História Intended for a Psychopath - 0 - O tempo acabou.

LEIA AS NOTAS AQUI EM CIMA

Não tente fugir

Não tente correr

Não tente gritar

Se o seu maior medo sempre te acha.

- Cartas de um Psicopata

Lexy P.O.V

- Eu te aviso assim que souber. -disse antes de beijar minha bochecha e sair pela porta- E você. -apontou para Harry jogado no sofá- Cuide bem dela.

Olhei para trás rindo do senhor cachos que concordou com a cabeça para meu irmão. Fechei a porta quando Jhonatan saiu do meu campo de visão indo para o elevador.

- Seria maldade se eu dissesse que não quero que ele consiga? -falei fazendo beicinho voltando para o sofá me sentando ao lado de Harry.

- Não seria. -Se endireitou sentando-se ao meu lado- É. -completou.

- Eu mal cheguei. -choraminguei- Jhonatan é a única família que eu tenho que ainda está viva.

- Me ofendeu.

- Você me entendeu Curlyboy. -me aproximei mais dele sorrindo.

- Não, não entendi. -olhou para o outro lado cruzando os braços recusando meu abraço dando início à um drama.

- Hazz! -o balancei- Olha pra mim. -Pedi e ele fez, mas ainda emburrado.

- Eu te amo. -beijei sua bochecha me encostando no seu ombro em seguida voltando a encarar a TV.

- Sei. -murmurou, mas eu ouvi.

Passava o filme favorito de Harry, Se beber não case, ficamos assistindo por mais um tempo até ele dizer algo.

- Vamos sair? -perguntou me olhando como se tivesse uma ideia.

- Pra onde?

Ele pareceu pensar por um tempo, mas logo sorriu como se tivesse uma ideia.

- Você vai ver. -sorriu para mim já me puxando do sofá.

- Espera. -falei- Vou me trocar. Prometo ser rápida. -disse e ele assentiu.

Eu e Jhonatan já tínhamos as malas todas arrumadas caso ele fosse aceito, provavelmente pegaria o voo amanhã bem cedo e eu teria que ir para a casa de Harry. Jhonatan havia deixado conversado com um corretor que ficasse responsável pela venda da casa no dia que ele fosse embora e os papéis para a transferência da minha “guarda” já estavam assinados. Contudo, eu ainda esperava o melhor, essa vaga era muito disputada e não era menosprezando meu irmão, mas Jhonatan acabara de começar e pelo que ele me contou, esse tipo de vaga estava sendo muito disputada por pessoas de alto escalão que já estavam no ramo à muito tempo.

Me troquei rapidamente escolhendo um vestido bem fresquinho para combinar com o dia, escolhi o azul que eu mais gostava(0), depois de acrescentar alguns acessórios e arrumar o cabelo, peguei meu celular que no mesmo constava uma nova mensagem.

“Um”

Olhei ao redor assustada com o que acabara de ler, era como se isso passasse a sensação de que estava sendo observada e poderia entrar em perigo a qualquer momento, mas não aqui, não enquanto Harry e Jhonatan me protegiam, apaguei a mensagem e desci já pronta para onde quer que seja onde Harry me levaria.

- Vamos! -falei enquanto descia as escadas.

- Foi rápido mesmo. -ele murmurou enquanto terminava de amarrar os cadarços.

- Eu não sei pra onde vamos, então vesti meu favorito. -disse enquanto ia já em direção a porta.

- Não tem problema. -ele deu de ombros terminando o sapato- Você está simplesmente... Maravilhosa. -disse quando seus olhos me encontraram finalmente.

- Obrigada. -sorri para ele.

- Vamos. -passou a mão como de costume por minha cintura e depois de trancarmos a porta fomos finalmente para o elevador. Diferente do carro de costume, Harry hoje não estava com seu R8, mas em posse de um maserati gran turismo conversível também branco. Ao sairmos da garagem Harry já colocou seus familiares óculos no rosto para ir contra o sol. E diferente de como costumava dirigir a capota estava fechada. O acompanhei colocando o óculos que eu ganhara dele, tinha um formato arredondado que eu gostava, quando o coloquei Harry sorriu. Paramos em frente à um restaurante à beira do rio Tâmisa que tinha vista para a bem próxima London Eye.

