~Lucy
-E depois? – Levy apoiou o rosto em suas mãos, enquanto brincava com o canudo em sua boca, mordiscando a ponta.
Nesse momento, estavamos em um bar que fica ao lado da loja da Mira e que temos usado como ponto de encontro muito frequentemente. O relógio aponta já passar das 21 horas no mundo real.
Olho para a azulada. Ela insiste para que eu continue a contar como terminou a missão que fiz com o Natsu hoje mais cedo. Todos os outros rostos me lançavam olhares curiosos e pareciam dizer a mesma coisa, encorajando-me a continuar a história. Todos menos o Natsu.
Espreitei meu olhar até o acento ao lado, onde o rosado guardava uma carranca ao mesmo tempo que tamborilava seus dedos na mesa, impaciente e visivelmente incomodado. Aposto que ele preferia não contar. Ele tomou um gole do copo que estava a sua frente e nossos olhares se encontraram. Ele tossiu e virou-se para o lado.
Levy fingiu tossir também, me devolvendo a realidade. Ela tinha um sorriso estranho e seus olhos alternavam entre o rosado e eu. Bem, mesmo ele não gostando, também não fez nada para me parar. Muito provavelmente, ele só não quer ouvir as provocações do Gray mais tarde. Tomei um pouco da minha própria bebida antes de recomeçar:
-Depois que saimos da cabana fodida, fomos atrás do Boss. Fomos tomando as poções de mana, que como um fator para dificultar a missão, eram os únicos itens de recuperação que podiamos usar no interior das ruínas.
-Quem é o imbecil que vai numa missão difícil dessas SEM UM HEALER! - Gray deu enfase na ultima parte, batendo na mesa.
Natsu bufou, evitando encará-lo.
-Nós temos A healer, meu caro! - Erza deu um tapa gigante nas costas de Wendy que engasgou a pequena. Ela forçou um sorriso, enquanto as luvas de aço de Erza continuavam na área do "carinho" da ruiva.
-Não é pra tanto... - Wendy falou, timidamente, - AAAI!
-Como assim, Wendy? - A pequena gritou quando recebeu outro tapa camarada da ruiva, que sorria tentando lhe passar confiança. - Você consegue ajudar na luta sem se esquecer de nos curar!
-E buffar! - Completou Levy.
-E buffar! Viu só, vela de motel? - Gray apontou o rosado, empolgado em apontar seus erros. Ele não desmanchou o sorriso por um segundo sequer.
-Vela de motel...? - Murmurei, surpresa com a criatividade maligna do mago do gelo.
- Você tem a Healer mais foda do IMO e vai numa quest super rara sem ela! Numa quest que um certo melhor amigo falou para um amigo fuleiro que queria muito poder pegar um dia, mas era muito difícil encontrar ela disponível! - Gray continuou.
-Ei, foi você que disse que se encontrasse ela, ia fazer sozinho pra passar os itens na minha cara depois! - Natsu respondeu,
-Detalhes! - O moreno retrucou, com uma gota. - O ponto é que você podia pelo menos tem levado a nossa Healer Kit completo aqui - Levy e o garoto abriram os braços, apontando para a pequena como se fosse a estrela de um show.
-Ela é forte, útil...
-E fofa! Eu sei que fiz merda! Não precisam ficar jogando na minha cara! - O rosado mergulhou o rosto na mesa após completar o raciocionio do amigo, vencido pela insistência enquanto Wendy se encolhia em seu acento, corada.
-Acho que ele já entendeu, pessoal... - Tentei falar, vendo o estado do rosado.
-É, foi mal não ter esperado vocês... Mas é que foi tão de repente que acabei me empolgando! Eu nem ia fazer missões do Quadro hoje, mas eu encontrei a Lucy por acaso e as coisas acabaram como acabaram... - Ele explicou, lançando um olhar para mim no final.
-Isso não é desculpa para esquecer os amigos! - Gray interviu - É a regra: os brothers antes das-
-Cala a boca! E que porra é a Lei dos Brothers? - Natsu retrucou nervoso, e ele impediu que o moreno terminasse a frase. - Ah, deixa para lá! Continua, Lucy, se não ele não vai fechar essa boca!
Assim, Natsu restabeleceu um pouco da ordem. Gray queria intervir, mas cruzou os braços e todos voltaram a prestar atenção em mim. Eu estava tão concentrada na discução que levei uns segundos para lembrar em que ponto da história havia parado.
