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História Instinto de Gato - Recuperação


Escrita por: kkleves

Capítulo 11 - Recuperação


Quando Neo acordou no outro dia ficou feliz por não estar em uma cama de hospital, e principalmente por ver Len dormindo na cama debaixo, era uma cena que o acalmava, pois sabia que estava em “casa”, tinha acordado bem cedo, talvez pelo fato de que estava entusiasmado para voltar a escola. Como estava sem sono resolveu se arrumar e ir.

Apesar das aulas começarem sete e meia, a escola abria bem mais cedo, por isso que mesmo que ele estivesse bastante adiantado, poderia ir lá e ficar sem fazer nada.

Na entrada da escola, tinha uma pessoa na frente do jardim, o professor de matemática estava diferente, parecia preocupado, olhando para todos os lados, como se tivesse perdido alguma coisa. Neo estava curioso em saber porque ele estava assim, só que ignorou e continuou andando em direção a escola, não era problema dele.

–Ei... –Antônio o chamou fazendo ele parar e prestar atenção nele. –Se não me engano você é o Neo. –Disse ele enquanto se lembrava se era mesmo esse o nome daquele aluno.

–Sim, precisa de alguma coisa? Parece preocupado. –Perguntou Neo indiferente.

–O meu gato desapareceu já faz alguns dias. Eu estava na sala dos professores e acabei por perder ele de vista. Ele sempre teve esse costume de ficar andando por aí, então não me importei, mas faz tanto tempo, onde pode ter ido? E se morreu? –Disse o professor enquanto ficava triste.

–Mantenha a calma, essa é a primeira vez que isso acontece?

–Acho que sim, onde será que ele pode ter ido?

–Olha, gatos tem essa mania de desaparecer de vez em quando, talvez já tenha feito isso e você não havia notado antes, mantenha a calma, uma hora ou outra volta a aparecer, mas por precaução sugiro que você coloque cartazes pela cidade e avise as pessoas.

–Tudo bem, você tem razão. Obrigado mesmo.

Neo percebeu que com isso o professor ficou mais calmo e podia continuar o seu caminho, porém decidiu falar mais uma coisa para assegurar que tudo ficaria bem, mesmo não sabendo o porquê queria fazer isso.

–Prometo que se eu vir alguma coisa, eu te aviso.

E antes que o professor falasse alguma coisa, Neo entrou na escola.

A escola estava completamente vazia, geralmente havia pessoas chegando ou pelo menos um pouco de movimento, mas, para qualquer lugar que olhasse não enxergava ninguém. Até que alguém lá no fundo apareceu, era Karine que estava andando pelos corredores se certificando se tudo estava no devido lugar quando viu Neo por ali se surpreendeu, não resistiu em ir falar com ele.

–Você está melhor! –Disse ela enquanto abraçava ele.

Aquele abraço era parecido com o da última vez, algo que por mais que ela ficasse feliz ao fazer, Neo ficava um pouco desconfortável.

–Eu fiquei muito preocupada contigo. –Completou Karine.

Dessa vez, contudo, Neo se sentiu culpado.

–Desculpa.

De imediato ela não entendeu o porquê daquelas desculpas, depois acabou entendendo.

–Não, você não tem culpa. Está tudo bem. –Disse enquanto apertava ele um pouco mais forte.

–Eu estou sempre causando problemas. –Desabafou Neo.

Karine se afastou para ficar de frente para o garoto e olha-lo nos olhos. A frente dela podia ver alguém que sabia que estava sofrendo, sofrendo por vários motivos, alguns que ela talvez entenderia e outros nem tanto. Mas, não importa o quanto quisesse ajuda-lo somente ele poderia superar aqueles obstáculos, por isso tudo que podia fazer era anima-lo.

–Você sabe que não é verdade. Só porque está em uma fase difícil, não significa que você seja um problema, você pode estar se sentindo fraco agora, só que quando tudo isso passar você se tornará mais forte. –Disse ela tentando anima-lo.

Ele não tinha compreendido direito, só que não queria atrapalhar mais a diretora da escola porque sabia que ela estava muito ocupada.

–Quem sabe... –Neo respondeu com um tom distante.

Karine sabia que apenas falar “fique bem” ou “tudo vai ficar melhor depois” não iriam fazer com que ficasse bem imediatamente, mas esperava que pelo menos aquelas palavras fizessem algum efeito depois.

