História Inside X-men - O incidente (fim)

~POV. Peter~

Dei de cara com Paulline, com os braços cruzados, e uma cara de brava.

- Pa.. ulline.. - eu estava rindo, mas para disfarçar o nervoso - você aqui?

- Muito bem Peter!

- Muito bem? O que isso quer dizer?

- Muito bem! Você saiu sem me dizer pra onde ia, veio até uma festa na minha antiga escola - ela deu ênfase em "festa" - e sem mim. Estava cheio de conversa com um monte de meninas que estavam muito felizes em falar com você não é? Magneto Junior. - ela referenciou ao meu pai ser galanteador.

- Não é isso. Eu só tava falando com elas pra saber o que aconteceu. Tanto que eu tava fugindo delas agora.

- Você foi capaz de fazer até isso só pra saber o que eu fiz naquela festa?

- Eu..

- Sua curiosidade chegou até esse ponto? - ela me interrompeu. - eu não posso acreditar Peter!

- Paulline me desculpa..

- Você realmente foi muito idiota!

- Eu precisava saber..

- Porque Peter?!

Eu fiquei sem palavras.

- Eu não sei. Eu sinto muito..

- Ah eu também sinto muito. - ela se virou e saiu andando. Eu fui atrás dela.

- Paulline, me desculpa por favor. Eu não sabia que isso ia te fazer tão mal assim! Se eu soubesse não teria procurado.. por favor me desculpa.. - eu dizia enquanto ela não parava de andar.

Ela suspirou.

- Ok Peter, eu vou te contar como tudo aconteceu.

Ela deu mais alguns passos e se sentou em um banco.

Eu me sentei do lado dela.

- Minha vida nessa escola, não era uma das mais fáceis.. não era uma das mais difíceis também, mas era complicado. Eu tinha alguns amigos, sim. Eu era uma adolescente comum, nos olhos das outras pessoas. Mas eu sabia que eu não era realmente. Eu nunca pude considerar esses meus "amigos" como amigos mesmo. Porque eu nunca pude contar exatamente tudo pra eles. E a maioria das coisas na minha vida envolvia meus poderes e o fato de eu ser mutante. Então eu me sentia sozinha. A garota que eu era pra eles, era apenas uma personagem, grande parte dela. - eu a observava contar olhando vagamente para o chão - Consequentemente eu era uma garota muito quieta. E isso, nós últimos tempos que fiquei aqui, começou a incomodar alguns alunos. Na verdade só as duas primeiras semanas de aula já foram o suficiente pra eles tirarem suas conclusões de mim. Então na festa de iniciação.. - ela fez uma pausa, respirando fundo - eles decidiram se juntar contra mim. Esperaram eu ficar sozinha por alguns segundos, e vieram em turma, de umas 6 pessoas.

*Flash back on*

" Olha ai a quietinha! " um garoto disse. Eles riam. " Calma Ash, ela pode não te responder, talvez ela seja surda muda" uma garota disse. Eles riam mais. " Não, eu já vi ela falando com os amiguinhos dela." Um garoto disse. "Só com eles que ela fala" um outro garoto falou. "Talvez ela se ache demais pra falar com a gente" uma garota disse.

- Eu olhava pra eles, sem dizer nada. Eu estava tentando controlar os meus poderes, que já estavam começando a agir. Eu via algumas luzes piscando.

"Fala alguma coisa garota! " uma garota gritou.

- Meus poderes só aumentavam.

"Ela nem é capaz de se defender sozinha" outra garota falou. Eles riram.

- Meus poderes continuaram aparecendo cada vez mais.

"Já sei galera, vamos abrir a boca dela com as nossas mãos. Talvez assim ela fale".

- Um deles disse, e os outros riram, e vieram todos pra cima de mim. Foi então que eu liberei os meus poderes, com toda a minha raiva. Eu respirava ofegante, como se tivesse uma crise de asma. E eu estava chorando também e..

Ela chorou. Eu a abracei.

- Me desculpa amor, me desculpa, eu não devia ter voltado nessa história.

