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História Into The Woods - Harmione (Harry e Hermione) - Preceitos Desconhecidos


Escrita por: Kathy_Lyn

Notas do Autor


Boa noite leitores lindos! Acá estou com mais um capítulo, como prometi.
Obrigada a todos que tem favoritado a fic e comentado. Adoro cada um de vocês (。♡‿♡。)
Bom, antes de dar início à leitura, gostaria de informar que, como vocês já devem ter observado, alguns capítulos terão um retrocesso temporal, mostrando acontecimentos do passado, além das lembranças usais dos personagens. É uma forma de intercalar o presente com o passado, já que a história tem início com o bonde andando, não é? >.<
Então, nesses capítulos iniciais, as coisas podem parecer meio confusas, mas com o decorrer da história tudo vai se encaixando.
Ah e antes que me esqueça, espero que curtam. Tenham uma boa leitura! 。◕‿◕。

Capítulo 4 - Preceitos Desconhecidos


Harry chegou à casa já bem de noitinha, muito mais animado do que nos dias anteriores. Kingsley o parabenizara enormemente por ter conseguido a lista do Departamento de Relações Internacionais. Feito que ele tratou de transferir os créditos unicamente à Hermione, obviamente. O ministro estava feliz com a decisão da moça em retornar ao seu Ministério. Ela havia sido sempre uma grande Auror. Uma grande perda quando foi-se.

A casa estava silenciosa e escura. Acendeu as luzes, recorrendo o olhar pelo local.

Topou com a amiga deitada no sofá da sala. Ela dormia profundamente, tão cansada da viagem, que nem mesmo retirou o sobretudo que levava. A casa estava bem aquecida, o que a fez suar levemente, por conta do agasalho.

Harry sorriu, sentando no outro sofá, defronte ela. Recorreu seu olhar pela sua face tranquila e serena. "Ah, Merlin! Hermione está tão linda que é quase impossível deixar de olhar". Suspirou alto. A amiga havia sido sempre muito linda. Mas, aqueles anos longe dela, incentivou uma saudade latente em seu coração. Saudades de seus sorrisos, de suas conversas duradouras, de seus atos espontâneos de carinho. Estava sempre tratando de cuidar dele. De garantir que comesse bem, dormisse bem. Até mesmo de que não perdesse a hora para ir ao trabalho, nos dias em que extrapolava um pouco mais nas cervejas amanteigadas.

Ela havia sido sempre portadora daquele encanto do qual jamais se aborreceria. Uma beleza que ele havia sentido imensa falta, mesmo que tentasse esconder de si mesmo. E agora, já uma mulher completa, exprimia, todavia, mais e mais admiração aos olhos de quem a fitava.

Sorriu outra vez, observando como seus cabelos longos caíam com desenvoltura pelo corpo magro e definido. Podia sentir o cheiro deles de longe. Um perfume doce e suave, que nunca poderia enjoar. O mesmo perfume de sempre.

Talvez fosse melhor acordá-la, pensou, instantes depois. Se ela estava vestida com seu agasalho, provavelmente desejava sair quando ele voltasse. No entanto, estava dormindo tão profundamente que teve pena. "Deixe-a dormir somente mais um pouco". E enquanto isso, ele permaneceria ali, velando seu sono.

Imaginou que, por tantos anos, pela primeira vez na vida, era capaz de abandonar por um pouco as preocupações por seu trabalho no Ministério. Nem mesmo o caso do famoso serial killer era capaz de ocupar sua mente quando estava perto de Hermione. Ela lhe trazia lembranças muito mais fortes. Quiçás, muito mais importantes também.

"-Eu não quero perder sua amizade, Mih. Você sempre esteve comigo, todos os momentos da vida. Sempre que necessitei…

-Mas também não quer perder Gina… - Avistou seus olhos encherem-se de lágrimas. Aqueles olhos castanhos, inundados, tiraria para sempre o seu sono. Volteou-se para não ter que fitá-la.

-Gina está muito enciumada de nós dois. Você sabe, ela sempre teve ciúmes de nossa amizade. Mas agora está se tornando insustentável essa relação... - Fez uma pequena pausa, como se reunisse coragem para prosseguir - E talvez seja com razão. Temos passado tempo demais juntos. Acho que... Precisamos dar um tempo para nós mesmos. Consertar as coisas com Gina. E você com Ron…

-Eu sei. Nossa amizade está nos impedindo de sermos felizes ao lado de quem amamos, certo? - Ela assentiu, tentando demonstrar compreensão. Harry confirmou, cabisbaixo.