–Neo, tenho que ir agora, se precisar de alguma coisa, pode me procurar mais tarde. Eu to aqui para te ajudar.

E mais um abraço. Ela se foi deixando o garoto naquele corredor vazio. Como um retrato da própria vida do garoto naquele momento. Sozinho no vazio.

Contudo, o garoto não queria ficar parado ali, resolveu ir para a sala de aula ficar sentado já que não havia nada para fazer, abrindo espaço para pensamentos de como não era uma boa ideia acordar cedo e chegar muito antes de todo mundo. Até porque teria que ficar esperando no tédio e não havia nada mais que ele odiava do que esperar.

Ele deitou a cabeça na mesa e começou a pensar sobre o que havia acontecido recentemente, nas pequenas coisas que lembrava e também no que havia sonhado, parecia tão real ao mesmo tempo que era muito esquisito, gostaria muito de saber o que realmente tinha acontecido ali.

–Mas, que surpresa. –Disse Len interrompendo os pensamentos dele. –Por acaso você caiu da cama para ter de acordar tão cedo?

–Você que dorme demais. –Retrucou ele.

–Não fui eu que dormi por quatro dias seguidos.

–Tem razão. –Neo disse isso enquanto virava o rosto para olhar a janela com uma cara triste.

–O que foi? Aconteceu alguma coisa? –Len perguntou preocupado, afinal dava para ver claramente que aquilo afetava o garoto.

–Eu não sei, eu me sinto tão fraco.

Len que estava de pé, resolveu sentar para ouvir melhor o amigo.

–Por que acha isso?

–Porque o tempo todo estou desmaiando ou preocupando os outros, e nunca protegendo as pessoas que são importantes para mim. Me sinto um peso. –Protestou Neo.

Len olhou para ele e viu a si mesmo, entendia muito bem o que o garoto estava sentindo.

Quando era criança, por ser chinês, as outras crianças o caçoavam por ter o cabelo grande ou por ser tão diferente, outras mais velhas tentavam até mesmo bater nele. O pai dele, outras pessoas e por mais que não se lembrasse, o próprio Neo o ajudou, só que no fim sempre acabava ficando mal, não conseguia resolver os próprios problemas sozinho. Por isso começou a treinar tanto para não causar problema para ninguém e se defender sozinho.

Só depois de muito tempo, Len pode perceber enquanto ajudava os outros que não tinha problema nenhum você pedir ajuda e mais ainda se isso te fortalecer depois.

–Muitas vezes quando estamos em apuros com bastante dificuldades, acabamos precisando de ajuda. Eu via muito problema nisso, sempre tentei fazer tudo sozinho, você mesmo me viu treinando, só que o que você esquece é que tem sorte.

–Sorte? –Pergunto Neo interrompendo ele.

–Sim. Sorte por ter várias pessoas que gostam de você ao seu redor, entenda que o que você proporciona para elas, de alguma forma elas tentam retribuir. Te ajudando, por exemplo, é uma das maneiras das pessoas fazerem isso, mostrando que com certeza você não é um peso.

As palavras de Len diferentes do que a Karine havia dito fizeram mais sentido para ele, ou talvez o que os dois haviam dito se juntou em uma coisa só. Não importava. O que realmente era importante é que Neo agora estava se lembrando de todas as vezes em que foi ajudado e tentou imaginar o motivo das pessoas terem o ajudado, e o que Len disse fazia sentido. Pensando nisso de certa forma ficou melhor.

–É, talvez você tenha razão. –Disse concordando.

Len sorriu vendo o amigo melhor, já havia feito o que precisava, por isso resolveu deixa-lo ligar os pensamentos.

–Esse momento vai passar. –Disse ele quando estava de costas.

Len se afastou, mas, dessa vez o outro garoto não sentiu como se estivesse sozinho, sabia que tinha gente que se importava com eles e todos se esforçavam para o ajuda-lo da melhor forma.

Os outros alunos foram lentamente chegando na sala, enquanto Neo estava distraído olhando para o longe. Quando por fim Saya entrou, ele teve a impressão de que ela estava olhando para ele, só que certamente não devia estar.

