Cena 01 - Casa de Diana - Dia.
Diana estava frente a frente com seu irmão. Os olhos da protetora penetravam com firmeza os de Marcos.
- Eu sou a sua irmã e você só me conta isso agora? Faltam Oito dias para o seu casamento com a Selma. Tudo bem que ela não é nenhuma flor que se cheire, tem aquele nariz para cima, mas é um pouco tarde para desistir, não é?
- Eu tenho meus motivos, Diana. A Selma estava passando dos limites e eu não aguento mais!
Diana pega na mão do irmão.
- Eu serei a pessoa mais feliz desse mundo se quiser desistir de casar com aquela louca, mas você tem que decidir se é isso o que você quer ou vai esperar o dia do casamento para dizer não?
- Eu vou conversar com a Selma imediatamente, não podemos continuar desse jeito, eu amo mesmo assim, mesmo com esse jeito difícil que ela tem.
Diana então bate levemente do ombro do irmão.
- Se é assim, faça-a mudar, eu acredito que seja uma tarefa bem complicada, mas ela tem que ter controle de se.
Marcos sorriu para a irmã e os dois se abraçaram.
- Obrigado por sempre me apoiar, eu amo você!
- Você é meu irmão mais novo, tenho o dever de protegê-lo do mundo. Bem, eu tenho uma imensa pilha de louça para lavar.
- Eu também tomei outra decisão! - Continuou Marcos
- Qual? - Perguntou Diana atentamente.
- Eu vou renunciar o meu cargo de presidente da Monteiro, eu não quero mais, eu quero seguir meu próprio caminho sem depender da Selma.
- Você sabe o melhor para você e estarei ao seu lado sempre!
Cena 02 - Casa de Diana - Cozinha - Dia.
Diana estava sozinha agora e lavava com cuidados os pratos em cima da pia. Rubens chegou por trás lhe dando um cheiro, pegou um copo e depois encheu de água.
- Não vai trabalhar hoje? - Diana perguntou sem olhar para o marido, pois estava ocupada com a louça.
- Estou me dando uma folga, eu mereço porque trabalho como um escravo e não sou reconhecido.
Diana fechou a torneira e fitou o marido que acabara de reclamar.
- Não cansa de reclamar Rubens? Você tem um ótimo trabalho e pronto!
- Eu ouvi o Marcos dizer que vai renunciar a presidência, isso é verdade? - Perguntou por curiosidade.
Diana pensou antes de responder.
- Ele estava um pouco de cabeça quente, mas vai se entender com a Selma e não vai deixar a presidência, tenho certeza sobre isso.
Cena 03 - Mansão de Selma - Tarde.
Selma entra sorridente e encontra a governanta na sala a sua espera. Vera observa a patroa indo ao bar, onde enche um copo com um pouco de bebida.
- O que aconteceu? Não sabia que tinha voltado a beber. - Perguntou à senhora.
- Eu não sei se estou feliz, não sei se estou triste, mas eu estou bebendo! - Disse sorrindo.
Vera se aproximou da patroa e tomou o copo.
- Desculpe, mas sabe que não pode beber! - Ela deixou o copo em cima da mesa de centro.
Selma fitou a governanta e furiosa derrubou a garrafa no chão.
- Ó-D-I-O! - Gritou. - Eu não dei permissão para você me controlar, quem pensa que é? Eu não quero ninguém dizendo o que tenho que fazer e se eu quiser beber, eu irei beber.
- Eu só quero o seu bem, Selma!
- Eu não estou bem, não estou. O Marcos não me liga há dias, o casamento está chegando, não sei ainda se subo ao altar, serei uma noiva abandonada, hoje fui provar o vestido e estou completamente desolada.
- Eu mesma irei falar com o Marcos! - Disse Vera.
- Não, eu mesma irei exigir uma posição porque não sou mulher de esperar! - O telefone tocou. - Será que é o Marcos?
- Eu vou atender! - Disse Vera.
- Não, eu mesma irei! - Respondeu Selma que tirou o telefone do gancho. - Alô? - A expressão dela mudou após ouvir e deixou o telefone cair.
- Quem era? - Perguntou Vera bastante preocupada e curiosa.
- Eu não sei... Não se identificou, mas disse coisas horríveis. - Disse Selma assustada.
Cena 04 - Faculdade - Tarde.
Daniel largou sua mochila na grama e sentou diante de uma árvore que ali havia, em seus pensamentos, só vinha à imagem de Júlia.
