1. Spirit Fanfics >
  2. Into Your Spell >
  3. Trouxas

História Into Your Spell - Trouxas


Escrita por: baozisung

Notas do Autor


hsafjksaehkj se esse capítulo existe é pra quebrar a expectativa e destruir as teorias de algumas pessoas que comentaram no segundo cap, sinto muito
boa leitura e obrigada a quem está acompanhando!! sz

Capítulo 4 - Trouxas


Estávamos certos: assim que cheguei em casa, começou a chover. Era apenas uma garoa, contudo, foi o suficiente para minha mãe ir desesperada recolher as roupas do varal e meu pai, trancar Pulguento para dentro de casa.

— Ô, Pulguento... — ele murmurava a cada cinco segundos, secando-o com uma toalha velha. — Não precisa ter medo, não, ‘tá bom, meu filho?

— Pai. — Acabei rindo. Ele me olhou, também dando risada.

— Eu tenho que confortar ele, não acha?

— Está 100% certo, com certeza. — Sorri. — Ele vai dormir comigo.

— Jeno, são oito horas da noite, você já vai dormir? — perguntou, chocado. Eu dei risada e, enquanto preparava um pouco de achocolatado para mim, respondi-o:

— Ainda não. Vou ler, mas estarei no quarto. Aliás, quero a companhia dele.

— Leva os potes de ração e água, tudo bem? — aconselhou e eu concordei.

— Vou encher tudo para ele passar a noite. — Assegurei e, após ele julgar que o pelo de Pulguento estava seco o bastante, continuou falando: — Lembre-se de levar a caminha dele.

— Não se preocupa, pai. — Ri e ele bagunçou meu cabelo pouco antes de ir para a sala de estar, provavelmente para voltar a assistir ao jogo de vôlei.

 

...

 

— Onde está?... Onde está?... — perguntei-me, caçando entre as estantes.

Meu quarto sempre foi um tanto organizado e um tanto bagunçado, mas, de alguma forma, ele estava mais bagunçado do que qualquer outra coisa naquele momento. Revirava minhas gavetas em busca do livro.

Jaemin me deixou com vontade de reler As crônicas dum bruxinho em treinamento. Era um clássico, toda e qualquer criança já leu esse livro — e, se não leu, com certeza lerá.

Era um tanto curioso, visto que a história foi escrita por um bruxo de verdade. Porém, de algum jeito, os trouxas conseguiram se identificar com a maneira como os bruxos foram descritos e adotaram-no para estabelecer o estereótipo de bruxaria.

— Ah! O baú! — Lembrei-me da existência do baú do meu quarto.

É como se ele tivesse sido enfeitiçado — mesmo quando parece cheio, consegue comportar mais coisas. Suspirei e comecei a tirar algumas coisas de dentro dele.

Tênis antigos, brinquedos de ação de super-heróis, tudo que você pode imaginar. Vi, também, alguns livros antigos. Aquilo me animou para continuar procurando.

Contudo, como a sorte está sempre do meu lado, a chuva apertou e, consequentemente, a energia foi para o saco. Já estava de noite — eram oito e meia — e eu tive de interromper a minha busca.

— Ah, que beleza... — Suspirei e, agora, fui atrás da minha varinha, para iluminar o baú. — Pulguento, onde você está? Não quero pisar em você, garoto... — chamei pelo animal e logo senti uma textura áspera e molhada em minha perna. — Aí está você. — Sorri, pegando-o no colo. — Agora falta achar a minha varinha.

Com ele no colo (lambendo meu rosto, é claro), tateei a cama, procurando minha varinha. Ela parecia estar em lugar algum, mas, então, me lembrei de que havia a guardado na gaveta.

Foi por uma razão estranha. A guardei lá para que eu conseguisse encontrá-la rapidamente, caso precisasse, mas não pareceu funcionar.

Lumos maxima — pronunciei e, assim que a luz branca saía da ponta da varinha, coloquei Pulguento no chão. Olhei para a minha cama, esta estava cheia de coisas que não via há anos, e suspirei. — De volta à busca...

 

...

 

Narrator p.o.v.

— Quem será que está batendo na porta a esse horário, meu Deus do céu?... — a Sra. Lee divagou, segurando uma vela enquanto se direcionava à entrada de sua casa.

Abriu a porta e deparou-se com Jaemin. Após arregalar os olhos e puxá-lo para dentro, passando a mão em seus braços numa tentativa falha de aquecer o garoto que tremia, indagou:

— Jaemin, querido, o que está fazendo aqui? — O garoto sorriu amarelo e passou a mão pelo cabelo molhado.

— As lanternas de casa estão sem pilha — começou a falar — e só temos duas velas. Gostaria de saber se a senhora tem algumas para nos dar.

— Infelizmente — ela sorriu, compadecida e tocada pela doçura do menino —, usamos as últimas velas hoje.

— Ah, sim... — ele sorriu sem mostrar os dentes. — Obrigado, senhora Lee.

— Espera... — ela murmurou e ele olhou para ela novamente. — Talvez o Jeno tenha. Devem ter umas velas no baú do quarto dele. Pode ir lá.

— Obrigado, senhora Lee! — Jaemin sorriu para a mais velha, que fechou a porta.

— Peça para que ele o seque também, por favor. Não fique passando frio assim à toa, Jaemin. E tome cuidado com as escadas! Está escuro.

— Tudo bem. — Ele agradeceu mais uma vez e subiu as escadas, atrás do quarto de Jeno, descobrindo, com sorte, logo ser a primeira à esquerda.

