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História Inferno em Nova York - Fillie Fanfic - Ele partiu


Escrita por: staddiction

Notas do Autor


FINALMENTE VOCÊS VÃO MATAR A CURIOSIDADE.

Espero que não queiram me matar, mas é isso. A parte de Joah está intensa e agressiva. Minha intenção é destacar que em pleno século 21, esses absurdos ainda acontecem e pessoas como o Noah sofrem diariamente com preconceito. Isso não é correto. Espero que gostem, boa leitura!

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Olá! Se você caiu aqui de paraquedas, seja bem vindo.
Essa fanfic foi um verdadeiro desafio pois eu queria fugir do óbvio e escrever algo que pudesse surpreender de várias maneiras. Eu espero que consiga fazer você sentir isso.
Já vou deixando alguns avisos: aqui teremos palavrão, insinuação de sexo, relacionamento homossexual, presença de álcool e um pouco de violência, nada gritante. Se você não gosta de fanfic alternativa, nem leia. Também aviso a vocês que temos o casal Joah (inventado pela Yasmim, em cachos). Boa leitura e não esqueça de deixar o comentário no final me dizendo o que você achou.

Capítulo 18 - Ele partiu


Minha expressão se tornou assustada. Fizemos que não com a cabeça.

- Ele está cuidando do funeral da nossa mãe - ele disse frio.

- Como assim a mãe de vocês morreu? Meu Deus - falei colocando a mão na boca.

Nick fez uma carranca.

- Eu não vou ficar explicando a morte da minha mãe pra uma estranha - ele disse fechando a porta.

Jack a segurou antes que ele a fechasse na nossa cara.

- Ela é amiga do Finn. Só estamos preocupados. Desculpe, nós não sabíamos de nada. Podemos ajudar em alguma coisa?

Nick soltou a maçaneta da porta, desciam lágrimas pelo rosto dele. Ele se sentou no sofá da sala. Nós três entramos logo atrás dele.

- Ninguém sabe ainda, nem meu pai. Ela amanheceu morta sábado de manhã. O coração parou durante o sono. Não tivemos coragem de ligar pra ele ainda.

- Eu posso conversar com Eric. Trabalho de au pair na casa dele - me ofereci.

Nick me olhou curioso.

- Você é a Millie Bobby Brown?

Assenti com a cabeça.

- Finn já falou de você. Ele disse que se mamãe não tivesse morrido, ia te apresentar para ela no domingo.

Meu coração doeu. Finn deve estar péssimo. Eu quero encontrá-lo para ajudar.

- Sinto muito, Nick - falei emocionada. Noah segurou minha mão compadecendo-se de mim.

- Podemos ir ao necrotério, então? Eu estou sem o carro. Finn está lá e vamos retirar o corpo dela somente hoje pois a biópsia terminou tem pouco tempo - o irmão disse.

- Claro, vamos sim - Noah falou exorável.

Fomos todos juntos ao necrotério. No caminho, liguei para Eric. Eu não deveria dar essa notícia pelo telefone, mas queria que o pai de Finn fosse dar apoio a ele o mais rápido possível. Entramos na recepção do lugar macabro. Era frio, todo branco, as funcionárias pálidas não tinham muita expressão. Ouvi a voz de Finn saindo de uma sala. Ele bateu a porta com força.

- Finn! Sinto muito - corri para abraçá-lo. Ele não conseguiu olhar no meu rosto. Eu abracei-o com força e ele ficou parado. - Você podia ter me ligado! Eu quero te ajudar, me deixe te ajudar? - ele estava chorando nos meus braços, mas continuava calado.

Jack e Noah ficaram observando. O nosso amigo californiano queria se aproximar, mas Finn não deu espaço tomando uma atitude agressiva.

- É tudo sobre você, não é? Você acha que com a minha mãe morta dentro de casa eu ia pensar em te ligar? - ele gritou comigo. Eu relevei por ele estar extremamente mal pela perda da mãe.

- A gente veio te ajudar - Jack disse finalmente.

- Vocês vão ressuscitar ela? É isso o que vão fazer? - ele gritou mais uma vez nos deixando sozinhos.

Finn abriu a outra porta  com violência e foi em direção a rua. Nick conversava com a funcionária responsável e entregava alguns documentos. Noah e Jack passaram a mão pelo meu ombro.