-A essa altura já estavamos bem prejudicados porque tinhamos pouca vida, e nenhum de nós sabia curar. Eu invocava o Pru a cada minuto que via um inimigo, pois ele os mandava para longe. Nós tinhamos que evitar qualquer combate, porque aquelas coisas davam trabalho demais e duvido que a gente venceria uma luta sem receber nenhum dano.
Gray suspirou, afundando na cadeira, quando ouviu sobre não podemos nos curar, mas manteve-se calado. Mas era engraçado ver o como apenas pela sua expressão era perceptível que ele continuava chamando o Natsu de burro ou idiota. O rosado percebia, mas nada disse. Resolvi encurtar o final da história, para que ele pudesse mudar de assunto logo e acabar com o seu sofrimento.
-Quando encontramos ele, tentamos uma emboscada. Tenho que dizer, o Natsu foi incrível. Eu fiquei longe a maior parte do tempo, e só atacava com meu chicote porque a Virgo podia fazer melhor usando a sua pá e eu não podia perder magia a toa em um momento crucial.
Isso chamou a sua atenção, e sorri de canto.
-Mas ele conseguiu segurar a coisa. E aquela última magia que você usou foi épica! Eu queria ter sido mais útil, mas depois que abri o portão da Aquarius eu quase já não tinha magia e acabei morrendo quando ele revidou com um feitiço que controlava as árvores. Eu fui enviada de volta para a cidade e um tempo depois, o Natsu também apareceu.
-Eu não fiz muito depois que você morreu, na verdade. Com você e a empregada ele tinha mais alvos, mas ele começou a invocar uns poderes muito avacalhados depois e eu bem... morri. Fim. The end. Aquele "Fin" com n, que não sei de que língua é.
-Se tivesse um Healer...!
-Cala a boca, sacolé de satan! Nem eu aguento mais ouvir isso! E eu amo provocar! - Levy gritou, e todos riram do rosto confuso e envergonhado que se apossou do moreno.
Nesse momento, Natsu sorria como se tivesse sido vingado. Eu não pude evitar um sorriso bobo, vendo sua atitude infantil.
De repente, suas sombrancelhas se ergueram em surpresa e seu rosto mostrou sinais de que havia se lembrado de algo importante. Depois disso, ele voltou a um sorriso largo. Mas apontado apenas para mim, o que me deixou confusa.
No instante seguinte, ele limpou sua garganta e forçou uma tosse, tudo alto o bastante para atrair a atenção dos outros antes de prosseguir. Ele, então, pronunciou claramente e elevou a voz para dizer:
-E então, Lucy? O que você acha que devemos fazer primeiro na quarta-feira? Você sabe, no dia do nosso encontro! Encontro de verdade. Real life e tal.
Levy, Erza e Gray encaravam o rosado, mas não pareciam levar a sério até ouvirem o que Natsu havia dito. Gray quase ficou entalado com sua bebida, mas cuspiu tudo dentro do copo(o que foi bem nojento).
Ele me pegou de surpresa, por trazer o assunto de repente. Eu planejava falar sobre isso mais tarde, mas olhando para sua expressão satisfeita, eu não tive objeções. Suas palavras pareciam ser digeridas pelo grupo porque ninguém disse uma palavra por vários segundos.
-É sério? - Levy, com um sorriso brilhante e uma expressão contente, me lançou um olhar esperançoso. Apenas acenti, envergonhada pela sua reação.
Erza tinha uma expressão engraçada. Ela repetia continuamente "Lag mental" entre sussurros enquanto um sorriso bizarro lentamente brotava em seus lábios. Mas quando Levy finalmente falou, e ela terminou de processar a informação na velocidade de uma calculadora de feira, aquela foi a imagem mais meiga que já vi da ruiva até hoje.
Todos disseram o quão felizes estavam, e sorriram para mim. Levy fez questão de se levantar para me abraçar por trás. Ela disse que mal podia esperar para me dar um abraço de verdade.
Eu quase chorei ali mesmo. Poucas vezes na vida me senti tão querida. Ainda que meu corpo estivesse a quilometros de distância, eu sabia que esse sentimento era real. Me agarro a esse sentimento, tendo a certeza de que vai ser uma das lembranças mais especiais que terei na minha vida.
***
-Ei, temos que ver um ponto de encontro! - Erza falou, imponente como uma líder nata.
