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História Inocente - ERERI - Capítulo 13


Escrita por: Amante_yaois

Notas do Autor


Pessoal, um aviso off fora do cap, vcs gostariam que eu criasse uma página no insta?? Bem, tive essa ideia pq venho desenhado algumas cenas das minhas fics, e tbm pq queria que vcs a vissem tbm. Nessa página, além de desenhos, teremos alguns spoilers do que virá a seguir em todas as fics e etc. Gostaria de saber a opinião de vcs.

Capítulo 14 - Capítulo 13


"O paciente ficará internado até que seu quadro mostre alguma melhora relevante. Não temos ideia de quando irá acordar, ele está inconsciente mas quero que saiba que, quando fizemos os exames, notamos um excesso de substâncias de comprimidos. Ele tem tomado medicamento em excesso, senhor Jaeger. Seu marido já tentou alguma vez ter overdose?"

Eren que ouvia tudo aquilo em silêncio, reagiu com a menção de uma possível overdose. "Não. Claro que não. Talvez ele tenha exagerado em remédios para se manter no pique para o trabalho. Assim que ele acordar, conversarei com ele sobre isso."

"Espero que sim. Agora, tenha calma e seja pacífico. Não o deixe em estresse. Tememos que ocorra alguma complicação futura."

"Tudo bem, eu entendo. Terei cuidado." falou, "É… Nosso filho pode ficar na sala? Ele já é um adolescente."

"Conheço ele. Ao menos duas vezes no mês ele aparece no hospital com algum machucado. É um encrenqueiro nato." riu, "Pode sim."

Rindo sem jeito pelo comentário direcionado ao filho, Eren virou-se e fez um sinal para que Damian, que estava sentado nas poltronas de espera, vinhesse ao seu encontro. "Obrigado mais uma vez, senhora Cambpell."

"Não há de quê, Eren." sorriu, "Ele se parece muito com seu companheiro, mas a personalidade é sua. Damian me lembra você na infância."

"Não sei se devo achar isso bom ou péssimo." murmurou sem tirar os olhos do filho, "Acho melhor apostar no bom, né?"

"Siga seus instintos paternais e terá sua resposta. Agora preciso ir atender outro paciente, qualquer coisa, você chama."

"Deixe comigo."

"Pai?" chamou ao parar do seu lado, segurando em sua camisa por mania. Olhando para o garoto, Eren passou um braço por cima do seu ombro, dando-lhe um abraço de lado enquanto o levava na direção do quarto onde Levi estava.

"Damian, depois irei ligar pro seu avô e ele virá te buscar, ok? Amanhã você tem aula e, provavelmente, têm atividades para serem feitas ainda hoje."

"Não vou amanhã. Eu vou ficar."

"Não. Levi me contou que, nos últimos dias, você tem ido pouco às aulas. Está faltando muito."

"Eu tenho notas altas."

"Presença também reprova."

"Só foi esses dias, pai."

"Já disse que não. De onde veio essa sua teimosia?"

"Bem, se questionar isso para a família, eles apontam pra você."

"Eu não sou teimoso." falou, erguendo sua sobrancelha quando Damian debochou de sua cara. "O quê? Pra dizer que não posso ser insistente quando estou certo, é isso?"

"Você admite, pai. Minha teimosia é sua."

"Essa sua implicância veio do Levi." retrucou ao abrir a porta para entrar, deixando Damian ir na frente só para dar tempo de olhar para trás. 

"Está procurando algo, pai?"

"Huh? Bem… Sim. Demos entrada no hospital e nada dos meus pais virem ver o caso do Levi. Claro, é provável que estejam ocupados e tudo mais." entrando, ele fechou a porta e se direcionou até a cama, onde Levi permanecia inconsciente e no soro. 

"É bem provável que tenham fingido não nos conhecer." provocou

"Por que diz isso?"

Desviando seu olhar, ele sentou-se na poltrona ao lado da cama. "Eles não gostam de nós dois. Simples, não?"

"Contínuo com a mesma pergunta."

Suspirando, Damian deixou seus ombros caírem antes de pôr uma mecha de seu cabelo para trás da orelha. "Quando fiquei internado, ouvi uma discussão da dona Carla com ele. Não consegui ouvir direito e nem sei o motivo, mas ele levantou a voz para ela. E ela também fez isso, muitas vezes mais. Seja qual foi o motivo, ela acertou em cheio o calo dele."

