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História Inolvidable - Ruggarol - Tequila e Piña Colada


Escrita por: Catnip-Potter

Notas do Autor


Olá meus amores! Tudo bem com vocês? Por que comigo não tá não, tô destruída com o encerramento da turnê, de verdade.

Me apaguei ainda mais à essa história, AFINAL, ainda há esperanças e eu sou iludida mexmo.

Espero que gostem desse capítulo, eu adorei escrevê-lo, mas tô meio insegura com ele, confesso.

Sem mais delongas, bora ler essa bagaça 💙

Capítulo 4 - Tequila e Piña Colada



Guardado em uma cúpula de vidro em sua casa em Buenos Aires descansavam os patins que herdara de Luna Valente. Jurou que nunca mais os usaria e cumpriu o que disse. Recordar-se deles doeu de um modo descomunal e como se pudesse canalizar a dor em sua ação, Karol segurava o volante com tanta força que os nós de seus dedos estavam vermelhos.


Talvez a recordação surgira graças à presença - próxima demais - de Ruggero.


O cheiro que emanava dele preencheu seu carro, e perceber que ele ainda usava o mesmo perfume mexeu com seu corpo de um modo desagradável. Considerou ligar o arcondicionado, ele não iria perceber mesmo com a ventania detrás dos vidros, vidros esses que também considerou abaixar, mas seu medo de que ele descobrisse o que se passava em sua cabeça venceu seus anseios.


— O que a fez mudar de ideia? — Ruggero rompeu o silêncio, arrancando-a de sua crise histérica interna.


Sabia que ele se referia à sua oscilação de humor bizarra, mas ainda assim resolveu bancar a sonsa:


— Sobre o que acha que eu mudei de ideia?


Não queria olhá-lo tampouco, embora pudesse sentir o olhar dele sobre si queimando cada poro de sua pele com sua curiosidade mal disfarçada.


— Sobre mim … ? — Sua resposta acabou soando como pergunta.


Karol sorriu para a rua, parando o carro vagarosamente quando o sinal fechou, e só aí o olhou. Seu coração perdeu uma pulsação e ignorando o estúpido órgão ela respondeu:


— Não há sobre o que mudar de ideia, Ruggero. Algumas coisas simplesmente devem ser deixadas para trás — A mexicana deu de ombros como se dar voz a essas palavras - cheias de inverdades - não machucasse.


O rapaz aquiesceu com a cabeça uma vez e desviou os olhos para o lado reverso, como se enxergasse alguma complexidade maior - do que “conversar sobre o passado” - nas palmeiras que ladeavam a avenida. Então o seu celular começou a vibrar. Rugge o puxou do bolso e olhando-o de soslaio Karol o viu analisar o visor por alguns segundos, inspirar e expirar e, por último, recusar a ligação.


— Candelaria? — Karol não se segurou e arrependeu-se logo em seguida.


Uma buzina ecoou atrás de seu carro, fazendo-os pular em seus bancos e desviarem os olhos para origem do som. O homem que ocupava a picape atrás do porsche ergueu o dedo médio para ela, que deixou o ar escapar com indignação.


— Acho que o sinal tá verde ... — Ruggero disse guiando os olhos para o luz acima, segurando a risada que ameaçava vir.


— Passa por cima, babaca — A morena chiou volvendo os olhos para a rua, e arrancou com o carro.


Ruggero riu baixinho de sua reação e recebeu um olhar mal humorado da mexicana, o que só serviu para diverti-lo ainda mais.


. . .


As primeiras gotas de chuva começaram a cair assim que desceram do carro. Cobrindo a cabeça com seu blazer, a morena correu para adentrar o barzinho de nome “CALIENTE” acompanhada por um Ruggero sem pressa alguma. Karol quase suspirou de alívio quando o calor agradável do bar a embalou.


— Esse lugar é bem calmo — Ruggero disse correndo os olhos pelo lugar à medida em que caminhava com Karol em direção ao balcão de drinks.


— Ainda é cedo — Karol respondeu olhando-o por sobre o ombro e sorrindo para ele como quem conspira.


Um arrepio correu pelo corpo de Ruggero e por reflexo ele se apressou em desviar os olhos de seus lábios vermelhos para qualquer lugar seguro, como as várias mesas desocupadas ao redor. Assim que alcançaram ao balcão Karol subiu em uma das cadeiras e Ruggero ocupou a cadeira ao seu lado.


— Tô surpreso, conseguiu subir sozinha — Ruggero a provocou com escárnio, olhando-a de soslaio.


