada, pulando os degraus à cima em direção ao meu quarto.

Já tomada banho, só me preocupei em encontrar uma roupa bacana. Querendo ousar um pouco, peguei um vestidinho preto de alças, tão curto e justo que poderia incomodar, mas que só me agradou quando eu rodei em frente ao espelho. Soltei o cabelo, usei apenas delineador e ao me preparar para passar o batom vermelho-vivo, a campanhinha soou lá embaixo. Peguei o celular para conferir a hora, me certificando de que não estava atrasada, faltavam 30 minutos até Nathan chegar.

Descalça, tornei a descer os degraus, segurando o celular e com medo de não estar pronta a tempo. Ultrapassei a porta da cozinha, a garagem e cheguei ao portão, girei a tranca dando um passo para trás. Não sei o que me chocou mais: o chão gelado abaixo dos meus pés ou ver Theo parado com uma caixa de papelão nas mãos.

— Theo?  — pronunciei surpresa.

— Então ainda está em casa.  — observou, o cenho franzido.  — Pensei em passar e entregar aos seus pais.

— Eles também saíram.  — dei risada.  — Devia ter mencionado isso.  — dei um espaço involuntário para o lado. O convite foi ainda mais ilógico: — Vem, entra aí, ‘to terminando de me arrumar, me faça companhia.

Soaria inocente se não estivéssemos sozinhos e um desejo indecente de sentir suas mãos em meu corpo não me contaminasse. Orei para ter esse pensamento arrancado do meu intimo. Pelo visto, deveria ter orado mais.

— Seria muito intrometido se perguntasse aonde você vai, moça?  — ele largou a caixa em cima da mesa. Seu olhar me percorreu, por segundos eu me arrependi por não trajar algo mais comportado.

— Vou ao teatro com Nathan.  — puxei a caixa para fuçar feito uma criança curiosa. De relance captei ele trocando o peso de uma perna para a outra.

— Entendi.  — parei de vasculhar os materiais para encará-lo.  — Bom, as coisas estão entregues, Bárbara. Estou indo agora.

— Mas você acabou de chegar.  — protestei, sem entender aquela vontade de querer que ele permanecesse comigo.

— Já cumpri o favor que me pediu. Tem outra coisa que quer pedir?  — seu olhar era tão penetrante que ele poderia enxergar através de mim.

— Não.  — neguei incerta. Havia algo sim que eu imploraria a ele, contudo nunca seria atendido.  — Na verdade, quero te agradecer por sua ligação no sábado passado, foi bom termos conversado aquela noite.

— Fiquei seriamente preocupado, você não tem o que agradecer.  — Theo estava meio de lado, alguns passos distantes da porta.  — Vejo que está realmente bem.

Uma sobrancelha sugestiva se ergueu ao passo que ele me inspecionava vagarosamente. Foi automático sentir o calor se formar e se espalhar por minha anatomia. Quando me remexi constrangida, Theo desviou o olhar, coçando a nuca desajeitado. Reservei um momento para analisá-lo; ele usava jeans preto e camiseta da mesma cor, só ali reparei em como seu cabelo estava crescendo, de modo que ele poderia colocar alguns fios detrás das orelhas. Caramba, como eu era capaz de achá-lo tão bonito se há quase dois meses eu sequer olhava para ele?

— Você não tem que terminar de se arrumar?  — sua voz me trouxe a tona. Soltei o ar que nem notei que prendia.

— Sim, falta o batom, o perfume e claro, os sapatos.  — mesmo tentando descontrair, parecia não surtir efeito. A áurea ardente e pesada pairava acima de nós.  — Você tem algum compromisso hoje?

— Não sei se percebeu, mas não tenho uma vida badalada.  — eu também não tinha.

— Por que raramente você está com a sua namorada?  — a questão escapou mais rápido que meus pensamentos. Ele me lançou aquele olhar teso e eu quis me encolher de vergonha.  — Tem razão, não é da minha conta.  — empurrei a caixa e fiquei de costas para ele. Abri a geladeira em busca de água, de repente eu sentia a necessidade de me resfriar de dentro para fora.