- Eu pensei que ia gostar de almoçar fora. -Sorriu para mim desligando o carro.

Olhei para o local em minha frente me encantando com sua fachada.

- É maravilhoso. -falei ao sair do carro.

- Pensei que diria isso. -veio para meu lado me acompanhando até o local, Harry me conduziu até uma mesa do lado de fora onde gentilmente puxou a cadeira para que eu sentasse, me sentei em seguida tirando os óculos. Harry se sentou em seguida e não demorou muito para uma garçonete vir nos atender.

(POR FAVOR SÓ CONTINUE OUVINDO ESSA MÚSICA {1})

- Posso ajuda-los? -disse a garota ruiva sorrindo.

Harry fez os pedidos de acordo com seu gosto, mas tinha certeza que eu iria gostar também, um rapaz logo trouxe um vinho branco muito bom, por sinal.

- Estou me sentindo importante. -falei enquanto tomava um gole da taça sorrindo para ele.

- E você é.

- Você está querendo alguma coisa. -disse deixando a taça na mesa e ele sorriu olhando para a mesa.

- Quero sim. -ele disse ainda com o sorriso- Mas não precisa saber agora.

- Se está pensando que vou devolver sua blusa do Ramones está enganado. -rebati- É a minha preferida.

- É a minha preferida -apontou para si enfatizando em “minha”.

Conversamos mais um pouco e logo nossos pratos foram servidos, a comida era tão boa quanto o restaurante, as pessoas passavam para lá e para cá fascinadas com a London Eye, crianças sorrindo, casais apaixonados, o dia não podia estar mais bonito. Quando terminamos, Haz comprou um sorvete de baunilha para mim enquanto ele mascava seu chiclete de menta favorito. Estávamos caminhando na beirada do rio onde alguns bancos estavam ocupados por pessoas, fotógrafos e tudo que se tinha direito.

Os barcos passavam para lá e para cá deixando parte da água agitada, eu gostava muito, os pássaros voando no céu, deixei o potinho do meu sorvete agora vazio na lixeira mais próxima e dei a mão a Harry que sorriu para mim com o gesto. Um pouco mais afastados da London Eye e mais próximos da Tower Bridge, um grupo de pessoas estava reunido ao redor de alguns artistas de rua. O vocal cantava algo de Rod Stewart e parecia ser muito bom.

- Queria que visse isso. -Harry disse me puxando para o meio da multidão- Eu sempre venho aqui. São muito talentosos.

O acompanhei pedindo licença ao passar pelas pessoas, quando finalmente alcançamos a frente pude ver três homens e uma mulher, o primeiro cantava junto enquanto batucava uma caixa que eu não sabia o nome, a mulher o acompanhava cantando, tinham um microfone improvisado, mas que ainda sim aumentava o tom de voz deles, os outros dois, um tocava violão para e o outro violino. Era maravilhoso. Percebi Harry me encarando enquanto eu apreciava curiosa toda aquela maravilhosa harmonia.

- Você gosta? -ele perguntou mais próximo para que eu ouvisse, eu apenas assenti não querendo perder nenhum momento.

A frente deles a capa o violão estava aberta onde as pessoas deixavam suas doações, nesse momento eu lamentei não ter trazido nada, mas Harry fora generoso deixando cinquenta libras ali. Quando a música terminou todos aplaudiram ainda perplexos como eu pela perfeição. Tocaram mais uma que ainda prendia minha atenção.

- Só um minuto. -Harry murmurou em meu ouvido me deixando em direção à eles.

Vi eles se cumprimentarem como se fossem amigos a muito tempo, o que me surpreendeu bastante, ouvi até um deles pronunciar o nome dele. Harry murmurou algo no ouvido do vocalista que assentiu rapidamente com um sorriso dando o microfone à Harry. Ele não iria cantar, iria!?