Franzindo o cenho, Eren apenas assentiu, estranhando o fato do Levi não ter dito nada sobre esse assunto em particular. "Sabe, Damian… Não adianta entendê-los. Eles culpam sua mãe do que aconteceu comigo, e você deve ter percebido isso."

Olhando para o Levi, Damian se aconchegou e apoiou o rosto no braço da poltrona. "De fato… Nossa família é bem complicada, mas nunca soube o motivo. Ele nunca me contou nada, e a pouca coisa que sei foi porque o vovô contou."

"É complicado de entender."

"Sou capaz de entender, pai. Eu não sou mais uma criança, basta dizer."

Suspirando, Eren cruzou os braços sobre o peitoral. "Nosso começo foi bem complicado, só isso que tenho a dizer."

"Vocês sempre adoram esconder as coisas, não é?"

"Só quando não temos escolhas." rebateu, para a raiva do Damian, que fez beicinho logo depois. Com um pequeno sorriso, Eren suspirou. "Quando sua mãe estiver melhor e sairmos daqui, prometo que iremos contar tudo a você."

"Tudo bem! Se esperei por mais de sete anos para saber, esperarei por mais algumas horas."

"Não sabemos se ele volta hoje." comentou ao se aproximar da cama, fazendo um carinho no rosto do omega inconsciente. Franzindo o cenho, ele suspirou. "Tem algo muito errado…"

"O que disse?" questionou Damian com curiosidade.

"Apenas pensando alto. Acho estranho Levi não ter te contado nada… Ele sempre pareceu determinado a ser verdadeiro com você."

"As pessoas mentem, pai."

"Levi não é alguém fã de mentiras. Se ele escondeu isso de você, foi porque não estava pronto, e é por isso que quero esperar por ele. Eu só peço desculpa pelas coisas que deve ter passado, Damian. Ele me contou do quanto sofreu quando era pequeno… Pelo menos você se encaixou nessa escola, certo?"

Desviando seu olhar, o garoto mordeu o interior de sua bochecha. Desde quando sua mãe sabia disso? Ele nunca contou nada pra ele, somente para Isabel. Suspirando, ele falou: "Nem tudo é o que parece, pai. Eu só tenho isso a dizer."

Levantando-se da poltrona, ele foi na direção da saída, o que alertou Eren. "Aonde vai?"

"Só irei andar por aí."

"Hospital não é lugar de passeio, Damian."

"Sim, sim."

Franzindo o cenho, Eren pensou em ir atrás dele, mas foi parado ao sentir os feromônios que Levi emanava, o que o fez voltar sua atenção para o mesmo. Pegando em suas mãos gélidas, fez um carinho em sua bochecha antes de depositar um beijo em sua testa. "Vai ficar tudo bem…"

"E-Eren…" sua voz fraca soou bem antes dele começar a abrir os olhos. Um pequeno sorriso apareceu no canto dos seus lábios quando seus olhares se encontraram.

"Estou aqui, Levi."

"Não se preocupe… Tudo vai ir bem."

Franzindo o cenho com o que o outro falou, Eren não pôde conter sua curiosidade mesmo sabendo que ele ainda estava delirando. "O que está dizendo?"

Com uma risada leve, Levi disse: "Nosso bebê ficará bem… Você não precisa se preocupar. São excelentes médicos que irão fazer o cesário."

Suspirando de alívio ao ver que era de fato somente um delírio dele, Eren sorriu e deu um leve aperto em sua mão. "Descanse, Levi."

Retribuindo o sorriso, Levi permitiu-se voltar a fechar seus olhos, sentindo-se como se estivesse caindo numa profunda escuridão quando voltou a ficar inconsciente. Esfregando seu rosto, Eren olhou para ele com preocupação. Estava odiando vê-lo naquele estado, mas odiava mais o fato de não poder fazer nada para ajudá-lo. Com o cenho franzido, ele olhou para o lado de fora da janela, observando o céu enquanto buscava as respostas de suas perguntas. Algo estava muito errado, tinha certeza disso. Ele precisava saber e faria assim que estivessem numa situação melhor. Mordendo seus lábios, voltou sua atenção para ele, apenas para arregalar os olhos com sua palidez excessiva.

