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História Inverso II - Auto aceitação e casamento do melhor amigo. - 2


Escrita por: netfeellix

Notas do Autor


Oi oi gente, ontem eu postei uma 2Won chamada Inverso e depois que eu a postei eles me inspiraram tanto que eu continuei escrevendo a mesma história só que com outro foco e saiu uma Inverso II com dois anos se passando a história. Pq eu não quis continuar como uma fic de capítulos? Porque eu não sei se eu vou continuar escrevendo, pode ser que minha criatividade tenha acabado aqui e eu não ia querer deixar vocês esperando por uma coisa que não iria ter. Bom é isso, eu não vou prometer nada, mas se minha criatividade continuar pode ser até que role uma Inverso III mas não vou dar certeza não.

Boa leitura, amo vocês.

Capítulo 1 - 2


Fanfic / Fanfiction Inverso II - Auto aceitação e casamento do melhor amigo. - 2

Inverso II

(Auto aceitação e O casamento do meu melhor amigo)

 

Você deve estar se perguntando o que aconteceu comigo e com Wonho. Tudo bem eu conto para você.

A um bom tempo atrás, para ser mais preciso quando eu tinha 20 anos eu trabalhava em uma boate de strippers, uma noite Wonho me solicitou e pagou o dobro do preço da casa para me levar embora, qual não foi a minha surpresa quando ele disse que não havia pago pela noite de sexo e sim para me tirar daquele lugar? Desde então eu e ele estamos juntos mesmo que tudo tenha começado do avesso.

**

Acordei com a pior das dores de cabeça, era a dor de cabeça mãe mas eu não podia simplesmente esquecer que eu ainda tenho que trabalhar, tentei levantar, só tentei mesmo já que Wonho fazia questão de me agarrar e não deixar que eu levantasse da cama, eu queria dar era uma cotovelada nas costelas dele, mas ele estava tão bonitinho dormindo agarrado em mim que eu fiquei com dó.

- Amor, eu tenho que levantar.

- Não tem não Won.

- Tenho sim. Eu tenho que trabalhar.

- Não tem se não quiser.

- Eu já disse para parar de dizer isso que eu fico com raiva. Me solta.

Levantei mesmo contra sua vontade e fui tomar meu banho. Wonho e eu não moramos juntos, eu ainda moro no mesmo apartamento de antes, no mesmo bairro ruinzinho de antes, mas eu confesso que passava aqui a maior parte do meu tempo, mas as vezes as coisas que Wonho me dizia me deixava triste, como dizer que eu não preciso trabalhar, o rico é ele não eu e depois do episódio das minhas contas e da minha faculdade eu não me via no direito de pedir mais nada para ele, mesmo que isso eu não tenha pedido. Sabe, as vezes eu ficava chateado com ele por conta disso. Eu estava atolado de contas a dois anos atrás e ele pagou tudo, quitou minha faculdade e ainda me comprou a melhor câmera profissional disponível no mercado e mesmo que eu não houvesse pedido nada disso eu havia aceito e isso começou a me fazer sentir culpado como se nenhuma das minhas conquistas fosse realmente minha.

Saí do banheiro escovando os dentes, ele não estava mais no quarto com certeza estava na cozinha fazendo nosso café. Isso me fazia sentir ainda mais culpado não pelo café e sim porque ele sempre faz de tudo para me ver sorrir mesmo que isso inclua comprar um jatinho com meu rosto esculpido, mas ele não entende que eu não ligo para o dinheiro eu gosto dele, do que Hoseok é não do que ele pode dar para mim. Estava encostado no batente da porta quando ele notou minha presença, eu já não conseguia esconder que alguma coisa estava me incomodando então apenas me sentei e comecei a comer.

- Amor, o que foi?

- Nada.

- Aconteceu alguma coisa sim, você está estranho desde ontem.

- São uns problemas na agência, não tem nada a ver com você pode ficar tranquilo.

- Se você parasse de trabalhar tanto e ficasse aqui comigo não teria esses aborrecimentos.

Olhei para Wonho como se quisesse enforcar ele negando com a cabeça e sorrindo de nervoso.

- Para com isso Hoseok. Para de comandar minha vida.

- Como assim?

Tomei mais um gole de café pegando minha bolsa pronto para sair. Antes parando de novo no batente da porta.

