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História Insônia - Aquilo que você precisa


Escrita por: Babydoll06

Notas do Autor


Não sei, mas acho que muita gente vai gostar do capítulo de hoje viu kkkk.

Me pediram para pegar mais leve no drama... Vim deixar vocês mais felizes!

Ah, também quero agradecer a todos que comentaram e me mandaram mensagem perguntado se eu estava bem, depois do meu pequeno relato no capítulo anterior. Não tenho nem palavras para descrever o quanto me senti querida e abraçada por vocês, deixo aqui meus sinceros agradecimentos <3 mas também já adianto que eu realmente estou bem, ansiedade é algo que eu mantenho controlado em minha vida há muitos anos já. Mas bom saber que quado eu precisar, tenho leitores com quem posso contar. Vocês são uns queridos!

Enfim, sem mais delongas, boa leitura <3

Capítulo 14 - Aquilo que você precisa


— Chat? O que faz aqui a essa hora, ainda nem escureceu! - Foi a primeira coisa que falou, rapidamente se assegurando de fechar bem a porta do alçapão para que ninguém os ouvisse. - Meus pais podem vir aqui…

— Eu precisava te ver! - Falou a cortando. Precisava, desesperadamente que Marinette soubesse o seu lado da história. - Eu preciso me desculpar princesa, de verdade, eu ia vir aqui ontem, mas…

— Chat tudo bem! - Foi a vez dela de o cortar.

— Não, não está tudo bem! - Ele a cortou de volta.

Então pararam de falar por alguns segundos, se encarando. Havia tanto para ser dito. Mas nenhum parecia disposto a ouvir. Como em um acordo em silêncio, os dois respiraram fundo

— Por favor, me deixe falar primeiro. - Pediu, e para ela só restou concordar com a cabeça. Se sentou no divã, com ele ao seu lado. - Sei que não posso dar muitos detalhes para não revelar minha identidade, mas eu tive um dia muito agitado ontem. - Começou a se explicar e estava muito nervoso, olhava para as próprias mãos, pois não conseguia encará-la. - Eu cheguei em casa, e queria vir para cá logo em seguida… Mas, eu deitei na minha cama para descansar, foi só por um minuto, e caí no sono, sem querer - Ele apertou os olhos, ainda desacreditado em como havia pisado na bola daquele jeito. - Quando acordei, já era manhã. Eu sinto muito, princesa. - Terminou seu relato e Marinette ficou surpresa. Realmente, havia sido só uma coincidência afinal, como Tikki dissera. Se sentiu melhor por saber que ele não havia deixado de ir por sua causa. Mas isso ainda não mudava sua opinião. - Eu sei que parece uma desculpa, ainda mais acontecer no dia em que tivemos um “incidente”, mas eu juro Mari, eu ia vir. - Precisava que ela acreditasse em sua palavra. Marinette apenas suspirou de alívio.

— Eu acredito Chat. - Falou compreensiva, o que o fez olhar para ela pela primeira vez desde que sentaram. - E eu fico muito feliz, temi que não tivesse vindo por minha causa. - Ela revelou, sustentando o olhar dele. - Fui muito dura com você. - Ele ficou aliviado.

— Não princesa, você estava certa! Eu devia ter tomado mais cuidado, eu vou comprar um despertador portátil, não sei, mas…

— Não, não precisa Chat. - Ela interrompeu, o fazendo olhá-la, confuso. - Por que você não vai mais precisar dormir aqui.

Ela disse, e demorou um tempo para processar o que ela havia dito.

— M-mas, você disse que acredita em mim! Que eu só precisava tomar mais cuidado! - Ele falou, com os lábios trêmulos. Já sentindo sua respiração acelerar. Marinette ainda precisava dele, ele sabia.

Ela o olhou, com dor nos olhos.

— Chat, sabíamos que isso não poderia acontecer para sempre.

— Mas não para enquanto você ainda tem terrores noturnos! - Ele a cortou. Se levantando do divã, nervoso, e passando as mãos pelos cabelos. Não estava compreendendo o porquê dela agir assim.

— E como sabe que não tive nenhum nessa noite? - Ela argumentou, escolhendo permanecer sentada ainda para que não se exaltassem. Não queria que ele insistisse, mas mudar a cabeça dele parecia impossível.

