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História Invictus - Batalha e Consequências


Escrita por: thisislari

Notas do Autor


Sei que era pra ter postado ontem, mas não consegui postar..sorry guys!
Ta aí capítulo novo, pra vocês sofrerem só mais nesse!! O próximo eu acho que posto na segunda, porque já tô escrevendo.
Aproveiteeeeem!!

Capítulo 23 - Batalha e Consequências


Fanfic / Fanfiction Invictus - Batalha e Consequências

 

POV Daryl

10:17 a.m.

 

-Você não disse que não ia demorar muito?- Perguntei pra Paul.

Ele deu de ombros.

-Eu queria te acalmar, e consegui.

Bufei virando o rosto nervoso.

-Agora de verdade não vai demorar muito.

Voltamos ao silêncio.

Trevor ia do meu lado, muito quieto. Vez ou outra eu via que ele olhava pra uma tatuagem no braço esquerdo. Uma âncora com algumas palavras. Ele tinha acabado de olhar pra âncora de novo, e olhou pra mim sorrindo triste.

-Precisamos resgatar ela com vida.- Me falou.

-Ela precisa estar viva.- Paul falou mais pra si do que pra nós.

Olhei pra minha crossbow e lembrei do sorriso de Arizona quando encontramos a arma na loja. Ela parecia uma criança numa loja de doces. Essa crossbow era a única coisa que eu teria pra me lembrar dela se ela morresse. Não que eu aceite a ideia de encontrar ela morta, mas a realidade tem que ser encarada.

Já perdemos tanta gente desde o começo dessa merda toda. Achei que estava imune aos sentimentos de perda depois de Beth, mas quando o bastão se chocou com a cabeça de Glenn eu percebi que nunca estaria acostumado com isso. E Arizona não ia ser mais uma na minha vida que a epidemia tirou de mim. Eu não vou deixar isso acontecer.

-Ela ta viva.- Resmunguei. Precisava me agarrar a isso, ou enlouqueceria.

Trevor me olhou e sorriu de lado. Paul respirou fundo encostando a cabeça no vidro traseiro da cabine.

-Já estamos mesmo chegando.- Trevor falou pra me confirmar a informação de Jesus.

Olhei de novo pra minha crossbow e respirei fundo. Era a hora.


 

POV Arizona

10:00 a.m.

 

Negan tinha me feito fazer um tour com ele pela fábrica. Andamos por todos os setores, pelo que me falou e vi que tinham muito mais pessoas ali do que imaginávamos em Alexandria. Me disse que chamam de Santuário. Fiquei assustada com como as pessoas tratavam ele, como se Negan fosse quase como um deus. Assustada e com raiva. Ele mantinha aquelas pessoas sob um medo constante, era visível.

Mas depois do pequeno passeio, minha posição de convidada vip acabou e eles me algemaram em uma cadeira no mesmo cômodo onde rendi Negan, e fui rendida. Já estávamos já um bom tempo ali em silêncio.

Ele andava de um lado pro outro na sala, com aquele bastão e assobiando. O sorriso cretino na cara não largava ele.

Posso dizer que estava com medo, muito medo. Mas por fora eu não demonstrava nada, continuava séria e fria. Já tinha passado por torturas antes, e se tem uma coisa de que os torturadores gostam é de ver que suas vítimas estão com medo. Eu não ia dar esse gostinho pra ele.

-Ah, Arat.- Negan disse quando a porta foi aberta e uma mulher com cara de durona entrou.

Ela olhou pra mim e deu um sorrisinho debochado.

-Como sabe Arat, bater em mulher não é muito o meu lance. Mas, como você é mulher acho que as coisas vão ficar bem justas por aqui.- Ele olhou de volta pra mim. -Preciso arrancar todas as informações possíveis dessa coisa linda.

-Pode deixar comigo.- Ela respondeu.

-Mas Arat, ela precisa ficar consciente.

Olhei pra onde minhas armas foram colocadas, uma mesinha de cabeceira que não estava muito perto. Não tinha um jeito fácil de escapar e ainda conseguir pegar alguma arma pra combater eles dois. Eu teria que suportar a surra até que chegassem aqui.

A tal Arat chegou na minha frente e estalou os dedos. Ergui o rosto pra encará-la, e o fiz com ódio.

-É, uma pena.- Ela falou. -Um rostinho tão delicado.

Acertou o primeiro soco na minha bochecha.

-Há algum plano, não há?- Negan perguntou um pouco atrás dela.

Eu continuei quieta.

E o segundo veio com mais força ainda, bem perto da minha boca. Senti meu lábio cortar e o gosto do sangue.

-Responda.- Ele pediu ainda baixo.

Cuspi o sangue em direção a mulher e encarei ele.

-Vai pro inferno.- Falei entredentes.