-Depois a gente vê isso! - Natsu reclamou, jogando-seu corpo sobre a mesa e brincando de "briga de copos" com o Gray, que basicamente era chocar um contra o outro com movimentos estranhos.
-É, amanhã a gente resolve... Porra! - O moreno concordou, reclamando em seguida por ter perdido. Eu não faço a minima ideia das regras dessa coisa, então ignorei enquanto eles continuaram empolgados.
-Amanhã, então. E temos que ver a hora também! E Natsu está roubando, digo mesmo! - Erza concordou, meio relutante, e também se envolveu no jogo. - Sai daí, picolé de quinta, deixa a profissional mostrar como se faz!
Até a Erza sabe jogar isso?
-Ei, Lu-chan! O que você vai estar vestindo? - Levy perguntou, empolgada. Wendy e Mira também pareceram se interessar.
-Eu não sei... talvez um vestido? - Respondi, meio evasiva. Eu não havia pensado nisso, mas acho que vou procurar alguma roupa que não seja muito extravagante.
-Você tem que escolher, porque vai ajudar a te identificar no ponto de encontro!
-Eu também ainda não escolhi... - Wendy confessou, com um sorriso timido.
-Eu estava pensando em ir com qualquer coisa, mas acho que a Levy está certa! - Mira falou, pensativa.
Natsu, que havia perdido para a Erza em quinze segundos, agora também prestava atenção na nossa conversa.
-Eu vou vestir minha camisa de Dragon Ball. Escolhi essa porque, já que eu sou um Dragon Slayer, tenho que ir a carater!
-Eu sou uma maga das palavras, mas nem por isso vou fazer cosplay de dicionário... - Levy comentou, com uma gota.
-Tanto faz a roupa! O importante é que vamos nos encontrar de verdade. - Erza falou, com olhos brilhantes - Todos nós. E eu estou ansiosa por isso!
-Eu também estou muito feliz por isso poder acontecer! - Mira falou, brincando com as pontas do seu cabelo.
-Eu também! Minha mãe ficou um pouco preocupada, mas consegui convencê-la quando disse que iria visitar uma amiga que se mudou com um pessoal da escola.
-Você não devia mentir, Wendy! - Repreendi a garota, tentando parecer responsável, mas só recebi um sorriso irônico do rosado.
-Olha quem fala! - Ele me apontou, e tive que concordar. A pequena sorriu do meu rosto corado.
-Eu não disse nada em casa ainda. Eu não tenho problemas com horário. - Gray falou. Até uns instantes atrás ele murmurava ter perdido para a ruiva naquele jogo estranho.
-Eu moro sozinha, então isso também não é problema. - Disse Mira, tranquila.
Natsu acentiu, dizendo que o mesmo valia para ele.
-Mas ainda temos aula no dia seguinte! - A ruiva interrompeu, acertando a todos com a dura realidade.
-Estraga prazeres... - Natsu e Gray replicaram, em uníssono.
Ainda que isso não seja um problema para mim, todos os outros pareciam desapontados por não poderem ficar até muito tarde pois ainda tinham suas rotinas no dia seguinte.
Eu não vou poder ficar até muito tarde nesse encontro ou meu pai iria desconfiar, mas quero poder aproveitar ao máximo o tempo que teremos juntos. Eles são de longe, e ainda assim vão me visitar. Eu não posso evitar pensar nisso, e fico grata.
Eu olho para cada um dos seus rostos, e lembro das várias noites que passei imaginando como cada um deles séria quando pressionavam o log-off do AmuSphere. E logo essas noites terão fim.
***
O som agudo do sino junto a porta persiste por alguns segundos mesmo depois que todos saíram. Gray começou a caminhar para algum lugar onde pudéssemos sentar e todos os seguiram. Se tivéssimos tempo, uma quest seria o programa ideal, mas já passa das onze da noite no mundo real. O céu estrelado de Fiore diz o mesmo.
-Eu acho que já vou indo... - Erza falou, assim que chegamos a uma pequena praça próxima a uma pousada. - Já estou ficando com sono...
-Hehehe - Levy deu uma risada de superioridade.
-Só eu acho muito irônico quando ela faz isso? - Natsu apontou para a pequena com uma gota.
-Calado! Continuando... Hehe. Hehehe.
-Fala logo, Levy! - dessa vez fui eu.
