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História Inocentemente vermelhos (Tsukkiyama) - Lábios


Escrita por: redqueen0903

Notas do Autor


Ora ora, cá estamos my angels. Aqui, vamos enaltecer esse casal secundário que eu amo.
Boa leitura <3

Capítulo 1 - Lábios


 

“Eu posso ser um pouco ingênuo”

Kei olhava entediado o questionário de inglês entre seus dedos. O professor tinha dito que o dever de casa seria – segundo as palavras verbalizadas pelo próprio na sala de aula – “monstruosa”. Tsukishima revirou os olhos pela décima vez naquela tarde apenas lembrando a cena ridícula do seu professor e seu vocabulário pseudo-adolescente. Ele realmente achava que os jovens falavam assim hoje em dia? Sentia-se particularmente ofendido. Não sabia ao certo se ela pela atividade ser estupidamente fácil ou pelo seu tutor realmente achar que ele falava a palavra “monstruosa” como um surfista.

Sem preconceitos a surfistas e suas falas arrastadas.

- Tsukki – O seu apelido ecoou pelo seu quarto num choramingo, poderia jurar que era uma divindade e alguém estava fazendo uma prece sôfrega – Como eu faço a questão cinco? -  Yamaguchi questionou já perdendo as esperanças em si mesmo para concluir aquele papel impresso, digitalizado por uma pessoa amarga de coração e sem qualquer amor pelo próximo.

Onde estava a empatia do seus professores? Jovens eram humanos também.

- Eu não acredito que você ainda está na cinco – O loiro respondeu em descrença. Sabia que Tadashi não era um gênio da língua inglesa, mas na última prova da matéria – graças à noite mal dormidas, café em alta quantidade nas veias e várias tardes na casa dos Tsukishima – o esverdeado tinha conseguido tirar uma nota alta na avaliação de linguagens. Como ele tinha quase fechado a prova de inglês uma semana atrás e ainda estava na metade da atividade sobre verbo to be?

- Você sabe que eu sou péssimo em inglês Tsukki – Yamaguchi recrutou, logo cruzando os braços e colando sua testa na mesa num baque forte. Tadashi resmungou algo inteligível pela dor do impacto não muito bem calculado da sua cabeça contra a madeira, fazendo Kei soltar uma risada rápida antes de levantar-se da cadeira e ir ajudar o mais baixo.

- Eu sei, mas também sei da sua nota no teste de linguagens de dias atrás – Tsukishima se sentou ao lado do esverdeado e pegou logo em seguida a folha de ofício com as questões – A cinco é sobre verbo to be no futuro – Explicou simplista. Pegou uma folha limpa e um lápis qualquer para desenhar um mapa mental básico para tentar – mais uma vez – explicar para o seu melhor amigo que verbo to be não era uma obra do capitalismo ou do demônio como ele pensava.

Yamaguchi vidrou os seus olhos na folha de explicação determinado, tentando absorver todo o conhecimento posto pelo lápis coordenado por Kei. Se era capaz de fazer saques contra a Aoba Johsai, era capaz de entender pela milésima vez o conteúdo. Com esse tipo de determinação e num hábito automático de concentração, mordeu seus lábios finos avermelhados, aproximando sua face na mesa, querendo não perder um segundo da explicação.

- O que foi Tsukki? – O esverdeado perguntou quando as mãos pálidas do loiro subitamente pararam, junto com a sua voz monótona – Algum problema? – Perguntou novamente. Os olhos dourados pareciam estar perdidos em alguma miragem. Acompanhou o olhar do outro fixo em seus lábios recém mordidos. O rubor em seu rosto foi involuntário juntamente com a sua garganta ao qual ficou rapidamente seca de uma hora para outra. Tsukki estava observando a sua boca.

Era impressão sua ou o quarto tinha ficado abafado com essa constatação?


“Mas eu aprendo rápido”

Tadashi engoliu seco. Sua mente, numa velocidade invejável de se iludir, logo afirmou que Tsukki estava fazendo aquilo porque tinha se perdido nos seus lábios atraentes.