Ela chorou realmente sentido.

- Foi horrível. Eu não consegui controlar. Eu juro que eu tentei, mas fugiu de mim. Eu não queria machucar ninguém, eu não queria estragar tudo..

- Calma! Calma! Não foi culpa sua, foi culpa deles! E você machucou só duas pessoas, mas não foi tão grave, foi o que me disseram, não foi isso?

- Sim, foi. Mas eu nunca quis ter machucado ninguém! - ela ainda chorava muito.

- Mas não foi culpa sua! Você nunca tinha tido nenhuma orientação antes, como tem no Instituto. Você não sabia lidar! Não fica assim.. - eu abracei ela ainda mais forte. Ela não parava de chorar. - Vem, vamos embora..

Eu fui abraçado com ela, até a saída da escola.

Fiquei de frente pra ela, e segurei o rosto dela.

- Se acalma, por favor.. - eu olhava nos olhos dela.

- Eu já superei tudo isso mas, voltar aqui.. mexeu muito comigo..

- Eu sei. Me desculpa, por favor me perdoa..

- Ta tudo bem Peter. Você não sabia. - ela foi parando de chorar.

- Ta tudo bem agora tá? - eu enxuguei o rosto dela, e beijei a testa dela - esses caras que fizeram isso pra você, mereceram o susto. E eles são zoados até hoje por falar que foi uma mutante que fez aquilo.

- É sério?

- Sim. E eles nunca mais voltaram à nenhuma festa da escola, e alguns até mudaram de escola, segundo o que eu ouvi.

- Nossa..

- Então, fica calma. Porque quem se machucou não foi grave e já estão bem. As pessoas acreditam mais que foi um fenômeno natural ou sobrenatural. E os que te fizeram mal, mereceram o que tiveram. 

Ela sorriu.

- Eles ficaram apavorados quando viram as faíscas saindo das minhas mãos, e mais ainda quando viram o poste e os fios caindo.

- Viu? Até que foi legal no final. E também, de uma coisa ruim, veio uma coisa boa. Você foi pro Instituto Xavier, e lá é o melhor lugar pra humanos mutantes viverem. Você conheceu nossos amigos... conheceu o professor Xavier, e.. enfim, por mais que eu sinta um pouco de ciúmes por falar disso, você teve um romance com ele, e.. isso foi bom pra você. Depois me conheceu. E então, olha tudo o que você viveu até agora! Se isso não tivesse acontecido, você ainda estaria aqui? Ainda estaria vivendo uma personagem?

- É, você tem razão. Foi muito ruim, mas, tudo o que veio depois, valeu a pena. Eu te amo Peter..

- Eu também te amo, você sabe.

Eu a abracei e beijei.

- Ta tudo bem agora viu? - eu disse acariciando o cabelo dela na frente com as duas mãos.

A senhora Carter apareceu.

- Ah, vocês estão ai! Ainda bem! Você demorou Paulline. Eu já estava entrando!

- Ta tudo bem mãe.

- E você Peter? Onde já se viu sumir assim? Você me deve explicações. E.. você chorou filha?

- No carro mãe, no carro a gente te explica. Vamos, que ainda temos que passar no supermercado, lembra?

- Supermercado? - eu perguntei.

- É, você vai entender. Vamos.

XXX

Nós entramos no carro, e fomos primeiro para o supermercado, comprar as coisas para o meu pai não desconfiar. Depois fomos pra casa.

...

Pai

- Ah, acharam ele?

Chegamos em casa.

Eu

- Sim.

Pai

- O que aconteceu Peter? Se perdeu no supermercado?

Peter

- Ah, é... sabe como é né, lugar novo, não conhecia nada.

Pai

- Isso é um tanto.. inusitado. - ele riu. Todos rimos, tentando disfarçar. - Bem, vamos jantar? Eu preparei..

Então todos fomos jantar.

...

Depois do jantar, o telefone tocou. Minha mãe atendeu.