— E teve? - Ele debateu. Ela permaneceu calada, dando a ele a confirmação que precisava. - Então se ainda precisa de mim, por que está me dispensando? - Ele falou irritado. Não conseguia tirar a imagem de Marinette com olhos inchados e vermelhos na cabeça.

Depois que ele voltou para a aula, não conseguiu parar de pensar no quanto ela devia ter sofrido esperando por ele, ou em como ela deveria ter ficado assustada com outro pesadelo, acordando sozinha.

— A culpa é toda minha, eu devia ter vindo, devia estar aqui com você. - Ele disse, se martirizando e lhe dando as costas.

— Isso não muda nada! - Ela rebateu, não conseguindo mais se controlar e levantando atrás dele, irritada. Puxou seu ombro para que olhasse em seu rosto enquanto falava. - Chat, você não pode mais voltar aqui! É muito arriscado!

“Tão teimosa! Tão... irresistível” - Afastou o pensamento de sua mente. Pensamento esse que antes era direcionado somente à sua parceira. Mas não conseguiu distinguir as duas naquele momento. A teimosia de Marinette estava mesmo o fazendo lembrar de Ladybug.

— Sempre foi arriscado! O que mudou nesse tempo? - Ele perguntou. Queria entender, precisava entender. Não se daria por vencido tão fácil, e percebeu que Marinette estava começando a ficar aflita por estar ficando sem argumentos. - Olha, eu sei que te decepcionei ontem, e eu peço perdão por não ter vindo, eu te deixei sozinha. - Ele falou se aproximando, pegado as mãos dela entre às suas, e falando com uma voz mais branda

— A questão não é essa! - Ela disse, fechando os olhos, sentindo a aproximação dele.

— Então o que é? - Ele perguntou baixinho, vendo a respiração dela acelerar.

“Eu não posso me apaixonar por você!”

— Eu não posso depender de você! - Foi o que ela disse, mas sua cabeça dizia outras coisas. "Você não pode descobrir quem eu sou" - Não posso descobrir quem você é! - Pôde ver nos olhos dele que isso ainda não o havia convencido. Precisava pensar em mais coisas. - E você deve ter ficado tão cansado por sempre ter que acordar antes de mim. Eu preciso aprender a dormir sem você.

— Não precisa! - Ele respondeu imediatamente.

— Não pode vir dormir comigo para sempre!

— Posso sim! - Ele falou, surpreendendo não só Marinette, como ele mesmo. Viu que ela queria se afastar, mas segurou seus braços para permanecer no lugar.

Chat não sabia mais o que estava fazendo. Era tudo tão diferente!

Quando estava com Ladybug, ele a admirava por sua força, por ser tão segura de si e por ver o quão esperta ela era durante as batalhas. A destreza e senso de justiça dela eram incríveis, ele era atraído por tudo isso. Além do fato dela ser muito bonita também, ela o deixava louco.

Com Marinette, era sua fragilidade que o atraía, não porque gostava de vê-la frágil ou sensível, nem por se sentir bem por ser aquele que a protegeria, nada do tipo. Era atraído por ela ser tão delicada, como uma rosa… tão linda, que sentia que ela poderia desaparecer caso tocasse nela. Ele havia perdido as contas de quantas vezes perdera o ar ao vê-la dormindo ao seu lado. Ficava lá, só olhando para ela, zelando por ela e se perguntando se era errado se sentir tão atraído por ela quando dizia amar Ladybug. Esse pensamento o atormentava.

Riu seu humor, algo mais parecido com um suspiro, enquanto ainda mantinha Marinette junto dele. Ela devia achar que ele estava ficando louco, e talvez estivesse. Toda essa discussão era porque Marinette dizia estar dependente dele, mas no final, era ele que não conseguia mais se imaginar estar sem ela do lado.

— Por favor, me deixe continuar vindo aqui… -Chat conseguiu pronunciar, bem baixinho. - Eu preciso de você! - Ele levantou o olhar e a viu corada, surpresa pela pequena revelação que ele havia feito, olhando fixamente para ele.

“Tão linda!”

E não conseguiu se segurar.

Atravessou a pouca distância que havia entre seus rostos e capturou os lábios dela. Viu Marinette dar um sobressalto, mas sem quebrar o contato.