— Diferente de mim, Camila tem uma vida agitada. Nem sempre posso acompanhá-la, às vezes simplesmente não quero.  — o gole demasiado umedeceu minha garganta e meus lábios, mas nem isso me apaziguou.  — E por que você se importa tanto com o meu namoro?

— Eu não me importo.  — corrigi, os nervos se aflorando.  — Só perguntei porque você está sempre disponível. Não sentem falta um do outro? — dei a volta na mesa e me coloquei de frente para ele, ainda com certa lonjura entre nós.

— Você já esteve em um relacionamento, Bárbara?  — a indagação seguiu um tom esnobe. Comecei a ficar nervosa com ele e com aquela situação.

— Nunca gostei de alguém ao ponto de chegar a esse auge.  — depositei a garrafinha na pia e voltei para a posição anterior.

— Então não sabe como funciona um.  — ainda aquela arrogância. Agora era que eu quem queria que ele se mandasse.  — Camila e eu somos livres, e eu acho que já comentei que não ficamos o tempo todo juntos.

— E isso não te incomoda?  — arrisquei um passo em sua direção.  — Essa coisa não te incomoda? Estar sozinho aqui comigo não é desconfortável para você, Theo? Ou você é acostumado a estar a sós com outras garotas também?  — ele suspirou alto, cerrando os punhos.  — Não te causa um mínimo de receio eu estar tão indefesa na sua frente? Nenhuma cena errada passa na sua mente, Theo? Nenhuma?  — outro passo, meu coração zurziu.  — Por que eu acho impossível você ser tão inatingível.  — estalei a língua no céu da boca, pisquei e demorei uma fração de segundos para abri-los novamente. Ao fazê-lo, deparei-me com Theo bem a minha frente; ele quebrara a distância mais rápido que eu imaginara.

— Bárbara — chamou e eu não ousei recuar. Ele ergueu o braço e só pude ruminar que ele, tão próximo, me beijaria na testa como fez antes e iria embora ou me daria um belo tapa por provocá-lo daquela maneira. E, Deus, eu merecia. Entretanto, a palma tocou meu rosto e o polegar massageou meus lábios com pressão, passando por eles e encostando na ponta da minha língua. Misericórdia, todo o ar a minha volta pareceu não ser suficiente.  —, você faz muitas perguntas.

Não tive oportunidade de replicar e quando ele se curvou, o sinal vermelho de alerta em mim piscou e repercutiu alto. Era tarde demais. Seus lábios esmagaram os meus sem permissão; meus olhos esbugalharam, meu coração rasgaria o peito e o oxigênio desapareceu. Eu só podia estar sonhando, tão incrédula e petrificada que não correspondi.

Meu senso agindo corretamente, me fez unir forças e empurrá-lo para trás. Sem pensar, minha mão voejou e acertou seu rosto com um crepito, minha palma doeu mais que seu rosto impactado. Nos encaramos ofegantes, ele passou as costas da mão pela boca e pareceu nem se importar com a batida. Com o resto de sensatez evaporado, eu devia correr, mas tudo que fiz foi agarrá-lo pela camisa e trazê-lo para perto.

Sem perder tempo colei nossas bocas num beijo nada delicado, suas mãos não custaram a me tomar pela cintura. Jesus, como ele era gostoso! Amoleci ao toque de sua língua contra a minha, correntes elétricas circulavam por minhas veias. De repente, eu havia esquecido tudo — a hora, o compromisso, a forma certa de respirar.

Aquilo era bem melhor do que eu imaginara em meus sonhos obscenos. O cheiro dele, o toque dele, o gosto dele... eu queria me desmanchar inteira naqueles braços. Achei que tudo fosse acabar quando ele me jogou para trás e minhas costas bateram na parede, por pouco a cabeça não se chocava dolorosamente. Inspirei lufadas de ar antes de sua forma me cobrir, uma mão rumando para o meio dos meus cabelos e puxando a minha cabeça para trás, eu estava cada vez mais entregue.

Mantive a boca aberta enquanto ele sugava minha língua, suspirando e subindo minhas palmas pequenas por seu feito firme. Acariciei os músculos por cima do pano da camiseta, subi pela nuca e embrenhei os dedos nos fios castanhos macios, puxei-os para saciar a minha vontade abundante de sentir sua textura.

