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História Inferno em Nova York - Fillie Fanfic - Foi o inferno mais incrível


Escrita por: staddiction

Notas do Autor


OLA pra vcs melhores leitores ever! Obrigada por todos os comentários sempre. Adoro! Sigam meu instagram pq as vezes eu faço live pra falar com vcs então seria mto legal ver meus leitores interagindo por lá (@staddiction_)

Vamos pro capítulo! Hoje vocês vão precisar da musica WAIT - M83

Capítulo 40 - Foi o inferno mais incrível


[NOAH NARRANDO]

Enquanto Finn tenta resolver sua vida em Chicago, Cole, Jacob e Lucas estão na cadeia. Em setembro a sentença deles foi definida, porém foi menor do que eu imaginava: Um ano. O pai de Jacob, por ser um advogado excelente e cheio de contatos, conseguiu esse feitio.

 — Eles deveriam apodrecer na prisão  — o técnico Will comentou enquanto eu o ajudava a guardar todas as bolas de basquete numa rede.

 — É uma pena. Eles eram jogadores com potencial,  — Choosen disse  — mas são uns monstros.

Eu olhei para o moreno concordando com ele.

 — Eu que o diga.

Minha temporada de jogos para NBA está começando e junto a ela, mais dinheiro, reconhecimento e portas sendo abertas. Jack permanece firme no seus estudos enquanto eu junto cada centavo para o nosso casamento.

Após o treino, pego o metrô aliviado pois ninguém vai me bater dessa vez. É sensacional a sensação de se sentir seguro de novo após um grande trauma. Apesar de não ter me ferido tanto assim, as marcas ficaram na minha alma.Desço na estação mais próxima da casa de Jack e caminho até seu apartamento.

 — Boa noite, meu menininho mais fofo  —  ele diz ao abrir a porta implicando comigo fazendo voz de criança.

 — Ai, não, lá vem ele  — tento parecer desinteressado mas o garoto acaba me fazendo rir.

Deposito um beijo nos lábios dele. Jack acaricia meus cabelos bagunçando meu topete arrumado após o término do jogo.

 — Hmmmm, que cheiro é esse?  — pergunto quando inspiro o aroma familiar e delicioso.

 — É isso mesmo que você tá pensando  — ele disse dando um sorrisinho misterioso.

 — Macarronada com bacon  — falo ao me aproximar da cozinha.

 — Tcharãn!!  — ele exprime animado abrindo a tampa da panela.

Puxo Jack pela cintura e seguro seu queixo.

 — Quando a gente estiver na mesma casa, nós vamos fazer essa macarronada sempre, mas não sempre sempre...pra não enjoar  — pisquei mordendo o lábio.

 — Eu mal posso esperar pra isso acontecer  — ele disse apoiando seu rosto no meu ombro.

A respiração dele batia na pele do meu pescoço, me fazendo arrepiar.

 — Vamos nos casar em dezembro?  — pergunto repentinamente.

Ele levantou o rosto para me olhar nos olhos e sorriu revelando aqueles dentinhos brancos que eu adoro.

 — Sério? Que dia?  — ele me pergunta animado.

 — Ah, sei lá. Me fala um número que você gosta… —  eu peço como sugestão.

Ele pressiona os lábios um contra o outro, pensativo.

 — Dia 14! Escolhi aleatoriamente  — ele riu.

Afaguei o nariz dele usando o meu.

 — Então vai ser dia 14, Jack  — eu confirmei a ideia deixando-o feliz.

Ele segurou minha nuca e disparou uma série de beijinhos curtos em meus lábios. Me lembrei da primeira vez que saímos juntos. O beijei no carro, inseguro mas cheio de vontade e curiosidade e por incrível que pareça, aquilo pareceu tão certo pra mim, que eu fui capaz de enfrentar tudo por esse relacionamento. É fantástico me olhar no espelho de manhã e reconhecer o homem que me tornei. Eu não sou menos homem por ser gay. Eu sou um homem como qualquer outro. Cheio de sonhos, aspirações, desejos, conquistas e muito, muito amado. Eu sabia que Jack seria a melhor escolha da minha vida no momento que assumi isso para meu maior inimigo: eu mesmo.

 — Para de me beijar, senão o macarrão vai passar do ponto  — ele disse empurrando meu peito.

Eu o puxava tentando faze-lo parar de resistir, até que ele bateu com a colher de pau na minha cabeça, sujando meu cabelo de molho bechamel.