Os lábios da garota eram macios, e ele se surpreendeu ao ver que estava sendo retribuído. Os braços dele a rodeavam, puxando-a para si, apertando o corpo dela no seu, ele queria sentir mais.

Sentiu as pequenas mãos dela timidamente subirem por suas costas, uma indo de encontro ao seu cabelo. Ele não conseguiu conter o ronronar de sua garganta quando os finos dedos dela tocaram sua nuca.

Marinette sentia borboletas no estômago, o coração acelerado. Não podia estar beijando ele, mas não conseguia parar. Era tão… bom.

Ela levou outro susto ao sentir a língua dele pedindo passagem no meio do beijo, e sem nem pensar a respeito, abriu mais a boca para que ele pudesse aprofundar mais, também explorando a boca dele com a língua. O gosto dele era maravilhoso. Apertou mais os olhos, assim como apertava os cabelos dele entre seus dedos, enquanto aproveitava aquele momento.

"A boca dela é doce" - Chat pensava enquanto saboreava cada momento daquele beijo. O tremor em seu peito denunciava o quanto ele estava gostando de tê-la para si.

— Marinette! - Se separaram rapidamente, ofegantes, ao ouvir passos na escada e a voz de Sabine chamando por ela.

— Se esconda! - Marinette disse ágil, e não pode deixar de reparar que logo abaixo da máscara, Chat estava vermelho. E ela sabia que devia estar vermelha como ele, ou até pior.

Chat pulou a escada que levava à cama, sumindo pela porta da varanda, no exato momento em que Sabine surgiu no quarto.

— Filha, vim ver se está se sentindo melhor. - Ela apareceu, na mão, tinha alguns biscoitos e uma xícara fumegante. - Está corada, está bem? Deve estar com febre. - Ela indagou, já deixando as coisas na mesa e levando a mão à testa de Marinette.

— Estou bem mãe, não precisa se preocupar. - Mari tentou tranquilizá-la. O que era difícil, já que ela mesmo não estava nem um pouco tranquila agora.

— Ah, tudo bem. Vou deixá-la descansar. Mas qualquer coisa estamos lá embaixo, ok? - Sabine disse, dando um beijo em sua testa.

— Eu sei, obrigada mãe. - Dito isso, Sabine saiu do quarto, deixando Marinette sozinha novamente (ou quase sozinha).

Suspirou, não sabendo como reagir naquele momento.

— Ei. - Sentiu Chat entrar em seu quarto novamente, mas estava de costas para ele, e não sabia se tinha coragem de encará-lo. - Então, eu tenho que ir para casa agora, mas eu te vejo à noite? - Ele parecia nervoso.

— S-sim, cl-claro Chat. - Ela respondeu ainda de costas, sabia que estava a quase dois dias tentando convencer de que deviam para com isso, mas no momento, não conseguia pensar em nada além do beijo. Por isso apenas se deu convencida e concordou. Também queria que ele saísse de seu quarto o mais rápido possível. Estava constrangida demais.

E Chat não podia ter ficado mais feliz. Só precisava de tempo para convencê-la o contrário, de que ainda precisava da ajuda dele.

Viu que ela estava evitando olhar para ele, e agradeceu internamente, pois estava sentindo o próprio rosto queimar depois do que fizeram.

— Tudo bem, então, até mais tarde, princesa. - Falou enquanto coçava a nuca com a mão, já preparando seu bastão para se estender até o lado de fora.

— C-certo, a-até mais. - Ela gaguejou e ele achou a coisa mais preciosa do mundo… Quase se batendo logo em seguida por estar agindo que nem um bobo apaixonado.

“Ah não ser que eu seja um bobo apaixonado!” - Repreendeu seus pensamentos logo em seguida e saindo da casa dela.

Quando Marinette percebeu que estava sozinha, se permitiu surtar. Suas pernas estavam bambas como gelatina.

— Tikki! Tikki! Preciso de você! - Ela gritou pela kwami, que logo surgiu ao seu lado. - Tikki! Chat Noir me beijou! Ele me beijou Tikki! - Ela estava desesperada. - Achei que estaria tudo bem ele ficar aqui, pois ele ama a Ladybug, mas ele me beijou! Eu!

— Mas você é a Ladybug Marinette! - Tikki teve vontade de rir, mas o desespero de Mari parecia ser real.

