Kim Jongin era um dos garotos populares.
Rosto bonito, sorriso perfeito, um corpo quase que esculpido pelos deuses e um carisma inigualável. Não havia uma pessoa que conseguisse resistir aos charmes de Jongin, ou Kai, como conhecido pelos amigos.
Com exceção de Do Kyungsoo.
Kyungsoo era um dos garotos da turma “nerd”, e abominava qualquer tipo de atenção. Além de não gostar muito dos populares em geral. Seguia a linha da generalização: se dois ou três não prestam, o resto não deve prestar também. Por isso, quanto maior a distância que mantivesse dos populares – incluindo Jongin –, melhor. Ele só não imaginava que o mais novo fosse tão insistente.
Assim que batera os olhos no mais velho, Jongin se encantou. Os olhos grandes, a pele extremamente branca – com algumas pintinhas absurdamente adoráveis –, o sorriso em formato de coração... Tudo era perfeito demais, quase uma obra de arte humana. Porém, Kyungsoo parecia ter como hobbie ignorar o mais novo.
Enquanto as garotas suspiravam e os garotos tentavam se aproximar, sedentos de popularidade, Kyungsoo nem olhava em sua direção, parecia nem conhecê-lo. Então, Jongin decidiu que iria ser notado pelo outro de qualquer jeito.
Era uma terça-feira comum, intervalo para almoço. O momento perfeito para Jongin realizar seu plano: um esbarrão supostamente acidental, clichê de romances e até mesmo amizades. Sabia que Kyungsoo sempre ia para a biblioteca naquele horário, e sabia até mesmo o caminho, que sempre era o mesmo. Então, com a ajuda de Chanyeol, amigo em comum dos dois, Jongin conseguiu “esbarrar” em Kyungsoo, que teria caído se não fosse o mais novo.
– Ah, me desculpe, hyung! Eu deveria ser mais cuidadoso... – Jongin disse, enquanto se inclinava em um pedido formal de desculpas.
As palavras rudes já estavam na ponta da língua de Kyungsoo, mas o mesmo foi surpreendido por aquela única palavra.
– Do quê você me chamou? – perguntou, arregalando ainda mais os olhos em uma expressão de completa surpresa, um ato adorável na visão do mais novo.
– Hyung. Você é mais velho que eu, afinal. – respondeu, abrindo um dos sorrisos mais lindos que Kyungsoo já vira.
Por um instante, o mais velho não conseguiu fazer nada além de encarar o sorriso de Jongin, abobado. Provavelmente parecia um idiota, ainda mais com aquele tom avermelhado nas maçãs do rosto. Mas logo tratou de se recuperar, voltando à expressão irritada.
– Mas nós mal nos conhecemos! – replicou, indignado.
– Mas bem que poderíamos, não é, hyung? – Jongin sugeriu, fazendo Kyungsoo engasgar com a própria saliva.
Depois de gaguejar uma desculpa qualquer, Kyungsoo saiu quase que correndo dali, completamente vermelho.
Após aquele ocorrido, Jongin passou a abordar o mais velho com mais frequência. Não havia como escapar, o mais novo sempre aparecia atrás de si. E mesmo que Kyungsoo não gostasse no começo, ele passou a se acostumar. Embora nunca fosse admitir, ele até gostava daquela atenção dirigida a si.
Depois de algumas semanas, viraram amigos. Mais algumas semanas se passaram, Jongin se declarou. Duas semanas de puro silêncio vindo de Kyungsoo. O mais velho evitava Jongin como “o diabo foge da cruz”, mesmo que estudassem na mesma faculdade e morassem no mesmo prédio – coisa que deixou Jongin sorridente uma semana inteira após descobrir. Esse afastamento de ambos durou exatas duas semanas, até que Jongin praticamente invadisse o apartamento do mais velho assim que ele abrira a porta, em uma noite de sábado.
– Do quê você tem tanto medo, Do Kyungsoo?! – quando ele falava o nome completo de Kyungsoo, algo não estava certo.
– Disso tudo! Eu nunca senti isso antes, por ninguém! Mas que droga, Jongin! Eu era feliz na minha bolha, e aí você chega, bagunçando tudo! Eu mal consigo controlar meu próprio corpo quando fico perto de você! – falou tudo de uma vez, com o mesmo tom exaltado do mais novo.
Um momento de silêncio, uma troca de olhares, um beijo. Mais algumas trocas de olhares e mais alguns beijos, e logo se declaravam “namorados”.
Olhando para tudo pelo que passaram, ambos não podiam fazer nada além de rir. Já faziam cinco anos de namoro, com um afeto que apenas parecia crescer.
Tudo isso graças a insistência de Kim Jongin.
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