Mãe

- Alô?... Ah, oi professor... - olhei pra ela, atenta - Paulline? Espera só um minuto... - ela tampou o telefone, e falou comigo - Filha, é o professor Xavier, ele quer falar com você.

Peter me olhou, parecia meio sem entender, não sei dizer. Levantei da cadeira onde estava sentada na mesa de jantar. O jantar já tinha acabado.

Fui até o telefone.

Ligação on

Eu: - Alô, professor?

Charles: - Paulline, ta tudo bem?

Eu: - Sim professor, tá tudo bem.. porque?

Charles: - Eu.. tive uma sensação, ou algo assim, de que você não estava nada bem.. não sei se foi algo mental.. Eu: - Então professor - comecei a falar mais baixo - eu realmente não estava bem à pouco tempo..

Charles: - O que aconteceu?

Eu: - É uma longa história professor. - Peter chegou do meu lado - Eu acabei voltando à minha antiga escola, e isso me fez lembrar do que aconteceu que me fez ir pro Instituto. E não são boas lembranças. É muito longo pra explicar por telefone. Quando eu voltar eu explico tudo.

Charles: - Mas tenho que saber o que aconteceu, eu tenho que te ajudar..

Eu: - Não precisa se preocupar professor. Tudo já se resolveu, eu já tô bem agora.

Charles: - Tem certeza?

Eu: - Sim professor. Não fica preocupado. Mas obrigada por se preocupar comigo. Você sentiu?

Charles: - Eu senti que aconteceu alguma coisa. Eu não sei, provavelmente uma ligação mental. Mas, tem certeza que está bem? Não precisa de nada?

Eu: - Não preciso professor. Tá tudo bem, obrigada mesmo, de verdade.

Charles: - Por nada. Não precisa agradecer, eu só fiquei preocupado. Mas se você está bem, então tudo bem.

Eu: - Eu te conto tudo quando eu voltar. Eu tô bem, promete que não fica preocupado, ok?

Charles: - Ta bom. Prometo. Fica bem. Qualquer coisa não deixe de me ligar.

Eu: - Ta bom professor. Um abraço.

Charles: - Um abraço. Tchau.

Ligação off

Peter estava me olhando.

Peter

- Professor Xavier?

Eu

- Sim..

Peter

- Aconteceu alguma coisa?

Eu

- Não. Ele queria saber se eu tava bem..

Peter

- Como ele sabia?

Eu

- Eu não sei. Ele disse que sentiu. Deve ser alguma ligação psíquica.

Peter

- Hum...

Eu

- Ah Peter. Ciúmes?

Peter

- Não.. - Fiquei olhando pra ele, como quem diz "aham, acredito" ironicamente. - Ah, ele tem uma conexão psíquica com você. Tem um carinho especial entre vocês. Isso é tão fofo, não é? Eu não posso deixar de sentir um ciúme sim..

Eu

- Peter, não tem nada a ver. Você sabe que eu te amo!

Peter

- Eu sei disso. Mas é complicado, não controlo o ciúme..

Eu

- Pois você tem que entender. Eu e o professor temos um carinho pelo outro sim, e isso é uma coisa que não tem como mudar. Mas você precisa entender que o amor que eu tenho por você é maior que tudo.

Peter

-... Ta.. eu sei. Eu prometo que vou tentar esquecer essa idéia.

Eu

- Ta, eu agradeço. Bobinho - eu disse sorrindo. Nós nos beijamos.

...

No dia seguinte, de tarde, eu estava no quarto brincando com Lisy, e quis descer um pouco para a sala. Foi então que tive uma surpresa..

Meu irmão e Peter estavam jogando video game juntos, e estavam se divertindo. Terminei de descer as escadas devagar, olhando para aquela cena sem acreditar muito.

Meu irmão me viu.

Trent

- Oi Paulline.. - então Peter também me olhou.

Peter

- Oi amor..

Eu

- Oi rapazes. Eu tô atrapalhando? É a primeira vez que vejo vocês se divertindo juntos..