Uma grande piada, certo?

Certo.

Mas só por pura curiosidade – como um bom curioso nato - iria comprovar a graça dela.

- Algum problema? – Insistiu no questionamento anterior, porém, dessa vez, aproximou mais os seus rostos, fazendo Kei despertar do seu transe e desviar a cabeça na direção oposta. No entanto, mesmo com a estratégia de esconder a sua face, Yamaguchi ainda conseguia ver as orelhas avermelhadas, denunciando o possível vermelho espalhado pela pele branca.

- Nenhum – Tsukishima finalmente respondeu, tratando de fingir uma tosse falsa para retomar a fala – Alguma dúvida? – Arrumou os papeis apressadamente, fazendo Tadashi sorrir pelo seu nervosismo controlado. Estava na ponta da língua do loiro um “cala a boca Yamaguchi” pela ousadia de fazer seus batimentos cardíacos aumentarem, porém ele morreu quando os olhares de ambos se encontraram. O mais baixo tinha ficado sentado no chão, logo abaixo da janela. O sol naquele momento se pondo, deixando uma áurea ao redor do menor, realçando as sardas, aqueles malditos lábios e os olhos – que naquele momento Kei não sabia se era castanhos ou verdes por causa da luz.

Às vezes Tsukishima ficava em dúvida se Tadashi era o seu sol ou o seu céu estrelado.

- Voce não terminou de explicar Tsukki – O esverdeado pronunciou lento. A atmosfera aconchegante lhe dava uma certa sonolência na hora de falar. A luz do sol batia nos cabelos dourados do mais alto, deixando o mais bonito do que já era naturalmente.

Às vezes Yamaguchi ficava em dúvidas se Tsukki era o seu anjo ou sua lua.

- Certo...- balbuciou o maior ainda encarando o outro – Questão cinco?

- Questão cinco – Repetiu com firmeza, mas o sorriso bobo não saia do seu rosto.

                                                     #@@#


‘‘Eu vou quebrar sua crença

De que eu sou tão inocente”

Tsukishima não era um idiota. Todos os sinais da sua mente e do seu corpo denunciavam o que ele possuía, o resultado era claro: estava apaixonado pelo seu melhor amigo. Era extremamente fácil admitir algo tão obvio. Fácil de admitir mentalmente.

Verbalizar para outras pessoas ouvirem era uma história totalmente diferente.

Kei suspirou cansado pela milésima vez naquele dia. No final de semana tinha estudado com Yamaguchi e tinha acontecido o fatídico episódio dos lábios. Uma hora estava ensinando inglês e na outra tinha se perdido na cara de concentração do outro; então, seus olhos o traíram e levaram a observar e concluir como os lábios avermelhados eram beijáveis.

A situação era problemática. Nunca soube lidar com sentimentos, eram ilógicos até certo ponto e mexer ou expressar eles não era algo que sua personalidade tinha domínio. O que podia fazer? Era péssimo nesse requisito e Tadashi era tímido e inocente demais para tomar alguma providência.

Era o que ele pensava.                         

- Tsukki? – Yamaguchi chamou e se aproximou, estendendo uma garrafa de água juntamente com uma toalha limpa. Estavam no intervalo do treino de vôlei. Kei como um ótimo socializador, se afastou imediatamente do aglomerado de pessoas e foi para o cantinho da quadra observar de longe as interações humanas e desvendar a saída mais lógica para resolver de vez suas ideias conturbadas. A única pessoa capaz de interromper sua sessão de autoconhecimento e permanecer intacto, era justamente o causador de 99% de seus problemas.

- Obrigado – Murmurou agradecido. Colocou a toalha branca no seus ombros, logo em seguida abriu a garrafa de água com cuidado. Tadashi aproveitou suas mãos livres para amarrar seu cabelo num coque. O cabelo pregando no pescoço por conta do suor já estava lhe dando agonia desde o término da partida. Soltou um suspiro de alívio quando todos os seus fios de cabelo foram devidamente presos. Tsukishima observava a simples ação como uma obra.