 — Você me paga, Jack Dylan Grazer  — falei irritado girando os calcanhares indo em direção ao banheiro para limpar aquela sujeira.

 — No crédito ou no débito?  — o ouvi gritando entre risos e não me contive.

Ele é demais.

Março de 2019 -----------------------------------------------------------------------------------------

[MILLIE NARRANDO]

Eu finalmente decidi seguir a minha vida. Após longos 6 meses mergulhados em dor e desgosto, eu acordei do entorpecente sono indo em direção a uma vida melhor. Definitivamente quero me reconstruir longe do Inferno que é Nova York. Engulo a ideia de que não era pra ser, desde o início.

Finn me seguia para todos os lados ano passado. A figura dele era como uma sombra aterrorizante até o dia que ele decidiu parar. Ele desistiu de mim. Isso doía mais do que as tentativas inúteis dele de se explicar. Meu coração ainda sangra todas as noites depois que chego de Columbia. Cansada por suportar horas de estudo, envolvimento em projetos e trabalhos, tudo o que me faz entupir a cabeça de pensamentos para não me afundar em lágrimas. Mas, não há saída quando você mesmo constrói o muro que fecha seu beco. Eu sonhava com ele todas as noites. Sonhos quentes, sonhos fervorosos, sonhos que eram capazes de me dar a sensação de receber seus toques, seus beijos, sentir seu cheiro. Era uma verdadeira tortura acordar ofegante, com coração acelerado e a garganta seca, passar as mãos pela cama e encontrá-la vazia e depois perceber que aquilo que aconteceu no fim de agosto não era um pesadelo, era verdade. Era como se eu vivesse aquilo em replay, todo santo dia. O carma me castigou. Eu vivo num incessante ciclo de arrependimento.

Arrependimento de um dia ter pensado que Nova York era meu lugar. Que eu, Millie, de Canterbury, poderia ser feliz e bem sucedida aqui. A voz do meu pai ecoava na minha cabeça: “Eu espero que eu não precise virar pra você um dia e falar que esse seu namoro era uma má ideia”. E era. Ele esteve certo esse tempo todo.

Hoje, eu me formo. Columbia chegou ao fim para mim. Eu economizei dinheiro esse tempo todo para voltar pra minha terra e conseguir me manter um tempo sem trabalhar, até que tudo se ajeite. Eu sou oradora do curso de Artes Cênicas. Infelizmente, Iris não estará na primeira fila comigo. Ela se forma ano que vem. Eu me adiantei o suficiente para dar o fora daqui o mais rápido possível. Me olho no espelho, vestida com essa beca ridicula. Me lembro de quantas vezes sonhei com isso. E hoje, meus pais não estarão sentados no auditório me assistindo, nem meu namorado, apenas Sadie, Jack, Noah e Iris. Passo as mãos pelos meus cabelos arrumados pela minha talentosa amiga ruiva que possuí mãos de fada. Ela também tratou de me presentear com uma maquiagem pesada, que conseguia cobrir minhas olheiras, a acne que havia surgido após má alimentação de meses e a aparência triste que meu rosto assumira. Seguro nas mãos o papel onde eu escrevi meu discurso. Meu discurso de despedida da velha Millie. Essa que morreu aqui com coração dilacerado.

(Ouça Wait - M83 por favor)

Coloco meus pés no palco. Dezenas de estudantes com seus capelos na cabeça e suas becas bem alinhadas me analisam enquanto dou pequenos passos tímidos. Garotas esbeltas, sorrindo, livres da faculdade, prontas pro mundo. Cabelos alisados pelo salão de beleza, maquiagens profissionais...Garotos com a barba feita, outros com a barba semi cerrada, outros com rosto liso. Diante daqueles rostos, cada um com sua história, eu identifiquei o dele. Sentado em uma cadeira isolada, lá no cantinho, fingindo que passa despercebido pelos meus olhos. Mas nem em um milhão de anos eu deixaria de reconhecer Finn Wolfhard. Cada célula do meu corpo vibra. Eu grito por dentro. Parte de mim quer chamá-lo, parte de mim quer que ele desapareça. É uma guerra constante e interna, que se espalha e queima como um incêndio numa mata de folhas secas.

Ele é o grande amor da minha vida.

Ele me fita com tristeza. Com pesar. Talvez com arrependimento. Mas é tarde demais, Finn. É tarde demais.

A partir de agora, preciso me concentrar. Dou passos largos até o púlpito. Seguro o microfone, mas antes, faço questão de respirar fundo. Sorrio. Abro o papel a minha frente e abaixo meu olhar. Olho de novo para as pessoas e dobro a folha. Decido dar o melhor de mim. O que Millie Bobby Brown tem a dizer?