Karol mordeu a boca para não rir e pragou a si própria por ser tão maleável. Era incômodo para ela que ele conseguisse fazê-la esquecer-se com demasiada rapidez - ao menos por alguns segundos - de quem ele realmente é. Pensar nisso acendeu em Karol a chama das memórias ruins e do verdadeiro propósito de sua carona.


— Aqui é 1,56m de surpresas inimagináveis, esqueceu? — Karol replicou com um risinho cheio de zombaria.


Touché! Ruggero perdeu uma pulsação de seu coração e seu cérebro desligou-se de seu corpo. Karol quase se arrependeu de sua audácia, quase. Foi com imenso prazer que ela o observou percorrer a mão por seu cabelo e desviar os olhos.


— Querem alguma coisa? — A voz de um dos barmans a poupou de um possível pedido de desculpas.


— Eu vou querer qualquer coisa com vodka — Ruggero murmurou, ainda um pouco disperso, erguendo os olhos para o dono da voz.


— E você, linda? — O barman se dirigiu a a morena.


Ruggero, sem consciência de sua ação e do ela poderia parecer a quem não os conhecesse, semicerrou os olhos para o barman, que analisava Karol com cobiça.


— Tequila, por favor  — Karol respondeu ao rapaz cheio de músculos, dando um sorriso educado.


— Um copo ou a garrafa?


Percebendo que Ruggero o encarava com inegável desagrado o barman se apressou em desviar os olhos da mexicana para os papéis em sua mão onde marcava os pedidos.


— A garrafa.


— Parece que alguém vai conhecer a lua essa madrugada em. — O barman disse a Ruggero, rindo de sua própria piada maliciosa — Parabéns cara, você é um filho da mãe de sorte.


Ruggero e Karol abriram a boca para contestar mais o barman virou-se para preparar suas bebidas. Então seus olhos se cruzaram, ela corada, ele confuso, e assim, os dois começaram a rir.


. . .


— Rugge, vamooooos vai! — Karol segurava em sua camisa.


Ruggero quase cuspiu a pina colada que consumia ao rir da expressão da - mais uma vez - colega de elenco.


— Vai encrencar a mim e a você também, sabe disso, não sabe? — Não havia sequer resquícios de seriedade em sua voz.


— Mais você, eu acho — Karol uniu as sobrancelhas, pensando em Candelária se soubesse onde o namorado estava, e com quem estava, sem conseguir segurar um sorriso de diversão ao imaginá-la arrancando os cabelos de ódio.


— Vamos poupar o meu pescoço — Ruggero disse dando mais um gole grande em sua bebida, como se imaginasse o mesmo que ela de uma perspectiva oposta.


— Uma ova! — Karol largou sua camisa e cruzou os braços como uma criança manhosa, desencadeando mais uma crise de risos em Pasquarelli.


Já haviam se passado algumas horas e o bar de repente parecia pequeno, cheio de pessoas. Tão cheio que Ruggero colocou o capuz de sua blusa e Karol enrolou o cabelo em um coque bagunçado, receando serem reconhecidos. Justamente por essa razão que ele relutava em ir ao karaokê com a mexicana. Ainda assim, com o álcool em seus organismos era árduo raciocinar com coesão.


— Tudo bem — Ruggero virou o copo em sua boca, acabando com o líquido amarelado e largou o mesmo sobre o balcão, erguendo as mãos como quem se rende logo em seguida — Vou com você.


— Mas … ? — Karol quis saber prevendo que havia um porém implícito em sua concordância.


— Mas eu escolho a música — Rugge piscou um olho.


Colocando-se de pé, ele ofereceu a mão à Karol, que hesitou um pouco em segurar-lá, receando vacilar em seu impecável desempenho, mas por fim a pegou. Ignorando o súbito calor que se apossou de seu corpo, Karol se apoiou à mão dele para descer do banco, largando-a logo em seguida.


Grazie, Pasquarelli — Agradeceu em italiano.


Ruggero gesticulou para que Karol passasse primeiro, uma péssima hora para ser cavalheiro, uma vez que ao descer o pequeno degrau do balcão e iniciar sua caminhada, Ruggero viu o que não devia querer ver, mas que - quis pôr a culpa em sua embriaguez - havia sido inevitável. A visão privilegiada de Karol andando em meio ao bar, usando uma calça lisa e rosa clara que valorizava até demais sua bunda, quase o deixou duro. Ruggero se apressou em vasculhar seu cérebro em busca das coisas mais broxantes que viu ao longo de sua vida. Falhou miseravelmente quando a memória da primeira vez em que a viu seminua o pegou ...