 Na mais simples ações, o menor o conseguia hipnotizar.

- Você está fazendo de novo – Yamaguchi comentou risonho, fazendo o mais alto franzir cenho e olhá-lo pedindo uma explicação – Você está fazendo de novo essa cara – Apontou para a face do outro sem tirar o sorriso do rosto – Voce fez essa mesma cara sábado quando quis me beijar –  O esverdeado colocou suas mãos sobre sua boca assim que seus lábios completaram a frase. 

O loiro lhe examinava perplexo. Os olhos dourados piscavam freneticamente numa tentativa falha de fazer a imagem de Tadashi corado e assustado sair do seu campo de visão.

“Então aproveite sua surpresa
Eu poderia derramá-lo como um vinho vintage”

 

- Q-quando eu quis o que Yamaguchi? – Tsukishima questionou tentando se recuperar do susto tomado. A garrafa de água estava derramando sem nenhum dos dois perceberem; estavam absortos demais na atmosfera tensa formada pela comentário impensado do mais baixo. Tadashi estava em dúvida em bater em si mesmo ou se esconder pelo resto da sua vida em uma casa afastada do centro urbano para garantir nunca mais ver o rosto de Tsukki na vida.

Ok, estava exagerando um pouco nas suas medidas? Talvez. Contudo, era um adolescente com mínimo de autoconfiança e apaixonado pelo seu melhor amigo, então ele tinha um certo desconto nos problemas da sua vida para ser dramático.

-  Eu não acredito que eu falei em voz alta...- Yamaguchi sussurrou constrangido, focando seu olhar para as suas mãos entrelaçadas a fim de não precisar olhar diretamente para o seu amigo. Suas bochechas ainda estavam rubras e tinha quase certeza de que suas pernas não iriam aguentar por muito tempo ficar em pé – Mas tsukki...ficou meio que óbvio...

- “ficou meio que óbvio”? – Kei repetiu tentando manter o resquício de seriedade ainda existente no seu âmago. Ele, Kei Tsukishima, tinha sido óbvio com os seus sentimentos? Ele!? No entanto, se levasse em consideração que Yamaguchi lhe conhecia melhor do que ele mesmo, isso era bem previsível.

 Então ele tinha sido previsível? Ele!?  

Talvez o louco do Tendou tivesse razão, ele era um cara normal, com problemas de adolescentes normais. Um adolescente como todos os outros, que não sabia lidar ou controlar seus hormônios. 

Era uma explicação boa, entretanto nada satisfatória.

- Eu não queria necessariamente lhe beijar – Tsukishima explicou contrariado. Ajeitou seus óculos num movimento de nervosismo disfarçado. 

Tadashi agradeceu aos céus por suas mãos ainda estarem próximas de sua face, porque assim ainda podia cobrir seu sorriso devido a afobação do seu melhor amigo. O seu coração de certa forma se deliciava com a situação. Tantos anos Tsukki fazendo seu coração ter um quase infarto e agora os dois estavam no mesmo barco.

- Não? – Yamaguchi abaixou-se com a intenção de ficar na mesma altura do loiro sentado no chão. Os olhos dourados observavam com cautela seus movimentos. O esverdeado encostou suas mãos meio trêmulas nos joelhos expostos do outro, fazendo um arrepio percorrer o corpo de ambos. A pele fria do loiro ansiava a temperatura calorosa do menor sem perceber. Os olhos castanhos esverdeados só pararam de avançar quando os lábios quase encostavam nos lábios grossos e rosados do outro – Então o que era tsukki?