- Boa tarde Londres. -ele sorriu para as pessoas ao meu redor que bateram palmas animados, cada vez mais aumentava a quantidade de pessoas. O olhei assustava como se dissesse “saia daí, o que está fazendo?”, mas diferente do que eu esperava ele apenas sorriu. – Quero dedicar esta canção à uma pessoa especial, bem ali. -apontou para mim e imediatamente senti minhas bochechas queimarem, bateram palmas e logo cessaram.

O homem do violão começou a tocar um solo maravilhoso e logo Harry pegou o microfone sorrindo, eu previ o pior, mas diferente do que eu pensara, a voz dele era maravilhosa, tinha uma rouquidão sobrenatural que encorpava sentimento à canção, quando ele começou todos bateram palmas impressionados com seu talento, incluindo eu, que agora tinha um sorriso no rosto.

- “ Shelly my love...” – Harry começou a canção.

Senti meu coração bater mais forte, meu melhor amigo além de ser incrível ainda sabia cantar, era incrível e surreal, todo esse dia foi. As pessoas balançavam conforme o ritmo da música, pessoas gravavam e outras apenas abraçavam a pessoa amada de vez em quando se beijando.

Logo Harry finalizava a canção apontando para mim enquanto terminava a última frase que por ironia era a mesma do começo, eu sorri para ele enquanto ele apontava para mim, todos olhavam para nós dois e senti minhas bochechas arderem. Ele deixou o “palco” vindo para meu lado abraçando minha cintura como de costume.

- Você é impossível. -falei me escondendo no abraço dele.

- E você é minha melhor amiga. -abaixou para que eu o ouvisse, a multidão ainda batia palmas, mas logo voltaram à tocar outra música chamando a atenção deles. Harry me guiou de volta para fora da multidão em direção à London Eye de onde viemos.

O número de pessoas tinha abaixado, mas ainda havia casais vindo e indo, fotógrafos pegando momentos de pais com os filhos, adolescentes se aproximando do rio e assim por diante.

( LEIA COM ESSA MÚSICA {2})

- Você nunca me disse que sabia cantar! – o repreendi empurrando-o levemente.

- Você nunca perguntou. -falou rindo voltando para meu lado me abraçando.

Continuamos nosso assunto à respeito do que acabara de acontecer, quando já estávamos em frente a London Eye, ele me guiou até a mesma, entrei na cabine olhando para o rio logo ali, me virei e tive a visão de Harry pagando uma quantia considerável de dinheiro para o homem ali fora, diferente das outras cabines, quando o maior entrou a roda se moveu e mais ninguém entrou. O olhei impressionada e alegre. Ele sorriu também vindo para meu lado. Me virei encarando a paisagem maravilhosa que tinha dali de cima, eu conseguia ver o apartamento de Jhon e muito além, a curvatura do rio ao se ir lá na frente.

- Por que está fazendo isso? -o olhei curiosa, o mesmo tinha os olhos presos do lado de fora da cabine no pôr do sol que refletia em seus olhos os deixando mais bonitos, como se fosse possível.

- Não precisa de um motivo. -Suas mãos estavam atrás das costas e ele ainda encarava o exterior.

- Isso não é desculpa. -  o encarei suspeita- Você disse que queria algo.

Finalmente consegui sua atenção, ele se virou para mim trazendo uma mão na direção do meu rosto colocando meu cabelo para trás da minha orelha.

- Você quer mesmo saber? -ele perguntou e eu assenti sem nenhuma dúvida ao sentir seu toque em meu rosto- Eu sempre soube, mas ontem, eu senti que precisava disso.

Eu olhei para ele curiosa e sua outra mão tomou minha cintura, ele se aproximou devagar enquanto tinha seus olhos fitos nos meus, quando finalmente se aproximou o bastante para nossos lábios se tocarem.