 — É doloroso dizer adeus. Quando cada um de nós nasceu, nós fomos predestinados a algo. Cada um aqui tem uma aspiração. Talvez, uns lutem mais do que outros, mas o que importa de verdade, é que você sabe o quanto luta. E se sua consciência estiver tranquila em relação a isso, tudo bem. Quando eu vim para essa cidade,  eu fiz uma escolha. Decidi trocar todas as minhas certezas por uma grande dúvida. O medo havia se instalado, mas, isso é comum. Aposto que você já sentiu medo também. Todos já sentimos. O medo é uma resposta de quem possui algo valioso. O medo é uma resposta que vem quando algo na sua vida vale a pena. Você não sente medo de perder uma folha de papel inútil, mas sente medo de perder o anel que a sua avó te deixou antes de morrer. Meus amigos, esse discurso é sobre algo além da vida profissional. É sobre amar. Amar o que você faz, amar com quem faz, amar a si mesmo e amar o que te pertence e o que é escolhido para você. É sobre aceitar. Quem sabe, perdoar. Porque para amar, é preciso perdão, e quem dera viver num mundo onde o amor é o suficiente para ser feliz...Quem dera.  As marcas que os seres humanos deixam, frequentemente são cicatrizes e as vezes demoram para sarar. Pensar antes de agir é sempre uma boa saída, a menos que estejamos falando de comida.  — arranquei alguns risos surpreendentemente, até formar um nos meus lábios.

 — A gente não percebe o quanto o tempo passou até acordar um belo dia e olhar no calendário fazendo as contas, então, continue buscando seus sonhos. Eu não conheço a história de todos vocês, mas o olhar de cada um esconde algo. Esse discurso está sem rumo, eu sei, mas tudo isso que eu disse é verdade e nesse momento, não me importa se faz sentido, me importa o que eu sinto e se eu sinto, eu posso colocar toda veracidade do mundo, espero que vocês compreendam. Talvez esse discurso precise ser fragmentado para fazer sentido. Assim como algumas partes da nossa vida. Vivemos como num vídeo game. Em cada fase, precisamos superar um chefão. Hoje, o meu chefão diz que eu devo sair daqui e recomeçar, pois ainda não tenho “experiência o suficiente”. Pobre chefão. Ele não sabe quem somos! — eu ri e os que estavam ouvindo também. Algumas pessoas pareciam confusas, outras balançavam a cabeça como se aquilo tudo fizesse sentido.

Tomei fôlego mais uma vez.

 — Columbia abriu portas e janelas. Transformou sonhos alegres em coloridas realidades. Mas hoje, nesse dia nublado, tudo o que eu posso dizer é obrigada. Obrigada por cada momento. Cada sorriso. Cada vez que eu me senti orgulhosa. Obrigada por ter me tornado mais forte mesmo que para isso, minhas noites de sono tenham sido consumidas em desespero. Obrigada por me fazer quem eu sou hoje. Eu li em um livro, que alguns infinitos são maiores que outros. E eu sou eternamente grata pelo meu infinito ter sido a lembrança mais bonita que eu irei guardar, por mais que tenha tido dias contados. Eu estou preparada para um novo infinito. Você está?


Eu observo Finn pela última vez. Eu observo esse lugar pela última vez. Um filme passa diante dos meus olhos. Vou descer desse palco dentro de instantes com meu diploma nas mãos e vou embora. Um sorriso surge em meus lábios em resposta a minha satisfação por aquelas palavras. Fecho os meus olhos diante da salva de palmas que recebo dos meus conhecidos, colegas, familiares dos alunos, professores e dele. Eu abro meus pares castanhos que são afetados pela forte luz direcionada a mim naquele momento. Ele está em pé, ignorando minha repulsa, mesmo assim ele se faz presente. Esse discurso não foi pra faculdade. Esse discurso não foi pra mim.

Esse discurso foi pra ele. Esse discurso é para Finn Wolfhard, responsável por ter feito da minha vida em Nova York um verdadeiro inferno. Do qual fico feliz em ter vivido. Afinal, foi o inferno mais incrível que eu poderia imaginar.



 


Notas Finais


Eu chorei escrevendo o discurso dela, real oficial. Eu escutei essa musica que me deixa mto triste pq é a musica do final do filme A culpa é das Estrelas, e toda vez eu choro quando assisto. Espero que tenham gostado do capitulo de hoje.


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