- Wonho eu não sinto que nada que eu tenho seja fruto meu, tirando o apartamento que eu mesmo pago o aluguel tudo que eu tenho você quem me deu. Se amanhã ou depois terminarmos eu vou ficar achando que você bancou minha vida, eu não quero isso.

- Você quer terminar?

- Jesus, não. Eu amo você, mas eu amo o Hoseok bebê que faz manhã para levantar não o que me da uma pulseira de ouro 18k. Sabe eu amo o Hoseok não o Wonho.

Saí do apartamento secando os olhos, nada ali era meu, talvez nem ele fosse meu mais.

 

**

 

Como todos os dias antes de ir trabalhar eu passava na cafeteria do Minhyuk para dar um “oi”, mesmo que hoje não fosse o melhor dia eu tinha que ver meu amigo era cedo ainda e talvez ele me ajudasse com isso.

Entrei e aquele cheirinho de café recém feito tomou conta de mim me fazendo sorrir, o sininho na porta de entrada fez a atenção se voltar para mim e Minhyuk que estava do outro lado do balcão veio em minha direção me abraçando.

- Hyungwon quando tempo eu não te vejo? Vinte e quatro horas inteiras. Sem nenhuma mensagem, já não me ama mais?

- É claro que eu amo, com todo respeito Shownu – acenei para ele na porta da cozinha – É que aconteceram algumas coisas. – Eu não sabia disfarçar tristeza, ainda mais se fosse para o Min, ele me conhecia mais do que eu mesmo.

- A loja ainda não abriu, senta vamos conversar, se precisar nós abriremos mais tarde.

- Não quero que perca clientes por que eu estou aqui.

- Por favor Chae, você é meu amigo e também os clientes vão entender. Mas vamos lá me conte.

Eu e Minhyuk nos sentamos e eu contei tudo para ele enquanto tomávamos café puro. Desde que Minhyuk me aceitou na casa dele anos atrás eu nunca consegui esconder dele, talvez ele e Shownu fossem minha família aqui, talvez não, com certeza eles eram, depois que a minha me virou as costas eu sempre contei com Min e com Shownu para me ajudar, até no Natal passávamos juntos como uma família, eu, eles, Mia e Bruce os gatos. Min era tudo que eu tinha ele e Shownu eram as melhores definições de que amigos são a família que nós escolhemos para ficar. Quando terminei de contar a história já estava sendo abraçado por um Minhyuk choroso e um Shownu protetor.

- Não chora. – Shownu secou minhas lágrimas. – Nós entendemos como se sente. Quando eu vim para cá e Min pagava tudo quando íamos sair eu me sentia impotente também, mesmo que em uma escala menor.

- Sim ele tem razão isso acontece com todo mundo, nada que uma conversa não de jeito. Você só não pode ficar assim todo borocoxô.

Sorri e dei um beijo na testa deles me despedindo e enfim indo trabalhar. A agência era no centro da cidade o que facilitava o acesso de qualquer região que eu estivesse por isso eu sempre ia ver Min já que a cafeteria era perto de uma estação de metrô, assim que me sentei no banco da janela e enfim coloquei meus fones eu lembrei e listei tudo que Wonho já tinha feito por mim, incluindo pagar minhas contas.

- Quitou minha faculdade.

- Pagou tudo que eu estava devendo para o banco.

- Me deu um carro no meu aniversário.

- Uma pulseira 18K no dia dos namorados.

- Um jantar caríssimo no aniversário de namoro.

- Uma viagem para o Caribe nas férias.

E mais um milhão de coisas, mas só uma vez nós ficamos apenas deitados na cama assistindo a filmes e isso fazia muito tempo.

Bom, se eu quisesse trabalhar e render eu tinha que esquecer dele por um tempinho e assim que eu pisei na empresa eu fiz questão de apagar Wonho da minha cabeça e focar somente nas minhas fotos. Entrei a sala onde eu guardava minhas coisas encontrando com Yonho, ele era um dos modelos de lá e vivia dando em cima de mim mesmo que eu sempre deixasse bem claro que eu tenho namorado e que eu o amo. Era como se eu não falasse nada, ele também tira minha paciência as vezes.

- Bom dia hyung.

- Bom dia Yonho.

- Parece abatido, brigou com Wonho hyung?

Atrevido esse menino.

- Não briguei com ninguém e mesmo que tivesse brigado isso não é da sua conta não é mesmo?

