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História Insensível - XV - Quimioterapia


Escrita por: Cliveland

Capítulo 15 - XV - Quimioterapia


Fanfic / Fanfiction Insensível - XV - Quimioterapia

Minha mãe acordou mais ou menos 14 horas, e o Carlos foi avisar na recepção. Eu já não estava muito bem pelo o ocorrido mais cedo, e ainda ter que começar uma sessão de quimioterapia.

- Oi meu filho - disse minha mãe se aproximando da maca e fazendo cafuné na minha cabeça, - Vai ficar tudo bem, a mãe vai sempre aqui te dando força.

De certa forma parecia que ela já sabia o que houve, mas não, eu vou polpa-la desse stress.

- Eu sei mãe, sei que posso contar com a senhora.

O médico logo aparece, e eu me levanto, morrendo de vergonha daquela roupa de hospital que aparece a bunda. Fomos até a sala, e confesso que fiquei morrendo de medo, não sabia o que havia naquela sala, não sabia o que me esperava lá dentro, não sei nem se dói ou se tem que colocar injeções em mim, soro ou seja lá o que for.

- Você não tem nada de metal com você né? - pergunta o médico.

- Não - me pergunto o por que dessa pergunta, será que ele pensa que vou atacar ele com alguma faca?

- Não se preocupa, é indolor - o médico já deixa claro, talvez tenha percebido o quão tenso eu estava.

- Filho eu e seu pai estaremos do seu lado.

Logo que entrei na sala pude ver uma máquina enorme e branca, que tinha uma entrada com um espaço cilíndrico. O médico me pediu para que eu me deitasse, Carlos teve que me ajudar pois eu estava meio fraco ainda. Ver aquela máquina girando e me levando até o seu interior me deixava incomodado, mas não podia me mecher como o médico havia me informado. Após alguns minutos alí eu senti algo revirando meu estômago, que fazia minha boca encher de água, uma água azeda. Não demorou muito tempo ali, logo acabou. O médico ainda falou com a minha mãe e o Carlos em particular, minha mãe estava bem tensa.

No carro minha mãe estava bem quieta, estranhei. Mas eu tinha que quebrar o gelo.

- O que a senhora e o médico conversaram? - perguntei direto.

Ela nem se quer olha pra mim, vejo que ela aperta com a mão o volante, talvez estava descontando a raiva no volante, que não tinha nada haver com isso.

- Em? - pergunto.

- Ele disse.... Que só a Quimioterapia não vai adiantar. - vejo uma lágrima escorrendo no seu rosto. - Você vai ter que fazer uma cirurgia, meu amor.

- Hum... É de risco? - pergunto.

- Toda cirurgia tem uma porcentagem de risco, mas como a sua cirurgia é na cabeça, tem uns riscos maiores. - ela limpa uma lágrima que escorre para que eu não percebesse.

- E quais são os riscos? - pergunto.

- Bem meu filho. - ela dá uma parada na frase, mas não tira a atenção do trânsito, e Carlos no banco do passageiro fica olhando para a janela. - Nessa cirurgia tem o risco de você ficar cego.

- Hum... Só? - pergunto como se fosse uma coisa nada preocupante.

- Não, você pode também perder a memória ou até mesmo morrer.

Fico de fato um pouco tenso, percebo o quão tenso eu estava pela forma que meus ombros estavam, totalmente contraídos.

- Mas a chance de morte é grande?

- Nao muita filho, mas mesmo assim é preocupante.

Chegamos em casa, e o Andrew estava lá me esperando, ele ainda estava com a bolsa.

- É seu amigo? - pergunta minha mãe.

- É sim. - disse com uma alegria de vê-lo alí.

- Mas e o Maurício? Não vai ficar com ciúmes? - ela pergunta. E o Carlos tosse como se estivesse se afogado com a saliva.

- Não, e nem deve. - dito isso eu saio do carro devagar, e dou um abraço no meu melhor amigo.

- O que faz aqui?

- Fiquei sabendo que está doente, resolvi ver como estava.

- Como ficou sabendo? - confesso que fiquei intrigado como a notícia se espalhou rápido.

- Sua mãe ligou na escola avisando - nesse instante minha mãe passa pela a gente. - E a coordenação avisou a professora, que avisou os alunos.

- Nossa- fiz uma cara de espanto. - Falaram o que era?

- Sim, e eu sinto muito.

- Eu também. Vamos entrar?

- Não vai dar, infelizmente tenho dentista. E eu já estou te esperando aqui umas 3 horas já.

- Nossa man, não quer nem tomar uma água ou sei lá.

- Não precisa mesmo - ele me dá mais um abraço - Mas e voce e o Maw como estão indo?

- Terminamos.

- Como? Por que? - ele parecia surpreso.

- Depois eu te conto, agora eu tô muito cansado, preciso me deitar.

Meu estômago começou a revirar, e vomitei simplesmente água, pois não havia ingerido nada.

- Vamos cara, eu te levo pra dentro. - ele me ajuda a ir até o sofá da sala.

- Valeu.

- Que isso, agora eu tenho que ir. Até mais.

- Até.

Minha mãe teve que jogar água na frente de casa. Eu não queria dar todo esse trabalho pra ela, mas é inevitável.

Carlos arrumou suas coisas, e foi para sua casa arrumar suas coisas para a mudança.

Eu ainda estava em dúvida de muita coisa, não só coisa em relação ao Maurício, mas o que ele fez foi infelizmente previsível. O pouco que eu o conhecia já tinha uma ideia, acho que por isso eu estava desconfortável em relação a tudo, mas pensei que poderia ter me enganado em relação a ele.

- Filho, amanhã eu vou ter que trabalhar, e quero que você vá comigo. - disse minha mãe entrando pela porta.

- Mãe, me tira uma dúvida. Já foi marcado a cirurgia?

- Já - Ela parecia desconfortável - Daqui duas semanas.

- Eu vou poder ir para a escola?

- Melhor não, eu quero você em minha minhas vistas, quero que esteja onde eu possa te ver.

Eu até entendo toda essa aflição da minha mãe, não a culpo, mas é que ela perdeu sua mãe pro câncer. E ela já teve câncer duas vezes no colo do útero. E o Carlos, perdeu seu pai pelo câncer de garganta. Isto é, câncer está na genética da família.

- Tudo bem... - de certa forma é até bom eu não ir pra escola, pelo menos posso evitar de ver o Maurício.

- Agora você vem comer. - Chamou minha mãe.

- Não quero não, tô com ânsia de vômito, obrigado. - disse sendo sincero.

- Vem comer, essa ânsia de vômito é por causa da quimio, você só vai vomitar se fazer muito movimento, é o movimento da colher até a boca não vai te fazer vomitar. - ela estava sendo bem rigorosa.

- Okay.

Eu fui almoçar, por mais atrasado que estivesse. E subi para o meu quarto, estava tão entediado e cansado que acabei dormindo.



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