"Enfermeira!"

Nesse meio-tempo que passou, Damian andava pelos corredores disfarçadamente, conseguindo ficar fora de vista. Enxugando a lágrima antes que a mesma caísse, ele fez beicinho por não gostar dessa sensação em seu peito. Andando sem prestar atenção ao seu arredor, parou quando sentiu um leve impacto. Olhando para o chão, viu um garotinho caído. Franzindo o cenho em irritação, ele quase o ofendeu, mas acabou se contendo por dois motivos. O primeiro, era só uma criança que nem parecia ter seus oito anos. O segundo, o pirralho estava prestes a chorar e, caso ele brigasse, a choradeira era certa. Suspirando, ele tirou a mão de dentro de seu blusão e estendeu a sua frente.

O garotinho, ainda com seus olhinhos lacrimejados, olhou para ele por um longo momento antes de aceitar sua ajuda. "O-obrigado."

"Preste atenção para não se machucar, pirralho." disse sem dar muita importância, apesar de agradecer mentalmente por não ter machucado o garoto sem querer. 

"D-desculpe. Irei prestar mais atenção."

Estranhando a maneira como ele aceitou facilmente a reclamação, Damian olhou para ele na busca de tentar entendê-lo, mesmo com seu subconsciente dizendo para deixá-lo lá e ir cuidar da sua própria vida. "Cadê seus pais?"

Desviando seu olhar, o menino entristeceu-se por um momento, como se sentisse vergonha de algo e isso não passou despercebido pelo Damian, que logo cruzou os braços sobre seu peitoral ao dar-lhe um olhar sério. "Não vai me dizer que fugiu…"

"Foi sem querer." soluçou, chorando logo em seguida. "Eu não queria."

Arregalando seus olhos por ver que as pessoas estavam começando a olhar, Damian abaixou-se para poder ficar do seu tamanho. "Não chore. Eu te ajudo a procurá-los."

Fungando, o menino assentiu. "P-por favor."

"Como é seu nome?"

"Sam."

"Certo, Sam. Irei te levar até a sala de segurança. Lá, eles irão anunciar no rádio e seus pais irão te pegar."

"Eles ficarão uma fera."

Sorrindo, ele pôs ambas as mãos em seu quadril. "Por que fugiu?"

"Eu iria tomar injeção. Mamãe disse que eu ficaria bem, mas… Fiquei com medo."

O sorriso no rosto do Damian foi aos poucos ficando sem graça, coçando a sua nuca, tentou não demonstrar muita empatia pela história contada. "Você a deixou bem preocupada, sabia? Quando voltar, peça desculpas."

"Sim, sim." resmungou.

Levantando-se, estendeu novamente sua mão para ele e, num tom gentil, falou: "Vamos."

Pegando em sua mão, o garoto o seguiu em silêncio, mas nunca deixando de olhar para cima para poder vê-lo melhor. Franzindo seu cenho suavemente, ele questionou em voz alta: "Você é adulto?"

"Não. E você?" 

"Também não sou, e você sabe disso."

Rindo baixinho, Damian apenas deu de ombros ao sorrir, e isso fez com que o mais novo revirasse os olhos. "O que faz aqui?"

"Um conhecido esteve muito doente."

"Seus pais deixaram você vim com ele? Nossa, isso foi extremamente arriscado e legal."

"Eu vim com meu pai."

"Ah. Sua mãe também veio?"

"Err…" olhando em volta, mordeu o interior de sua bochecha ao negar. "Não."

"Sabe, você é muito legal por estar me ajudando, senhor… Espera. Não sei seu nome."

"Esqueci de dizer. Bem, Sam, meu nome é Damian."

"Damian… Esse nome é muito lindo! Quem escolheu? Como é ele completo?"

"Eh?! Espera, espera. Por que devo dizer meu nome completo? E outra, como é que vou saber quem escolheu? Eu nem sequer era nascido quando escolheram."

"Era só perguntar aos seus pais, ué. E outra, meu nome é Sam Ackerman. Pronto? E o seu?"

"Por que diabos quer tanto saber?"

"Por que não quer contar?"

"Se me irritar, te deixo aqui sozinho e caio fora."