-Eu já estava acabando... Mas eu não posso deixar vocês irem embora tão cedo. Afinal, hoje é o dia! - A azulada estava de pé em frente a todos, piscando seu olho esquerdo.
-Dia? - Wendy e eu falamos juntas, sem entender.
-Dia de quê, mulher? - Erza falou, tentando apressá-la do seu jeito doce como uma cama de pregos de sempre.
-Ela tá de boi? - O rosado perguntou, estreitando os olhos.
-Credo, Natsu! - Eu tive que encará-lo, mas ele estava sério.
-Informação desnecessária essa, hein, Levy... - Gray protestou, com o rosto de quem estava imaginando uma cachoeira de sangue.
-Eu estou menstruada! Mas não tem nada a ver com isso. Cara, olha o que vocês me fizeram dizer...! - A azulada gritou para tomar a atenção para si, e acabou chamando mais atenção do que gostaria.
Ela tapou o rosto com uma mão, olhando sempre para os arredores antes de prosseguir.
-Hoje é o dia em que... é melhor vocês verem por si mesmos. Já vai começar!
Levy então apontou para um distante portão onde levava para fora da cidade. Além do grande portão de pedra, havia uma floresta densa e escura(mais ainda por causa da noite).
-O que exatamente a gente está... Oh! - Mira estreitava os olhos, mas os mesmos se ergueram em seguida. Ela pareceu entender, e nossos olhares se encontraram quando ela buscava por nossas reações. Ela sorriu, gentil como sempre. Ela apontou novamente para o fundo da floresta, como sempre.
Eu não entendi nada. Por vários segundos encarei o vazio. Mas então uma pequena luz surgiu.
E outra.
E mais uma.
E logo eram várias. Que chegavam mais perto e pareciam que o céu havia chegado ao chão. Sim. Uma pequena nuvem de vaga-lumes, que brilhavam de cores umas diferentes das outras passaram por nós.
-Ei, isso foi... - A voz de Wendy sumiu completamente quando percebeu que haviam uma infinidade deles. O bater das asas parecia o som de uma ventania.
De onde estava, parecia um grande raio de luz , que se dispersou por entre os prédios e construções e circundavam todos nós.
Azuis, verdes e laranjas. E tantas outras cores.
-Eca... - Ouvi Erza dizer quando alguns vagalumes tocaram nela enquanto passavam.
Wendy parecia maravilhada. Gray estendeu a mão, tentando alcançar alguns. Mira apreciava tudo silenciosamente. Quando olhei para o rosado, ele estava sorrindo. Conversava alguma coisa com Gray e Wendy, não pude ouvir, mas os dois riram junto a ele.
Ele não se aproximou, porém eu pude ler os seus lábios.
"Será que é a nossa recompensa dessa vez?"
Eu sorri, desviando o olhar para o céu, porém ele esperava uma resposta. Juntei as minhas mãos, achando ter capturado um.
"Eu acho que sim"
Ele gargalhou quando viu que havia falhado, porém ele engasgou com um e todos riram disso.
Foi então que eu percebi que a pessoa que havia anunciado isso havia sumido. Mas então ela apareceu correndo entre nós com algo em mãos. Ela parecia procurar um ponto exato. Só consegui revê-la alguns segundos depois, quando ela agarrou o meu braço e me puxou para outro lugar.
-O que você tava fazendo? - Perguntei, rindo ao lembrar do rosado.
-É segredo!
Não estávamos muito distantes dos outros, porém o fluxo de vaga-lumes era bem menor. Porém, o cenário continuava lindo.
-Ei, Lu-chan... - De repente, tanto sua voz quanto suas feições estavam sérias. E parecia mais madura do que antes. - Eu estou muito feliz hoje.
Eu também estava, mas não entendi a situação direito. Minha cabeça foi em uma direção que me fez corar, porém não reagi enquanto ela continuava.
-Eu não sei se acredito em milagres ou destino. Mas eu acredito que algo deve ter nos juntado naquele dia. Graças àquilo, eu conheci pessoas maravilhosas e que considero mais do que eu imaginei que faria. E isso só aconteceu por que você estava lá. - Ela respirou fundo, e continuou:
-Eu não estou dizendo que não tenho amigos. Isso não é verdade. Mas eu não sou boa em confiar nas pessoas e é um pouco difícil de me sentir encaixada quando conheço pessoas novas. Mesmo em jogos, onde sou muito mais livre, sentia um pouco disso.
