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História Invictus - Sem mais espera


Escrita por: thisislari

Notas do Autor


Olha a autora sem vergonha que promete mais frequência e falha chegando aí geeeente!!
Amores, demorei mas esse capítulo precisou disso eu juuuuuro!! Fiquei na dúvida se terminava ele como terminei e acabou que decidi que sim hahaha
APROVEITEM!!

Capítulo 15 - Sem mais espera


Fanfic / Fanfiction Invictus - Sem mais espera


 

POV Arizona


 

Olhei a minha volta e constatei o óbvio. Eu não ia voltar pra casa. Respirei fundo e cravei as machadinhas em mais dois crânios podres. Senti uma lágrima escorrer e chutei dois outros walkers que quase me agarraram. Ouvi meu nome sendo chamado ao longe mais uma vez, olhei em direção ao som vendo Daryl correr em minha direção. Sorri deixando as lágrimas escorrerem e abaixei os braços sem forças. Então senti uma mão puxar meu cabelo e a sensação de cair com tudo no meio da rua. Um corpo caiu por cima de mim.

Perdão família.

Tudo ficou escuro.

 

Algum tempo antes

 

-Como vocês não viram a rua encher de walkers?- Abraham exclamou muito nervoso.

-Acabamos dormindo.- Respondi encarando a rua. Tinham muitos, em todos os cantos da rua e eu não sei como faríamos pra sair dali.

-Agora não vai adiantar ficar nervoso, temos que pensar em um jeito de sair daqui sem chamar a atenção de muitos cabeças ocas.- Paul falou desencostando do braço do sofá.

-Eu acho que a nossa única opção é sair correndo no meio deles.- Tara falou dando de ombros.

Parecia mesmo nossa única opção. Era isso ou esperar eles irem embora, o que pelo jeito que tava eu duvido que fosse acontecer tão cedo. E temos um prazo.

-Vamos fazer isso.- Falei começando a ajeitar a aljava e arco nas costas, as machadinhas seriam minhas armas dessa vez.

-Ta louca? Não, eu falei só por falar.- Ela falou arregalando os olhos.

-Mas é a única opção, poderíamos tentar pular os telhados mas nosso caminho é atravessando a rua então não adiantaria pular os telhados. Sem contar que estamos em um nível mais baixo que os outros prédios.

-Arizona, é muito arriscado.- Paul falou balançando a cabeça. Daryl não abria a boca, só me encarava.

-Então não olhem pra trás.- Falei sorrindo de lado me virando em direção a porta.

-Tudo bem, vamos fazer isso.- Abraham exclamou me seguindo. Os outros se entreolharam e resolveram ceder.

Respirei fundo e abri a porta logo descendo as escadas.

Cheguei no andar de baixo, ainda limpo por conta das portas fechadas e olhei pra cada um dos que me acompanhavam.

-Não importa o que aconteça, corram até o carro.- Eles assentiram. Olhei pra Daryl e pisquei um olho, ele assentiu ainda sério se aproximando de mim. Ninguém com armas de fogo, tiros só vão atrair mais deles.

-Promete pra mim que não vai se arriscar lá fora.- Ele pediu me encarando daquele jeito que parecia enxergar a minha alma. Hesitei antes de responder.

-Pode deixar.- Ele levantou uma sobrancelha. -Você também, me promete.

-Eu prometo não me arriscar se você não for teimosa.- Soltei uma risada nasalada e revirei os olhos. Assenti sorrindo de lado me esticando pra dar um beijo suave nele.

Fechei meus olhos por um segundo antes de colocar a mão na maçaneta.

-Eu sou o mestre do meu destino.- Sussurrei pra mim mesma, e uma sensação quente irradiou da minha tatuagem no antebraço esquerdo. Ou talvez tenha sido só sensação.

Olhei mais uma vez pra eles e fiz um sinal com a cabeça.

Concentração.

