1. Spirit Fanfics >
  2. Innocence Is Not An Excuse >
  3. O Reencontro

História Innocence Is Not An Excuse - O Reencontro


Escrita por: dannypereira_

Capítulo 13 - O Reencontro


-Hã… Oi. A Megan e o Henry estão?

-Você quem é? -Ela me pergunta seriamente.

-Eu… Hã… Eu sou a Mia. -Respondo um pouco nervosa.

-A filha do mal? 

Não gosto do tom que ela pergunta isso, me sinto mal e por um momento pensei que ela fosse me colocar pra correr, mas ela não o faz. Fica me encarando seriamente e então chama os meus irmãos, que logo aparecem.

Eles estavam diferente desde a última vez que eu os vi, estavam grandes e lindos. Os dois paralisaram ao me ver.

-Mia? -Perguntou Meg sem crer que eu estava ali diante deles.

Aceno a cabeça positivamente e estendo meus braços, imediatamente os dois correm e me abraçam. Sem me conter, eu começo a chorar. Finalmente eu estava livre e com os meus irmãos, agora tudo seria diferente, eu faria de tudo para cuidá-los e para nunca mais voltar para aquele triste lugar.

Minha tia me convidou para entrar, mas assim que eu entrei, ela se retirou, me deixando na sala a sós com os meus irmãos. 

Meg e Henry me contaram que a tia é uma mulher muito fria e rígida, que não os deixava fazer nada e eles tinham hora pra tudo e que haviam passado por poucas e boas com ela. Mas agora isso teria fim, eles morariam comigo, quer dizer, assim que eu tivesse um lugar pra morar.

Falando nisso, eu tinha que pensar nessa questão também, eu precisava de um lugar para ficar. Sem dinheiro e sem saída, acabei tendo que me humilhar e pedi para minha tia pra eu ficar em sua casa só até eu conseguir um trabalho e conseguir pagar meu próprio aluguel, para minha surpresa, ela acabou deixando, mas no mesmo dia fiz meu currículo e comecei a buscar por um emprego, obviamente eu não mencionei o fato de ter sido presa. E também me matriculei em uma escola para eu continuar meus estudos que foram interrompidos quando eu estava no quarto ano do ensino fundamental, eu faria o EJA e estudaria apenas com os adultos. Eu queria e precisava dar um jeito na minha vida.

Comecei a estudar na mesma semana e muito lentamente comecei a ser chamada para entrevistas de emprego, mas não obtive nenhum retorno, eu não tinha experiência em nenhuma área, mas eu queria aprender, estava decidida a aprender a trabalhar com qualquer coisa, eu só queria trabalhar em algum lugar. Cheguei a colocar um anúncio no jornal para ver se aparecia algo, e apareceu, mas logo na área que eu não queria, no único lugar que eu não queria. Em uma escola. Mas mesmo assim eu fui à entrevista.

A diretora se chamava Fabiane, era uma moça de cerca de 35 anos, muito bonita e simpática. Sua pele era negra e seus cabelos cacheados estavam presos em um rabo de cavalo, com apenas duas mechas caídas. Sua fala mansa me passava segurança e diminuia meu nervosismo. 

-Você tem alguma experiência? -Ela me perguntou.

-Não, senhora. Mas tenho muito vontade de aprender. Eu não tenho pais e preciso trabalhar pra criar os meus irmãos mais novos.

Ela me olha por um instante em silêncio, parecia meio pensativa. Fiquei com medo do que ela me diria, mas para minha surpresa, ela abriu um singelo sorriso e me perguntou:

-Você pode começar amanhã?

-Hã… Posso. Claro. -Falei.

A vaga seria para trabalhar na portaria, e mesmo eu não querendo trabalhar em escola, acabei tentando, pois eu precisava de dinheiro para sair logo da casa da minha tia, e a minha ideia era ficar nesse serviço até conseguir outro.

Eu estava caminhando pelas ruas para conhecer o bairro, quando me sentei no banco de uma praça e fiquei pensando em tudo o que já havia acontecido comigo, os abusos, as agressões, a pessoa fria que eu havia me tornado, os anos na prisão. As vezes eu achava que tudo aquilo tinha sido um filme, que nada havia sido real.

De repente uma bola rola até onde eu estava. Olho para meu lado direito e percebo que era de uns garotos que estavam jogando futebol. Um rapaz corre na minha direção em busca da bola. Eu a pego e a estico, lhe entregando. Ele se aproxima de mim e eu o vejo melhor. Ele era lindo, sem dúvida, o garoto mais lindo que eu já vi na vida, ele era louro e tinha o cabelo liso e arrepiado, seus olhos eram cor de mel, ele me lembrava alguém, mas não conseguia lembrar quem. . Ele sorri ao pegar a bola, e me agradece educadamente. Nossos olhares se cruzam de um jeito, que são quase inseparáveis.