— Eu sei! Mas ele não sabe! E nunca pode saber! - Ela andava de um lado para o outro. - Eu não acredito que ele fez isso… Que eu fiz isso! Eu retribuí Tikki! - Ela passou as mãos pelo cabelo nervosa, desfazendo seu penteado.

— Se acalme Mari, foi só um beijo, vocês já se beijaram antes.

— Foi diferente! Não tinha ninguém akumatizado aqui. E ele já beijou a Ladybug, não eu! - Ela respondeu ávida, dando uma longa respirada depois, na tentativa de se acalmar. - Ok, mas tem razão, foi só um beijo. Vou conversar com ele quando voltar e dizer que não podemos fazer isso de novo.

“Apesar de ter sido tão bom!”

Balançou a cabeça, não podia deixar as tentações tomarem conta. Afinal, ainda era humana, e humanos têm a tendência de se deixarem levar pelos desejos.

******************************

Chat chegou em casa, liberando Plagg de seu miraculous logo em seguida. Ainda não acreditando que aquilo havia realmente acontecido.

A boca de Marinette era viciante.

— Então o “senhor beijoqueiro” está na área! - Plagg zombou.

— Cala a boca Plagg! - Adrien o repreendeu, o que só causou uma crise de risadas no kwami.

— Achei que humanos só beijassem quando tivessem um relacionamento amoroso. - Plagg falou, e não parecia estar debochando agora, parecia só estar em dúvida mesmo. Adrien suspirou enquanto desabava sobre sua cama.

— Sim Plagg, geralmente só se beija quando você ama essa pessoa… - Ele suspirou.

— Então você ama a Marinette?

— NÃO PLAGG! - Adrien respondeu, sentando na cama. - Eu amo a Ladybug!

— Então por que beijou a Marinette?

— Eu não sei, tá legal! - Adrien se levantou frustrado, indo na direção de seu banheiro para tomar um banho e relaxar a cabeça. Sabia que Plagg não estava fazendo por mal, mas conversar com ele nesse momento estava sendo igual conversar com sua própria consciência, que também estava fazendo perguntas como as dele.

“Por que eu beijei a Marinette?”

Após o banho, desceu para a sala de jantar e enquanto comia, tentou colocar os pensamentos em ordem. Queria saber como reagir quando fosse ver Marinette mais tarde.

Decidiu começar aceitando o fato de que sim, estava se sentido atraído por ela. E quanto mais cedo aceitasse os fatos, melhor. Estava apaixonado por ela? Isso ele não sabia responder.

Amava Ladybug? Sim, isso ela tinha certeza. Agora, amava SÓ ela? Isso ele também não soube responder.

Adrien achava que era impossível amar duas pessoas ao mesmo tempo. Romanticamente dizendo. Sempre achou que isso era considerado uma falta de caráter, afinal, se você está em dúvida entre duas pessoas, fique com a segunda, pois se amasse mesmo a primeira, não haveria outra opção.

Mas agora que estava nessa posição de dúvida, sentiu que esse argumento não era real, pois ele realmente amava Ladybug. Talvez, se fosse um amor correspondido, não estaria assim agora.

Mas não podemos forçar ninguém a nos amar.

Adrien decidiu que não seria possível resolver isso agora. Lidaria com uma coisa de cada vez.

Se contentou com a vitória de hoje, que era poder voltar para a casa de Marinette como Chat Noir, e fazê-la desistir dessa ideia de cancelar o acordo dos dois, pelo menos, não cancelar enquanto ela ainda precisasse dele.

Pensou que talvez, o desespero em vê-la o afastar tivesse o levado a fazer aquilo. Não queria deixar ela se virando sozinha naquela situação. Se ela não precisasse mais dele, seria uma coisa. Mas Marinette ainda estava mal… Ele viu com os próprios olhos na escola.

“Mas quando ela não precisar mais de mim, vou conseguir não ir mais lá?”

Essa pergunta pesou em seu coração. Estava mais dependente da azulada do que imaginava.

*************************************

Marinette estava ansiosa. Repassava o texto que fizera em sua cabeça diversas vezes enquanto esperava Chat aparecer. Decidiu esperá-lo na varanda, a brisa fresca da noite acalmava seus ânimos.

O viu se aproximando a distância, e riu ao perceber que não levaria nenhum susto hoje. Mas logo lembrou da sensação da boca dele na sua, e teve que fechar os olhos para afastar isso de sua cabeça e não corar.