Abri a porta já empurrando os dois walkers que bloqueavam o caminho. Cravava minha machadinha naquelas cabeças podres e sentia o sangue respingar no meu rosto. Vários walkers se aproximavam, loucos por minha carne mas eu não parava. Destruía um crânio e tentava avançar. Olhei pra trás rapidamente, todos me seguiam fazendo o mesmo. Eu só pensava em seguir até o carro e dar o fora dali o mais rápido possível. Mas o caminho não estava tão bloqueado quando pensei e resolvi o limpar ainda mais, tinha tempo e disposição pra isso. Quanto menos desses seres no mundo, melhor.

Comecei a cravar a lâmina em muitos deles, e em certo momento a imagem de Connor no sonho me veio a cabeça. Grunhi nervosa atacando mais walkers. Meus irmãos não.

Não importa quantos eu mate, quantas vezes a lâmina quebre um crânio, nem a quantidade de sangue respingando no meu rosto. Porque quanto mais walkers eu matava, mais apareciam de todos os cantos e mais eu sentia vontade de tirar desse mundo de vez. Pelo visto eu errei em achar que podia limpar, porque a rua de repente estava ainda mais cheia.

Ouvi a voz de Daryl gritando meu nome e quando olhei pra ele vi dois walkers o cercando e ele perder um pouco o controle da situação. Minha respiração falhou. Ele também não, por favor.

Meus pulsos ardiam com os movimentos bruscos. Busquei os outros com o olhar e vi que Abraham e Tara tinham conseguido escapar da horda, Paul se aproximava de Daryl o ajudando a se livrar dos walkers que o cercavam. Tentei sair de onde estava pra ir até eles, mas parecia impossível com a quantidade de walkers me atacando, e tropecei em um corpo atravessado. Me levantei rápido, temendo estar prestes a desmaiar e ser devorada.

Olhei a minha volta e constatei o óbvio. Eu não ia voltar pra casa. Respirei fundo e cravei as machadinhas em mais dois crânios podres. Senti uma lágrima escorrer e chutei dois outros walkers que quase me agarraram. Ouvi meu nome sendo chamado ao longe mais uma vez, olhei em direção ao som vendo Daryl correr em minha direção. Sorri deixando as lágrimas escorrerem e abaixei os braços sem forças. Então senti uma mão puxar meu cabelo e a sensação de cair com tudo no meio da rua. Um corpo caiu por cima de mim.

Perdão família.

Tudo ficou escuro.

 

Acordei sentindo uma dor enorme na cabeça.

-Ela ta acordando.- Ouvi uma voz do meu lado.

-Não ta transformada, está?

-Graças a Deus não.- A voz do meu lado respondeu. Abri os olhos e gemi de dor, parecia que estava numa ressaca horrível e que tinha sido atropelada por uma manada.

-Arizona.- Tentei focar minha visão e vi os cabelos de Paul.

-Ai.- Resmunguei levando a mão a cabeça, tentando me sentar.

Estávamos no carro, parados no acostamento. Olhei para todos os rostos no carro, eles me encaravam meio aflitos. Exceto um, Daryl me encarava furioso.

-O que aconteceu?- Perguntei confusa.

Paul soltou uma risada sem humor e balançou a cabeça.

-Arizona, a próxima vez que você se arriscar desse jeito eu mesmo vou matar você.- Falou me encarando com dor.

-Você ficou descontrolada.- Abraham me contou, o olhei confusa. -Começou a matar muitos deles, e parecia estar hipnotizada.

-Um walker te puxou e você caiu desmaiando. Daí Daryl correu até você e te tirou de lá enquanto dávamos cobertura.- Tara completou.

-O que aconteceu com a ordem de corrermos até o carro?- Paul me perguntou.

-Eu só…- Comecei sem saber o que dizer. Só sabia que um ódio tinha tomado conta de mim naquela hora, e o medo também me fez agir sem pensar.

-Angel, eu pensei que fosse te perder quando vi você cair.

