— Soube que o Yoongi voltou. — Taehyung comentou, vendo Sora encolher os ombros. — Não precisas de te fazer de desentendida.
— O que importa o Yoongi agora? — perguntou manhosa. Taehyung estava sem camisola, com o peito liso à mostra, e ela sentada sobre as suas coxas, vestindo apenas roupa íntima. Fez-lhe carinho nos cabelos da nuca e deixou-lhe um beijo perto da orelha.
— Ele é teu ex-namorado, então importa — contrapôs.
— Não sabia que tinhas ciúmes do Yoongi — brincou.
— Já estiveste com ele desde que voltou? — perguntou já sabendo a resposta. Ouviu Sora suspirar antes de responde.
— Ele está a passar por um momento difícil por conta da família — explicou, fazendo um carinho no rosto do namorado. — Não tem nada a ver com connosco.
— E tens de ser tu a ajudá-lo?
— É sério que queres falar agora do Yoongi? — Sora perguntou frustrada, deslizando a mão do rosto de Taehyung pelo seu pescoço e peito. Inclinou-se sobre o tronco dele e beijou-o. Ele apertou-a pela cintura e arfou baixinho. O ar ficou escasso em questão de segundos e as peles lisas incendiavam ao mais simples toque.
— O que é isto? — Taehyung notou uma marca negra da perna despida de Sora e passou o dedo indicador em círculos sobre a pele pisada.
— Não sei. Acho que bati com a perna em algum lado — mentiu, relembrando o empurrão que recebera do pai algumas noites atrás. A última bofetada que levara havia deixado um ligeiro hematoma na cara que ela escondeu com uma máscara cirúrgica e a desculpa que estar engripada.
— Devias ter mais cuidado — aconselhou. Beijou-lhe a clavícula saliente, o ombro pontilhado de sardas e o pescoço. A língua molhada deixou um rasto de saliva quente e ele sentiu-lhe os seios pequenos contra o peito quando a puxou mais para si. — És tão linda — elogiou, beijando-lhe os seios por cima do soutien.
Sora enterrou o nariz no pescoço do namorado: cheirava a baunilha e cigarro. Ela queria saber a razão de Taehyung a ter escolhido de entre todas as garotas da escola que eram apaixonadas por si. Isso fazia-a sentir-se especial.
— Tae? — chamou. Os olhos escuros de Taehyung encararam-na com admiração, emoldurados por pestanas curtas, e a pergunta morreu-lhe no fundo da garganta. Delineou-lhe as sobrancelhas retas e a cana do nariz. Beijou-lhe as pálpebras e os lábios. — É melhor ir embora. Está a ficar tarde e o meu pai fica preocupada quando me atraso.
Taehyung suspirou e afrouxou o aperto em torno do corpo da ex-namorada. Sora pegou nas roupas espalhadas pelo chão e vestiu-as à pressa, escapando da casa do namorado pelas traseiras.
Em casa, fez o jantar para o pai e deitou os restos fora. Queria comer — sentia fome —, mas alguns dias atrás voltara a atacar o frigorífico a meio da noite, faminta, e desde enão evitava comer por se sentir culpada. Também vomitou na casa-de-banho da escola depois de almoçar kimbap. Uma tia afastada tinha-lhe dito que meninas precisam de sofrer para serem bonitas.
Após verificar que o pai estava a dormir pôs-se a fumar à janela, daquela vez tomando o cuidado de guardar o maço de cigarros num esconderijo mais elaborado. Ao olhar para baixo e ver o alcatrão da rua lembrou-se do dia em que Yoongi regressou após levar uma surra sabe Deus de quem.
Ligou-lhe para o telemóvel eram quase onze da noite.
— Onde estás?
— Porquê? Estás com saudades minhas? — provocou, fazendo Sora arrepender-se de ter ligado.
— Só queria saber se estás bem.
— Estou ótimo — mentiu.
— Estás em casa do Namjoon?
— Hm — grunhiu em jeito de resposta.
— Ainda bem que se voltaram a entender.
Yoongi não disse mais nada e os dois ficaram em silêncio por bastante tempo: o tempo suficiente para Sora terminar o cigarro e sentir a ponta dos dedos queimar. Ouviu um suspiro do outro lado da linha e imaginou Yoongi deitado no chão do quarto de Namjoon, dentro de algum saco-cama que não devia ser usado desde que Namjoon deixara de participar nas colónias de férias.
— Se ainda gostas de mim porque estás com o Taehyung?
Sora olhou o céu pontilhado de estrelas.
— Porque também gosto dele — respondeu. — Boa noite.
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