- Posso? -pediu com um sussurro minha permissão, sua respiração batia contra meu rosto e o cheiro tão familiar de seu chicletes de menta era presente. Assenti com cuidado e quando nossos lábios finalmente iam se tocar a roda parou nos balançando. O homem abriu a porta para que saímos e ainda estávamos na mesma posição, Harry olhou para o rapaz e depois para mim.

- Dane-se. -Ele riu antes de seus lábios finalmente tocarem os meus em um beijo suave cheio de emoções misturadas, aquilo tudo era novo e intenso, ele me envolveu mais em seu abraço me aproximando dele, passei minha mão em volta do seu pescoço o trazendo para mim e em uma sincronia perfeita dividíamos sentimentos. Quando finalmente sentimos falta de ar nos afastamos e ele sorria como se tivesse passado pelo melhor dia de sua vida, assim como fora o meu.

- Vamos!? – O homem do lado de fora chamou nossa atenção e Harry o encarou ainda sorrindo.

- Vamos.

Hazz pegou minha mão me levando para o lado de fora onde mais juntos do que nunca agora, caminhávamos para onde Harry deixara o carro trocando sorrisos, brincando e outras coisas, já no estacionamento entramos no carro e Harry abaixou a capota para que pudéssemos apreciar o vento do fim do dia que nos era proporcionado. Procurei meu celular por instinto vendo um e-mail dede um nome familiar. Jhonatan. Quando ia vê-lo me celular tocou e eu atendi quando vi o nome.

- Jane! – abri um sorriso e vi Harry do meu lado fazer o mesmo.

- Olá amorzinho! -respondeu.

- Como você está? E Josh? E Paris?

- Hey, calma. -ela riu- Vou te contar tudo, só liguei para avisar que acabei de chegar ao solo, mas tenho que pegar as malas, chegar na nova casa e outras coisas, eu prometo te ligar assim que chegar lá.

- Certo. -assenti.

- A propósito, quero que me conte como foi seu dia aí sem minha presença! -riu.

- Você não imaginaria. -eu sorri olhando para Harry.

- Lexy sua safada! Você está rindo de quê? Quem é o cara? Me conta tudo!

- Vá arrumar suas coisas e nos falamos mais tarde!

- NÃO! ESPERA!

- Também te amo. -desliguei e já imaginei a cara feia que Jane fez para mim ao desligar o celular.

- Jane? – Harry perguntou quando desliguei e eu assenti- Como ela está?

- Bem, ela e Josh acabaram de pousar. -expliquei.

- Ótimo. -ele disse apenas finalizando o assunto.

Abri o e-mail que antes me intrigava para finalmente saber a resposta que Jhonatan havia recebido.

“ Acabo de receber a confirmação, meu voo será hoje às nove, estarão me esperando lá bem cedo. Eu queria que tivéssemos uma última noite juntos. Vou cancelar o voo que marcaram e parto pela manhã”

Quando li aquelas palavras, por mais que ficasse feliz por agora ir para a casa de Harry ainda me era ruim, estava perdendo meu irmão mais uma vez, mas eu sabia que era por uma boa causa, engoli o nó que dera em minha garganta ao pensar nos meus dias sem ele e respondi logo.

“Não cancele, sua vaga é muito disputada e qualquer piso na bola por menor que seja irão considerar, prometo levar você ao aeroporto e podemos comer um sanduíche para não dizermos que não houve nada”.

- Parece que vou morar com você! -falei olhando para Harry, tentei ignorar minhas emoções quanto à partida de Jhonatan e abri um sorriso para o homem ao meu lado.

Quando eu terminei minhas palavras Harry que agora estava parado olhando para o semáforo vermelho me encarou surpreso, mas não uma surpresa boa, era como se isso fosse algo ruim.

- Não está feliz? -perguntei sem entender sua expressão.

- Estou claro. -Ele assentiu, mas sua expressão não mudara, deu a partida voltando seus olhos para frente- Quando ele disse isso? Ele confirmou mesmo que vai? Quando ele irá?

- Harry. -chamei sua atenção- Não quer que eu vá ficar com você. É isso?