Fechando a boca no mesmo instante, Sam desviou seu olhar e ficou em silêncio, ficando com medo de verdade de ficar mais um minuto longe de seus pais. Ao ver isso, Damian revirou os olhos e suspirou. "Damian Jaeger-Ackerman, feliz?"

"Eu sabia que era um Ackerman! Você tem os olhos puxadinhos e-"

"Pare aí. Asiáticos também tem."

"Somos uma mistura de asiáticos e franceses, bobão. E... Ai meu deus! Sabe o que isso significa? Talvez sejamos primos distantes!"

"O que?" ficando abismado pelo o que foi chamado, Damian olhou para ele incrédulo. "Bobão?"

"Sim. Somente os Ackerman's podem usar o nome Ackerman, assim como os Arlert's, os Kirstein's, Leonhard's e Jaeger's. São famílias de grande potência cultural e econômica para nosso país."

"Eu não sabia disso."

"E olha que você é bem mais velho que eu." riu, "Nossas famílias são bem exigentes no estudo cultural. Não entendo o porquê de você não saber disso."

Diminuindo os passos conforme se aproximava da sala de segurança, Damian olhou para frente, vendo um casal emanando preocupação enquanto falavam com os seguranças. "Não tenho certeza, mas acho que aqueles lá são seus pais."

Apontando, notou o brilho no olhar do garotinho ao ver os pais conversando com os homens. Soltando a mão do Damian, Sam correu o mais rápido que pôde até os dois adultos, se jogando nas pernas do pai logo quando estava mais perto. Olhando para baixo, o alfa suspirou aliviado ao ver o filho lá. "Papai! Mamãe!"

A omega loira não perdeu tempo antes que o puxasse para um abraço forte. Dando-lhe um beijo em sua bochecha seguida de um aperto em sua orelha, ela disse em meio ao choro: "Nunca mais faça isso, Sam. Eu fiquei preocupada!"

"D-desculpa, mamãe."

Desviando seu olhar da cena quando teve um tipo de dejavu com o dia do seu aniversário, ele deu um passo para trás, lembrando bem de todas as brigas que tinha com o Levi. Mordendo os lábios, deu um pulinho quando sentiu uma mão em seu ombro. Olhando para trás, engoliu em seco com a presença estóica do Grisha. "Bem diferente da sua realidade, certo?"

"S-senhor Grisha."

"Senhor Grisha? Vamos, Damian. Me chame de vovô. Eu já não pedi antes?"

"Você nunc-" se calando com o olhar que recebeu, Damian viu-se sem opções senão concordar com ele naquele momento.

 "Sabe, meu querido e único netinho… Carla e eu estranhamos muito o comportamento de você e sua mãe. Afinal… Entramos em um consenso que tem algo de errado, não quer falar sobre isso?"

"N-não há nada de errado."

"Tem certeza? Alguém já te contou o quão ruim você é na mentira?"

"Não. E eu não estou mentindo."

"Não está? Então você quer que eu acredite que, a cena que eu vi, de sua inveja óbvia, era coisa da minha cabeça?"

"Estou voltando pro quarto onde meus pais estão." anunciou ao tentar sair dali, somente para falhar e feio. Olhando para a mão em seu antebraço, engoliu em seco com o olhar penetrante do avô.

"Não precisa se enganar, Damian. Eu não sei o que você sabe, mas sei de uma coisa que você não sabe." sorrindo com o medo óbvio estampado no rosto do garoto, ele continuou. "Depois de tudo… Você é fruto de uma traição."

Arregalando os olhos com o que ouviu, Damian negou de imediato. "É mentira. Eren é meu pai."

"De fato. Só que eu nunca especifiquei que tipo de traição. Tendo em mente que você logo imaginou o pior, você não deve conhecer nem um pouco o Levi."

"M-me deixa ir."

"Ou senão o quê, Damian? Não vai chorar, não é?"

Antes que pudesse responder algo, ele encolheu-se com a aura assustadora que Kenny emanou quando chegou por trás do Grisha, que também se encolheu com o peso de uma mão sobre seu ombro. Olhando pelo canto do olho para o outro alfa, Grisha soltou Damian e deu um passo para trás. "Olá, Kenny."