“Um sussurro no seu pescoço
Eu poderia envolver seus músculos apertados”

- Eu pensei que os seus lábios eram beijáveis – Kei sussurrou contra a boca do outro, fazendo Tadashi tremer da cabeça aos pés. O aperto da mãos morenas aumentou no seus joelhos e os lábios de Tsukishima curvaram num sorriso provocante em reposta. O seu Yamaguchi poderia não ser tão inocente como imaginava, mas ainda continuava sendo o seu Yamaguchi – Mas analisando melhor, talvez eu realmente quisesse beijá-lo – O mais alto avançou, fazendo as bocas roçaram levemente – O que vai fazer sobre isso Yamaguchi? – Devolveu o tom arrastado.

- Céus, estamos na quadra Tsukki – Alertou acanhado. As respirações estavam chocando-se, deixando o hálito quente naquele curto espaço que separavam suas línguas. O menor estava dividido entre beijar aquela boquinha rosada ou se esconder pela eternidade. 

Por que tinha que provocar Tsukki? Tsukki? Não devia ceder as suas determinações temporárias, não sabia lidar com suas consequências depois.

- E? Não me importo com eles – Kei balançou os ombros em sinal de descaso com o cenário atual. Realmente não ligava para os seus companheiros de vôlei há poucos metros, todos já eram acostumados com as demonstrações exageradas de afeto de Kageyama e Hinata. Um beijo entre ele e seu melhor amigo não seria nada demais.

 Bem, nada demais para os seus colegas, porque para o seu coração, iria ser uma prova de fogo. Tadashi abriu a boca novamente para soltar algum argumento valido para não fazerem aquilo, porém, Tsukishima já estava cansado de toda essa enrolação – Cala a boca Yamaguchi – Interrompeu a linha de raciocínio do outro. O mais alto não podia saber lidar muito bem com os seus sentimentos, mas no requisito ação, ele tinha uma estratégia perfeita. 

Os lábios finalmente se tocaram; a superfície sensível de ambos tocando num encaixe perfeito, multiplicando o calor do seus corpos, fazendo Tadashi soltar um suspiro deleite durando o beijo. Os braços moreno circularam o pescoço pálido, enquanto as mãos pálidas foram diretamente para a cintura do outro, envolvendo os seus corpos. Kei gostava de brincar com os lábios rubros, mordendo-os lentamente, se deliciando com as bochechas com sardas ficando cada vez mais avermelhadas. Uma das mãos do loiro foram até o coque do menor, descendo até o queixo, onde acariciou delicadamente antes de apertar, fazendo as lagrimas finas de Yamaguchi derramarem no seu rosto.

Ou cantar sua silhueta
Querido, por favor, não me faça adivinhar”

- D-Desculpa Tsukki – A reposta veio automática no seu cérebro, fazendo Tsukishima sentir uma onda de desejo nova. Aquelas duas palavras usadas cotidianamente entre os dois parecia ter um novo significado naquele atual contexto – T-Tsukki? – Tadashi chamou-o. Os olhos castanhos esverdeados ainda estavam marejados, seja pelo prazer ou pela vergonha de estarem há pouco de distância do seus companheiros de clube.

“Como você prefere?
Como você gosta?”

- Voce vai para a minha casa hoje, certo? – Yamaguchi assentiu confuso com a súbita pergunta do outro.

- Vou, não terminamos de estudar inglês Tsukki – Tadashi respondeu baixinho. Ainda estavam próximos; uma das mãos de Kei estavam na sua cintura e a outra tinha descido para o seu pescoço. Ambas faziam um carinho na sua pele, gerando arrepios cálidos – Por que está me perguntando isso agora?

- Para confirmar – O loiro respondeu simplista – Eu ainda tenho outra pergunta – Continuou provocando mais confusão na cabeça do seu companheiro – Como você prefere Yamaguchi?

Tadashi engoliu seco. Não sabia se tinha entendido certo o sentido do questionamento. Sua mente, numa velocidade invejável de se iludir, logo afirmou que Tsukki estava fazendo aquilo porque ele queria fazer aquilo.

Uma grande piada, certo?

Certo.

Mas só por pura curiosidade – como um bom curioso nato - iria comprovar a graça dela.

 


Notas Finais




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