-Talvez seja hora de cortarmos esse laço de amizade que criamos lá atrás, porque imagino que ele está criando situações imprevisíveis. Talvez seja hora de seguirmos em frente, pelo bem de todos nós…"

Jurava que aquela era a melhor decisão, quando a tomou. Havia decidido cortar os laços de amizade por conta dos ciúmes excessivos de Gina. Mas, acabaram se afastando, realmente, por façanhas do destino que parecia rir às suas custas. Que difícil havia sido tomar aquela decisão!

Quando percebeu que não poderia continuar ao lado dela, sem sentir-se mexido, decidiu deixar Londres. Pensou em comprar uma casa na cidade onde havia nascido e, incluso, chegou a fazer algumas negociações. Só não podia esperar que Hermione, muito abalada com toda a situação, tomasse a decisão de ir embora para tão longe. Talvez ela soubesse que, estar longe de casa não era o suficiente. Se veriam no trabalho, de todas as formas. Ela, igualmente, já havia se dado conta de que nada funcionaria se continuassem compartilhando o mesmo ambiente. "É melhor assim!", Tentou convencer-se, durante vários meses.

Mas, cinco anos mais tarde, o arrependimento nunca fora tão forte. Eram melhores amigos, acima de tudo. Nunca deveria ter se afastado por conta de um relacionamento que, sabia bem, nunca poderia durar. Então por quê? Talvez o medo. Talvez a incerteza de onde aquela situação os levaria. Parecia mais fácil manter tudo como estava, do que arriscar uma mudança que pudesse trazer consequências inimagináveis. Gina nunca havia sido uma desculpa convincente.

Retirou os óculos, esfregando os olhos em sinal de cansaço e, ao mesmo tempo, tentando afastar todas aquelas lembranças da mente.

No mesmo instante, Hermione murmurou algo, parecendo inquieta. Verificou que ela ainda estava dormindo. Tinha um pesadelo, provavelmente. Levava uma expressão chorosa e angustiada. Levantou-se, sentou-se ao lado dela e sacudiu-a.

-Mione, acorde! Acorde…

-Me solta, me solta! - Ela ordenou, abrindo os olhos assustada, tentando fugir do contato dele - Harry levantou as mãos em sinal defensivo, preocupado.

-Calma, Mione, foi só um pesadelo. Está sonhando, tudo bem? - Ela o fitou por alguns segundos, com a respiração ofegante. Em seguida, pareceu suspirar aliviada.

-Ah, Harry. Desculpe. Foi mesmo um pesadelo. Ah! Que bom que você está aqui… - Abraçou-o, num impulso. Harry estagnou por alguns instantes e logo correspondeu ao abraço, acalentando-a. Era a primeira vez, em dias, que recebia uma abraço dela. Como havia sentido falta!

-Tudo bem. Já passou? Se sente melhor? - Ela afastou-se e assentiu, forçando um sorriso.

-Acho que tenho pensado muito nesse assassino. Tive um pesadelo horrível! - Ela pareceu olhar à sua volta - Já escureceu... Eu acabei dormindo. Estava te esperando para sairmos.

-Já suspeitava… - Sorriu de volta - Percebi que está vestida com seu agasalho - Recorreu a mão pela testa dela, secando algumas pequenas gotas de suor.

-Achei que você fosse voltar rápido!

-Eu fui ao Ministério para levar aquela lista a Shacklebolt. Ele está bastante empolgado com as novas possibilidades. E também com sua volta.

-Ah… - Ela estreitou os lábios, constrangida - Espero não decepcioná-lo.

-Mih, você sempre foi uma das melhores Aurores. Shacklebolt te queria de volta há muito tempo! É excepcional em tudo que faz!

-Não diga bobagens, Harry - Ela levantou-se, calçando as sapatilhas - Por que não vamos dar uma volta pela cidade? Estou com saudades de tudo por aqui!

-Claro! Pensei que pudéssemos ir ao parque.