Olhei pro meu melhor amigo mas logo desviei o olhar pra Daryl, ele continuava quieto.

-Me desculpem, eu não sei o que deu em mim.

Coloquei as mãos no rosto e senti a garganta seca.

-Podemos continuar a viagem.- Abraham disse baixo dando partida no carro.

Levantei o rosto e olhei pra Daryl, ele me olhava ainda parecendo nervoso. Bufou e encarou a janela do carro.

É, eu tinha prometido não me arriscar. Respirei fundo aceitando uma garrafinha que Paul me entregou. Ele me abraçou e beijou minha têmpora direita.

-Nunca mais me faz pensar que você ta me deixando. Já basta o começo desse inferno de mundo novo.- Sussurrou no meu ouvido.

Assenti rapidamente e olhei de soslaio para Daryl novamente.

-Dá um tempinho pra ele. Eu consigo dissipar a raiva de você rápido, mas ele pelo visto vai levar um pouco mais de tempo.- Paul sussurrou de novo. -E bom, o coitado ficou mais desesperado que eu quando te viu cair. Tive que pegar a arma pra dar cobertura pra ele quando ele correu na sua direção.- Me apertou de leve.

Olhei pra ele e sorri de lado.

-Eu acho que no final das contas eu acabei pegando uma mania do Mark- Soltei baixinho fazendo Paul rir fraco.

-Infelizmente foi a mania burra dele de pensar que é de ferro.

Ri baixo concordando e encostei minha cabeça no ombro dele.

Escorreguei minha mão esquerda da perna e procurei a mão de Daryl. Quando segurei a mão dele, ele apertou a minha me fazendo sorrir. Era uma bronca muda, mas eu sabia que a conversa viria logo e eu não ia ter razão nenhuma pra discutir.

 

Depois de um tempo na estrada, avistei a entrada da base e avisei Abraham pra estacionar um pouco antes por segurança. Era hora do almoço, então resolvemos comer alguma coisa antes de entrar para fazer a busca. Saímos do carro e Tara pegou nossos suprimentos na mochila e distribuiu.

-Arizona, antes de entrarmos precisamos conversar.- Paul disse se sentando no capô do carro.

-Não vai começar com bronca, vai?- Perguntei revirando os olhos.

Daryl riu cínico abrindo a lata que Tara entregou a ele.

-Olha, eu fui impulsiva mas não significa que eu seja criança e precise de bronca.

-Ah não?- Daryl se pronunciou me encarando com raiva. -Por que eu acho que você parece uma depois dessa.

-Eu pensei que podia matar muitos e sair de lá a tempo.

-E pra que diabos você queria matar mais walkers que o necessário?- Ele devolveu colocando a lata em cima do teto do carro e cruzando os braços.

-Porque sim.

-Porque sim não é o suficiente como resposta Arizona.- Paul falou calmo, mas eu sabia que ele queria gritar comigo.

-E por que eu deveria só fugir? Já passou pela cabeça de vocês que nós devíamos matar quantos deles pudermos?- Ri debochada não ouvindo resposta.

-Você sabe que não foi nisso que pensou naquela hora, eu te conheço Arizona. Você estava cega de ódio e provavelmente lembrou de alguma coisa. Tem algo que quer me contar?- Paul perdeu a paciência me encarando inquisitivo.

-Não.- Sussurrei lembrando do sonho. Abraham e Tara só assistiam tudo quietos, isso era entre mim e os dois homens nervosos me encarando.

-Você colocou a missão em risco.- Daryl apontou o dedo pra mim e começou a andar de um lado pro outro parecendo um tigre enjaulado.

-Devia ter corrido pro carro, como o combinado.- Paul completou. -Eu não vou mais discutir, você sabe que ta errada.

-Claro que sabe, ela só ta sendo teimosa como sempre.- Daryl alfinetou parando e cerrando os pulsos.

Respirei fundo e deixei cair meus ombros.