Negan riu.

-Viu Arat? Ela é bem arrogantezinha. Igual aquele namoradinho dela.

O terceiro golpe veio no supercílio e com ele vieram mais. Até que ela cansou de me socar no rosto e acertou um soco na boca do meu estômago.

Senti falta de ar e uma dor excruciante. Me dobrei do jeito que dava, e busquei por ar.

Meu rosto foi levantado a força, com meu cabelo da nuca sendo puxado.

-Tem alguém vindo?- Negan perguntou me encarando.

Continuei impassível.

Ele levantou as sobrancelhas como que me perguntando de novo.

Como não respondi, ele suspirou.

Se virou e acenou com a cabeça pra tal Arat.

Continuei a apanhar, eu não ia falar nada. Eles não iam arrancar nada de mim.


 

POV Daryl

10:30 a.m.

 

Comecei a sentir uma agonia fora do comum quando Trevor avisou Rick que faltavam uns três quilômetros. O tempo parecia que não andava rápido, e além da agonia eu sentia uma sensação esquisita. Alguma coisa me dizia que eu precisava chegar o mais rápido possível e tirar Arizona de lá.


 

POV Arizona

10:30 a.m.

 

Eu não sabia quanto tempo fazia que eu estava ali apanhando. Arat me bateu, chutou, socou e ainda usou de terror psicológico pra tentar me deixar pior.

Meu corpo doía, minha cabeça parecia que tinha sido imprensada por um caminhão, mas eu continuava sem revelar nada.

Comecei a lembrar da época do meu treinamento pra ser uma Delta. Uma das lições era como não ceder durante uma tortura. Lembro que na época eu achava bem difícil eu acabar sendo torturada algum dia. Mas aqui estava eu, passando pela terceira sessão de tortura na vida.

Cuspi no chão um pouco do sangue que tinha na minha boca. Estava cansada, mas não ia ceder.

Arat ainda me surrou um pouco mais, e parou quando Negan percebeu que eu estava quase sem forças. Ele pediu pra ela sair e então se sentou na mesinha de frente pra mim.

Levantei o rosto um pouco e olhei pra ele.

Negan balançou a cabeça e respirou fundo.

-Eu sinto muito por isso. Não queria que tivesse sido assim

Aquilo só me deu mais raiva. Era como se ele me dissesse que tinha o direito de me punir por eu não aguentar o abuso dele e dos homens dele em acharem que podem extorquir as comunidades dos outros, e abusarem de jovens assustados.

-Você..- Comecei a falar meio sem forças. -É um..desgraçado.

Negan riu.

-Você é mais durona ainda do que eu pensei.

Aprumei meus ombros e respirei fundo.

-Eu vou acabar com a sua raça.- Falei com a voz muito mais grave que o normal.

Negan hesitou um pouco. Acho que sentiu na alma que aquilo era uma promessa, e não ameaça vazia.

Ele disfarçou o desconforto se levantando.

-Acontece que você não pode fazer nada, não é?

O encarei sem piscar.

-Eu diria pra não sair daqui, mas você não tem como mesmo.- Riu e seguiu pra porta. -Até mais querida.

Ele saiu do cômodo e eu me permiti soltar uma lágrima. Não era de dor física, eu sentia que meu psicológico estava cada vez mais fodido.


 

POV Daryl

11:00 a.m.

 

Finalmente tínhamos chegado. Dava pra ver a estrutura da fábrica que Paul e Trevor contaram ser a base dos Salvadores.

Depois de uma localização do lugar, e de decidir onde seriam os alvos, começamos a nos organizar em três grupos, que atacariam de três direções diferentes. Cada grupo tinha uma surpresinha. Dois grupos tinham um tanque, e no outro estava carregado de lança míssil. Eu estava nesse, era o grupo que vai atacar de frente.

-Nós provavelmente estamos em menor número que os Salvadores.- Rick começou. -Mas quero que tenham em mente o porquê estamos fazendo isso, porque isso vai nos dar forças. Lembrem que precisamos fazer isso por nossas famílias, nossos amigos, nossos lares.

-Hoje tomamos nossa liberdade de volta.- Rei Ezekiel falou.

Todos concordaram, mas baixo. Não podíamos arriscar falar alto e foder o plano agora.

-Ok homens, já sabem o que fazer.- O general falou. -E não se esqueçam, Arizona King precisa ser resgatada e só então colocaremos realmente tudo abaixo.

Os militares bateram continência, inclusive Trevor e Abraham.

-Vamos acabar com essa merda.- Abraham falou colocando o lança míssil no ombro.

Seguimos nas caminhonetes pela rua que levava até a fábricas.

Antes de entrarmos no campo de visão de algum daqueles desgraçados, paramos os carros atrás dos escombros e apontamos os lança mísseis em direção àquele lugar.