— Me esperando? Ficou com medo de que eu não viesse, princesa? - Chat saltou para sua varanda. Tentando não ficar hipnotizado com a visão dela de pijama e cabelos soltos.

— Bom, depois de levar um bolo ontem, talvez eu tenha ficado incerta sobre sua visita hoje. - Ela disse, vendo o ficar com uma expressão de culpado, e riu logo em seguida. - Estou brincando gatinho!

— Essa doeu. Está engraçadinha hoje é? - Ele zombou, também rindo. Mas então o silêncio se fez presente e ele ficou incomodado. Sentindo as bochechas corarem ao olhá-la e ver os lábios que cobriram os seus mais cedo.

— Olha eu…

— Chat, eu…

Começaram a falar ao mesmo tempo, dando uma risadinha em seguida.

— Você primeiro, por favor. - Chat disse, como um perfeito cavalheiro que ele era, vendo Mari assentir.

— Chat, sobre o beijo… Olha, eu entendo que você deve ter agido por impulso, não sei. E-eu, eu sei que eu também retribuí o beijo, mas eu ainda gosto de outra pessoa, assim como você gosta da Ladybug. Então, podemos dizer que foi só uma coisa de momento, e deixar para lá, o que acha? - Ela disse, e mesmo ele tendo ido ali, com quase o mesmo discurso na cabeça, doeu em seu coração ao ouvir as palavras saírem da boca dela.

— Ah, claro, sim. Eu ia dizer a mesma coisa, foi só coisa de atração. - Ele terminou, rindo nervoso e coçando a nuca.

“Atração? Chat está dizendo que estava se sentindo atraído… Por mim?”

— Então, estamos bem? - Ela perguntou, ainda com o rosto quente, um pouco sem jeito.

— Claro princesa. - Ele disse. E se sentiu feliz ao vê-la sorrir com as bochechas ainda rosadas..

“Igual um bobo apaixonado” - “Não,droga!” - Ele brigou com seus pensamentos.

— Então vamos entrar para deitar, n-na cama. - Ela quis bater na própria na testa por gaguejar. Mas não teve como evitar. Mesmo ainda estando tudo já resolvido, levaria um tempo para esquecer aquele beijo.

Já ele segurou a gargalhada que queria dar para não deixá-la mais constrangida ainda.

Entraram no quarto, e ele ficou esperando na cama enquanto ela ia no armário pegar as coisas dele. Pegou o travesseiro e lembrou-se da noite passada, quando chorou abraçada com ele.

Subiu novamente se ajeitando na cama.

— Mas então, me diga, como foi sua noite sem mim aqui ontem? - Ele não conseguiu não perguntar. A curiosidade o estava matando desde que a viu chorar na escola.

Marinette se perguntou internamente se poderia contar, ou se isso o deixaria se sentindo mais culpado ainda.

— Quer mesmo saber? - Ele assentiu. - Mas então me prometa que não vai se sentir culpado depois. - Ele colocou a mão sobre o coração, como se estivesse fazendo uma promessa silenciosa. Ela riu, mas então, deu um longo suspiro antes de relatar como fora o pesadelo.

— Eu sonhei com… Chat Blanc, como sempre.

“Chat Blanc? Então esse é o nome!” - Chat pensou, não falando para não interromper Marinette.

— Mas desta vez foi pior porque eu… - Ela deu uma respirada funda antes de continuar. - Eu vi as pessoas que ele matou. Estavam todas sangrando aos pés dele. Meus pais, meus amigos… - Ela relatou, deixando de lado a parte em que focava em Adrien, afinal, Chat não precisava saber disso. Só a lembrança do corpo dele, o garoto maravilhoso que havia a ajudado hoje na escola, ensanguentado no chão, fazia seu estômago embrulhar. - E no fim, Chat Blanc se aproximou de mim. - Ela fechou os olhos enquanto dava outra respirada funda. - Achei que ele ia me matar, eu queria que ele me matasse, no sonho. - Ela falou e Chat a olhou assustado. Como Marinette, uma menina tão doce e cheia de vida, poderia cogitar a mera possibilidade de querer morrer? Mesmo em sonho? Aquilo o assustou muito. - A dor era tanta que eu queria que ele acabasse logo com aquilo, mas então. - Ela parou, olhando para os olhos verdes de Chat em busca de apoio, não deixou de reparar que ele a olhava assustado Estava o deixando mais preocupado do que deveria. - Ele… Fez um cataclismo no próprio peito, e eu vi você morrer. - Disse, e achou que seria mais difícil relatar essa parte, mas ter Chat Noir ali ao seu lado, a deixava mais segura. Sabia que ele estava bem.