As aulas começaram e foram tranquilas, com o tempo que estava no hospital, ficou com vontade de trabalhar duro e aprender o que havia para aprender. Na última aula, Karine e Erick apareceram na sala para dar um anúncio.

–Alunos, infelizmente chegou o dia em que eu venho para falar o que algum de vocês não vão ligar tanto, enquanto outros talvez até fiquem com medo. Vim avisa-los que infelizmente esse é o último ano de vocês e por isso estou aqui para instrui-los, não só eu como a escola inteira, para que vocês tenham um futuro brilhante. Apesar da felicidade de vê-los crescerem e se tornarem pessoas bem-sucedidas, também vem a tristeza de vê-los embora, porém espero que se lembrem dos seus anos escolares com carinho.

Todos estavam emocionados pelo o que a diretora havia falado, houve um súbito silêncio de pensamentos sobre o passado e também do futuro, era um momento especial onde memórias e sonhos estavam juntas ao mesmo tempo.

–O que eu vim entregar hoje para vocês é um formulário de carreira. –Disse ela interrompendo o momento que eles estavam tendo, fez um sinal para Erick que começou a entregar o papel para os alunos enquanto continuava a falar.

–É importante que preencham, pois é com isso que vamos ajuda-los a escolher as melhores faculdades, também serve para orienta-los caso não conseguirem escolher, o que significa que se precisarem podem falar com a coordenação do colégio. Peço que não tenham pressa em preenche-lo, por ser uma decisão muito importante, tenham em mente que tem muito tempo ainda para pensar sobre isso.

Erick estava terminando de passar as folhas para todo mundo, quando chegou naquele que era o último da fila.

–É bom ver que você está bem, garotão. –Sussurrou ele baixinho todo animado enquanto entregava o papel para ele.

De certa forma, o jeito como Erick falou deixou Neo um tanto quanto desconfortável, era estranho. Só que as palavras de Len vieram a cabeça dele, fazendo o sorrir vendo que na realidade era o jeito dele de mostrar que se importava.

–Bom, isso é tudo. Obrigado pela a atenção. –Disse a Karine enquanto deixava a sala com Erick.

Neo olhava para o papel cheio de lugares para preencher e uma dúvida crescia em sua mente:

– “O que iria fazer daqui para a frente? ”

Não demorou muito para a aula acabar, Neo guardou suas coisas e foi embora, entretanto na saída Len o chamou para conversar.

 –E então, resolveu o que vai fazer daqui para frente?

Neo riu de leve.

–Você só pode estar brincando. Realmente não.

–Bom, ainda tem tempo.

–E você? Já sabe?

–Eu? Por incrível que pareça também não.

–Bom, é como você disse, “ainda tem tempo”.

–Sim. Só que Neo...

–O que?

–Tente não pensar muito sobre isso agora, coloque sua cabeça no lugar antes, se concentre em melhorar. –Avisou Len.

–Tem razão. –Concordou com ele.

Vendo que o garoto estava ciente do que precisava fazer, se preparou para ir embora quando Neo, resolveu perguntar uma coisa:

–Eu esqueci de perguntar, o que vamos fazer em relação a Saya?

Len parou de andar.

–Nada. –Disse ele em um tom sério

–Mas, como assim?

Len se virou e olhou para Neo, o garoto estava muito sério.

–Neo, acho melhor você desistir da Saya.

Claro que aquelas palavras haviam o derrubado.

–Por que? –Perguntou um tanto quanto triste.

O amigo ficou em silêncio por um tempo até que disse:

–Você não precisa dela, ela só está te causando o mal, não quero te ver assim de novo, não quero que sofra à toa.

Dizendo aquilo Len se virou e foi embora antes que Neo dissesse alguma coisa. Claramente aquilo foi estranho, no começo achou que talvez fosse por causa dele não ter plano algum, porém aquele tom de voz, não podia ser isso.

Enquanto pensava ao longe viu um gato com uma coleira estranhamente familiar. No começo ele ignorou, aquilo não tinha chamado a atenção dele, porém depois caiu a ficha de que aquele não era qualquer gato e sim era o Lanny, o gato do professor de matemática.

Sem pensar duas vezes, Neo disparou em direção ao gato que acabou assustando com aquele movimento brusco e saiu correndo, vendo que o gato havia começado a correr, Neo aumentou mais ainda a velocidade, porém o gato era rápido e ele não conseguia alcança-lo.

