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História Iniciativa Golfinhos - Eu não planejo, eu vivo


Escrita por: Bibelo

Notas do Autor


Meu deus olha eu aqui com outra Jercy ruehruhue essa aqui é fofa de verdade, eu juro!

Eu deveria parar de mimar tanto a @unkn0w desse jeito, mas nao consigo urhrheuhruerue enfim, semana difícil precisa de uma one bem doce!

Espero que gostem!

Boa leitura!

Capítulo 1 - Eu não planejo, eu vivo


Fanfic / Fanfiction Iniciativa Golfinhos - Eu não planejo, eu vivo

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Percy nunca pensou muito sobre como seria seu futuro. 

Na verdade, muitas das suas decisões em sua vida foram guiadas pelas situações oportunas e improváveis, muitas delas feitas à base do improviso. Fosse sua bolsa na universidade, ou uma vaga numa exploração de alto mar; ou até mesmo um bico numa fábrica de iogurte em Ohio.

Aquele dia foi especificamente estranho.

Era costume acordar todos os dias disposto a viver o presente da forma mais extraordinária que poderia, deixando o dia seguinte como um mistério a ser desvendado; uma parte de sua vida a qual não detinha controle ou apego.

Onde não há como controlar.

Percy sabia que a maioria das pessoas não concordava com esse pensamento, que era considerado boêmio e outros nomes ligeiramente mais ofensivos e graves, principalmente nos instantes em que se sentava no parque depois do trabalho e lá permanecia por horas apreciando a vista, fugindo de telefonemas ou esquecendo de jantares que levaram meses para serem arranjados. 

Nunca pediu para ser compreendido, muito menos que glorificassem sua forma de lidar com a vida. Era seu jeito próprio de conviver com seus sucessos e fracassos, mesmo que isso levasse ao término de seu relacionamento de oito anos com uma mulher extraordinária que tendia a viver no futuro. Sempre no futuro.

Não a criticava por isso, mas viviam vidas em ritmos e direções diferentes, e depois de tantos anos resolveram fragmentar o pouco que ainda restava do que eram. 

Um tempo depois disso, Percy tentou se focar no futuro, vislumbrar o que o mundo sempre clamou como alcançável e tátil. 

Ele se recordou do motivo de não o fazer no instante em que colocou na ponta do papel o futuro do qual gostaria. O que as pessoas tendem a esquecer é que há uma diferença clara entre uma pessoa puramente feliz e outra que usa da felicidade como escudo. 

São duas pessoas completamente opostas que usam da felicidade como seu pilar de sustentação. Uma por alcançar o nirvana, o outro para esconder parte de suas cicatrizes entre sorrisos e gestos afáveis.

E Percy nunca sequer vislumbrou o nirvana.

Levou um tempo, um bom tempo, para se recuperar do término e de sua aventura infeliz ao futuro. Trancou-se a sete chaves, escondeu todas as suas ambições em um baú bem fechado no fundo de sua mente, visando apenas o que podia fazer ao invés de imaginar o que poderia. 

E assim seguiu por muito tempo, o suficiente para se distrair em um protesto e se deixar ser guiado em direção ao que seria alguém com ambições e metas; sonhos que visavam o futuro mais distante. Pensou estar se colocando mais uma vez em uma situação fadada ao fracasso, mas, pela primeira vez em muito tempo, se viu curioso pelo futuro que lhe foi prometido.

Porque desta vez, Percy tinha certeza que não se arrependeria de dar uma espiada nele.

Todas as flores naquela igreja foram escolhidas por ele. Orquídeas e tulipas se espalhavam em adornos delicados —  num azul suave e gentil, como toda a decoração em toques de dourado —, ornamentando os pilares de mármore e o caminho até as duas portas de madeira fechadas, mas ainda conseguia ouvir o barulho dos convidados e o som baixo da música do outro lado.

Sentia um leve formigamento em sua pele, um frio que revirava seu estômago e devorava seu peito. Era sufocantemente maravilhoso.

As pessoas iam e vinham ao seu lado, dando ordens em tons nervosos e ansiosos. Percy soltou uma risada suave, parecia até que eles iriam se casar naquele dia, e não ele.

Ajeitou o colarinho que o sufocava levemente, naquela angústia primordial de segurar o presente e o futuro nas mesmas mãos calejadas. 

Poderia vomitar a qualquer momento, sentia isso.