- Claro que não Lexy. -ele me olhou como se o que eu dissera fora estúpido.

- Foi o que pareceu. -resmunguei chateada.

- Não vamos brigar por favor. -pediu.  

Recebi logo o retorno de Jhonatan:

“Você consegue ser incrível mesmo quando as pessoas te deixam, parece um dom. Já estou em casa, tomei banho e pronto para ir. Estarei esperando por você”

Olhei no relógio e constavam sete e meia.

- Não quero brigar Harry, você que fez cara ruim.

- Quando ele vai? -tentou mudar de assunto.

- Não tente mudar de assunto. -completei no mesmo instante em que ele parou o carro em frente ao meu prédio.

- Lexy. -Harry disse ao desligar o carro me encarando- Alexandra Lennox. -Pegou minha mão me olhando nos olhos- Eu te amo. -ele falou e eu não consegui esconder um sorriso- E vamos ser muito felizes juntos, é uma promessa. -me beijou ao terminar de falar.

Eu tentei, mas a raiva simplesmente sumiu, como a água da chuva no asfalto quando o sol quente vem sobre ela. Saímos do carro e nós subimos até o meu apartamento onde ao abrir demos de cara com Jhonatan e suas malas.

- Já são sete e quarenta. -Jhon disse agitado- Tenho que pegar o voo das nove, se ainda não sabem! -falou rindo.

- Eu e Harry nos distraímos. -olhei para o rapaz do meu lado o abraçando, Jhonatan já entendeu tudo e solou um “Ah”.

- Você disse às nove? -O maior perguntou me soltando o olhando curioso, parecia implorar por “não”.

- Sim. -Jhonatan assentiu.

- Eu vou leva-lo ao aeroporto, pode pegar minhas malas e levar com você para casa? -falei e Harry assentiu, ele estava estranho, confesso.

- Claro. -concordou.

- Jhon, vou terminar de arrumar minhas malas com Harry lá em cima e já desço.

- Certo, vou esperar por você lá em baixo. -disse já pegando as malas- Harry, os papéis estão na bancada da cozinha. -falou por fim.

- Boa viagem. -Hazz o desejou pegando em sua mão quando passou por ele- Espero que dê tudo certo. -disse sincero.

- Eu também.

Harry me acompanhou até o andar superior onde juntei as poucas coisas que estavam fora das malas para dentro finalizando tudo.

- Acho que acabei. -falei fechando a última mala depois de colocar meu perfume nela- Vou descer porque o voo do Jhonatan é às nove então... -olhei ao redor para ter certeza que tinha guardado tudo e já fui em direção à porta.

- Espera. -ele me puxou para si me abraçando forte.

Harry me encostou na parede me beijando ferozmente como se esse fosse o nosso último beijo, suas mãos me seguravam firme como se ele sentisse que a qualquer instante eu poderia ir embora. Quando faltamos ar ele se afastou, mas ainda continuou com um ou dois selinhos.

- Você está bem? -perguntei para ele que agora estava ofegante assim como eu por causa do beijo, uma de suas mãos apoiada na parede e a outra segurando minha cintura seus olhos fitos nos meus como se fosse a última vez que os veria- Está me assustando. -eu ri-  Não vou com Jhonatan.

- Desculpa. -ele disse me soltando- É a emoção de ter você comigo. -riu fraco.

- Vamos ter o resto das nossas vidas pra isso. -o selei mais uma vez antes de ir em direção a porta.

- Espera. -ele falou de novo e me virei para encará-lo- Eu te amo. -me beijou mais uma vez.

- Tá bom Harry. -eu ri da atitude dele- Já volto para você.

O abracei forte e mesmo parecendo não querer ele me deixou ir. Desci encontrando Jhonatan em seu carro.

- Pensei que não viria hoje. -disse quando eu entrei.

- Harry. -eu ri me lembrando do momento anterior, olhei para cima vendo Harry nos olhando pela janela, dei tchau para ele.