A sensação de estar correndo era uma coisa maravilhosa, o vento batendo não só em seu rosto como no corpo inteiro dava sensação de liberdade, como se ele estivesse voando. Percebeu o quanto adorava velocidade, e quanto mais rápido ficava, mais era melhor.

Olhando para Lanny, ele pode lembrar dos tempos em que corria como gato, era uma coisa maravilhosa.

Os dois correram por bastante tempo, aquele gato não era por coisa, foram várias ruas, subidas e descidas até que acabou ficando tarde e no fim Neo acabou perdendo o Lanny de vista. Só que o lugar onde estava era um tanto quanto familiar, fazia um tempo que não ia ali, mas, se lembrava exatamente que aquele lugar existia.

Com um pouco de esforço para passar pelos cantos do muro, ele encontrou o que seria uma antiga pequena pracinha e nela estavam alguns gatos e uns pequenos bancos. Lanny estava entre eles, devagar pegou o gato nas mãos que não estranhou, dava para ver que estava cansado e que veio ali para tomar água, assim como ele mesmo fazia antes.

Um barulho fez Neo se virar para ver de onde aquele som veio, assim como todos os outros gatos. Estranhamente era alguém que ele conhecia, Mai que estava segurando algumas sacolas.

–Neo? O que está fazendo aqui? –Perguntou ela confusa.

–Eu quem pergunto. –Disse ele sorrindo de leve.

Os dois se sentaram em um dos bancos dali enquanto observavam os gatos brincando e pulando.

–Eu venho aqui cuidar dos gatos de vez em quando. –Explicou ela.

Isso era uma coisa que Neo não se lembrava, talvez ela tenha cuidado dele também.

–Eu vim atrás do gato do meu professor de matemática que estava desaparecido.

–Entendi, ele devia estar preocupado.

–Sim muito. Bate uma tristeza pensar que alguma coisa de ruim aconteceria com esse gato, os dois são tão unidos. Ele realmente cuida do professor.

–Realmente, é bom quando o dono e seu bichinho de estimação tem essa conexão.

–Sim....

E os dois acabaram ficando em silêncio aproveitando a calmaria daquele fim de tarde, enquanto observavam os gatos.

–E como vão as coisas com a Saya? –Perguntou Mei quebrando o gelo.

Aquilo era uma coisa que ele não queria ouvir. Pensou em mentir, só que olhando para a cara dela e vendo que ela estava preocupada, ele não podia fazer isso.

–Sinceramente? As coisas não estão muito boas.

–Por que?

–Estou perdendo ela para o Kensuke. –Disse Neo chateado.

–Isso não é uma boa notícia, nem para você e nem para mim. –Disse Mei muito mais chateada.

–Len acha que eu deveria desistir. Talvez ele tenha razão. –Concluiu Neo então.

–Por que acha isso?

–Eu estou vivendo normalmente e estou feliz com todo mundo. Eu não preciso dela, certo? Então, para que ir atrás dela? –Protestou Neo.

–Será mesmo que você não precisa dela? Não é o que parece. –Perguntei Mei o desafiando.

–Se ela está feliz com o Kensuke, porque eu deveria ir atrás e acabar com essa felicidade? –Respondeu Neo na mesma altura.

–Como você sabe que ela está feliz com o Kensuke? –Perguntou Mei incitando a contradição.

–É o que aparenta. –Respondeu Neo de certa forma concordando com ela.

–Mas, não é o que ela te disse certo? –Pergunto Mei fazendo Neo recuar em seus pensamentos.

–Sim. E se eu tiver certo? –Perguntou ele preocupado.

–Se você tiver certo, não tem problema, você só vai levar um não. O problema é que você não tem certeza disso, então por que quer desistir?

–Não quero causar problemas para ela. –Respondeu um tanto quanto chateado.

O clima ficou pesado, claramente Neo estava bem chateado com toda aquela situação. Foi quando Mei teve uma ideia.

–Bom, deixe-me te perguntar outra coisa. E a sua felicidade? Você acha que seria feliz com Saya?

–Muito. –Disse ele já mais animado.

–Então, acha que vale a pena lutar por ela? Mesmo que você arrisque tudo?

–Acho. Eu arriscaria tudo. –Disse Neo confiante.