-Tudo bem, eu errei.- Falei coçando a lateral da cabeça. -Eu pensei em uma coisa muito ruim e perdi o controle.

Silêncio. Eu não ia dizer mais que isso, e Paul sabia que eu admitir que errei era uma coisa enorme. Sempre fui orgulhosa.

-Tenta se controlar o resto da missão, dependemos de você pra entrar nesse prédio.- Daryl disse voltando a comer e encerrando o assunto.

Olhei pra Paul e sorri de lado como que pedindo desculpa, ele revirou os olhos e me deu um abraço me chamando de teimosa.

 

Comemos em silêncio, eu estava a cabeça doendo horrores mas precisava colocar alguma coisa no estômago, quando acabamos decidimos esconder o carro com galhos de novo antes de seguir para entrar na base.

Chegamos em frente ao grande portão com uma cancela que se encontrava quebrada. O lugar parecia ter perdido toda a glória que já teve um dia, pilhas de destroços por todos os lados e muitos corpos, alguns dilacerados. Não é pra menos, todos os lugares hoje em dia tinham perdido a essência e por isso quando vi Alexandria pela primeira vez fiquei tão surpresa, porque o lugar parecia não ter visto vestígios do fim do mundo.

Uns metros depois dos portões tinham umas barricadas feitas com sacos de areia, como de costume. Impressionantemente não se via nenhum walker por perto, nem após a barricada.

Me agachei perto das barricadas e os outros acompanharam.

-Faremos o seguinte, tem uma entrada aqui na frente e mais duas nas laterais. Podemos tentar pela frente mas acho um pouco mais arriscado já que seremos alvos fáceis no caso de já ter algum grupo tomando posse do lugar. Os depósitos de comida ficam a norte da entrada, e se demos sorte ainda tem bastante coisa, perto desses depósitos ficam os caminhões estacionados do lado de fora. Já o arsenal fica no andar de baixo, perto de uma escada a noroeste da entrada. Minha ideia é irmos primeiro no arsenal, pra garantir e qualquer coisa que tiver lá embaixo que não for o que procuramos podemos bloquear pra fazer o carregamento de algum carro ou até caminhão que tiver sobrado.- Terminei recebendo acenos positivos em resposta.

Me ergui devagar e ladeei a barricada até a lateral direita do prédio observando o perímetro. Pulei a barricada, sendo seguida pelos outros. Paul andava do meu lado e parou com a mão na maçaneta esperando meu sinal para abrir. Mais uma vez as machadinhas seriam mais necessárias que o arco com as flechas.

Fiz um sinal com a cabeça e Paul abriu a porta, acendi uma lanterna lá dentro e o lugar estava vazio, no sentido de pessoas e walkers.

-Vamos entrar, mas não se separem.

Entramos e fomos andando em direção a porta que dava para o grande hall de entrada da base. Abri um pouco a porta para checar se estava limpo.

-Limpo.- Falei baixo franzindo a sobrancelha.

O hall tinha uma grande parte do teto de vidro blindado, e por isso estava bem claro. Nós cinco passamos pela porta e observamos os arredores do hall.

Guiei o grupo até a escada a noroeste do prédio. Era bem estranho não ter nem walkers por aqui, sinal de ficar atenta ao máximo. E a dor de cabeça continuava me matando.

Abraham desceu primeiro, e anunciou que o patamar abaixo se encontrava limpo também.

-Tara fica aqui, Paul fica com ela e nos avisem se virem ou ouvirem alguma coisa.

Mesmo com o meu erro terrível de mais cedo, todos pareciam concordar com minhas ordens. Acho que porque, afinal eu fui uma Delta e isso não é pouca coisa.

Desci as escadas com Daryl atrás de mim, e logo localizei a porta do arsenal.

-Prontos?- Abraham perguntou com a mão na maçaneta recebendo sinais positivos de mim e Daryl.

Ele abriu a porta com um chute, entramos e apontamos as lanternas verificando. Nada.