- As coisas estão se resolvendo, não é? -ele perguntou abrindo um sorriso.

- Finalmente. -eu ri me encostando no banco.

Ao chegarmos no aeroporto Jhonatan colocou suas malas em um carrinho para melhor mobilidade e fomos comer um sanduíche na lanchonete que encontramos ali dentro, ele havia feito o check-in em casa o que facilitava tudo.

- Frango defumado com Cream Cheese. -pedi.

- Vou querer o italiano. -meu irmão pediu e logo recebemos os pedidos nos sentando em seguida.

- Eu me lembro de quando você nasceu. -falou tomando um gole de seu refrigerante- Eu morria de ciúmes.

- Sério? -eu ri mordendo meu sanduíche em seguida.

- Você não tem noção. -riu- Nossa mãe teve que me colocar para dormir com ela pra ter certeza que eu não faria nenhuma maldade com você.

- E não faria. -eu disse tomando um gole do refrigerante.

- Bem... -falou e eu ri.

- Que maldade Jhon! -bati nele.

- Não tenho culpa se começaram a me ignorar quando você nasceu. -riu também.

Terminamos de comer e eu o segui até o portão, logo deram a última chamada.

- Bem, eu acho que está na hora. -ele disse para minha tristeza.

O olhei já sentindo meus olhos marejados.

- Vem aqui. -me puxou para si em um abraço- Você sabe que eu amo você, você sempre estará comigo porque te guardo dentro do meu coração Alexa. -me chamou pelo apelido de infância- E eu vou estar com você, sempre.

- E-eu. -tentei falar ao nos separarmos, mas os soluços não permitiam.

- Eu sei. -ele falou baixo e também tinha seu rosto molhado- Agora eu preciso ir. -falou e eu só sabia chorar- Não chora por favor, não vou conseguir deixar você assim. -ele disse, mas também chorava.

- Desculpa. -eu ri fraco tentando enxugar as lágrimas.

- Eu venho te ver logo. -me abraçou uma última vez- É uma promessa. -beijou o topo da minha cabeça e uma lágrima sua ficou ali, antes de ele ir finalmente.

Fiquei ali enquanto seu avião decolava e quando ele finalmente partiu voltei para o carro, onde lá recebi uma mensagem.

Harry: “ Lexy eu sinto muito, mas tive que viajar de última hora e não tenho data prevista para volta, aconteceu um imprevisto tão grande! Me perdoe, de verdade. Aqui está a localização da casa de um amigo muito confiável que tenho, ele concordou em ficar de olho em você, acho melhor do que deixa-la sozinha e como sou responsável por você, por favor, não faça nenhuma besteira, quando tiver a oportunidade vou entrar em contato explicando tudo. Eu te amo. A chave estará na caixa de correio.”

Não podia expressar o tamanho da tristeza e indignação que aquela mensagem me trazia fazendo todos meus planos irem por água abaixo. Quando algo ruim acontecia comigo, era como um efeito dominó. E agora eu estava dirigindo para a casa de um estranho, já era cerca de dez da noite quando parei em frente a um casa com muros altos, deixei o carro em frente ao portão principal tomando as instruções de Harry. Meu celular vibrou me informando uma nova mensagem.

" Zero - O tempo acabou" 

Fui até a caixa de correio rapidamente assustada encontrando a chave e abrindo o portão o mais depressa que pude, era como se eu estivesse invadindo a propriedade de alguém, alguém que por sinal, já me esperava. Passei por um grande jardim na frente abrindo a porta da casa cuidadosamente, estava tudo escuro, mas eu conseguia ouvir Strangers in Thre Night do Frank Sinatra. Procurei o interruptor tentando clarear o local.

- Dooby-doooby-doo and other scat to end. -Uma voz masculina familiar ecoou e senti meu coração acelerar ao mesmo tempo em que me causava um frio na barriga. A luz foi acesa e a visão de Zayn ao pé da escada pode ser vista- Bem-vinda ao lar Shokoland. -curvou os lábios em um sorriso maldoso.