— Mais cinco minutos para os noivos entrarem! — Hazel exclamou ao seu lado para os funcionários da sua equipe de decoração, anunciando o momento de forma autoritária antes de encará-lo nos olhos, desabrochando um sorriso belo e encorajador: — Mais cinco minutos, Percy, e vai poder entrar naquele salão.

Precisou sorrir de volta. Aquela menina tinha uma forma reconfortante de falar, quase impossível de ignorar. 

— Você primeiro, é a Dama de Honra.

Hazel riu: — E é exatamente por isso que estou na correria com os últimos preparativos. — Ela respirou fundo, animada: — A responsabilidade de ser a Dama é desvalorizada.

— Pelo valor absurdamente salgado que eu paguei pelos seus serviços de decoração, isso é mentira — zombou de forma leve, recebendo um sorriso a di Angelo. Era como se visse Nico naquele repuxar de lábios ordinário. 

— Uma mulher precisa sobreviver.

Uma amiga daria desconto para amigos!

E eu dei! Essas flores são do jardim da Perséfone! — Hazel respondeu de volta, se afastando: — Boa sorte. Tente não vomitar antes de entrar na igreja. 

Percy resmungou cruzando os braços, o sorriso ainda largo em seu rosto. Não acreditava ser possível se irritar de verdade naquele dia. Não naquele. 

Era como se tudo se encaixasse perfeitamente, o azul e o dourado em uma harmonia pura, entrelaçados sem começo ou fim; a calmaria do oceano sob o olhar apaixonado do céu ao anoitecer.

Respirou fundo, bem fundo.

Poderia não se irritar, mas estava nervoso como nunca. 

A porta lateral se abriu, e por um instante, Percy vislumbrou o mar em fúria, em ondas altas e raivosas em busca das estrelas e do céu tão amado e tão distante. 

O desejo de ter é não poder tocar.

Jason saiu em toda sua glória no terno branco e dourado. Seu cabelo metodicamente arrumando para trás com uma única mecha de cabelo loiro enrolando em sua testa. 

Tinha a postura relaxada, os ombros baixos, as mãos dentro dos bolsos da calça social branca. Em seu lábio um sorriso lindo, daqueles que iluminam o mundo entre nuvens densas após uma temporada de chuva; a cicatriz em seu lábio dando um charme a mais ao repuxá-la para cima.

Percy encarou seus olhos azuis tempestuosos, de um força devastadora que o acalmava e destruía em um único olhar. Estava sem os óculos, o escudo que protegia Percy de ser consumido pelo infinito.

Soltou o ar, hipnotizado. Poderia observá-lo por toda sua vida, e claro, esse era um dos planos para seu futuro que ele sabia que poderia cumprir. 

Um futuro que poderia lhe dar.

— Você parece nervoso — comentou Jason, se aproximando numa elegância casual, deslizando pelo chão de mármore. 

Percy lhe estendeu a mão, num gesto automático e simples, tendo seus dedos entrelaçados de forma afetuosa. 

— Casamentos nos deixam nervosos, sabe? Decorações, lista de convidados, enxoval, tentar evitar que alguns pais apareçam de penetra — Percy comentou leviano, gesticulando com a mão livre. 

Jason rolou os olhos, empurrando-o pelo ombro. 

— E se casar não está nessa lista? — Jason soltou uma risada, entrando na brincadeira. 

— Claro que não! Eu sei lidar com o público. Entrar naquela igreja vai ser tranquilo — respondeu divertido, recebendo outro rolar de olhos do noivo que ficou em silêncio, apreciando a calmaria que recaiu sobre a entrada da igreja. 

A maioria dos organizadores estavam nas laterais e no interior do prédio, dando os últimos retoques antes da entrada deles. 

3 minutos. 

Percy puxou o ar com força, sentindo o nervosismo se expandir e retrair com sua respiração. Era curioso o quão preparado ele se sentia para aquele momento, para entrar de mãos dadas com Jason e subir naquele altar sob os olhos de seus amigos e dizer as palavras que tanto treinou e revisou na frente do espelho com os comentários sarcásticos de Nico ao seu lado. Estava preparado, confiante, e ainda assim sentia uma apreensão fantasma rondando-o. 

Apertou a mão de Jason, resolvendo espantar seu próprio nervosismo com conversa. 

— Você se lembra de como nos conhecemos? — Percy perguntou sem olhar para Jason. 