-Obrigado. -Ele fala.

-De… De nada. -Digo.

-Anda logo,  Alemão. -Gritou um dos garotos que aguardava para continuar o jogo.

Ele continua me olhando e nem responde o seu amigo. Eu não conseguia parar de olhá-lo. Seus olhos tinham um brilho inigualável, algo que eu nunca tinha visto antes.

-Você quer jogar com a gente? -Me perguntou.

-Acho que não sou boa com isso. -Falei morrendo de vontade de aceitar.

-Não tem problema, eu te ensino. -Ele disse ao esbanjar um lindo e terno sorriso.

-Tá bem.

Fomos até onde os quatro garotos estavam, e então o tal Alemão, falou:

-Essa é a…

-Mia. -Completei ao reparar seu olhar de surpresa.

Acho que ele nunca tinha conhecido ninguém com o meu nome. Mia não era nenhum nome comum, mas também não era raro. Alemão me apresentou para os seus amigos, o Alvinho, Tônico, Caco e Quinzinho. Os garotos pareciam ser bem legais, não se importaram de eu jogar bola com eles, no entanto, eu tinha ido mais com a cara do Alemão.

Eles me deram umas dicas e logo eu já estava jogando super bem, até fiz vários gols. Foi uma tarde e tanto, bem que poderia ter demorado mais para terminar.

Ao anoitecer os meninos começaram a ir embora, ficamos apenas Alemão e eu. Ele me olhou me deixando meio encabulada.

-Quer que eu te acompanhe em casa? -Me perguntou.

-Obrigada, mas acho que está cedo, não queria ir pra casa agora. -Falei. -Na verdade, como sou nova na cidade, eu queria conhecer mais do Rio.

-Bom, eu também sou novo aqui. -Ele disse. -Mas há pouco tempo, eu descobri um lugar top, que é o meu esconderijo secreto, sempre que eu não quero ser encontrado, eu vou pra lá. Quer conhecer?

-Mas se é secreto não era pra ser segredo?

-Tecnicamente, sim, mas eu quero te mostrar. Vamos?

-Vamos. -Respondi com um sorriso.

Ele me devolveu o sorriso e então começamos a caminhar por lugares que até então eu desconhecia. Acho que caminhamos por cerca de uns quarenta minutos, estava tão gostoso poder conversar com ele, Alemão era um cara muito sangue bom.

E de repente ele cobre os meus olhos, ao perceber que estamos quase chegando, caminhando mais uns cinco minutos, até que ele tira a mão dos meus olhos e eu vejo um lugar lindo, incrível, parecia uma paisagem de filme. Era uma cachoeira que ficava em um lugar meio escondido e não tinha ninguém ali, a água era cristalina, nunca tinha visto uma paisagem como aquela tão de perto. Nos sentamos em umas pedras e ficamos vendo a água que corre e corre sem parar.

-É lindo. -Digo.

-Eu gosto muito de vir aqui quando quero ficar sozinho. 

Eu olho para ele e sorrio. Ele faz o mesmo. E então lentamente, Alemão pega em minha mão. Tento conter o sorriso bobo.

Alemão e eu ficamos conversando e quanto mais a gente conversava, mais eu gostava de conhecê-lo, parecia ser tão cavalheiro, uma coisa rara. E enquanto eu o olho, lembro do homem que um dia eu chamei de pai e também me lembro do Joshua, recém estava o conhecendo, mas algo me dizia que ele não era como eles, tomara que eu não estivesse errada.

-Como essa cidade faz calor. -Ele disse se pondo a tirar sua camisa e deixando meu peitoral à mostra.

Então, para minha surpresa, ele tirou os tênis e se jogou na água, seu cabelo molhado o deixava mais sexy ainda. Fico vendo -o enquanto ele toma banho.

-Vem Mia. A água está uma delícia.

 -Mas eu tô sem biquini. -Falei.

-E quem disse que precisamos de roupa de banho? Venha assim mesmo.

Pensei por um instante, mas logo tirei meus tênis e me joguei na água. Fico olhando -o, ele se aproxima de mim. No entanto, noto que minha camisa branca estava transparente e estava deixando à mostra o meu sutiã.

-Droga, tá transparente. -Falei ao me virar de costas.

-Eu prometo que não reparo. -Me disse.

Me virei, voltando a ficar de frente para ele. Alemão, de fato, nem olhou para a cor do meu sutiã, só olhava para meus olhos. Eu faço o mesmo, não sabia se o veria de novo, portanto queria guardar o seu olhar comigo. 

Alemão se aproxima de mim, ficamos cada vez mais e mais próximos, eu não conseguia nem me mexer, era como se eu tivesse hipnotizada. Nossos rostos se aproximam, sinto como se fôssemos nos beijar, mas eu não sabia se conseguiria beijá-lo, se conseguiria beijar alguém.

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...