OITO ANOS ATRÁS


Podia ouvir a voz de Karol de sua cama, cantando a plenos pulmões uma música que ele não conhecia. Um pequeno sorriso nasceu em seus lábios. Karol era sempre tão alegre, tão diferente do que ele esperava que ela fosse. Levantou-se de sua cama e colocou sua camiseta, decidido a ir até lá, convidá-lá para qualquer coisa. Precisava que o tempo passasse e nada melhor do que em boa companhia. Estavam na Itália há um dia para promover a série. Às vezes era exaustivo e monótono, sempre as mesmas coisas à se esperar. Mas agora que eram amigos ele não via problema em passar algumas horas à mais com ela do que o “necessário” - de acordo com a sua namorada.


Saiu de seu quarto e deu poucas passadas, uma vez que ela estava no quarto ao lado. Ceci sempre conseguia colocá-los como vizinhos em qualquer hotel. Bateu uma, duas, três vezes, e nada. Esperou um pouco, e nada. Ainda podia ouvi-la cantar.


— Karol?


Nada.


— Caro? — Tentou sua mãe, sabendo que as duas não dormiam separadas.


Com um suspiro, Ruggero mexeu a maçaneta, só para se assegurar de que não estava sendo ignorado propositalmente. A madeira se abriu com um rangido que o arrepiou. O quarto estava vazio, a cama bagunçada, havia algumas roupas pelo chão. O rapaz riu de como a amiga conseguia ser mais bagunceira do que ele próprio.


— Karol? — A chamou novamente, fechando a porta atrás de si.


Não houve resposta. A mexicana seguia com sua música. Ruggero não hesitou em ir atrás de sua voz que apercebeu-se que vinha do banheiro, uma vez que não havia ruído algum além de sua voz, não passou pela sua cabeça que pudesse ver o que viu.


A porta estava meio aberta e Ruggero parou em um rompante quando registrou a cena: Karol estava defronte a pia, procurando algo em uma necessaire, usando apenas uma calcinha de renda vermelha. Seu cabelo como o breu de uma madrugada qualquer descia por suas costas nua, ensopado pelo banho que obviamente ela havia tomado, deixando sua pele alva com algumas gotículas de água. Reparou que ela possuía covinhas em suas costas e algumas sardas por seu ombro. Mas seu olhos não o obedeciam e volviam a sua bunda, seu membro não demorou a endurecer. Droga!


De repente, Karol ergueu os olhos para o espelho e deparou-se com os olhos de Ruggero. Suas íris verdes se arregalaram  e ela corou com violência.


— E-eu n-não queria … — Ruggero se embaralhou com as palavras.


Sem querer, os olhos dele desceram pelo espelho e ele viu os seios dela. Em um arranque ele se virou de costas ao mesmo tempo em que ela pulou para sair de seu campo de visão. Enervado consigo mesmo ele xingou:


— PUTA QUE PARIU KAROL!


— A CULPA NÃO É MINHA SE VOCÊ NÃO TEM VERGONHA NA CARA! — A morena replicou.


A imagem de Karol seminua não queria deixar sua cabeça, era como se ela ainda estivesse ali, diante de seus olhos.


— Não me ouviu chamar, droga?!


— Pode virar agora, bobão — Karol resmungou.


Ruggero virou-se devagar, chiando coisas ininteligíveis, e para o seu alívio um roupão grosso e escuro cobria o corpo de Karol. Os dois se encararam zangados por alguns segundos, e, sem conseguir segurar - ansiando que aquela tensão bizarra se esvaísse depressa - os dois desataram a rir.


ATUALMENTE


— Ruggero? — Karol o chamou mais uma vez, puxando seu braço.


O rapaz havia parado no meio do caminho, e só se ligou quando ela sacudiu seu braço pela segunda vez.


— O que? — Indagou meio aéreo.


— O que há com você? — Karol semicerrou seus olhos verdes, sondando-o.


Levou alguns segundos para que ele pensasse em uma resposta que não fosse cem por cento mentirosa:


— Piña Colada — Pasquarelli riu pelo nariz.


Karol revirou os olhos sem deixar de sorrir o puxou mais uma vez para que ele a seguisse, dizendo:


— Vem logo!


— Karol, não … — Ruggero mal se mexeu, fazendo-a volver para o seu lado como um elástico — Não tô passando bem.


