“Não. Não quero me divorciar.” Falou rapidamente. Sasuke a puxou para os seus braços, contemplando-a com o semblante de alívio entremeando ansiedade, engoliu. “Mas também não posso te perdoar!” Um choramingo escapou-lhe os lábios, gostaria de se manter forte de não fraquejar, entretanto a dor em seu peito se intensificava.
“Deixa essa parte comigo.”
“Não é tão simples, Sasuke.” Retrucou chateada. “Eu te amo, mas nós estamos nos autodestruindo, nos afogando um no outro, a pressão da sua família, essa história sobre o divórcio... Não é saudável para nenhum de nós.” Um suspiro tenso deixou-lhe os lábios. “Não quero mais viver ao redor da sua vida, preciso me reconstruir, encontrar um modo melhor de viver. De hoje em diante nunca mais seremos os mesmos.”
“Iremos descobrir, vamos nos reconstruir... Juntos. O que temos é especial, é forte. O nosso amor vai atravessar essa crise só não podemos desistir. Se nos afastarmos um do outro, isso só trará mais sofrimento.” Ele afagou a sua bochecha, apoiou a cabeça na palma do marido, curvando minimamente a boca. O mesmo calor que sentia quando o tinha conhecido ainda residia ali, vivo, fervendo, queimando. “Podemos recomeçar e deixar essa turbulência para trás.”
“E se não conseguirmos?”
“Nós vamos!” A convicção na frase dele era tanta que as considerou por um momento. O esforço que ele fazia para convencê-la a não partir... E se fosse? E se reconstruísse uma nova vida sem ele, uma nova rotina, daria certo? O amava tanto que doía. Deveria partir? Deveria ficar? Uma fisgada incomoda revelou-se atrás dos seus olhos.
“Podemos esquecer tudo isso por essa noite?” Indagou baixinho, o semblante cansado, tantas confissões, tantos erros, os últimos messes tinham se arrastado lento e problematicamente, depois veio as malditas palavras de Sasuke e então a porra do jantar que fodeu com tudo. “Só nós dois, aqui e agora.” Murmurou. “Eu o quero.”
Com o olhar brilhando em divertimento, ele a pegou no colo, levando-a até a cama, acariciou sua pele com a língua, abrindo o zíper do vestido e puxando-o para baixo. Capturou um seio com a boca, mordiscando e esfregando a tramela na ponta, apertou o outro com pressão, mantendo a mão firme e com movimento circular, Sakura apertou a almofada entre os dedos, abrindo um pouco mais as pernas para abrigá-lo melhor.
Entreabriu os olhos fitando seu marido, dando de cara com o rosto inexpressivo dele; sentiu uma palpitação em seu núcleo, Sasuke a sondava como um animal astuto, provocando-a, arrancando-lhe gemidos, os dedos ágeis no bico do seu seio, apertando, manipulando, a boca mirabolante em sua carne, a respiração acelerou.
“Você não tem ideia do que me fez passar.” Começou. “Usando o nosso amor para me atingir, brincando com o meu corpo, fazendo o que bem entendesse comigo. Por acaso você sabe como eu fiquei durante esse tempo todo? Eu enlouqueci, pensando que você tinha outro homem. Pensando que por aí, em algum lugar, havia outro alguém que poderia tirá-la de mim.” Desceu a palma para as pernas dela, separando melhor as coxas. “Fiquei apavorado, transtornado. Você parecia bem e tranquila sem mim! Como se minha presença nessa casa não valesse de nada. Esses messes sem você foram um completo inferno.”
“É sua culpa!” Disparou acusatória. Ele deslizou a mão sobre o corpo tentando controlar a própria ereção, enquanto se ajoelhava, a olhando, testemunhando a ira feminina brilhando no olhar e uma crescente fúria.
“O sexo sempre foi importante para mim e você o usou como uma arma, puro e insanamente.” Os joelhos afundando na cama macia, avizinhou-se, terminando de tirar o vestido dela e depois sua própria blusa. Tentou ignorar o brilho triste relampeando no olhar dela.
“Não vou pedir desculpas, ainda estou chateada com você.”
“Então eu descobri que estava me punindo. Eu mereci.” A encarou, escorregando os dígitos até o clitóris dela, esfregando o ponto prazeroso. A Uchiha gemeu, as maçãs tingidas de um suave vermelho, os lábios entreabertos, pele arrepiada e os olhos estreitos. Enfiou dois dedos dentro dela, raso e rápido. “Imagine se eu perdesse tudo isso...”
“Seria um idiota.” Murmurou.
“Um maldito bastardo idiota.” Agarrou um seio dela, cingindo um contínuo movimento redondo; fez e se desfez dele, enfiou a língua no outro globo mordiscando, manipulando, torturando e beliscando a região rosada do jeito que queria. Afundando os dedos cada vez mais no interior feminino em um vai e vem constante.
Sasuke se sentia contente, satisfeito em assistir seus dígitos sumindo e ressurgindo no núcleo da esposa. Virou a Uchiha de costas sobre o colchão, roçou os lábios na entrada enrugada de Sakura, a surpreendendo. Uma onda de desejo a abraçou como fogos de artifício, suspirou, o prazer vinha como uma brisa gelada em meio ao calor abafado. Com o olhar sensual, ele lambia com voracidade, entrando e depois saindo.
Separou as nádegas dela, mergulhando a boca ao redor da abertura. As veias em seu pescoço pulsando como um animal furioso, a ereção gritando por atenção ainda presa sobre as calças, a respiração alta saindo entre os lábios.