Sem respondê-lo, Kenny olhou direto para o Damian, agradecendo mentalmente que ele estava bem. Suspirando, o puxou para um abraço de lado. "Vamos ver sua mãe."

Assentindo sem dizer nada, Damian escondeu-se sem vergonha alguma atrás do mais velho, não querendo ficar mais um segundo sequer na vista do médico. "Da próxima que eu ver você tentando assustar com feromônios uma criança que ainda nem se apresentou, eu irei te quebrar na porrada."

"Um animal como sempre."

"Não chegue perto do meu moleque. Essa é a única vez que pedirei."

Encarando-o com desdém, Grisha sorriu para o Damian, que voltou a se esconder atrás do Kenny. "Depois continuaremos nossa conversa, Damian. Até outro dia."

Com a despedida e saída do Grisha, Kenny deixou com que a máscara impenetrável dele caísse ao voltar sua atenção para o neto, que agora estava ao seu lado. "Obrigado, vovô."

"Bem que poderia ter dado algumas respostas, sabia? Mestiço ou não, você ainda tem o DNA de um Ackerman. Não deve abaixar sua cabeça para ninguém, Damian. Se a situação fugisse do seu controle, eu quebraria os dentes daquele engomadinho. Quero fazer isso há vinte e um anos."

"Esse cálculo…"

"Sim. Não suporto aquele merda desde que o conheci de vista."

"De vista?"

"Claro. Sua família paterna odiava o Levi, e eu iria gostar deles? O único motivo de ainda tentar engolí-los, é vocês dois. Caso contrário, eu teria sido preso por matá-los. Agora vamos ir ver sua mãe."

Concordando, Damian acabou sorrindo quando Kenny deu um tapa de brincadeira em sua nuca. "Aprenda logo a ser que nem nós, pirralho. Sua mãe quando era bem mais novo que você tinha derrubado o próprio professor de boxe."

Revirando os olhos, deixou com que um sorriso travesso aparecesse. "Eu sou mestiço, lembra?"

"Porra nenhuma. Você ainda tem o DNA de um Ackerman. Quando parar de ser protegido pelo Levi, logo você vai aprender a ser como um."

"Até par-"

"Tio Kenny?" chamou um homem que vinha a passos longos atrás dos dois. Virando-se para ver quem o chamava, acabou surpreendendo-se ao ver o rosto de uma pessoa que não via há anos.

"Pietro." sorriu ao estender sua mão, que logo foi recebida pela do alfa um pouco maior que si. "Como é bom ver você."

"Digo o mesmo. Então, o pirralho aí é o Damian, certo?"

"Exato."

"Engraçado… Não vejo o cão de guarda dele por aqui."

Rindo com o comentário do sobrinho, logo se viu lembrando do passado, quando Levi sempre vencia o Pietro nas brigas entre eles e esse ter sido um dos grandes motivos para a rivalidade dos dois, o que era bem visto na família. Damian observava a interação dos dois sem entender nada, mas ao ver Sam se aproximando junto da mulher, logo ligou os pontos. Aquele alfa gigante é primo de sua mãe, e isso era óbvio já que o mesmo chamou seu avô de tio.

"Levi passou mal. Só vim buscar o garoto para voltarmos a sala onde ele está."

"Falando nisso…" 

Estendendo sua mão pesada, ele tocou no ombro do Damian antes de sorrir. " Você nem sequer deve se lembrar de mim." riu, "Mas quero agradecer pelo nosso filho."

"Claro, querido. Da última vez que o vimos, ele tinha apenas quatro anos." falou a loira que, agora de perto, Damian podia dizer que o cabelo era tingido e não natural.

"Olá, Aisha."

"Olá, tio."

Arregalando os olhos, Damian não conseguiu segurar a língua e antes que pudesse tentar se impedir, havia falado: "Vocês dois são primos?"

"Sétimo grau." explicou a mulher, quase rindo de diversão pela cara de paisagem na qual Damian ficou enquanto pensava sobre sua recém descoberta. "Você é igual o seu pai, Damian."

"Huh?"

"Não sabe conter a língua." forneceu Kenny, e isso o fez soltar um baixo "ah" como resposta.

"Eu te falei, não falei?" sorriu Sam, soltando a mão da sua mãe para ir na direção do Kenny. "Olá."

"Olá, pequeno. Você cresceu bastante."