— Nossa princesa, eu nem sei o que dizer. - Falou após alguns segundos, enquanto assimilava tudo. Ele se odiou por não poder ter estado lá com ela.

— Ah não, você prometeu que não se sentiria culpado. - Ela o parou, colocando um dedo em seus lábios antes que se sentisse pior. Depois rapidamente recolheu a mão, quando, por um segundo, desejou que não fosse seu dedo tocando os lábios dele e sim a boca dela. - Sim, o meu pesadelo foi ruim, mas o pior para mim foi depois… - Ela continuou, e Chat ficou atento. - Achei que não tinha vindo por minha causa, pela forma com que tratei você, e me senti muito mal. - Ela alcançou a mão dele sobre o colchão, a apertando. - Você é especial para mim Chat, e eu me odiaria se você ficasse magoado por minha causa.

Ela o olhou nos olhos, e viu que ele já olhava para ela. Mas somente ternura inundava seus olhos agora.

— Sinto muito que tenha se sentido assim por minha causa. - Ele falou em um sussurro, a fazendo corar. - Mas fiquei muito feliz que tenha desistido dessa ideia de me expulsar, de novo.

Ela riu.

— Por enquanto, gatinho. Aproveite enquanto pode. - E se arrependeu novamente do que disse. Ele poderia entender errado.

“Por que diabos tudo agora parecia ter um duplo sentido?”

Mas Chat lembrou de uma coisa que estava louco para falar a dias.

— Bem, algumas crianças que têm dificuldade de dormir usam bichinhos de pelúcia para ajudar. No seu caso, eu sou o seu gatinho de pelúcia. - Ele falou, contendo a risada da cara que ela fez. - Uma pelúcia com vantagens, devo dizer, muito inteligente e que beija muito bem.

—- CHAT! - Ela vociferou, tampando o rosto com as mãos para esconder o quão vermelha havia ficado. Chat liberou a gargalhada que estava contendo desde que chegou.

— Muito cedo? - Ele perguntou, mas ainda ria. — Então concorda?

— Que você é um idiota? - Ela disse, tirando as mãos e o olhando nos olhos, bastante irritada por saber que ele estava brincando com a cara dela.

— Que beijo muito bem? - Ele continuou, e ela sentiu a temperatura do seu rosto subir novamente.

— Você é um bobo! - Ela praguejou, se virando de costas para ele e fechando os olhos.

E ele riu ao vê-la tão irritada e sem graça.

— Sim, eu sou um bobo. - “Um bobo apaixonado. Que merda!”

Ao menos, mais um de seus fatos havia sido aceito naquela noite.


Notas Finais


Temos um gatinho apaixonado??? TEMOS!!!!!!!!

Hhahahaha
Eu quero que reparem que, enquanto Chat começou a notar coisas em Marinette que ele não notava antes, ela, por enquanto, só está atraída pelo corpitcho dele kkkkk (Não julgo ela, pq né....)

Veremos se o gatinho consegue mudar a cabeça dela depois. Primeiro ele tem que assimilar oq ta acontecendo com ele antes.

É isso, espero que tenham gostado. Também quero deixar um desabafo que eu tenho a terrível mania de ter criatividade para escrever e criar diálogos enquanto estou no banho --' sério gente, isso me mata.
1) Pq eu acabo esquecendo os diálogos que invento até eu sair do banho, secar e ligar o notebook.
2) Tem vezes que eu sento na escrivaninha e não sai nada, aí é só eu ir pro box que a cabeça começa a funcionar (teve uma vez que eu escrevi uma fala do Chat Noir no vidro do box embaçado, JURO!! kkkkk) Tudo pra não esquecer.

Enfim, foi meu desabafo. Será que eu compro um notebook a prova d'água (existe??) e escrevo a fic no banho mesmo? To muito tentada a fazer isso kkkkk

Beijos pra quem fica, e até sábado!! Ah, amo vocês!


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