 

...

 

— Jeno? — Jaemin tocou na porta e fez questão de chamar pelo garoto, mas, de tão concentrado que este estava, não ouviu.

Quando Jaemin entrou, deparou-se com o garoto moreno, curvando-se para olhar para dentro do baú. Jeno, ao sentir o vento de fora bater em suas pernas e ouvir uma risadinha, virou-se para trás, apontando a varinha para o desconhecido.

— Quem vem lá?! — Ao descobrir se tratar de Jaemin, o coração de Jeno parou. Não só pelo fato de ter se lembrado do beijo trocado mais cedo, mas por estar com a sua varinha em mãos.

— Jeno, você... — Jaemin interrompeu a própria fala, sem saber o que falar ao certo.

— J–Jaem– — Jeno gaguejou. — Hahahaha... — Riu nervosamente. — Tudo bem?

— Jeno, o que... — Jaemin não conseguia formular frase alguma.

Jeno suspirou e, olhando para a varinha, rendeu-se. Aproximou-se de Jaemin, este que permaneceu estático, e colocou a mão em seu ombro.

— Sente-se — falou, apontando para a cama. — Tenho que te explicar algumas coisas.

 

 

...

 

Jeno p.o.v.

Após explicar para Jaemin algumas coisas sobre o mundo mágico e provar para ele que, sim!, eu era um bruxo e que, sim!, magia existe, consegui fazer com que ele se acalmasse. Bem... ele se acalmar é algo que varia de interpretação para interpretação, é claro.

— Você pode voar em vassouras? Você pode conversar com animais? E fazer poções? — Jaemin perguntava. Eu apenas concordava, rindo de sua empolgação. — Por que não me contou antes, Jeno? Eu iria querer saber! Poxa, nós conversamos sobre isso! Você disse que me contaria se fosse bruxo e precisasse de ajuda. Jeno, eu sou o próprio Chenle, meu Deus, Jeno, eu–

— Jaemin, pelo amor de Deus — dei risada, acalmando-o —, respire.

— Desculpa, é que eu... — Jaemin parou de falar subitamente. Eu olhei para ele, esperando uma continuação. — Mas, sério, por que nunca me contou? — indagou, olhando-me seriamente. Eu respirei fundo.

— É contra as regras.

— Que regras?

— Do Ministério da Magia, Jaemin. É crime um trouxa saber sobre o mundo mágico — disse, lembrando-me do porquê eu me senti tão nervoso quando o vi na porta do meu quarto.

— Trouxa? — Ele riu. — Então é assim que eles nos chamam?

— Que nós os chamam... — murmurei e Jaemin levantou-se da cama.

— Posso pegar sua varinha? — perguntou.

Nox. — A luz, antes tão brilhante, apagou-se. — Jaemin, por que veio?

— Jeno, por que está agindo assim? — indagou e eu suspirei outra vez. — O que foi?

— Jaemin, você não deveria saber... — murmurei, temendo pela pior das ações do Ministério.

— Mas, Jeno, eu sou próximo de você. Não tem problema, tem? — Senti que, finalmente, ele se tocou do problema que aquilo significava.

— As regras são claras: — falei, levantando-me. Apesar de não conseguir o ver devido à escuridão, pude dizer que ele também se levantou e estava em minha frente — nenhum trouxa além dos pais do bruxo devem saber sobre o mundo mágico.

— E aí? — ele perguntou, diminuindo o tom de voz como se ninguém pudesse nos ouvir. — O que vai acontecer? Jeno, eu não quero morrer.

— Você não vai morrer, Jaemin. — Acabei dando risada. O ser humano era engraçado quando se tratava do desconhecido.

— Jura? — Ele aproximou-se de mim e senti suas mãos em meu rosto. Eu sorri fraco, após agradecer mentalmente por ele não conseguir notar a diferença das tonalidades entre minha pele e minhas bochechas.

— É claro, Jaemin... — falei baixo, segurando, então, sua cintura e começando um abraço desajeitado. — Eu te prometo.

— Jeno?... — ele chamou.

— O quê?

— Existe, então, uma poção de cura? — perguntou e, após sentir sua respiração contra meu rosto, sorri, entendendo a linha de raciocínio.

— Existe... — Sorri e coloquei uma mão em sua cintura. — Pode se entregar para mim sem medo, Jaemin. Está seguro.

— Que bom... já não estava mais aguentando — revelou segundos antes de unir nossos lábios outra vez.

Nosso primeiro beijo foi curto e, digamos assim, até fofo. Esse, em contrapartida, parecia muito mais intenso.

Segurando sua nuca e, de vez em quando, puxando alguns fiozinhos em reflexo às sensações trazidas do beijo, eu o trazia para perto cada vez mais. Sorri em meio ao beijo e acabamos interrompendo-o por causa disso.

— Jeno, você tem que parar de sorrir... — falou, soando bravo. — Eu quero te beijar, poxa...

— Jaemin? — chamei e senti seu olhar pesar sobre o meu. — Eu não vou me esquecer de você.

— O quê? — perguntou e seu tom de voz parecia o de alguém confuso. — Eu também não vou, Jeno. Oras, por que está dizendo isso? — disse e eu sorri, puxando-o para outro beijo.

Dessa forma, beijando-o, conseguia calar sua boca e, também, calar minha mente, que parecia um breu toda vez que eu sentia seus lábios contra os meus e, especialmente, sua língua contra a minha.


Notas Finais


:)))


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...