"Provavelmente puxarei ao meu pai." comentou, o que fez com que Kenny assentisse em concordância.

"De fato." 

"O que faz aqui, tio?" questionou Aisha, deixando de olhar para o Damian por um momento para voltar sua atenção ao homem mais velho. 

"Levi está doente. Só vim buscar o meu pirralho para voltarmos ao quarto dele."

Ao ouvir isso Sam olhou para o Damian sem entender. Ele não havia dito que estava ali por um conhecido? Por que mentiu? Já o mesmo, ao notar o olhar fixo em si, desviou seu olhar, totalmente sem jeito por ter sido pego no pulo. Coçando sua nuca, ele deu um passo para trás e saiu sem olhar para trás, o que pegou Kenny de surpresa. 

"Damian? Espere. Já estou indo." dito isso, voltou seu olhar para os sobrinhos, "Foi um prazer revê-los."

"Dizemos o mesmo. Graças ao novo caso em que estou, ficará bem mais fácil de nos reencontrarmos." disse Pietro, sorrindo quando Aish lhe deu um tapa na nuca.

"Ele sente falta da implicância que tinha com o Levi. É certo que iremos nos reencontrar só para que ele possa revê-lo." falou na cara dura, o que fez Kenny rir e ele corar.

"Só não o desafie outra vez. Ele tem estado bastante emocional ultimamente. É uma bomba prestes a explodir."

"Veremos. Até outro dia. Agora vamos, Sam. E se pensar em fugir outra vez, te desço no cacete."

"Eu não vou." retrucou emburrado, sorrindo ao dar tchau para o Damian. "Até a próxima."

Sem responder nada, Damian apenas assentiu antes de sair, sendo seguido pelo Kenny um pouco atrás de si. Enquanto isso, Pietro e Aisha foram na direção da sala de injeção com o Sam, que agora estava começando a sentir medo outra vez. Conforme andavam, Damian notou que o avô estava pensativo, mas não teve coragem de questionar o motivo por conhecê-lo o suficiente para saber que não iria contar. Suspirando, colocou uma mecha de seu cabelo atrás da orelha enquanto seu olhar vagava pelos corredores, observando os enfermeiros junto dos pacientes.

"Por que diabos aquele garoto parecia ser bem inteligente?" perguntou, somente para acabar com o silêncio que os rondava. 

"Você fala do Sam? Bem, somos uma família que exige bastante quando o assunto é estudo. Já é de família." explicou, suspirando logo em seguida. "Você não sabe disso por minha culpa. Digamos que fui um pai péssimo para o Levi. Ele jurou na frente de nossa família que você não seguiria os mesmos passos… De fato, ele cumpriu o que jurou. Para você, o ensino de sua escola é puxado. Para nós, é meia boca. Mas Levi não ouve. Ele simplesmente não quer que você passe pelo que passamos."

"Isso têm alguma coisa a ver com essa coisa de famílias? Digo, Jaeger's, Kirstein's, Ackerman's…"

"Sim." respondeu, "Há mais de duzentos anos atrás, Paradis entrou em guerra com o país vizinho."

"Marley. Já estudei sobre essa guerra de cem anos."

"Exatamente. Essas famílias de potência foram os Às da guerra. Os Ackerman's formaram um clã de soldados. Os Jaeger's ofereceram a medicina para os feridos e doentes. Arlert's vinheram com planos de invasões e retomadas,

Os Kirstein's e os Leonhard's trabalharam juntos para o armamento do país… Paradis venceu a guerra por causa do esforço de nossas famílias."

"Entendo." falou, franzindo o cenho ao parar pra pensar por um momento. "Mas, ainda sim, por que?"

"Levi acredita que você já é especial por ter nascido. Eren não pensa diferente. Os dois tomaram a decisão juntos, há anos atrás, bem antes de você nascer."

"Você sempre diz que foi um péssimo pai para ele, mas… Não consigo imaginar isso. Ele sempre é tão… Indiferente por vezes, que não consigo imaginar. Você só o fez se esforçar nos estudos? Só isso?"

Desviando seu olhar, Kenny se manteu em silêncio, e isso fez Damian franzir o cenho. "Sabe… Eu não sei muita coisa sobre ele. Seria legal se você falass-"

"E por que simplesmente não pergunta a ele?" cortou-lhe com uma certa irritação por estar tocando nesse assunto.