Eles caminharam e pegaram o metrô, já acostumados com a rotina de viver em meio aos trouxas. De todos os modos, Hermione adorava caminhar a pé e sentir-se mais livre, mais próxima do mundo, das pessoas, da natureza.

Mesmo um pouco tarde, o Regent's Park estava movimentado. Com a chegada da primavera, os londrinos costumavam sair cada vez mais frequente, buscando aquele entusiasmo que, inevitavelmente, acabavam perdendo com os dias nebulosos do inverno.

Passearam por entre as árvores, as flores e sentaram-se defronte o lago, apenas para apreciar as luzes que refletiam sobre as águas.

Hermione aproveitou a brisa fresca soprando seu rosto e fechou os olhos, inspirando aquela calmaria. Era naqueles momentos em que mais sentia-se viva, como se nada pudesse atingi-la. Harry sorriu, observando sua atitude.

-Eu costumo vir bastante aqui, pelas noites. É um bom local para se pensar. A mente clareia apenas ao contato desse ar puro... - Confessou - Lembra-se de que vínhamos sempre que tínhamos uma folga da Escola de Aurores?

-Não me esqueceria - Ela riu-se - Foi a melhor fase da minha vida. Sem preocupações com Voldemort, com bruxos das trevas ou com infratores da lei… Apenas aproveitando os estudos como os jovens normais.

-Também foi a minha melhor! - Ele concordou - Momentos em que eu gostaria de voltar no tempo, só um pouquinho. Aproveitar um pouco mais a tranquilidade e desfazer alguns erros - Ela o fitou de imediato, franzindo o cenho. Harry tratou de explicar - Você sabe, Mione. Eu me arrependo por ter pedido que nos afastássemos. Nossa amizade sempre transcendeu à todas as diversidades. Não deveríamos ter deixado que os ciúmes de Gina ou de Ron falassem mais alto.

-Você sabe bem que os ciúmes deles nunca foram a motivação real, Harry…

-É. Tem razão. E talvez seja isso que me faz pensar que nunca deveríamos ter decidido daquela forma.

-Eu também - Ela confessou, sem titubear.

-Mesmo? - Fixou seus olhos nos dela, afim de identificar suas reações.

-Sim. Mas não vamos falar disso agora, está bem? O passado fica no passado. Se tomamos aquela decisão, foi por acreditarmos ser o melhor… - Ela reticenciou, meio incerta se dizia a verdade ou não. E Harry percebeu sua insegurança. Nada havia ficado no passado, obviamente. A amiga resguardava um bocado de mágoas por aquela decisão, compreendia. No entanto, aproveitou o momento de paz. Ela voltava a sorrir para ele, a brincar e a abraçá-lo. Era o suficiente. Não havia perdido sua amizade, era o que importava. E, além de tudo, aqueles dias estavam sendo decisivos para ele. Muito mais do que havia premeditado… É que, com toda aquela proximidade, não evitou sentir-se abalado outra vez. A presença de Hermione, todavia e, novamente, provocavam rebuliços íntimos difíceis de explicar... Só que agora, diferente do passado, não estava disposto a fugir deles.

O dia seguinte foi abarrotado de trabalho no Ministério. E apesar de Hermione só começar seu mês laborativo na próxima semana, decidiu acompanhar Harry para inteirar-se dos detalhes daqueles eventos que estavam tirando o sono da população bruxa. Como Chefe do Departamento, Harry anunciou que queria o auxílio dela em todo aquele caso . Era uma Auror excepcional, como ele mesmo reconhecia. Tê-la ao seu lado naquelas investigações, era tudo que mais precisava. Sempre haviam sido uma dupla imbatível e, agora, o seriam novamente.

-Bay, onde está o Kurtz? - Foi a primeira coisa que indagou, assim que pôs os pés na sua sala. Ralf Bay deu de ombros, desinteressado.

-Eu não faço ideia. Ele não apareceu mais aqui, desde aquele dia!

-Aquele filha da mãe levou a sério o meu conselho de não voltar! - Resmungou, contrariado - Tudo bem, Bay. A partir de hoje, não contaremos mais com os trabalhos do Kurtz. Minha antiga parceira está de volta! - Hermione sorriu, contente.

-Seja bem vinda, senhorita Granger. Todos aqui falam muito de você. Pelo que parece, é tão formidável quanto o próprio chefe. Fico feliz de tê-la em nossa equipe.