–Tudo? O que significa que você acha que você poderia até arriscar um pouco da paciência dela –Perguntou Mei rindo.

–Até que faz sentido.

–Brincadeiras aparte, Neo não desista. –Disse ela enquanto olhava bem no fundo dos olhos dele. –Vai até o fim, só desista quando ouvir o “não” dela. Você estar incomodado com isso só mostra que você não desistiu ainda e que não vai conseguir desistir desse jeito assim como eu.

Aquelas palavras reacenderam o que estava apagado nele.

–É, você tem razão. Acho que por mais que eu acabe “enchendo” o saco dela, vale a pena tentar.

–Isso.

Com isso os dois sorriram. Neo olhou para o céu que já estava ficando escuro e resolveu se despedir.

–Obrigado, agora vou indo, já está ficando tarde, preciso encontrar o professor. –Disse ele enquanto se levantava.

Ele pegou o gato que estava no meio dos outros e carregou no colo, e fez todo o caminho de volta para a escola, não teve muito trabalho de se acha e voltar por onde tinha vindo.

 Quando chegou na escola, já estava quase fechando, falou com o porteiro para ver se o professor ainda estava na escola e ele informou que poderia encontra-lo na área de esportes da escola.

Então, foi até lá e quando Antônio viu o seu companheiro teve uma reação de extrema felicidade algo que contagiou até mesmo Neo, enquanto Lanny apenas miava como se nada tivesse acontecido. 

–Obrigado garoto, é bom ver que Lanny está são e salvo. –Agradeceu o professor ainda muito feliz.

–Você não devia ter se preocupado tanto, ele apenas estava dando uma volta.

Os dois riram e Neo se despediu do professor, estava bastante cansado por correr atrás do gato e com isso resolveu ir para o dormitório.

A noite havia caído, e mesmo que estivesse muito cansado resolveu tomar um banho, depois de ter terminado o banho, ouviu um barulho da porta e presumiu que fosse Len, talvez estivesse em um treinamento por isso acabou chegando tão tarde.

Saindo do banheiro, Neo resolveu conversar com Len que estava sentado lendo um livro.

–Len...

–Imagino o que você quer dizer, e tenho medo disso. –Disse ele já esperando o que viria a seguir.

–Eu quero continuar tentando as coisas com Saya. –Disse Neo confiante.

–Era isso que eu não queria ouvir. Tem certeza disso? –Perguntou Len preocupado.

–Absoluta. –Disse Neo com mais confiança ainda.

–Você sabe que no fim pode acabar se dando muito mal, né? Você entende que eu não quero ver você em um hospital. –Avisou ele.

–Está tudo bem. Mesmo que eu acabe em um hospital, sei que você vai estar lá para me ajudar. –Brincou Neo.

Os dois riram.

–Mesmo que eu esteja aqui para te proteger, não é para você abusar.

–Quem seria eu, se não fosse pelo menos um pouco folgado?

–Verdade. Bom, se você quer mesmo fazer isso, no fim vou acabar te ajudando. –Desistiu Len por fim.

–Obrigado mesmo, de verdade.

Aquelas palavras eram realmente estranhas vindo dele e Len sempre estranhava ao ouvi-las

–Então de volta aos planos.... Por hora não tenho nada em mente, mas, quando eu pensar em algo eu te falo, ok?

–Ok.

–Vou tomar banho, precisa de mais algo? –Perguntou Len enquanto levantava e guardava o seu livro.

–Não. Eu vou dormir.

E então os dois voltaram a suas atenções para o que iriam fazer.

No dia seguinte, Neo acordou e estranhamente não ouviu o alarme tocar dessa vez, achou que tinha acordado cedo, porém quando olhou no relógio estava atrasadíssimo, Len já tinha ido para a escola, pulou da cama em desespero, se arrumando o mais rápido que pode.

Tentou correr o mais rápido possível para chegar a escola antes que portão fechasse, só que chegando lá já estava fechado. O porteiro então disse que ele não poderia entrar para a aula e que teria que esperar pela a segunda. O garoto foi encaminhado para uma sala que ele mesmo não sabia que existia. A sala de espera.

Algo que deveria não ser nada demais, tirando o fato de que outra pessoa havia atrasado também e se surpreendeu completamente quando abriu a porta e viu esse garoto lá dentro.

Kensuke.



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