- Finn! Amor, espere! Por favor, eu quero te ajudar - falei indo atrás dele.

Ele não parou de andar e continuou avançado noite adentro pelas calçadas do bairro estranho.

- Eu não preciso da sua ajuda! Vá embora - ele disse consternado sem se virar pra mim.

- Finn, por favor? - tentei novamente chamar sua atenção.

- Vai embora! Você não entendeu isso? A única pessoa que eu queria que estivesse aqui era ela. Mary Wolfhard. Ela está lá dentro daquela geladeira de merda, morta! Me deixa em paz! - ele gritou comigo e foi embora.

Fiquei desolada na calçada por não conseguir fazer nada. O carro de Eric parou em frente ao necrotério. Vi ele descendo correndo indo para dentro. Voltei para a recepção.

- Pelo amor de Deus, porque vocês não ligaram? Nick, pelo amor de Deus, porque fizeram isso? - ouvi Eric gritando do lado de dentro. Ele realmente não sabia que a ex esposa estava morta há 3 dias.

- Nós não conseguimos falar com você. Tava dando fora de área, - Nick justificou - Finn ficou em choque e não conseguiu falar com ninguém até hoje a tarde.

- Meu Deus, meu Deus, - Eric repetia diversas vezes colocando a mão na cabeça - cadê meu filho? - ele perguntou se virando pra mim.

- Eu tentei pará-lo, mas ele gritou comigo e saiu na rua sem rumo. Ele não quis conversar - falei aos prantos.

Jack me abraçou pois eu havia ficado terrivelmente abalada. Eric saiu correndo rumo a rua procurando pelo filho mais novo. Minutos depois ele voltou pra dentro do necrotério.

- Eu vou lá pra casa de vocês, Finn deve ter ido pra lá porque ele não está mais na rua - ele disse inconformado.

- Pai, eu preciso que você pague pelo serviço. Não temos as senhas do cartão da mamãe, vamos ter que resolver tudo no banco amanhã quando sair a certidão de óbito - Nick falou tentando raciocinar diante de tantas emoções.

Eric passou o cartão sem ao menos checar a nota de serviços e saiu com pressa em direção ao carro. Nick foi junto a ele. Eu fiquei sentada com o rosto entre as mãos inclinada para frente chorando por ter visto Finn em tamanho sofrimento. Fui embora com meus amigos. Jack me levou pra sua casa, eu dormi no quarto dele enquanto ele dormiu no sofá e Noah foi embora. Acordei de madrugada, suando, tendo pesadelos. Liguei para Finn mas ele não atendeu.

No dia seguinte, eu Jack e Noah fomos ao enterro de Mary. Eric e sua família me agradeceram pelo suporte, ainda sem entender como eu fui parar no necrotério ontem de noite. Finn não foi ao funeral da própria mãe. Não quis incomodar Nick com perguntas, mas eu estava extremamente preocupada e aflita.

- Jack, eu tô com medo de ele fazer alguma besteira -  choraminguei abraçada no meu amigo.

- Relaxa, Mills. Ele não vai fazer nada - ele disse me consolando.

Não haviam muitas pessoas no cemitério. Apenas alguns colegas de trabalho de Mary, o pai de Finn e seus irmãos, Nick, eu, Jack e Noah. Joanna não compareceu com Carly. Os dias se passaram. Eric entrou com pedido de busca no nome de Finn Wolfhard na polícia de Nova York. Tive que contar para ele e Joanna que eu e Finn estávamos nos relacionando porque era notável o quanto eu estava abalada pelo sumiço dele. Eles ficaram surpresos porém não ficaram com raiva ou nada do tipo. São pessoas bastante amáveis e compreensíveis.

Sete dias após a morte de Mary, Finn avisou a Nick que estava em Chicago.

- Ele pegou um ônibus naquela noite do necrotério e foi pra Chicago sem nada. Ele disse que um amigo dele mora lá e está na casa desse cara, chamado Caleb. Falou que não quer ninguém indo atrás dele - Nick disse na sala da casa de Eric.

Eu apenas ouvia aflita e com saudades.

- É óbvio que eu vou atrás dele, - Eric disse - eu vou trazer ele de volta!

Nick se levantou parando o pai.