-Vocês não acham muito estranho não ter ninguém e nenhum walker em lugar nenhum? Ta muito vazio.- Abraham falou me olhando de lado.

Andei um pouco mais pra dentro do arsenal e sorri. Lotado. Sim, o arsenal estava lotado se comparado aos demais lugares que já procurei por arma.

-Puta merda.- Abraham exclamou com uma risada em seguida.

-Olha isso, tem munição de lança míssel.- Falei pasma, eu não esperava tanto assim. -Ok, vamos achar umas bolsas e colocar o máximo de arma e munição conseguir nelas.

 

Subimos as escadas carregando várias bolsas, e tivemos que descer pra pegar as que ainda estavam lá dentro do arsenal. Não limpamos, deixamos algumas coisas, mas nos equipamos com muita coisa que na época era considerado equipamento de ponta. Rádios, binóculos com visão noturna, armas, munição, facas, cinto suporte. Eu me sentia como uma criança no natal.

Carregamos as bolsas conosco até a área do depósito, que também se encontra vazia. -Abraham e Daryl foram verificar se tem caminhão disponível lá fora.- Tara disse depois deles dois falarem com ela e saírem pela porta que dava ao hangar que eu mencionei.

Abri a porta grande de ferro do depósito e soltei um palavrão.

-Será que ninguém nunca pensou em verificar esse lugar?- Tara exclamou olhando as prateleiras lotadas de mantimentos.

Dei de ombros suspirando aliviada. Pelo menos uma coisa boa no meio desse inferno que está sendo se fingir de cãozinho acanhado pra bel prazer daquele desgraçado.

Daryl entrou correndo na sala.

-Achamos dois caminhões, Abraham está tentando colocar pra funcionar.- Avisou olhando em volta.

-Acho melhor carregarmos eles então.- Paul disse. -Não achei que fosse ser tão fácil.

-É.- Resmunguei desconfiada.

 

Depois de carregar os caminhões, o que levou a tarde quase toda já que chegamos na hora do almoço, combinamos de passar a noite ali e voltar pra casa de manhã. Trouxemos nosso carro para o hangar também e nos ajeitamos próximos aos portões. Armamos uma fogueira e uma barraca pra proteger do vento já que mesmo em lugar coberto estava frio, as janelas do hangar estavam quebradas e parte do telhado tinha cedido.

Dessa vez Abraham e Paul ficariam de vigia, já que eu e Daryl acabamos dormindo na noite anterior.

Me sentei do lado de Daryl, e pensei em como começar uma conversa já que ele ainda estava nervoso.

-Me desculpa.- Comecei, sentia que era melhor começar assim. -Eu devia ter me controlado e seguido junto de todos pro carro.

-Você prometeu.- Ele resmungou encarando a fogueira. -Quando eu te vi ser puxada e cair, senti tanto medo de te perder. Parecia que tanto faz se eu fosse sobreviver e ficar sem você. Eu me senti tão desesperado pra te tirar de lá que saí correndo sem me importar com nada, e só gritei pra seu amigo me dar cobertura. E até descobrir que não tinha nenhuma mordida ou arranhão em você eu não sosseguei.

Daryl me olhou e pude ver o medo nos olhos dele. Como em meio todo esse caos eu pude achar alguém que me fizesse me sentir assim? Meu coração batia num ritmo totalmente único. E mesmo que não fosse o momento pra isso, eu sorri.

-Não tem graça.- Ele falou pausadamente me encarando confuso e furioso

-Eu sei que não.- Abaixei a cabeça sorrindo. -Desculpa, eu só tô achando uma graça você dizer tudo isso.

Ele bufou e voltou a olhar pra fogueira.