Ela riu abafado, e desviou o olhar.
-Eu juro que achei que ia falar um bando de coisas legais, mas eu estou com vergonha. Eu só quero dizer que você me fez entender o que é ter uma melhor amiga.
Ela agarrou seu rosto, corando.
-Que vergonha alheia! Essas coisas são tão legais nos filmes... - Ela ria - Não precisa chorar, Lu-chan...
-Eu não estou... - Eu levei minhas mãos ao rosto e senti a umidade. - Chorando...
-Tá, e eu sou a Melanie Martinez... - Ela falou, irônica.
-Eu também te considero... - minha voz encontrava dificuldade em sair - a minha melhor amiga...
-Ow, Lu-chan! - A pequena pulou e meus braços, e depois de um tempo nós duas estavamos chorando.
Ao nosso redor, as luzes pareciam coincidir em um belo azul-turquesa.
-Eu estou muito feliz porque vamos nos ver! Você não sabe o quanto!
-Eu também - concordei, enquanto tentava me recuperar do choro.
Ela foi a primeira a se tomar iniciativa e nos separamos.
-Quarta-feira, eu quero te dar uma coisa.
-Não precisa!
-Eu quero te dar o meu diário. Sabe, eu ficaria muito feliz que você conhecesse mais de mim.
Eu fiquei em silêncio.
-É óbvio que eu não estou dizendo que você precisa levar o seu também!
-Eu não sei se consigo levar um diário. Mas eu quero te dar algo especial também.
A azulada sorriu.
-Tá bom, chega de choro, Lu-chan. Vamos voltar para junto do povo antes que eles pensem que a gente estava se pegando!
Eu deixei uma risada escapar.
-Eu achei que tu ia me pedir em namoro mesmo!
-Como assim, Lucy?
-Levy, tu me trouxe para a parte deserta do parque. O que você achou que eu estava pensando?!
-Ok, culpada.
***
-Onde vocês estavam? - Erza perguntou.
-Huuuuum, eu tenho um palpite! - Gray sorriu malicioso. - E dá próxima vez eu acho que o convite pode se estender aos amigos!
Ele e o rosado riram cúmplices, e eu encarei Natsu por uns segundos. enquanto ele imaginava seus estratagemas pervertidos.
-Com vocês dois como opção, eu até entendo! - Erza interrompeu, fazendo todas cairem na gargalhada e deixando os dois nada satisfeitos.
-Até tu, Judas? - Natsu falou, soando poético, quando viu que até a Wendy acabava-se em risadas. Isso só nos fez rir ainda mais.
-Ai, ai... - Mira enxugava lágrimas nos cantos dos olhos. - Depois dessa, eu preciso mesmo ir embora... Tchau para vocês, pessoal.
Nos despedimos até que a Mira desaparecesse. Um por um, os outros fizeram o mesmo. Até que só restava ele e eu.
-Por que você sempre fica até o final? - Ele perguntou, curioso.
-Hã? Eu só gosto de me despedir de todo mundo.
-Que besteira!
-Aé? Então porque você não deslogou até agora?
- Porque eu gosto de me despedir de todo mundo...
Ele desviou o olhar, rindo timidamente. Quando percebi, já haviamos rido bastante sobre isso.
-Então, vamos deslog-
-Eu não acho que a noite de hoje tenha sido ruim. Mas eu acho que se a gente tivesse sido amaldiçoados juntos como daquela vez, poderia ter sido melhor...
-Hã?!
Eu corei em espanto, mas antes que pudesse retrucar de alguma forma, ele disse "tchau" e deslogou.
Fiz o mesmo, um pouco fora de meus sentidos devido ao constrangimento. Eu sei o que ele quis dizer com aquilo E sei que foi apenas para me provocar, como sempre faz.
Abro os olhos, de volta ao quarto que nunca deixei realmente. Desconecto-me do aparelho AmuSphere, pondo-o de volta na caixa e escondendo-o em uma das minhas gavetas secretas acopladas a cama. Apenas eu tenho a chave, que também mantenho escondida.
Resolvo ir para o chuveiro antes de dormir. A água fria com certeza iria ajudar.
Porém, enquanto limpava o meu corpo. As memórias que ele trouxe a tona insistiam em ficar. Eventualmente, meus dedos pararam na minha intimidade, movendo-se em busca do que eu senti naquela vez.
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