- Ele disse que se forem atrás dele, ele vai sumir de novo e dessa vez não vai ligar mais. Só tire o pedido de busca da polícia, pai. Deixa ele. Uma hora ele se recupera e volta.

Chorei ainda mais desesperada. Fui para o banheiro lavar meu rosto mas continuei ouvindo a conversa vindo da sala. Meus olhos estavam inchados de tanto sono pois eu não conseguia pregar os olhos pensando nele. Eu mal conseguia ir pra aula.

- Finn ligou para Columbia e trancou a faculdade, pai. Ele disse que não quer ficar em casa sem a mamãe. Você sabe como eles eram apegados. - Nick completou.

- Como assim trancou a faculdade? Ele precisa terminar os estudos! - Eric estava nervoso agora.

- Eric, posso conversar com você? - pedi surpreendendo-o quando voltei a sala.

Ele se levantou e foi comigo até o corredor.

- Eu posso ir atrás dele? Eu posso ir até Chicago. Talvez eu consiga trazer ele de volta - falei baixinho.

Eric negou com a cabeça.

- Millie, eu sou responsável por você nesse país. Se qualquer coisa acontecer com Você aqui, eu serei culpado. Não posso deixar você sair daqui e ir pra outro estado atrás do meu filho. Por mais que você goste dele, isso é meu dever. Eu também preciso de você cuidando da Carly aqui senão não consigo resolver esses problemas. - ele justificou sendo bastante incisivo.

Eu apenas franzi os lábios e concordei. Não há nada que eu possa fazer. Me sinto incapacitada. Finn precisa de ajuda e eu não posso sair daqui. Os dias foram passando e eu apenas existindo. Junho, Julho, Agosto...

[NOAH NARRANDO]

O  melhor amigo do meu namorado tomou um chá de sumiço em Chicago. Eu fiquei na minha realidade e precisava lidar com ela já que eu não podia fazer nada para ajudar Jack em relação a Finn. Eu precisava contar pros meus pais a respeito do meu relacionamento. Já estava demorando demais pra contar. Resolvi sair mais cedo do treino de basquete a fim de chegar mais cedo em casa na intenção de encontrar meus pais acordados. Nesse horário não tem muito movimento perto da faculdade, mas eu já estava acostumado com o trajeto. Coloquei meus fones de ouvido. Faço meu caminho sem me preocupar quando ouço estalos  atrás de mim.

Me viro procurando companhia mas não encontro ninguém na rua comigo.

- Que estranho - as palavras saíram fracas da minha boca. Sinto um raio de nervosismo percorrendo meu estômago.

Continuo minha caminhada num ritmo mais acelerado em direção ao metrô. Três caras usando máscaras de Halloween me cercam antes das escadas.

- O que vocês querem? Pode levar meu dinheiro se quiser - ofereço com medo de estarem armados. Eles conseguem perceber o medo no meu tom de voz.

Um deles é mais alto que os demais. Forço meus olhos neste indivíduo procurando algo familiar que pudesse identificá-lo.

- Você é uma bichinha mesmo, merece levar uma surra - um deles fala me cercando.

Não consigo distinguir quem fez a ameaça. As máscaras cobrem a boca de todos e eles usam uma espécie de deturpador de voz. O medo me invade com fúria. Meu coração bate forte. Meus olhos percorrem todos os lados de onde estou. Os três caras são mais fortes que eu, com certeza. Eu sou baixo. Talvez eu possa usar isso ao meu favor.

- Passa a carteira - o mais alto fala. Eu tiro minha carteira do bolso e jogo na direção dele.

Ele a abriu e começou a contar as notas. Haviam 200 dólares dentro. Ele retirou o dinheiro e enfiou no bolso jogando a carteira no chão. Ele começa a andar na minha direção. Olho pra trás fazendo menção de correr mas o outro já está posicionado me acuando.

- Merda - me expressei em voz alta.

O garoto que estava atrás de mim me acerta com um chute nas pernas. Caio de joelhos desprevenido. O mais alto desfere um soco na minha boca, fazendo o gosto de sangue descer pela minha garganta imediatamente. O terceiro deles, chuta minha barriga com força. Tento me proteger me envolvendo com os braços. Sou atingido mais uma vez. Não consigo escutar bem por causa da pancada, mas identifico eles falando palavras homofóbicas contra mim.