— Quer alguma coisa? — Karol mordeu o lábio.


— Minha cama — Ruggero sorriu como quem se desculpa, levando a mão a nuca.


Seu plano de provocá-lo com o passado máximo que pudesse - sem que ele desconfiasse de que ela o fazia de propósito - havia ido por água abaixo. E mal sabia ela que a culpa não era do álcool em exagero, como ela pensava, e sim de sua calça capri cor de rosa.


. . .


Karol ligou para seu irmão do táxi e pediu para que ele pegasse seu carro, alegando que havia deixado a chave com o gerente do bar e que levasse para ela pela manhã. O que seria dali há poucas horas. Era madrugada, e o percurso de carro era rápido, ainda assim a mexicana achou melhor não dirigir. Tampouco daria as chaves para Ruggero, que encarava a rua com seriedade e com os olhos reluzindo pela embriaguez.


Desceram do carro assim que ele parou, Ruggero que não deu uma palavra desde que deixaram o bar, apenas balançou a cabeça para Karol quando ela pegou a sua bolsa e se apressou em pegar seu dinheiro, derrubando algumas cédulas no assoalho do carro. Por reflexo os dois se abaixaram ao mesmo tempo para pegar as que caíram e acabaram chocando suas cabeças com um baque oco e doloroso.


— Ai! — Disseram em uníssono, meio rindo, meio choramingando.


— Aqui — Ruggero deu o dinheiro ao homem ao volante — Valeu cara.


— Boa diversão — Respondeu o homem, que ganhou um olhar mal humorado de Karol, a qual preparava-se para descer do carro.


A porta do seu lado se abriu e Ruggero pegou em seu braço, puxando-a do carro.


— Você ouviu o que ele disse? — Karol indagou com indignação.


— Deixa pra lá, nunca mais veremos esse cara mesmo — Ruggero murmurou, olhando o carro arrancar — Se o virmos, posso dar alguns socos nele.


— Não esqueça de gravar a cena. Nunca vi você apanhando e não vou negar que me renderia boas risadas  — Dizendo isso, Karol virou-se para se encaminhar para dentro do hotel.


— E quem disse que sou eu quem vai apanhar? — O rapaz a seguiu.


— Você olhou para ele? Abraçar um animal selvagem seria menos perigoso. — Ironizou.


— Você olhou para mim? — Ruggero se defendeu com presunção, erguendo um braço para evidenciar seu músculo.


Karol o olhou brevemente e riu dele, parando defronte ao elevador. Seus pés doíam à mesma proporção que sua cabeça. Descobriu que seu fígado não lidava bem com o álcool da pior maneira inimaginável há alguns anos atrás, lembrava-se de passar mal, disseram que ela desmaio e, por coincidência esse vexame ocorreu à presença de Ruggero. Com um suspiro de impaciência, Karol usou o ombro de Ruggero para se apoiar e arrancou os scarpin que usava. O rapaz a observava com um quê de diversão.


— Tá machucando — Karol explicou, volvendo a posição normal.


O elevador se abriu com um “pin” e ambos cambalearam para dentro, ela por causa da dor nos pés, ele pelos drinks que bebeu em exagero. O elevador fechou e de repente o cheiro de Ruggero exalava pelo cubículo, deixando-a agoniada. Os olhos avelã não deixavam de mirá-la, havia curiosidade e admiração mesclados em suas orbes, e ela esforçava-se para ignorar a queimação em seu corpo.


— Gosto do seu cabelo dessa cor — Ruggero quebrou o silêncio que predominava.


Karol inspirou e expirou, criando coragem, e olhou para ele.


— Sua opinião não é relevante, você tá caindo de bêbado — A morena riu para encobrir o bolo em suas vias respiratórias.


— O álcool dá voz ao que pensamos sóbrios, sabia disso? — Ruggero disse de modo retórico.


— Posso usar isso ao meu favor algum dia, caso eu precise de um cúmplice em um roubo a banco, essas coisas — Karol desconversou, usando seu recém melhor amigo: o escárnio.


— Gosto mesmo dessa cor — Ele murmurou como se dissesse a si mesmo — Combina com os seus olhos — Dizendo isso logo em seguida ele ergueu a mão e pegou uma mecha de seu cabelo que escapara do coque e a enrolou em seu dedo.