— Theo...  — murmurei extasiada quando ele apanhou meus pulsos e os segurou cada um de um lado da minha cabeça. Umedeceu minha boca com sua língua e desviou para minha bochecha, queixo, maxilar e auferiu o pescoço; minha região arrepiada.

Ele me mordeu. Puta merda, ele me mordeu e eu adorei. O contato lingual massageando aonde os dentes cravaram me fizeram fincar as unhas em sua mão; ele riu contra minha pele. Choraminguei contente quando ele me soltou e eu pude me colar ainda no corpo masculino. Cada parte sua encostava em mim e eu nunca quis tanto me livrar das roupas como naquele instante.

A destra escorregou por minha lateral, sua perna entrou no meio das minhas. Era coisa demais para assimilar: o frenesi, a pulsação frenética entre as coxas — no âmago eu queria ser tocada —, a aceleração cardíaca.

Porra, o que estava acontecendo? O que era aquele homem?

Theo se movimentou e a coxa roçou em meu ponto critico. Eu gemi. Disparatadamente, eu gemi. Ele se aquietou e me encarou sério, seria a hora que ele se afastaria e me pediria perdão por tal petulância? Não, definitivamente não.

A mão chegou ao meu joelho e o dobrou a altura de seu quadril, só entendi o que ele pretendia, ao me impulsionar para cima e para baixo em ritmo abafadiço e espevitado. Fixei-me em seus ombros, enlouquecendo com a cinesia.

Sem deixar de me beijar, ele me enlaçou pela outra perna e me impeliu para cima, me encaixei ao redor de seu corpo, as mãos cruzadas em seu pescoço. Theo nos girou e eu só atinei que estava sentada sob a mesa quando ele me puxou para a beirada e se colocou entre minhas pernas.

O vestido subiu, as coxas quase inteiras nuas. Ele não pararia? Onde terminaríamos aquela loucura? Será que era tardio para eu dizer que aquilo era o mais longe que eu cheguei com um garoto? Theo entenderia, não é? O ruim é que eu não queria que ele parasse.

Jamais.

Meu corpo amolecido tombou para trás, os dedos dos pés brincando com a barra da camisa dele e sentindo a pele ao fim da espinha. As mãos grandes e sorrateiras deslocaram-se levando junto as alças do vestido, as polpas dos seios surgiram, mas ele não os descobriu nem os tocou (como eu queria).

Arquejei com sua boca em meu corpo por cima do tecido preto; barriga, abdome, ventre. Jesus Cristo, eu ambicionava-o com a cabeça entre minhas pernas, queria-o inteiro, entrando e saindo. Caralho, a descida para o Inferno seria rápida e certeira como um escorregador.

— Bárbara...  — ele me trouxe para si novamente. A carência de um sutiã deixava os mamilos rijos e sensíveis cravejados em seu peito. Aproximou-se do meu ouvido para continuar: —, me peça para parar.

Devia ter acatado seu rogo, todavia eu apenas sacudi a cabeça negativamente. Theo grunhiu, o quanto ele ainda tinha de autocontrole?

Nos beijamos outra vez com urgência, eu ainda aturdida com todas as novas sensações e mergulhada naquela onda de perigo. Os lábios quentes pousaram em meu ombro, ele o lambeu conforte o indicador e o polegar decidiam se desciam ou não a peça de uma vez por todas.

Não pude saber seu veredito; meu maldito celular tocou e assustou nós dois. Nos arrancando da nuvem de luxuria e firmando nossos pés na realidade. Sua respiração batia em minha bochecha, seus olhos permaneciam fechados, os lábios comprimidos. Sabíamos quem supostamente era ao telefone. Queria mandar Nathan à merda por aquela interrupção.

Cuidadosamente, Theo me pôs no chão e lindamente arrumou meu vestido, as alças, a barra subindo pelas coxas. Em seguida se afastou massageando as temporãs, foi como se ele carregasse toda a chama que me despertara há pouco. Lágrimas marejaram em meus olhos de tanta raiva que estava por não termos continuado, olhei para o lado oposto a fim de esconder minha expressão encolerada.