Olhamos pra Alex, ele quem liderava esse grupo. Ele fez um movimento pra esperarmos o sinal.

Eu conseguia sentir meu sangue correndo pelas veias, meu coração parecia que ia saltar do peito. E também senti todo o meu corpo esquentar, a adrenalina tomou conta de mim.

Esperamos um pouco. E então o sinal. Os grupos dos tanques atiraram contra a fábrica e o estrondo do impacto chegou a fazer o chão tremer.

Alex falou.

-Agora.

Nós seguimos com as armas apontadas pro local.

Vários walkers presos perto das cercas e muros, eles eram a primeira barreira. Começamos a atirar nos caras que apareciam e conseguimos chegar bem perto.

Mais homens saíam de dentro da grande fábrica e tentavam nos acertar. Não só homens como mulheres também. Talvez ali tivesse bem mais gente do que pensávamos mesmo.

Olhei em volta na esperança de ver Arizona vindo pra perto de nós, mas nem sinal dela.

Os tiros não paravam, tanto de todos os nossos três grupos quanto dos Salvadores.

Senti um aperto no peito, ela tinha que estar viva.


 

POV Arizona

11:15 a.m.

 

Senti dois impactos na fábrica. Eles tinham chegado. Eu precisava tentar escapar agora ou seria tarde. Não quero que entrem e se arrisquem me procurando, já fiz merda o suficiente. Olhei pra minhas armas e respirei fundo, não tinha como me soltar com elas e sem elas parecia ainda mais difícil. Meus pés não estavam amarrados, então tentei me levantar.

Senti a dor cortar meu corpo, Arat tinha feito um belo trabalho. Vadia.

Me levantei do jeito que deu e fui com tudo na parede de trás pra quebrar a cadeira. Nada. Mas senti mais dor. Dei um pequeno espaço e me joguei com tudo pra trás no chão, caindo em cima da cadeira e conseguindo quebrar.

Gemi de dor, mas me levantei devagar. Agora precisava tirar as algemas. Tinha um jeito pra isso, e eu já fiz isso antes.

Respirei fundo três vezes. Forcei o pulso pra um lado na algema e senti torcer, reprimi um grito de dor. Forcei pro outro lado e tive que prender a respiração. Forcei até que minha mão esquerda estivesse fora da algema.

Andei até minhas armas, coloquei o arco com a aljava nas costas, a arma no coldre e uma das machadinhas no cinto. A outra eu deixei em punho.

Olhei pelas janelas e vi uma movimentação na direção da entrada e também nos dois flancos. O plano continuava o mesmo, eu só teria que correr e passar todas as barreiras até chegar neles.

Saí do quarto, as mulheres de Negan no quarto da frente estavam apavoradas abraçadas umas às outras. Era bom que não notavam que eu tinha saído. Andei devagar, sentindo todas as partes que tinham sido acertadas doerem e agora mais o meu pulso. Levantei a mão esquerda vendo o resultado da fuga da algema, a outra continuava pendurada na minha mão direita que tinha a machadinha levantada.

Desci a escada pela qual tinha chegado a Negan e parei antes de aparecer no corredor, ouvindo os homens correndo e discutindo. Eles realmente não esperavam por isso.

Quando o corredor parecia vazio eu terminei de descer a escada, mas dei de cara com Arat. Ela sorriu de lado.

-Parece que alguém consegue aguentar uma surra.

-Vadia.- Rosnei partindo pra cima dela.

Arat acertou um golpe em mim, mas eu já estava tomada pela raiva de novo e agora a adrenalina de ouvir os tiros do lado de fora me enchiam de força.

Por eles Arizona.

Fui como um animal pra cima dela e a derrubei no chão, caindo também com ela. Arat tentava acertar outros golpes em mim, mas eu tirei forças não sei da onde e me levantei. Ela tentou levantar mas eu coloquei a perna pressionando a garganta dela.

-Você vai morrer.- Ela falou com dificuldade.

-Talvez, mas você vai primeiro.- Falei levantando a machadinha.

Ela arregalou o olho e então eu acertei a lâmina na cabeça dela com tudo fazendo abrir um buraco e ela parar de se mexer na hora.

-Ei, você.- Ouvi um homem gritar, olhei pra trás.

Larguei a machadinha do chão e tirei a arma do coldre acertando um tiro na testa dele antes que chegasse em mim.

Coloquei a arma no coldre de novo e peguei a machadinha do chão.

Localizei a direção pela qual entrei e segui por ela. Os corredores agora mais vazios, os homens deviam estar defendendo o lugar.

Vi a porta de saída e respirei quase aliviada. Andei até ela e a abri, vendo o caos que estava lá fora. Agora walkers e Salvadores estavam pelo pequeno pátio. Os homens de Negan tinham que se defender dos mordedores e do ataque das comunidades.