Karol esqueceu de como se respira, paralisada, ela olhou em seus olhos, tentando manter a expressão descontraída enquanto o seu coração voava em sua caixa torácica. O “pin” do elevador se abrindo novamente soou como música para os ouvidos de Karol e uma necessidade absurda de correr para longe dali a apossou. Pasquarelli, por sua vez, largou sua mecha e deu um sorriso travesso, como uma criança que agiu errado mas que sabe que não será punida por isso.  O mesmo sorriso que ela se lembrava, o mesmo sorriso que arruinou seu psicológico.


Os dois deixaram o elevador, sem pressa visível.


— Você melhorou? — Karol indagou, parando em meio ao corredor.


— Vou melhorar depois de um banho gelado e dez horas de sono.


Ruggero colocou as mãos em seu bolso para não pegar mais uma vez a mecha que balançava suavemente em seu rosto. O álcool enuviava o seu bom senso.


— Qualquer coisa é só berrar — Sevilla sorriu.


— Você virá cuidar de mim se eu berrar? — Ruggero ronronou, grogue, fazendo beicinho.


— BOA NOITE,  Ruggero! — Karol riu, empurrando-o pelos ombros em direção ao quarto que ele ocupava.


Ruggero parou defronte ao mogno e mexeus as mãos em seus bolsos à procura da chave. Colocou e puxou a mão uma, duas, três vezes.


— Merda — Rugge chiou quando percebeu que a chave sumiu de seus bolsos, correndo uma mão por seu cabelo.


— O que? — Karol quis saber.


— Acho que deixei a chave cair no táxi.


— Vou ver se a corrida tá salva no meu celular, posso pedir para ele vir aqui e …


— Karol, não. É três da manhã, não quero brigar à essa hora — Rugge choramingou como se a “promessa” de brigar com o cara houvesse sido séria — Vou descer na recepção e pedir uma cópia, sei lá.


— Como você mesmo disse: são três da manhã! Vão enrolar você e provavelmente você ainda vai precisar pagar pela perda. Espere amanhecer pelo menos — Karol suspirou, sabendo que as chances de se arrepender do que diria a seguir eram imensuráveis: — Pode dormir comigo, se quiser.


Ruggero arqueou uma sobrancelha.


— Na minha cama não, seu cachaceiro — Karol esclareceu revirando os olhos e deixou um risinho escapar — Só por algumas horas. Depois, quando a Piña Colada deixar o seu cérebro, você pode ir buscar sua chave.


— Você quem manda — Rugge ergueu as mãos como quem se rende.


. . .


O ruído do chuveiro a incomodava, saber que era ele quem usava o mesmo a incomodava duas vezes mais, carregar em sua consciência que ela própria se colocou naquela enrascada a incomodava ao quadrado. O som do chuveiro cessou, e alguns segundos depois Ruggero saiu do banheiro. Passou por ela secando o cabelo com uma toalha e sem a camisa, usando apenas sua calça cáqui. Karol analisou suas costas, os músculos discretos de suas omoplatas, a pele levemente queimada pelo sol … Engoliu à seco, repreendendo-se por olhá-lo - mais precisamente por gostar do que via.


— Arrumei uma “cama” para você — Karol disse.


Pasquarelli virou-se para ela com a expressão cansada e um sorriso agradecido. Ela indicou o pequeno sofá com o queixo, quase culpada ao perceber que ele não caberia bem ali. Ruggero largou a toalha sobre a mesinha de centro - o que renderia uma discussão se ele não a guardasse assim que acordasse  - e se acomodou como pôde em sua cama improvisada.


— Até amanhã — Ruggero murmurou, virando-se de costas para ela, quase como se quisesse provocá-la. Contudo, não havia como ele saber o que se passava em sua cabeça. A culpa era sua por não conseguir olhá-lo sem camisa sem deixar de admirá-lo.


— Vê se descansa — Karol suspirou, virando-se para o lado contrário para não precisar vê-lo, embaraçada consigo mesma.


Já quase embalado pelo sono, Rugge sussurrou palavras que deveriam ser inofensivas, mas que assim que pronunciadas, acabaram com o sono de Karol:


— Obrigado, Mogli.


Seu coração perdeu uma pulsação dolorosa.



Notas Finais


PLEASE, me digam o que acharam!

HAHAHA andava tão obcecada pelos shows que esquecia de responder os comentários aqui só pra stalkear Deus e o mundo no Instagram.

Pedoem-me.

VOCÊS SÃO MUITO IMPORTANTES AQUI E EU OS AGRADEÇO POR ISSO. 💙

Até o próximo 💋


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