— Devia ter ido antes.  — afirmou pesarosamente.

— Theo...  — exprimi ao vê-lo sair pela porta, não podíamos terminar daquele jeito, tínhamos de conversar primeiro.

— Não, Bárbara, agora não.  — maneou a cabeça e ele parecia estar tão confuso que preferi não insistir e deixei-o partir.

Bufando e explodindo de ira, atentei para o celular que ainda piscava.

○○○

Pensei em cancelar aquele ‘’encontro’’, dizer em cima da hora que estava mal ou sentindo dores de cabeça, mas se eu ficasse sozinha iria remoer tanto o episodio com Theo que provavelmente desmaiaria. Portanto, entrei no carro de Nathan decidida a esconder qualquer tipo de reação — felizmente eu era boa em ocultar algumas coisas —, meu corpo ainda estava quente e os joelhos bambeavam um pouco. Foi um sacrifício conseguir passar o batom e não borrar sequer uma vez.

Coloquei uma jaqueta por cima do vestido, por algum motivo eu não queria que ele me visse, menos ainda por ter sido tocada por Theo; e eu queria manter o toque do outro vivo, como se os dedos ainda me envolvessem.

Fui determinada a não deixar transparecer quaisquer aborrecimentos, Nathan não tinha culpa da minha indecência e se ele queria uma noite divertida, eu daria a ele. Não foi de todo ruim, consegui esbanjar sorrisos durante a peça, estar com Nathan era agradável e fácil — sem mãos suando ou o coração palpitando rápido a ponto de eu gaguejar —, ele era leve. Em seu clima descontraído, ele me distraiu e toda a confusão em minha cabeça deu uma trégua.

Na volta, rondando às onze horas, ele me perguntou se eu queria comer alguma coisa, neguei com uma ideia crescendo na mente. Encolhida no banco do passageiro, os pensamentos borbulhavam cada vez mais intensos. Olhei para Nathan dirigindo calmamente, tão bonito e bem vestido — por que eu não reagia a ele da mesma forma que reagia a Theo?

— Nathan, pode me deixar na estação de trem, por favor?  — pedi em voz baixa, temendo que ele agisse de maneira exaltada e não me deixasse sair daquele carro. Sei o quanto era errado eu não voltar para casa com ele, mas o meu espírito não iria ficar em paz enquanto não fizesse o que tinha de ser feito. Ele me encarou e deve ter percebido minha expressão desesperada, pois só murmurou:

— Sem perguntas?  — surpreendentemente não havia um tom de decepção em sua voz, mas de compreensão. Fiquei grata instantaneamente.

— Por favor.  — falei em meio a um suspiro de alivio.

‘’Me mande uma mensagem quando chegar, tá bom?’’ Foi tudo que requisitou, eu afirmei e lhe um beijo breve na bochecha antes de sair do carro. A estação estava movimentada, o que se espera de um sábado a noite, mais gente indo do que vindo. Parei na entrada e catei o celular na bolsa.

Os dedos vacilantes buscaram o respectivo numero e apressados crisparam no botão ligar. Expirando um ar quente, eu aguardei os toques — cada ruído aumentava minha exasperação. Ele não atender, ele não vai atender.

Bárbara? O que foi, tudo bem?  — quase gritei ao som de sua voz, me controlando para não arrancar olhares de desaprovação do motim de ia e vinha.

— Theo, não sei se isso é o certo a se fazer, mas eu preciso conversar com você. Venha ao meu encontro, por favor.  — articulei afobada, as palavras soando antes de serem pensadas.

Preparei-me para o ‘’não posso’’, ele devia estar ocupado, e se estivesse com Camila? O que eu faria? Pegaria o próximo trem e ponto final? Ele tinha motivos para não querer me ver, mas eu queria mais que tudo resolver aquela coisa que nos envolveu. Movimentos do outro lado da linha me acalentaram, então ele perguntou:

Onde você está?


Notas Finais


Qualquer coisa falem comigo, estou reativando minha ask, pois estou enjoada do twitter, então apareçam por lá, bbs: https://ask.fm/natymooreira // ou se ainda quiserem me ver pelo tt: https://twiter.com/tokyoghouxl
Beijos e até sexta <3


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