Trent

- É, o Peter é idiota mas entende de jogos.. - ele disse normal e depois riu.

Peter

- Fala isso porque sabe que vai perder pra mim.

Trent

- Nem se eu fosse iniciante!

Peter

- Ei, você tirou o jogo da pausa sem me avisar!

Trent riu. Eles voltaram a jogar.

Um pouco depois meu pai chegou.

Pai

- Estão jogando juntos?

Eu

- Eu não acreditei, pai.

Os dois estavam concentrados no jogo.

Pai

- Esse é legal! Eu entro na próxima partida, com quem ganhar.

Peter ganhou a partida. Teve que jogar com meu pai, o que o deixou um pouco nervoso, eu percebi.

Mas então, os três ficaram bem, jogaram, se divertiram juntos.

Estava tudo bem agora. Pena que Peter logo teria que ir embora. Irá passar um pouco das férias com a mãe e a irmã.

...

Uma semana depois, Peter voltou pra casa dele, e eu fiquei na casa dos meus pais.

Passei um tempo ali, aproveitei as férias.

Completei um mês de férias na casa dos meus pais, e depois voltei pra Westchester. Fiquei na casa de Peter uns dias, e depois nós fomos passar uns dias na praia.

Logo as férias estavam perto de acabar. Faltavam 2 dias. Então eu e Peter voltamos para o Instituto Xavier.

XXX

Cheguei e logo fui procurar o professor Xavier.

Eu

- Professor? - eu disse, abrindo uma fresta na porta da sala dele.

Charles

- Paulline! - ele se levantou, sorrindo.

Eu fui de encontro à ele. Nós nos abraçamos.

Eu

- Que saudade!

Charles

- Eu também.. Como foram as férias?

Eu

- Bem legais. Aproveitei muito.

Charles

- E o que aconteceu aquele dia?

Eu

- Vou te contar tudo professor..

Nós nos sentamos, e eu contei à ele o que aconteceu que me fez voltar à minha antiga escola. E contei o que aconteceu que me fez vir pro Instituto, que o professor me disse que já tinha escutado a história parcialmente pela minha mãe.

Depois fui atrás da Vampira.

Eu

- Vampira? - entrei no quarto.

Ela saiu do banheiro assim que me ouviu. 

Vampira

- Paulline! - ela veio me abraçar.

Eu

- Que saudade de você! Tudo bem? Como foram suas férias?

Vampira

- Ah, na verdade eu quase não saí. Fiquei mais aqui no Instituto. Só fui um pouco pro Alaska com Bobby, mas voltamos logo.

Eu

- Mas você não parece tão animada. Aconteceu alguma coisa?

Vampira

- Na verdade.. sim. O Logan.. ele foi embora.

Eu

- O Logan foi embora? Como assim? Porque?

Vampira

- É uma coisa que até eu quero entender..

Eu

- Meu Deus Vampira, eu sinto muito..

Vampira

- Ele não disse pra ninguém pra onde ia..

Eu

- Mas, isso faz quanto tempo?

Vampira

- Quase um mês.

Eu

- Ainda é recente. Talvez ele volte logo..

Vampira

- Talvez. Eu só espero que ele esteja bem..

Eu

- Deve estar, Vampira. O Logan é forte, e sabe se defender muito bem.

Vampira

- É..

XXX

O que teria acontecido para o Logan ter fugido?

Já começamos o ano "bem", assim?

Algo me diz que esse ano vai ter muito mais coisas assim.. eu não sei porque..

XXX

~POV. Charles~

Eu estava na minha sala, organizando várias coisas para a voltas aulas.

Quando Hank abriu a porta da minha sala.

- Com licença Charles..

- Diga Hank..

- Tem uma visita pra você.. - Hank parecia meio apreensivo.

- Quem é?

- Acho que é melhor que você mesmo veja..

- Então deixe que entre..

Hank saiu, e então, alguém entrou na sala. Fiquei surpreso quando escutei a voz, e olhei pra ver quem era..

- Olá Charles.. quanto tempo...

XXX

FIM