- Você não poderia ter ido embora, eu sei que a culpa é minha, mas o meu amor por você estava cada vez mais rápido. - Disse Daniel quase aos prantos.
Júlia sorria para ele enquanto tocava "Innocence". Ele segura a câmera e ela posava para o ensaio.
- Eu não te imaginava encontrar aqui! - Ele disse.
- Muito menos eu! - Ela respondeu sem olhar para Daniel.
Gabriela chegou por trás e vendou os olhos do namorado com suas mãos. Ele as tirou em seguida e viu o rosto dela.
- Gabriela!
- Eu te vi de longe tão sozinho, tão lindo e achei que precisasse de um pouco de companhia.
- Eu estou bem aqui! - Ele respondeu sem graça.
- A Júlia foi embora, quem diria? Ainda bem que não vou olhar mais para aquela retardada.
Daniel levantou-se da grama e fitou a namorada.
- Como você consegue ser desse jeito?
- Desse jeito como? Eu só disse a verdade, aquela doente mental estudou há tempos aqui e você veio reparar nela agora? Por favor!
- Eu quero ficar sozinho, pode ser?
Gabriela se irrita e vai embora. Ela para um pouco e de repente seu corpo está estendido no chão após um desmaio.
Cena 05 - Aeroporto - Tarde.
Norma acabara de desembarcar de seu voo, ela veio de Paris e está descendo a escada rolante com um enorme sorriso estampado no rosto. A mulher está usando um salto alto e um vestido vermelho longo, ela acena para a multidão e Lauro sai para abraça-la.
- Hello, I’ts me! – Disse beijando o amigo no rosto.
- Norma Jean! Você sabia que está cada vez mais linda? - Os dois continuaram a se abraçar.
Norma pegou sua mala e caminhou com o amigo pelo imenso aeroporto, ela tinha uma voz alegre e estava bastante sorridente.
- Há muito tempo que eu não ponho os pés nesse País, o que me conforta é que será por pouco tempo, como você está Laurinho?
- Como você pode ver, eu estou vivo!
- E aquela doida não veio me buscar? Ela sabia que eu ia chegar hoje. – Questionou sobre Selma.
- Estamos um pouco afastados, mas eu liguei para a casa dela e a governanta contou que ela passou na costureira responsável pelo vestido de noiva.
- Eu não vejo a hora de rever a minha amiga! – Disse alegre.
Os dois chegaram ao estacionamento, Lauro guardou a mala e Norma entrou no carro.
- Eu tenho certeza que você estava com saudades da sua cidade natal!
- Meu amor, nada se compara a Europa! – Contestou.
Cena 06 - Shopping - Tarde.
Mirtes está passeando com sua sobrinha Letícia e entra em todas as lojas por onde passa. A senhora prova todos os óculos e Letícia parece um pouco entediada.
- Ânimo nessa cara menina! - Disse Mirtes usando um óculo de oncinha.
- Eu não gosto muito de andar em shoppings e a senhora não deveria gastar tanto assim. - Disse Letícia.
Mirtes apreciava uma bolsa de couro e arregalou os olhos para a sobrinha.
- Eu não acredito, nunca tive um desse na minha vida, agora posso meu bem, estou sem emprego, mas tenho o meu seguro.
- Tia Mirtes! - Repreendeu Letícia.
- Por isso mesmo, ainda não conseguiu outro trabalho, o seguro não é para sempre!
- E por isso mesmo você não vai largar o seu ótimo emprego de secretária do Marcos!
- Eu não posso mais trabalhar para o Marcos e a senhora sabe muito bem disso.
- E como vai conquistar ele? Não seja tola Letícia.
- O Marcos ama a Selma e os dois merecem ficar juntos. - Disse Letícia conformada.
Cena 07 - Mansão de Selma - Noite.
Selma desce as escadas usando um vestido branco, ela para no último degrau um pouco pensativa. A campainha toca e ela vai em direção à porta, quando abre fica diante de Marcos, ele segurava um buquê de rosas.
- Marcos?! - Disse com um sorriso na voz.
- Eu sei que demorei um pouco, mas eu estou aqui meu amor, eu não quero perder mais tempo algum com você!
Selma escondeu o rosto com as mãos atônitas com a surpresa de seu noivo, ela olhou para ele e os dois se beijaram ao som de Everybody's Change. O buquê caiu sob o chão.