Ajeitei o foco da lente e sai daquela sala antes que eu pulasse no pescoço de alguém. Era incrível como naquele dia tudo e todos tiraram um tempinho para me irritar. Eu tinha que tirar fotos, tinha que me desestressar antes que eu fizesse alguma loucura de verdade. Ainda bem que minha modelo havia chego cedo e assim pudemos começar as fotos cedo também.

Minha carga horária era de seis horas logo as seis da tarde eu estaria saindo do trabalho mas eu sempre ficava para editar as fotos e não deixar acumular trabalho, ou seja, eu que fechava aquele lugar chegando a ficar por lá até as nove ou dez da noite. Aquele dia eu não fiquei sozinho como em todos os outros, dessa vez Gun, um outro fotógrafo ficou também. Ele era o mais legal de lá, acho que a única pessoa, tirando minhas modelos, que eu suportava, fazia um tempo que eu queria trocar de agência mas nunca ousei contar isso para Wonho ou era capaz dele comprar o prédio para mim e me deixar construir minha própria agência, torci o nariz só de pensar.

- Bom, já que não temos horas para ir embora. Te trouxe café. – Gun colocou o americano do meu lado e se sentou em sua mesa que não fica tão longe da minha.

- Obrigada Gunhee.

- Aigoo, não me chama assim, odeio esse nome.

- É eu sei faço para provocar mesmo.

- Se não fosse mais velho ia se ver comigo.

Sorri e continuei a trabalhar. Ele tinha razão já era tarde quando saímos de lá, dei tchau a Gunhee e peguei meu caminho, se eu quisesse chegar em casa tinha que correr para o metrô. Eu nunca fui bom em corrida e só de correr por uns metros até a estação já me deixaram cansado, agradeci que o trem não demorou para chegar e assim eu pude me sentar e dormir até a minha estação, que era a última.

**

Um banho era tudo que eu precisava para dormir bem. Hoje é sexta e se fosse um dia comum eu iria para o Hoseok e ficaria por lá até domingo a noite, mas eu ainda estava com “raiva” dele então resolvi vir para casa mesmo. Reguei minhas plantas, troquei a água da varanda para os passarinhos da rua e varri as folhas que caíam anunciando a primavera me sentei no chão de madeira depois de terminar e fiquei observando o céu, azul escuro e limpo. Tudo na minha vida voltava a tona, tudo que eu já fiz tudo que eu queria fazer, eu me sentia invisível para todos que não fossem Shownu e Minhyuk. Eu nunca ganhei muito nem no mercadinho, nem na boate e esse apartamento foi um achado, somente os dois sabiam de tudo que eu passei e do nada veio Wonho e derrubou todos os alicerces da minha vida, mas eu não conseguia ter raiva, eu só conseguia ter pena de mim por não ter me resolvido antes que ele me resolvesse, eu sou um problema meu ele não tem que bancar o matemático e tentar achar um algoritmo que me decifre. PORRA WONHO EU NÃO SOU MATEMÁTICA.

Lembrei-me de olhar o celular só depois que já estava com meu café quentinho embaixo das minhas cobertas quentinhas. Haviam chamadas e chamadas perdidas do Hoseok ao longo do dia, algumas mensagens do Minhyuk dizendo que Wonho estava me procurando e outras do Shownu chamando ele de chato. Sorri com essas, concordo Shownu as vezes Hoseok é chato.

Estava quase pegando no sono quando senti seu cheiro na minha camiseta, era aquela a primeira que ele me emprestou quando dormimos juntos a primeira vez, acho que começamos errados dali, o inverso me assusta, Hoseok me assusta, mas eu não consigo desviar desse desastre natural que ele é.

 

**

 

Sábados de manhã deveriam ganhar um premio de melhor dia da semana, felizmente eu não precisaria levantar e poderia ficar só encarando o teto branco meio sujo e enrolar no meio das cobertas, olhei o relógio ao meu lado e ainda era cedo, voltei minha atenção para o teto e comecei a pensar no que eu faria para esquecer-me dessa crise existencial em que eu estou, viajar? Hmm viajar seria uma boa, para onde eu iria? Para praia? Para a China? Japão? Wow Japão seria legal, eu tinha dinheiro para ir para o Japão? Sim, eu tinha. Tomei minha decisão em menos de cinco minutos dali uma semana eu iria para o Japão.