-Obrigada, Bay. Você é muito gentil - Cumprimentou-o com um aperto de mão - Mas não se apresse em seus elogios. Não sou nada demais. Harry é que sempre exagera…

-Não ligue para a modéstia dela - Harry piscou para o amigo - Ela é brilhante. A melhor parceira que já tive na vida, sempre! - Pontuou, fitando-a. Hermione pareceu corar ante o comentário. Ralf pigarreou, observando o clima diferente que pairava no ambiente. Sorriu, despedindo-se e deixando-os a sós. Não sem, antes, lançar um olhar zombeteiro a Harry.

-Vem, eu vou te mostrar sua nova sala! - Pegou-a pela mão e levou-a até uma sala ao lado da sua, muito maior do que a antiga que ela compartilhava com seus colegas, anos atrás. Ela dividiria a sala com outro Auror de sua categoria, Ian Lahn. Não o conhecia, todavia. Maior parte dos Aurores haviam sido substituídos desde a época em que deixara a Inglaterra. Poucos deles ainda integravam a equipe.

Minutos mais tarde, quando Harry desempacotou todos os relatórios do caso The Woods, ela concentrou-se a estudar cada um deles, muito intrigada.

Começou com os arquivos de Leah Morgan. A primeira vítima do Sir Jhones. Uma moça bastante jovem, alta e loira. O olhar doce fê-la comover-se. Uma jovem que tinha tudo pela frente... Mas as questões daquela profissão eram assim… Lidar com casos como o de Leah, sem deixar com que aquilo afetasse sua vida emocional. Já estava acostumada. Tentou apagar o choque da primeira impressão e leu o conteúdo do arquivo.

"Leah Morgan, vinte e oito anos, mestiça. Encontrada morta no Bosque de Black Dam, às dez horas e vinte minutos da manhã do dia quinze de dezembro de 2006. Apresentava sinais de violência e tortura, com lesões que se espalhavam desde as extremidades corpóreas até a cabeça. O laudo realizado pelo Ministério da Magia Britânico, no dia dezesseis de dezembro de 2006, certificou que a morte ocorreu por consequências generalizadas de um feitiço de ataque, que provocou o sangramento da vítima até a sua morte."

Hermione interrompeu a leitura, momentaneamente, pensativa. Se a intenção dele era matar, por que não utilizou-se de uma maldição mortal?

-Ele queria ver a vítima sofrer, agonizar, implorar por sua vida - Harry explicou, dando-se conta de suas incertezas - É assim que ele age, sempre. Tortura, machuca, o máximo que pode, durante dias. Depois, mata a vítima lentamente, assistindo-a agonizar até a morte! - Hermione tentou esconder uma expressão de repulsa, muito mal sucedida - Ele descreveu isso em seus bilhetes. Os bilhetes que deixa junto ao corpo de cada vítima.

-Há muito ódio em suas atitudes. Por que será? - Indagou outra vez, pensativa - Uma motivação que o leve à torturar tão terrivelmente essas pessoas. Ele as escolhe aleatoriamente? - Ela mais falava consigo mesma do que com Harry. O amigo alçou as sobrancelhas.

-É o que me pergunto, todos os dias. Há sempre uma semelhança entre as vítimas de todos os serial killers. Sempre um padrão a ser seguido. Sempre algo que motive o crime. Nesse caso, no entanto, não parece haver semelhança em nenhum dos casos. Algumas vítimas são mulheres, outras, homens. Uns são jovens, outros, idosos. Há vítimas nascidas trouxas, mestiças e sangue-puro. De todas as classes sociais, étnicas e filosóficas…

-Se não há um preceito físico em suas escolhas, deve haver algo mais íntimo. Algum desentendimento, talvez… Talvez como motivação de vingança contra cada uma dessas pessoas.

-É essa a linha com a qual temos trabalhado - Ele concordou - Mas, se existe uma motivação íntima, não conseguimos descobrir nada, até o momento. Muitas delas, aliás, os familiares afirmam, com convicção, que não possuíam inimizades ou qualquer motivo que fosse para uma possível vingança.

-Nem sempre há um motivo que julgamos idôneo…

-Hum? Como assim? - Indagou, incompreensível. Ela meneou a cabeça.