Ele se manteve fortemente concentrado no prazer da esposa, contudo antecedente a um limite, parou, ainda não era o momento dela chegar ao orgasmo. Desconsiderando o semblante indignado e um precipitado espanto da moça, inclinou o corpo sobre o dela, terminou de retirar as próprias roupas e com um gesto, seu pênis adentrava com dificuldade na entrada traseira de Sakura.
Há quanto tempo não faziam anal? Parecia uma eternidade, forçou mais um pouco sua invasão até estar por completo, sem delongas, começou a sacudir, apertada. Nem por um segundo piscava, ou tirava as orbes do rosto dela.
O corpo flexionava, enquanto a golpeava até os quadris baterem no traseiro dela. Suas mãos deslizaram para o lado onde segurou a cintura feminina, os dedos se apertando na carne levemente úmida, o peito subia e descia ofegante, um meio sorriso transpareceu, escutando a Uchiha gemer, pedindo por mais. Se enterrava nela, não gostaria de parar, não queria perdê-la, se pudesse voltar no tempo e ter a oportunidade de mudar... Gemeu, não, tinha que parar de pensar no passado. Fechou os olhos com força, seus dentes esmagaram o canto da bochecha interior, o seu bom senso ia sumindo e o desejo o consumindo. Rosnou baixinho.
“Sasuke!” Ela espremeu um gemido, virando o rosto o quanto podia. “Eu quero olhar para você, vamos... me deixe...” Um ruído tenso saiu da sua garganta quando ele a virou e meteu com força, foi tomada por uma explosão de sensações, quente, profundo e poderoso. A respiração acelerando como se estivesse corrido por um longo período e arquejou.
Os braços, antes descansados em cima dos lençóis, foram parar envoltos do pescoço, seu interior vibrava, descargas elétricas fizeram-na inspirar, seu estômago agitou, se contraiu até a ponta dos pés alcançando um orgasmo. Logo após, Sasuke também o fez.
“Eu sou todo seu Sakura, agora e para sempre. não me abandone.” A frase o deixou como um suspiro, retirou-se de dentro dela e desabou na cama. Eles recuperaram o ar com goles pesados, depois de um banho quente. O Uchiha apanhou uma coberta, cobrindo ambos.
Se aproximou da moça e a abraçou, nenhuma palavra era dita, o silêncio preenchia no quarto mais ele era bom, agradável. Um espécime de endorfina pairava no ar, Sakura ergueu a cabeça de Sasuke e o fitou, ele tinha os olhos fitando-a também, as orbes negras demonstrando tanta paixão, tranquilidade e um pouco de... medo.
Deveria acalmá-lo? O que diria? Não, nada. O sexo que haviam partilhado há um punhado de minutos falava por si só. Algum tempo depois, adormeceu. Sua pele parecia levemente aquecida, o ar abafado, abriu os olhos, despertando lentamente. Ainda meio grogue, passou a mão no lado da cama percebendo que não havia ninguém ali. Levantou-se apressada, arregalando os olhos surpresa. Viu que na ponta da cama, sua mala da noite anterior estava pronta e junto com ela, mais duas. Virou o rosto, encontrando um bilhete onde seu esposo deveria estar repousado. Pegou-o depressa e engoliu em seco. Lendo, sem pressa, o conteúdo escrito ali.
Sakura, me perdoa por não estar ao seu lado quando despertar, mas, se você resolvesse me deixar eu não aguentaria. Errei, fui um idiota. Só Deus sabe o quanto estou sofrendo pagando pelo meu equívoco, mas eu tinha que ir, te deixar pensar, tomar uma sentença sobre nosso futuro juntos. O passaporte do cruzeiro está junto com as suas malas, deixei-as preparadas caso decida voltar para mim, espero com um único fio de esperança venha me encontrar no navio e dar uma nova chance para o nosso casamento, para o nosso amor. Se não vier, mesmo com o coração dilacerado eu vou entender e te apoiar no que escolher porque o que eu fiz não tem perdão; a decisão é sua. O navio partirá às 13:40.
Eu te amo.
– S.
Terminou de ler e seu peito se encheu de agonia, buscou aflita o celular e viu o horário. Onze e nove, ainda. Umedeceu os lábios com um frio incomodo se manifestando em seu estômago, o rosto se tornando pálido, dúvidas enchiam sua cabeça. Ficou olhando para o pedaço de papel em mãos e amaldiçoou com um nó na garganta. O fato de Sasuke dar-lhe e respeitar o seu tempo a fez amá-lo ainda mais.
Mesmo contrariado, ele tinha respeitado o seu espaço e agradecia com isso, mas como poderia perdoá-lo? Como poderia ir atrás dele e viver consigo mesma após isso? Como poderia viver sem ele? Era a pior decisão que tinha de tomar na vida, era imensamente difícil escolher entre si mesma ou renunciar ao amor. Qual você escolheria? O relógio batia rápido e o seu coração também. Analisando as malas prontas, seu olhar ficou determinado, o veredito foi tomado.
“Senhor, você está bem?” Uma voz desconhecida se manifestou. Não, ele não estava. O chão sob os seus pés pareciam ter desabado, grunhiu quase sem fôlego.
Esfregou a testa, empenhado em afastar os pensamentos negativos da cabeça, sua mente gritava era como se estivesse na beira do precipício tentando se agarrar à borda com os dedos escorregando. O navio já tinha partido.
E Sakura não estava lá.
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