Levantei me expreguiçando e caçando meu celular pelas cobertas até que eu o achei perto do meu pé. Haviam ligações recentes do Hoseok e um “aparece garoto” do Minhyuk, provavelmente Hoseok encheu o saco deles já que eu “sumi”. Mais cedo ou mais tarde eu teria que ligar para ele, tínhamos que conversar.

- Alô? – Sua voz era de sono, como se estivesse dormindo a pouco tempo.

- Sou eu. – Ouvi-o se remexer do outro lado da linha, acho que ele sentou na cama.

- Onde você está? O que aconteceu? Por que saiu daquele jeito?

- Ei, calma. Eu estou em casa. Eu já te disse o que aconteceu. E eu saí daquele jeito porque estava com raiva.

- De mim?

- Também. Mais de mim do que de você.

- Quer conversar?

- Quero mais não agora, nem hoje, eu estou pensando em uma coisa e temos que conversar pessoalmente, não fica preocupado não é nada demais.

- Hyungwon...

Desliguei antes que ele completasse a frase, olhei para minha mão e vi a aliança prata no meu anelar a tirei apenas para ver marcado em meu dedo um “SH” assim como no dele tinha um “CH”, ali eu decidi que eu precisava mais desse tempo do que parecia.

Me arrumei depois de algumas horas refletindo e fui para a casa dos meus melhores amigos/família, eu precisava deles quando eu não tinha mais para onde fugir.

**

- VOCÊ VAI FAZER O QUE? – Minhyuk como sempre exagerando.

- Eu vou pro Japão. – Sorri meio amarelo.

- Por que assim do nada?

- Não é do nada. Eu não estou me sentindo bem aqui, preciso de um tempo para mim e eu vou voltar são só três semanas.

- Três semanas? Só três semanas? Mas sabe de um coisa? Vai logo antes que mude de ideia. Se precisa mesmo desse tempo é melhor ter.

- Eu sabia que podia contar com você.

- Hoseok sabe?

- Ainda não conversamos sobre isso.

- Então está quase de passagem comprada e ainda não contou para ele?

- Basicamente sim.

- É, você é realmente impulsivo. Boa sorte.

Passei toda a tarde com eles, jogando conversava fora, falando de antigamente e brincando com os gatos. A hora de ir embora era a mais difícil, eu ia ter que voltar para o meu mundinho bagunçado, eu sabia que ainda tinha que falar com Hoseok e essa seria a parte mais difícil.

Tomei um susto quando abri a porta e me deparei com Hoseok sentado no sofá com a maior das caras de choro, eu nunca tinha o visto assim e aquilo me fez ter um pouco de pena dele, por um momento pensei em desisti da viagem, mas aguentei firme.

- Até que enfim que você chegou. – Ele secou os olhos fungando o nariz, seu rosto estava vermelho e eu queria correr e abraçá-lo.

- Eu sint... Me desculpa.

Ele nem mesmo esperou eu terminar e logo estava me abraçando tão forte que quase quebrou meus ossos.

- Hyungwon eu sinto muito, eu peço desculpas, eu... Aigoo eu não sei o que dizer só volta para mim?

Ergui minha mão mostrando para ele a aliança.

- Eu ainda sou seu, eu só me perdi no caminho, quando eu me achar estaremos bem.

- Está tudo bem entre nós?

- Sim e não.

- Como assim?

- Vem cá. – Me sentei com ele no sofá. – Hoseok quando foi a última vez que sentamos no sofá juntinhos e assistimos a filmes? – Ele pensou e nenhuma resposta veio. – Exatamente, sabe aconteceu uma vez quando começamos a namorar, desde então você não mede esforços nem dinheiro para me agradar mas não passou na sua cabeça nenhum momento que eu não queria isso? Que eu gosto das coisas simples?

- Por que nunca me disse?

- Porque eu me sentia mal em tirar o sorriso do seu rosto, eu via o quão feliz você ficava cada vez que me dava uma coisa ainda mais cara que a anterior. Era tão bom ver o brilho nos seus olhos que eu me sentia mal em acabar com isso, mas isso acabou comigo.

- O que eu posso fazer para me redimir?

- Pode me deixar ir por um tempo, eu prometo que eu volto.

- Como assim ir, quer dar um tempo?