- Vida de bicha é assim, só levando porrada - um deles diz rindo, debochado.

- Vai apanhar até virar homem - o outro continua com desprezo.

Eu preciso reagir senão vou morrer de tanto  apanhar. Puxo a perna do mais alto deles e dou um chute nas suas bolas. Ele me joga no chão com um solavanco na sua perna, aproveito a distração dos outros dois pra correr na direção contrária de onde eu estava indo. Corro o mais rápido que eu consigo. Minhas pernas começam a falhar mas eu insisto. Preciso sair daqui. Enquanto eu acelero, lágrimas descem do meu rosto. Avistei um ônibus que ia pro meu bairro. Dou sinal rápido. O veículo para e eu pulo dentro com pressa.

- Você está bem? - o motorista perguntou preocupado ao me observar esbaforido. Passei a mão na minha boca limpando o sangue.

- Sim, eu só preciso sair daqui - confirmo passando a mão nos bolsos. Lembrei que minha carteira ja era.

- Eu acabei de ser roubado. Tô sem dinheiro e sem minha carteirinha. Se quiser, posso descer no próximo ponto - avisei a ele.

O senhor balançou a cabeça.

- Senta aí, filho.

Me rendo sentando no banco atrás dele.

- Obrigado.

Ele me olha pelo retrovisor com pena do meu estado. Sujo, sangrando, sem dinheiro e descabelado. Encostei minha cabeça na janela. Eu acabei de apanhar pelo simples fato de assumir que amo um cara. Por que as pessoas tem que se meter no amor das outras? Mais lágrimas desceram ardendo. Eu choro ódio. Eu choro inconformado. Quem eu amo ou deixo de amar não deveria ser da conta de ninguém. É minha escolha, é meu problema. Eu amo Jack e não tem nenhuma surra no mundo que possa me tirar isso. Meu coração bate forte com vontade de rasgar meu peito. Aperto meus olhos com força afim de esquecer aquilo mas a dor presente no meu corpo me impede. Cheguei em casa correndo. Eu não queria ficar na rua sozinho mais nenhum instante.

Pego uma bolsa de gelo na geladeira. Me olho no espelho da sala.

- Que desgraça - falei pensando alto. Meu rosto não está com nenhum hematoma mas meus lábios estão inchados, minhas costas doem, meu abdômen e minhas pernas também.

- O que você tem? - Chloe perguntou entrando no cômodo. Tentei esconder a bolsa de gelo mas ela viu pegando-a da minha mão.

- Você apanhou? - ela perguntou surpresa passando o dedo no meu lábio inferior.

Fiz que sim com a cabeça. Ela me abraçou forte.

- Meu Deus, porque fizeram isso com você?

- Me chamaram de bichinha e um monte de outras coisas horríveis - contei aos prantos.

Ela balançou a cabeça acariciando meu cabelo.

- Não fica assim. Vai pro meu quarto, eu vou levar uns analgésicos pra você - ela disse me soltando.

Minha irmã passou os dedos ao redor dos meus olhos limpando minhas lágrimas.

Acordei bem cedo no dia seguinte, estava enjoado e ansioso. Meus lábios estava menos inchados, mas meu corpo doía miseravelmente.

- Bom dia, Noah - meu pai disse entrando na sala depois de ter ido buscar seu jornal matinal. Ainda não entendo porque ele lê jornal de papel sendo que passa as mesmas notícias na televisão.

- Bom dia, pai - me sentei a mesa de café da manhã disfarçando ao máximo a dor na perna.

Minha mãe trouxe minha xícara de café e se sentou de frente para mim. Minhas mãos suadas seguraram a xícara e então dei um gole devagar para não queimar a língua. Chloe sentou-se ao lado dela, preparada para me dar suporte emocional. Ela estava olhando para mim tentando me encorajar.

- Pessoal, eu preciso falar com vocês a respeito de algo - comecei muito nervoso.


Notas Finais


Noah vai finalmente abrir o jogo, porém adianto que não será nada fácil. Criem suas teorias. Já é agosto, Finn sumiu desde o final de Maio. Nossa Millie tá sofrendo e o otp esta mais uma vez separado. O que vai acontecer agora?


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