-Ei, olha pra mim.- Virei o rosto dele e sorri de lado. -Eu fui irresponsável e impulsiva, não posso prometer que isso não vá acontecer de novo mas posso prometer que vou tentar me controlar. Porque Daryl, eu sou assim. Eu sou explosiva e às vezes ajo sem pensar, mas isso não quer dizer que eu não tenha medo de morrer, porque eu tenho e muito. Mas eu tenho mais medo ainda de viver sabendo que podia ter feito mais. Eu sempre vou tentar fazer mais pra proteger quem importa mais que tudo pra mim.- Fiz um carinho na bochecha dele.- E isso não quer dizer mais só os meus irmãos.

Daryl baixou o olhar e timidamente segurou uma mão minha.

-Você não pode arriscar perder a sua vida, por favor. Eu entendo isso tudo, mas eu não vou conseguir se você partir. Não consigo mais não ter você. Entende isso?- Procurou meus olhos.

-Entendo.- Soltei fraco.

Aquele olhar, Daryl estava me encarando daquele jeito como quem quer decifrar a alma. Minha respiração ficou mais pesada e senti meu coração dar um salto. Ele deslizou a mão que segurava a minha até minha nuca, fazendo uma trilha de arrepio seguir até lá. Daryl afundou o rosto no meu pescoço e respirou fundo, estremeci.

-Antes eu nem conseguiria falar uma coisa dessas.- Falou abafado. -Não me faz repetir.

Ri baixinho começando a fazer um carinho na cabeça dele. Olhei pro outro lado e Paul me olhava com uma expressão sugestiva. Rolei os olhos dando o dedo do meio pra ele que riu e saiu dali indo pra onde Abraham e Tara conversavam, atrás de um dos caminhões perto da saída.

Daryl começou a beijar meu pescoço, me fazendo fechar os olhos sentindo aquele formigamento conhecido começar. Não aguento mais esperar pelo “momento certo”.

-Acho que não quero dormir.- Ele sussurrou no pé do meu ouvido.

-Não?- Sussurrei de volta. Ele negou e continuou beijando meu pescoço.

Os beijos subiram e antes de selar nossos lábios Daryl me olhou nos olhos, soube que pra ele aquele era o momento certo.

Grudei minha boca na dele e suspirei quando nossas línguas entraram em contato. Nunca na história da humanidade um beijo teve tanto sentimento e desejo, chegava a transbordar. Eu me sentia quente, como se ardesse em febre. O beijo começou a ficar mais urgente, mais desesperado. Uma mão de Daryl desceu até minha coxa e apertou ali, eu arfei.

-Melhor..- Rompi o beijo. -..entrar na barraca.- Ficava difícil terminar a frase com Daryl mordiscando meu pescoço. Ele resmungou concordando e levantou me puxando pela mão.

Daryl fechou o zíper da barraca e olhou pra mim com os lábios entreabertos. Eu deitei e o chamei com um dedo, mordendo o lábio. Daryl pairou por cima de mim e voltou a me beijar.

Frio? Nesse momento eu não sinto nem um pouco disso. Daryl passeava com as mãos no meu corpo, parecia que ele queria gravar um mapa mental. Ele passou as pontas dos dedos de leve na parte da minha pele que ficou exposta na barra da blusa.

Coloquei minhas mãos na camisa dele e puxei pra cima, fazendo nossos lábios desgrudarem. Parei um minuto pra dedilhar o peitoral dele, passei os dedos em todos cantos e vi com prazer a pele dele arrepiar. Ele se apoiava em um braço do lado da minha cabeça e a outra mão brincava com a barra da minha blusa. Me sentei fazendo Daryl ficar de joelhos me encarando, eu precisava só olhar pra ele por um instante.

Eu mesma tirei minha blusa sob o olhar dele, fazendo bem lentamente pra provocar. Quando fiquei nua da cintura pra cima, Daryl passou a língua nos lábios e analisou cada pedaço de pele exposto meu.

-Falta uma parte.- Ele disse com a voz rouca apontando pra minha calça. Ele chegou perto e me deitou de novo levando as mãos a minha calça e tirando pra mim.