- Não. Isso de tempo não existe. Eu vou viajar, conquistar alguma coisa minha, mas eu volto. Prometo. – Beijei seus dedos que estavam entrelaçados aos meus.

- Eu, eu vou sentir sua falta.

- Eu vou sentir sua falta também, mas eu voltou em três semanas.

- Vou esperar.

 

**

 

Foi mais fácil do que eu pensei fazer com que Hoseok entendesse que eu precisava desse tempo. Assim que ele se foi eu comecei a arrumar minhas malas e preparar o passaporte e tudo mais que eu precisava. A semana passou tão rápido, quando menos esperei já estava entrando no avião e embarcando para Tókio. Se eu estava com medo? Estava morrendo de medo, medo de tudo ter sido em vão, de continuar me achando um nada, de que eu vim para cá e gastei meu dinheiro a toa. Mesmo assim eu não deixei que isso me abalasse eu já estava voando eu tinha que me encontrar, eu tinha que saber onde Chae Hyungwon foi parar.

 

**

 

Eu não tinha para onde ir a não ser pagar um hotel baratinho perto do centro, meu dinheiro suado daria para essas semanas. Eu não sabia ao certo o que eu ia fazer, pensei em sair pela cidade conhecendo lugares, sozinho mesmo, mostrando para mim mesmo que eu não tenho que ficar na minha zona de conforto, eu tinha que me descobrir, que me confrontar para poder voltar e tocar minha vida com meus amigos e com Hoseok.

Sai pelas ruas de Tókio fotografando tudo que me era imposto, tirei foto até de algumas pessoas se divertindo. Então montei uma grade para mim mesmo que nessas três semanas eu passaria em uma região diferente tirando fotos e fotos.

No começo eu pensei ser exagero, achei que eu não ia conseguir tanto material assim, pensava até em voltar para Seoul e desistir dessas coisas, até que eu conheci Yoosuo. Foi em uma viagem para Fugi que eu o conheci, ele também é fotógrafo e estava aqui de passagem antes de ir para China, ele me contou de sua vida, disse que queria se encontrar no mundo, assim como eu, e que veio para cá ter inspiração antes de voltar para casa, contei para ele que éramos mais parecidos do que parecia e nos tornamos amigos, naquele dia tiramos tantas fotos quanto nossos rolos deixaram, depois fomos para sua casa e revelamos todos os rolos, acho que passamos pelo menos umas cinco horas dentro daquela sala de luz vermelha.

- Até que enfim terminamos, eu estou cansado e preciso de um café.

- Acompanho do seu raciocínio.

Então nós fomos tomar um café e naquela última noite de viagem em busca de auto aceitação que eu dormi na casa do Yoosuo e na manhã seguinte voltei para o hotel apenas para pegar minhas coisas e voltar para casa.

Três semanas passam tão rápido e tanta coisa acontece nesse meio tempo não é? Parecia que eu estava longe por anos e ao mesmo tempo não me pareceu nada. Cheguei em Seoul com ainda uma semana inteira de descanso antes de voltar a trabalhar, aproveitei para colocar minhas fotos em ordem e notei que tirei algumas fotos de Yoosuo sem que ele percebesse, ele era um ótimo modelo, fucei mais um pouco e achei uma foto de Hoseok que eu tirei quando ele estava dormindo, ele estava lindo naquela foto, mesmo que fosse me matar se soubesse que eu a tinha, sorri e peguei o telefone, não tinha dito a ninguém o dia que voltava mas por algum motivo eu tinha que conversar com meu melhor amigo. Pensei bem e larguei o telefone pegando meu casaco, nada melhor que uma visita em pessoa.

Novamente aquele cheirinho bom de café, eu sabia que já estava fechado mas que Min nunca trancava a porta antes das 22:30 então apenas entrei sentindo o cheirinho de grão e creme no ar, sorri, estava morrendo de saudades. Me sentei na bancada em frente o pequeno bar que havia ali, ele só notou que eu estava ali quando pigarei chamando sua atenção.

- AHHHHHHHHHHHHHHHHH... HYUNGWON, VOCÊ VOLTOU. – Ele me abraçou quase pulando a bancada e eu sorri devolvendo a abraço do meu melhor amigo.

- Cheguei hoje de manhã, eu ia ligar avisado mas vir até aqui parecia mais sensato.

- SHOWNU VEM CÁ O WON VOLTOU.