O Grace concordou com a cabeça, um murmúrio contente escapando de seus lábios. 

— Sim, me lembro. Não tinha como não reparar em você naquela passeata — comentou Jason, o sorriso ganhando vida e cores em seu rosto. 

Percy suspirou, hipnotizado pelo gesto ao encará-lo finalmente. 

— Sempre fui o ativista mais dedicado, Jason. Ninguém se destacava melhor que eu — vangloriou-se, o sorriso ganhando forças em seu rosto. 

Jason se virou para ele, espelhando sua feição sardônica, dando de ombros. 

— Você era o mais bonitinho. 

Percy estalou a língua, empurrando Jason para longe. O homem gargalhou, sua voz ecoando belamente. 

— Isso era mais do que óbvio — resmungou Percy, as mãos na cintura: — Você não tirava os olhos de mim enquanto eu me aproximava. 

— Você estava com um top com o desenho de um golfinho estampado nele. — Relembrou Jason como se a imagem fosse recente, um evento que havia acontecido há alguns minutos ao invés de dois anos. 

— Era um top charmoso. 

— Era da sessão infantil. 

— A culpa não é minha que não fazem estampas de golfinhos para adultos. 

— Eles fazem, mas não um usando vestido e tomando milkshake. 

— Estão perdendo dinheiro então, porque todo mundo queria o meu top. — Percy ergueu as sobrancelhas, como se o argumento fosse inquestionável. 

Jason teve que rir mais uma vez, negando com a cabeça ao se aproximar, depositando um beijo em sua têmpora. Percy suspirou, o nervosismo escorrendo para longe. 

— Você me deu um bottom naquele dia, um golfinho azul simples com um panfleto de preservação marinha — Jason continuou a história de Percy resgatando a memória para o presente. 

Quase conseguia visualizar com perfeição a cena dele caminhando entre as pessoas, distribuindo panfletos e bottons, cartazes e muita explicação sobre a causa. Recordava-se de observar o rapaz ao longe, rindo junto de um grupo grande perto da orla. Não conseguia tirar os olhos daquele sorriso brilhante, nem da forma como se curvava para frente, contendo a torrente de espasmos em seu corpo. 

Era uma visão que não saia de sua mente, de seu corpo; intrínseco em sua alma. Caminhou até ele, vestindo o seu melhor sorriso, carregando consigo um panfleto simples com o último bottom da caixa. 

Não deixou de notar a forma como Jason ergueu seus olhos azuis para ele, cravando sua curiosidade em sua pessoa, descendo o olhar por seu perfil antes de corar levemente ao desviar o olhar. Sinceramente, Jason chegava a ser adorável em algumas circunstâncias. 

Percy podia parecer distraído, mas ele definitivamente não era. 

Entregou para ele as coisas do movimento, explicou brevemente a causa antes de se afastar devagar, um piscar de olhos e uma apresentação quase casual: “Me chamo Percy, qualquer dúvida pode me chamar. A qualquer hora.

Não foi sua atitude mais sutil, mas pareceu ter tido algum efeito sobre Jason. 

Antes que chegasse ao seu grupo do outro lado da praia já tinha uma mensagem no seu telefone. 

— Você nunca perde tempo, sabia?

— Você quem me entregou um bottom com um número preso nele — Jason comentou divertido, o sorriso doce em seu rosto: — Pra que eu deveria enrolar?

Percy riu docemente, inclinando-se para frente ao roubar um beijo do noivo. 

— Você me levou ao aquário no nosso primeiro encontro. 

— Achei que seria irônico — Jason murmurou, por algum motivo a conversa se tornou íntima demais para tons altos: — Você ama a vida marinha. 

— Solta no mar. 

— Você adorou o passeio — frisou Jason, encostando sua testa na de Percy. 

O Jackson respirou fundo, fechando os olhos. 

Eu adorei você. 

Não precisou abrir os olhos para sentir o sorriso de Jason, ou o toque suave de lábios contra os seus. Inclinou-se para frente, na suavidade daquele toque íntimo e tímido. Como se fosse o primeiro dia, a primeira vez. O primeiro sim

— Um minuto rapazes — Hazel comentou ao se aproximar deles, arrumada para sua entrada triunfal como Dama de Honra. 

Os dois se afastaram, os sorrisos ainda largos em seus rostos. 

Ela sorriu para eles se afastando, os deixando à sós naquele momento solene. Percy se virou para frente, mantendo seus dedos nos de Jason. 