"Você sabe o porquê." respondeu no mesmo tom, não recuando com o olhar que o mais velho lhe deu. "Obrigado pela ajuda."

Antes que Kenny pudesse falar algo, eles tinham chegado na sala, sendo recebidos pela Kuchel que os esperava ao lado da porta. "Olá, Damian." falou ao lhe dar um abraço forte, sorrindo com a feição emburrada que o garoto tinha. "Seu avô implicou com você?"

"Não." disse ao abrir a porta, somente para ser parado por um braço da mulher que atrapalhou seu caminho. "Vó?"

"Que tal esperarmos um pouco do lado de fora?"

Quando estava prestes a questionar o motivo, parou ao notar os olhos lacrimejados da mulher. Franzindo o cenho, ele perguntou com sua voz trêmula: "Algo aconteceu?"

"É só preocupação, bebê." sorriu ao esfregar seus olhos, essa ação fez com que Damian estranhasse ainda mais.

"Bem, então posso entrar."

"Não."

"Por que?"

Mantendo contato visual direto com a mulher, ele não conseguiu esconder sua irritação dela. Estava tão chateado com todos escondendo várias coisas dele, que em nenhum momento recuou. "Por que?" insistiu.

Voltando sua atenção para o Kenny, Kuchel pediu ajuda silenciosamente, o que fez o homem suspirar e pôr uma mão no ombro do neto. "Seu pai está lá dentro cuidando dele, está bom?"

"E daí?"

"Levi teve um… Digamos… Ele piorou um pouco."

Ao ouvir isso, o frio que começou na espinha passou por todo o seu corpo. Sentia seu coração bater acelerado e o peito doer pela respiração pesada. De repente, tudo havia se tornado devagar. Não sabia dizer se era por causa da notícia ou pelo medo que sentiu. Com os olhos lacrimejando involuntariamente, mal sentiu sua boca se mexer quando repetiu as mesmas palavra da mulher: "Ele piorou?"

"Quando apresentamos nossa classe, passamos por cios e rotinas, sabe disso, não é? E para que não tenhamos, tomamos supressores. Os médicos descobriram que os supressores que Levi tomava está prejudicando sua saúde. Foram muitos anos de uso sem descanso, então ele ficará alguns dias internado."

"E-eu posso vê-lo?"

Desviando o olhar, Kuchel não conseguiu manter contato visual com ele por não aguentar ver aquele olhar. Ela não suportava vê-lo triste daquele jeito. "Damian… Ele estão fazendo uma lavagem estomacal."

"Mas isso só pode ser feito até duas horas após a ingestão e-"

"Levi tomou uma quantidade alta de remédios hoje pela manhã… Seu corpo já estava frágil pelos anos no supressor, foi tipo uma bomba, mas ele ficará bem." explicou

"Eren me deu a chave do apartamento. Se formos agora, dá tempo de pegarmos suas roupas e ainda voltar mais tarde para ver se conseguimos fazer você vê-lo."

Abaixando sua cabeça, Damian sentiu como se algo esmagasse seu peito ao ponto de fazer seu coração doer. Negando, ele murmurou com a voz embargada: "Não quero vê-lo."

Sabendo que não poderiam fazer nada em relação a isso, os outros dois tiveram que concordar com a escolha do garoto. "Tudo bem, Damian. Vamos para casa, ok?"

Assentindo, ele não levantou sua cabeça em nenhum momento, apenas se deixou ser levado pelo avô que tinha uma mão amiga em seu ombro. "Tenha seu tempo, Damian. Ele ficará bem. Levi é mais forte do que pensamos. Você verá. Logo ele estará de volta em casa." disse, fazendo questão de soltar algumas risadas perdidas junto de comentários ofensivos a todo o caminho de volta ao seu carro, só para tentar mostrar ao garoto que estava confiante no que dizia. Mas quando viu que não teria jeito ao ouvir o soluço do Damian, ele ficou em silêncio, dando ao garoto o tempo que precisava.

"N-não posso perdê-lo, vô."


Notas Finais


Capítulo q n do meu agrado, mas espero q tenha sido do de vcs. Obrigado por acompanhar mais um capítulo❤


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