Shownu apareceu como um flash no bar me abraçando e se sentando do lado do namorado em um banco presente ali.

- Como foi conseguiu o que queria?

- Sim. Tirei muitas fotos, renovei meu portfólio, esfriei a cabeça, foi tudo muito bom.

- Então quer dizer que agora não vai mais embora assim?

- Espero que não. Mas me contem, o que aconteceu nessas semanas?

Minhyuk erguei a mão mostrando a aliança dourada que dizia que ele estava noivo, o agarrei gritando como uma garotinha.

- Eu não acredito que o meu pequenino vai se casar.

- Eu vou sim.

- Quando rolou o pedido?

- A uma semana e meia atrás, foi todo romântico, ele colocou dentro do meu bolinho favorito.

Sorri igual um idiota abraçando os dois.

- Quando vai ser o casamento?

- Estava esperando você voltar para conversarmos sobre isso.

- Min disse que se eu pensasse em dar uma data antes de você voltar, ele ia ser viúvo antes mesmo de casar.

Todos rimos e passamos o restante da noite e começo de madrugada conversando e tomando café. Tudo parecia nos eixos agora. Meu melhor amigo vai casar.

 

**

Passar a tarde com eles com certeza era a melhor coisa que podia acontecer comigo, ms eu ainda tinha algo para colocar em pratos limpos, ou melhor eu tinha alguém para falar. Voltei para casa sem pressa nenhuma eu tinha que falar com Hoseok mas eu queria aproveitar um pouco do meu tempo sozinho, olhei para a aliança e pensei em tudo que passamos juntos e em tudo que ainda tínhamos para passar, eu estava com saudades do meu baixinho.

- Alô.

- Oi amor.

- Won?

- Quem mais seria?

- Você voltou?

- Sim. Cheguei hoje de manhã.

- Que ótimo, eu estou com saudades.

- Que bom porque eu estou indo ai.

- Estou te esperando.

Peguei o bom e velho metrô e fui até a casa de Hoseok, eu não sei se eu estava mais perceptivo do que nunca ou se o caminho até a casa dele sempre foi lindo e por algum motivo eu não fosse capaz de notar tal coisa maravilhosa. Cheguei ao seu prédio sempre lindo, enorme e branco e subi. O caminho sempre parecia tão longo, ainda mais quando estamos com saudades. O corredor estava como sempre deserto naquele momento eu me sentia como uma garotinha, parecia que era a primeira vez que eu via Hoseok e eu não estava sabendo lidar com a ansiedade. Bati na porta mesmo que eu tivesse a chave apenas para a surpresa de o ver na minha frente com aquele sorriso maravilhoso e agora com os cabelos escuros, naquele momento eu tive certeza que ele era tudo que eu precisava, sem o dinheiro, sem as viagens, eu queria ele, somente ele.

- Eu senti sua falta. – Disse antes de colar nossos lábios. Eu senti falta do seus beijos, dos seus toques, de como sua voz ao pé do ouvido me arrepia e me faz derreter, eu senti falta de tudo ligado a ele incluindo eu mesmo.

- Promete que nunca mais vai embora?

- Só se me prometer que nunca mais vai se meter financeiramente na minha vida.

- Eu prometo.

- Eu também.

Voltamos a nos beijar deixando as roupas jogadas por toda a sala até nos encontrarmos no tapete. Como eu senti falta de Hoseok em mim, nos tornando um só. Suas mãos descendo pelo meu corpo apertando cada lugarzinho que encontrasse me trazendo um prazer enorme e me fazendo gemer seu nome em alto e bom som. Não posso dizer aqui com certeza por quantas horas ficamos assim, mas posso afirmar que matamos nossas vontades completamente.

 

**

 

Hoseok estava na cozinha preparando qualquer coisa e eu sentado na bancada o observando.

- Sabe quem vai se casar?

- Quem?

- Minhyuk.

- Sério? Pensei que Shownu ia enrolar ele mais um pouco.

- Para de besteira ele não estava enrolando, só aguardando o momento certo, eu acho.

- E nós quando vamos casar?

- Para que pressa Hoseok? Somos tão jovens e eu ainda nem consegui o que eu queria ainda.

- Sua própria agência né?

- Sim. Quando eu conseguir isso e estiver bem comigo mesmo, podemos pensar nisso.

- Por mim, tudo bem.

Hoseok me beijou e assim passamos toda a tarde, entre carícias e juras de amor.