Daryl me beijou na bochecha e começou a trilhar um caminho de beijos por todo meu corpo. Eu arqueei minhas costas quando ele beijou minha barriga e fez um carinho no meu quadril.

Minhas mãos urgentes foram até o botão da calça dele, a qual tirei desajeitadamente do seu corpo. Só o que nos separava agora eram nossas roupas íntimas. E quando Daryl grudou o corpo no meu, me fazendo sentir seu membro latejante através da roupa eu não pude conter um gemido sôfrego no pé do ouvido dele, o que claramente fez Daryl perder o controle já que ele tirou nossas roupas tão rápido do caminho que me fez rir baixinho.

Ele se apoiou nos antebraços e me olhou de cima a baixo. Corei, tenho certeza. Aquele olhar dele, aquele que me faz me sentir de um jeito que nunca senti antes. E naquela hora eu tive certeza que estava mais que pronta pra ser completamente dele.

-Daryl.- Falei chamando a atenção dele pro meu rosto. Assenti pra ele, o fazendo entender que eu não queria mais esperar. Precisava ser dele, e precisava agora.

Daryl entrelaçou uma mão na minha e então me preencheu. Eu rolei os olhos, arfei e movi meu quadril na direção do dele. Ele se movimentava devagar, e eu só conseguia pensar que ele era com toda certeza o amor da minha vida.

Era como se cada célula do meu corpo estivesse conectada com as células do corpo de Daryl, todas elas clamavam por mais dele. Meu corpo e minha alma pertencem a esse homem, e agora estava mais que claro isso.

Tive certeza na hora que ele olhou novamente nos meus olhos, eu amo Daryl, amo com todo o meu ser e isso me apavorava e me deixava animada ao mesmo tempo. Era como entrar em uma viagem que eu sabia que não teria volta, e que eu não fazia ideia do que esperar.

Ele acelerou os movimentos colocando minhas duas mãos acima da minha cabeça. Nossos olhares não desviavam, eu não conseguia nem fechar o olho.

Deixei um gemido escapar quando senti que estava perto de chegar no meu máximo, e parecia que Daryl também.

Fechei meus olhos e levei minhas mãos às costas de Daryl espalmando ali e apertando sentindo meus dedos dos pés se contorcerem e o formigamento se intensificar. Abri meus olhos de novo e me entreguei ao ápice enquanto olhava naqueles olhos azuis. Daryl se deixou levar no mesmo momento e então me beijou tentando se acalmar.

Ele saiu de cima de mim e deitou do meu lado de frente pra mim. Tirei os cabelos dele de frente dos seus olhos e sorri.

-Agora não tem mais volta, eu sou sua.- Sussurrei vendo ele sorrir.

Vestimos nossas roupas, afinal não estávamos em casa, e deitamos de novo.

Daryl me puxou e me fez deitar de costas pra ele. Me senti protegida, desejada e amada. Toda a minha preocupação com Alexandria, e sobre tudo estar sendo muito fácil nessa missão podiam esperar. Nesse momento eu só quero parar um pouco e sentir o calor do corpo de Daryl contra o meu, sentir a respiração dele no meu pescoço e o carinho tímido na minha cintura. O que acabamos de fazer não foi só sexo, eu sabia que não. Fizemos amor, e eu não podia estar mais feliz. Mesmo em meio ao caos.

Senti meus olhos pesarem e antes de cair na inconsciência ouvi ele sussurrar no meu ouvido.

-Minha.

Sorri e cedi ao cansaço.


Notas Finais


Entãaaao, o que acharam??
Os finalmentes chegaram hahaa, mas não todos já que a Nana ainda não falou pro Daryl aquelas palavrinhas né. Mas uma coisa de cada veeez.
Não tenho muito o que dizer sobre esse capítulo, só sentir.
Esperam que tenham gostado, de verdade. Perdoem meus atrasos e não desistam de miiim hahaha
Até o próximo darlings,
Xx


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