40 segundos.

Percy respirou fundo ao sentir seu interior se revirar, uma risada escapando de seus lábios. 

 — Eu não estou nervoso. — Percy reformou por uns instantes, convicto: — Estou assustado. 

Jason se virou para ele, atento. A música na igreja começou, e em alguns instantes os padrinhos e madrinhas fariam suas entradas.

— É a primeira vez que eu me sinto assim. Eu nunca tive coragem de planejar meu futuro, sempre fugi dele como se não me pertencesse. Eu não queria que fosse parte de mim, sabe? Mas aqui? Eu tenho tanto a perder se tudo der errado, tanto que me apavora. — Sua voz estremeceu, a sinceridade escorrendo por seus poros. 

— O que poderia dar errado? — A voz de Jason era suave, confortável. Percy se agarrou a isso. 

— Você perceber que eu não sou a melhor pessoa pra planejar um futuro junto. Eu não planejo, eu vivo. 

Jason ficou em silêncio, perdido em pensamentos. Percy respirou fundo outra vez enquanto o noivo soltava sua mão e buscava algo em seu bolso. Percy seguiu o movimento com o olhar, vendo Jason tirar um pequeno bottom de lá, a forma clara do golfinho ganhando vida. 

Percy não soube como reagir. 

 — Você guardou…

— Claro que eu guardei. É importante pra mim — comentou enquanto colocava ele em seu paletó, o tom azul do animal se destacando no branco e dourado de sua roupa. 

Percy sentiu seu peito se contrair, a garganta apertar. 

— Eu conheço você, Percy. Não estaria aqui se não soubesse como você lida com a vida — respondeu Jason mais sério, ainda que mantivesse o tom dócil em sua voz. — Eu amo você, e continuo amando mesmo quando eu crio um planner de viagens e você faz tudo fora dela porque você simplesmente precisa ir em uma trilha de três horas.

Ambos riram um pouco, a memória da viagem voltando até eles. Jason voltou a falar:

— Somos diferentes e lidamos com a vida de formas diferentes, mas eu não iria querer alguém como eu. Seria terrível. Eu sei que posso ser difícil e muito impossível de lidar. Eu tenho minhas manias, meu TOC e tantas outras coisas que se não estivesse namorando alguém que se molde ao meu estilo de vida eu não estaria aqui nessa igreja, prestes a começar uma vida com ele.

Jason envolveu o rosto de Percy com suas mãos, ávido.

— Eu quero planejar nossa vida juntos, um futuro juntos, mas preciso que você mostre como devemos viver. Não precisamos de regras para isso, só de um homem num top de golfinho e sorrisos cativantes. Não quero mais nada. — confessou em baixo tom, esperando uma reação de Percy. 

Ele não iria chorar, mas pelos deuses como ele queria.

Abraçou Jason com tudo que tinha, como se aquilo fosse o que sempre sonhou ouvir, sempre quis viver mas nunca se permitiu correr atrás. Um futuro que ele podia ver e tocar, um futuro que ele havia planejado com Jason e que não iria se desfazer com o contato. 

Era estável. Pela primeira vez em anos ele tinha um futuro estável e não o temia. 

Ele tinha uma vida para desbravar, e ansiava por ela ao lado de Jason.

Afastaram-se ao ouvirem a marcha nupcial. Viraram-se para frente, as mãos unidas enquanto as portas se abriam. 

Percy então se lembrou do nome do seu grupo na época, sorrindo largo quando as portas se abriram por completo, observando o bottom em seu peito:

 — Bom, bem-vindo à iniciativa golfinhos. 

Jason resmungou, consternado. 

— Meu deus, eu retiro tudo que eu disse, eu te odeio tanto.

Percy entrou naquela igreja no meio de uma gargalhada, mas estava perfeito, inesperado, do jeitinho que ele amava.

 


Notas Finais


TÃO GAYS urheurheuer

Percy não tem timming, mas eu amo que o nome do grupo de preservação marinha deles era "iniciativa golfinhos" acho simplesmente perfeito reuhruehreuhru

Enfim, espero que tenham gostado, o Percy é um doce eu amo tanto esse menino 😭

Aparentemente fui conquistada por Jercy (culpa da deb/kitz) então estarei por aqui mais vezes com esse casal, espero que gostem ruehruehrue

Até uma próxima!

Beijinhos~


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