 

**

Estávamos no cartório quase brigando na frente do Juiz apenas para decidir o dia do casamento.

-  Por que não pode ser no dia 15?

- Por que é muito em cima da hora Won. Até arrumarmos tudo, estou pensando em pelo menos uns dois meses.

- Dois meses?

- Sim, temos que listar os convidados e organizar a cerimônia tanta coisa. Eu nem sei por onde começar.

- Comece ficando calmo. Daqui dois meses então?

- Sim.

- Dia 13 de Maio?

- Sim, um dia perfeito. Pode ser seu juiz?

- Deixe-me ver. Sim, esse dia está livre.

Respiramos aliviados e agradecemos ao Juiz de paz por mais algumas dúvidas que ele tirou, depois daquilo passaríamos na papelaria para ver como estava os convites.

- Eu achei que seria mais fácil. – Min parecia um caquinho, estava todo cansado e exausto.

- Não fica assim, quando vocês disserem sim vão ver como valeu a pena.

- Assim espero.

O dia foi todo cansativo, acho que reviramos a cidade inteira pelo menos, fomos atrás de convite, atrás de roupas, avisar os parentes distantes, cada hora que eu passava ao lado do Min eu queria menos me casar.

 

**

 

Enfim havia chego o dia do casamento, acho que eu estava mais ansioso que os noivos, eu nunca vi nenhum amigo meu casar, levando em consideração que eu não tinha mais nenhum amigo até encontrar o Min nunca os veria casar mesmo, eu estava nervoso, minha mão suava como o inferno e eu não conseguia me conter naquele altar. Por que ele tinha que demorar tanto? Quando Hoseok estava quase me dando calmante para eu ficar parado como um padrinho deve ficar ele chegou, e estava lindo. De smoking preto impecável ele vinha com a irmãzinha mais nova de Shownu a Hani também estava uma gracinha, eu deveria ficar na minha mas já estava chorando mais que mãe do Shownu e olha que ela chora se der “oi” para ela.

Enquanto o juiz dizia tudo que ele tinha que dizer eu olhava disfarçadamente para Hoseok que segurava as lágrimas sem sucesso nenhum e sorria, mesmo com tudo que passamos esse ano eu não via a hora de colocar minha vida em ordem e me casar com aquele cara.

Após o chororô do casamento todos fomos para a festa e essa sim foi incrível, Min não parava quieto correndo de um lado para outro para dar atenção a todos os convidados.

- Eles estão tão felizes.

- Estão. Eles merecem, eles se merecem.

- Sim. Ei o que está pensando em fazer hoje?

- Eu tinha que ir para casa arrumar mais algumas fotos e só por que?

- Porque hoje eu queria ficar com você. Só com você, nós dois, pipocas, cobertas, beijinhos.

- Hmm o que foi que você aprontou?

- Nada eu só estou querendo me redimir.

- Por aquilo ainda?

- Sim.

- Ok então eu vou para sua casa hoje.

Hoseok sorriu e me beijou. Passamos a tarde inteira nos divertindo com os noivos e com as famílias de ambos até que a noite caiu e o casal foi embora. Estávamos no carro já chegando em casa, meus pés estavam me mantando e eu estava morrendo de sono, olhei para o lado e o vi com a expressão séria, as mãos fixas no volante e a manga da camisa branca dobrada até os cotovelos, aquilo me lembrou quando nos conhecemos.

- Que nostalgia. – Ele olhou para o lado e sorriu.

- Do que está lembrando?

- Da nossa primeira noite, você estava do mesmo jeito que está agora e eu estava no banco do passageiro morrendo de sono.

- Mas agora a situação é outra.

- Como nos encontramos hoje?

- Hoje eu já te ganhei, já passei de todas as minhas inseguranças, você já é meu.

Sorri do seu atrevimento.

- Você que é meu.

Ele sorriu confirmando. A chegada em casa foi calma e tranquila, tomamos um banho e passamos o resto da noite assistindo filmes.

- Lembra de como terminou nosso primeiro encontro?

- Lembro, eu disse que tinha medo do inverso. Sabe eu ainda tenho medo – Ele pegou nas minhas mãos me beijando calmamente.

- E eu disse que o inverso me atrai. E eu ainda me sinto muito atraído por ele.

 


Notas Finais


É isso, espero que tenham gostado ^^


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