Eu havia combinado com a família de ir no dia seguinte à casa deles para uma experiência, eu estava ansiosa e nervosa, não sabia como seria, se as crianças gostariam de mim, se a gente se daria bem e se eu conseguiria me controlar.
Assim que eu cheguei em casa contei a novidade para meus irmãos, deixei bem garantido de que não era nada certo, que seria apenas uma experiência, mas ambos me deram a maior força para eu conseguir o trabalho.
- E você gostou deles? - Perguntou Andryws assim que eu comentei que havia ido à entrevista.
- Sim, sua irmã e seu cunhado parecem serem bem legais, e as crianças são encantadoras, os dois são muito lindos.
- Ah, isso são mesmo. Tomara que minha irmã te contrate, vou falar com ela.
- Não. - Falei. - Eu quero que eles me contratem porque gostaram de mim e não porque você está pedindo.
- Eu sei e eu acredito na tua capacidade, mas eu só queria dizer que você é uma ótima garota, que é minha amiga e que com certeza as crianças também iria te adorar, do jeito que eu te adoro, quer dizer, não do mesmo jeito mas você entendeu. - Falou ao me arrancar um sorriso bobo.
- Obrigada, você é um ótimo amigo, mas eu realmente prefiro que não diga nada.
- Ok, como você quiser.
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Era cerca de 22h. Eu estava deitada em minha cama mexendo em meu celular e escutando música, de repente me lembrei do Noah, lembrei de cada momento que vivi ao lado dele e me bateu uma saudade, uma vontade de falar com ele, sentir seu cheiro novamente, o gosto do seu beijo… Por um momento pensei em ligar para ele, tentar me explicar e dar um jeito de vê-lo, mas eu sabia que não devia, que eu não podia e eu já tinha pagado caro por ser teimosa e a dona Bridget me provou que não está pra brincadeira, sabe se lá o que ela poderia fazer se eu voltasse a encontrar com seus filhos, não queria nem imaginar do que ela seria capaz.
- Posso entrar? - Perguntou Henry.
- Claro.
Ele entrou e se sentou em minha cama.
- Está ansiosa pra amanhã?
- Muito.
- Tenho certeza que você vai se sair muito bem. E as crianças vão te amar, até porque é meio impossível alguém não gostar de você.
- Oh, meu amor. - Dei um beijo nele, que sorriu meio sem graça. - Eu te amo tanto, maninho.
- Eu também te amo. - Deu um sorriso meio tímido.
- Mas me conta… Como está o namoro?
- Ótimo. O Juan é um cara incrível, ele é legal, bonito, engraçado, divertido, sabe cozinhar e ainda canta bem. - Fez uma breve pausa e deu um sorriso meio bobo. - Eu gosto dele, sabe? Gosto de verdade.
- Eu sei, e não precisaria nem você me dizer, posso ver em seus olhos e na maneira que você fala dele. Estou muito feliz por você, irmãozinho.
- Obrigado. E eu quero te ver feliz também.
- Mas eu estou.
- Não está, não. - Ele disse.
- Estou sim, não dá pra perceber?
Abri um imenso sorriso, fazendo-o rir.
Ele me deu um beijo na testa e se dirigiu até a porta do meu quarto.
- Eu espero que a mãe do Noah possa ver a burrada que ela está fazendo e pare de implicar com vocês.
Henry me deu uma piscada e saiu do meu quarto, me deixando pensando naquela última frase que ele me falou, eu também queria muito que isso acontecesse, muito mesmo.
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Assim que eu cheguei na casa da família Oliveira, dona Pyetra já foi logo me convidando para entrar e assim eu fiz. Logan estava deitado no sofá vendo desenho, já a Beatrice eu não tinha visto até então.
- O Giuliano e eu vamos sair para trabalhar, mas voltamos até a hora de você ir embora. - Calçou um par de sapatos vermelhos de salto alto. - Qualquer coisa que você precise pode nos mandar mensagem, responderemos o mais rápido possível. - Colocou um par de brincos. - Vamos, amor!
- Pode deixar. - Falei enquanto avistava Giuliano saindo do quarto.
- Estou pronto. - Ele deu um selinho na esposa. - Oi Mia.
- Olá. - Falei timidamente. - Hã… E cadê a Bea?
- Está no nosso quarto vendo TV. - Falou o homem. - Ah, eles estão vendo TV há 15 minutos e não podem ver mais de uma hora por dia e a mesma coisa vale para celulares e tablets, se eles desobedecerem pode nos avisar.
- Está certo. - Falei.
Os dois se despediram de mim e saíram, me senti meio deslocada no início, mas eu sabia que não seria nenhum bicho de sete cabeças. Coloquei minha bolsa em uma mesinha de canto, ao lado da porta de entrada, e me dirigi até o menino que continuava deitado no sofá, me sentei do lado dele e notei que ele estava vendo Bob Esponja.
- Nossa, eu amava esse desenho. - Falei empolgada.
- Sério? - Abriu um pequeno sorriso.
- Sim, o meu personagem preferido é o Patrick, e o teu?
- Também. - Abriu um sorriso maior do que o anterior, me fazendo sorrir também.
- Pode ver comigo, se quiser, eu deixo.
- Obrigada, meu amor. Depois eu vejo com você, agora eu vou lá ver a sua irmã, tá bem?
Logan acenou positivamente com a cabeça sem tirar os olhos da televisão. Me dirigi até o quarto do casal e bati na porta.
- Entra. - Disse uma doce voz.
- Oi. - Falei ao entrar no quarto.
- Oi. - Ela disse bastante concentrada na TV.
- O que você está vendo? - Perguntei.
- Clube 57.
- E o que é isso?
- Você não conhece? - Arregalou os olhos como se eu tivesse a obrigação de conhecer.
- Não.
- É uma série muito legal. Olha, esses são a Eva e o Ruben. - Apontou para a TV me mostrando os personagens. - Eles são do nosso tempo mas viajaram para 1957, e eles cantam, dançam, é muito legal. - Falou totalmente empolgada.
- Parece bem legal mesmo. Mas sabe o que eu acho mais legal ainda?
Ela me olhou esbanjando curiosidade, então percebendo que eu havia atraído sua atenção, eu perguntei:
- Que tal, eu, você e o Logan brincarmos um pouco?
- Você quer brincar com a gente? - Perguntou surpresa.
- Quero. Eu adoro brincar, sabia?
- Nossos pais nunca brincam conosco. - Baixou a cabeça tristemente. - Eles nunca têm tempo, só querem saber de trabalho, trabalho e mais trabalho.
Confesso que as palavras da menina me doeram e a carinha triste que ela fez era de cortar o coração, acho que todos os pais deviam brincar com seus filhos, eles não tem noção de como isso é importante para o desenvolvimento e crescimento da criança.
- Pois eu sim gosto de brincar, e ai, topa?
- Já topei. - Apagou a TV no mesmo instante.
Nós duas fomos até a sala e convidamos Logan para brincar com a gente, o menino também se surpreendeu um pouco, mas de imediato desligou a TV e se juntou a nós.
É, acho que estava prestes a nascer uma grande amizade entre mim e aquelas duas crianças adoráveis. Algo me dizia que eu gostaria de trabalhar naquela casa.
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