- Eu pensei que nunca mais fosse sentir o como era o seu beijo, como era cada detalhe do seu rosto, do seu corpo, eu te amo Marcos!
Ele passa o dedo delicadamente nos lábios da amada e sorri.
- Promete que não vai deixar nada atrapalhar o nosso amor?
- Marcos! - Ela fechou os olhos e disse algo no ouvido do rapaz. - Eu não quero mais te chatear, eu só quero te fazer feliz para sempre.
Ele continuou olhando nos olhos da amada, uma lágrima escorreu dos olhos dela e os dois voltaram a se beijar.
Cena 08 - Bar - Noite.
Rubens estaciona o carro e entra em um bar. Diana está dentro de um táxi e acompanha tudo dentro do carro quando uma mulher se aproxima de seu marido.
- Eu pensei que fosse me dar um bolo! - Disse a mulher segurando um cigarro entre os dedos.
- Você sabe muito bem que cumpro as minhas palavras! - Disse Rubens.
Ele puxou a mulher que sentou em seu colo e acariciou seus seios.
- Tem presente para mim? - Questionou a mulher.
Tocava uma música animada e Stefani beijou o amante. Diana engoliu o choro e o taxista olhou pelo retrovisor.
- Está tudo bem, senhora? - Perguntou o motorista.
- Eu já vi tudo que eu tinha para ver, por favor, me leve a outro lugar! - Implorou Diana.
Cena 09 - Mansão de Selma - Noite.
Vera fazia sala para os convidados. Norma e Lauro conversavam sobre coisas aleatórias, então Selma desceu com seu vestido vermelho com um decote peculiar.
- Desculpem pela demora! - Disse descendo lentamente.
Norma levantou vibrante do sofá para abraçar a amiga.
- Selma, eu estava com tantas saudades suas!
- E eu estou muito feliz por você ter vindo, afinal você deixou Paris para o meu casamento!
As duas sentaram fazendo companhia a Lauro. Vera caminhou até a patroa.
- Posso mandar servir o jantar? - Perguntou a governanta.
- Espere um pouco, Vera. Eu quero matar um pouco de saudades da minha amiga!
- Tudo bem, quando quiserem é só me chamar! - Disse Vera ao sair.
Lauro segurou a mão de Selma e não conseguiu evitar um constrangimento. Norma tentou disfarçar e pegou uma caixa para a amiga.
- Pra mim? - Perguntou Selma curiosa.
- É um presente simples, mas é de coração! - Disse Norma.
- Meu deus, um colar de esmeralda? Eu não acredito no que estou vendo. - Disse Selma ainda surpresa.
Cena 10 - Casa de Diana - Noite.
Marcou pegou as chaves e abriu a porta, ao entrar ele encontrou a irmã acordada sentada na poltrona da sala. Ele fechou a porta e se aproximou dela.
- Ainda acordada? Já é um pouco tarde. – Disse ele fazendo barulho com as chaves.
Diana olhou para o irmão.
- Não estou conseguindo dormir, estou preocupada com o Daniel, esse menino saiu e não disse para onde foi. – Ela mentiu, não era o verdadeiro motivo de sua preocupação.
- Quer que eu converse com ele? – Tentou ajudar.
- Não precisa meu irmão, vá dormir e descanse, sei que o seu dia foi longo e cansativo. – Ela apertou sua mão o confortando.
- Está bem, até amanhã!
Ele a beijou em seu rosto e saiu da sala indo diretamente a seu quarto. Ela olhou em sua volta e viu vários retratos ao lado do marido, um dia na praia, no parque quando o filho era mais novo e até no dia de seu casamento, quando uma lágrima escorreu de seus olhos e ela se viu obrigada a enxugar com a própria mão.
- Será mesmo que eu mereço tudo isso que está acontecendo? – Perguntou a si mesmo.
Rubens abriu a porta encontrando a esposa na sala, os dois se fitaram e os dois já estavam frente a frente.
- Está um pouco tarde para ficar acordada meu amor, o que houve? – Perguntou ele.
- E não está um pouco tarde para chegar a essa hora? – Ele respondeu com outra pergunta.
- O trabalho... O trabalho hoje foi insuportável, tanta coisa que eu tive que resolver e eles não resolvem sem mim. – Respondeu enquanto tirava sua camisa.
- Trabalho Rubens? Eu não sabia que você trabalhava agora em bares, pode me explicar isso?
- O que? Eu não estou entendendo! – Ele se fez de desentendido.
Continua...
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