-Nada. Mas, você disse que ele tortura as vítimas por semanas? E que, quando desova um corpo, deixa um bilhete com sugestões de quem será sua próxima vítima?

-Assim é.

-Então, possivelmente, ele só deixa de jogar com uma, quando já tem outra em sua lista - Compreendeu, palpitando - E se suas ações têm se intensificado cada vez mais, isso significa que…

-Que possivelmente ele esteja com outra vítima neste momento - Harry complementou, assentindo e respirando profundo - E é isso que tem me deixado tão estarrecido.

Quem será sua vítima atual? Onde estará? Quando a matará? Teremos tempo de chegar até ele antes de que mais alguém morra?

Aquelas perguntas rondaram a cabeça de Hermione durante toda a noite. "Ele gosta de jogar, quer ver a vítima sofrer, agonizar, implorar por sua vida…"

Qual seria a motivação de Sir Jhones para cometer tanta atrocidade? Havia sempre uma motivação. Nenhum serial killer agia por impulso. Não. Calculava muito bem suas ações, seus passos, certificando-se de que tudo saísse perfeito. Era isso que garantia o seu anonimato, a sua segurança própria.

Podia passar dias, semanas, meses, planejando seu próximo atentado, contanto que tivesse a certeza de que tudo estaria dentro de seus planos, sem que fosse pego. Matar a sangue frio não era mera força de expressão, nesse caso. Esse assassino era mais que frio, era tenebroso, pernicioso, atroz…

Muito especulavam sobre as motivações de sua série de assassinatos. Imaginou que, talvez, nunca encontrassem a resposta sobre o que o impulsionou à começar aquele suplício contra suas vítimas. Acreditava que, a motivação de um criminoso, seria sempre e exclusivamente compreendida apenas por ele próprio. Quem entenderá a mente de um psicopata?

Gürsu, Outono, dezembro de 2006.

Ele deteve-se ao seu lado, passando-lhe um copo com bebida cafeinada. A amiga o agradeceu, sorrindo. Segurou o recipiente entre as mãos, permitindo com que as aquecesse a gelidez da manhã . Discorreu o olhar pelo asfalto molhado, aproveitando o vento que espargia a umidade decorrente das últimas chuvas.

-Alguma novidade?

-O comissário Mehmet trabalha com a possibilidade de um sequestro.

-Um sequestro? Duas semanas sem nenhuma ligação, nenhum pedido de resgate?

Ela deu de ombros, pensativa.

-A senhora Aslan disse que a viu pela última vez antes de sair de compras. Ela estava em casa. E logo, quando retornou, uma hora mais tarde, já não estava - Repassou mentalmente o caso, falando em voz alta. Sinan virou-se e fitou-a.

-Por que um sequestro? Ela não teria saído para a rua, igualmente? Talvez logo que a senhora Aslan deixou a casa...

-Sinan, nenhum trouxa desaparece do nada, sem deixar rastros. Se ela houvesse saído, alguém a teria visto. No mínimo, alguém saberia informar qualquer coisa. Já se passaram duas semanas…

-Mas não há registro de nenhum depoimento novo, nesses últimos dias, suponho…

-Não há - Ela afirmou e logo se sobressaltou, lembrando-se de algo importante - Ah! Esqueci de contar-te… Um vizinho de Raif me abordou três dias atrás, desejando prestar um depoimento suspeito - O amigo franziu a testa, pondo atenção ao assunto - Disse ter avistado um carro estranho rondando a região, durante vários dias antes do ocorrido.

-De verdade? Poderia significar alguma pista?

-Não sei bem. É o único que diz ter visto qualquer coisa. Nenhum outro vizinho apareceu com as mesmas suposições. Apenas ele. Ali Sayid, esse é o seu nome... Mehmet está verificando as câmeras de segurança do bairro, afim de ver se encontra algo suspeito.

-Hum… Pelo menos temos uma pista. Tudo se inicia por uma pista, por mais isolada que seja, não?

-Pode ser, Sinan. Mas… - Ela hesitou, por alguns instantes, fitando-o.

-O que foi, aşkım?

-Não, não é nada. Apenas uma bobagem… Talvez uma ideia preconcebida que eu tenha feito sobre Sayid. Vamos voltar ao Ministério. Quero conversar com Raif sobre isso."


Notas Finais


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