Acertei um walker que chegou mais perto e me esgueirei dentre todos ali até chegar onde deveria ser a frente, que não ficava a mais de dez passos da porta que saí.

Saí pelo canto do portão que fora destruído e ouvi meu nome ser gritado. Olhei pra frente vendo Alex sorrindo pra mim enquanto atirava. Procurei dentre os nossos e vi Daryl olhando pra mim com uma expressão que misturava raiva, medo, felicidade e alívio. Ele devia estar bem puto comigo.

Nossos homens começaram a avançar mais um pouco, pra encurralar quem estivesse na fábrica.

Sorri e segui em direção a Daryl sem me importar com mais nada. Já não importava a dor, mesmo que eu estivesse quase chorando, e nem importava os tiros porque eu tinha que chegar até ele e dizer que sentia muito por ter sido impulsiva.

O olhar de Daryl mudou, ele olhou além de mim e pareceu ficar ainda mais nervoso.

-Arizona!- Gritou e então eu senti alguma coisa me cortar.

Olhei pra baixo e vi uma flecha na lateral da minha barriga. Segurei a ponta, minha roupa começava a ficar cheia de sangue.

Caí de joelhos no chão e deixei a machadinha cair.

Olhei na direção de Daryl de novo e sorri de lado. Eu precisava dizer.

Ele correu até mim mas não parou, seguiu pra direção de onde a flecha tinha vindo.

Senti minha boca formigar, meus dedos ficaram meio dormentes.

Daryl chegou do meu lado e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa tudo ficou escuro.

Olhos azuis. Essa tinha sido a última coisa que eu tinha visto.

 

POV Daryl
 

Lancei dois mísseis contra as paredes do prédio, e com a submetralhadora atirei em quantos daqueles desgraçados consegui. Nosso grupo tinha uma vantagem de conseguir proteção atrás de de uns escombros, mas dois dos nossos acabaram sendo atingidos e eram arrastados pra perto dos carros pra serem cuidados.

Eu já estava quase saindo dali e invadindo aquele lugar pra procurar minha mulher. Mas quando me ergui, Arizona apareceu no canto do portão e eu quis arrastá-la pelos cabelos até o carro e proibir ela de sair de lá. Garota teimosa.

Ela estava muito machucada, era visível mesmo que a uma curta distância que seu rosto estava todo machucado.

-Arizona.- Alex gritou e sorriu voltando a atirar.

Ela olhou procurando e quando me viu sorriu. Eu senti tanto alívio por ela estar viva, mas queria falar tanto no ouvido dela por ter agido por impulso.

Ela sorriu mais ainda quando começou a andar no meio dos tiros na minha direção.

Olhei pra trás dela e Dwight me encarou com um sorriso sombrio. Ele estava com a minha antiga crossbow.

Me desesperei e quando gritei por Arizona já era tarde. O desgraçado acertou uma flecha na minha mulher.

Senti todo meu corpo borbulhar de ódio.

Corri até ele, que soltou a crossbow no chão e levantou uma arma. Fui mais rápido e acertei o braço dele, o fazendo largar a arma. Derrubei o filho da puta no chão e comecei a socar a cara dele.

Golpeei tanto, que uma hora senti o osso da testa dele quebrar com um soco. Peguei a crossbow do lado e acertei a cabeça dele afundando ainda mais e estraçalhando o crânio dele.

Me levantei e corri pra Arizona, que estava ajoelhada segurando a ponta da flecha.

Ela sorriu pra mim e desmaiou.

-Arizona, não. Não faz isso comigo.- Gritei desesperado.

Os tiros a minha volta iam diminuindo gradativamente.

Senti alguém do meu lado e apontei a arma. Mas era só Alex.

-Ei, calma.- Ele falou levantando as mãos. -Mandei os homens entrarem e não deixarem ninguém, nós precisamos levar ela pra caminhonete agora Daryl.

Assenti meio desnorteado e peguei ela no colo. Quase corri até a caminhonete com Alex. Quando coloquei ela na caçamba e subi junto, Trevor apareceu.

-O que aconteceu?- Perguntou se aproximando. -Arizona! Puta merda.

Ele subiu também e rasgou a camisa da irmã no lugar onde estava a flecha.

-Não é nenhum lugar importante, ainda bem. Mas ela ta perdendo muito sangue, preciso fazer parar.

-Trevor, toma.- Alex jogou uma malinha em cima dele.

-Que isso?- Perguntei.

-Primeiros socorros.

Trevor não estava assustado ou nervoso, ele parecia centrado. Tinha colocado as emoções de lado pra tratar da irmã.

Ele tacou um líquido no ferimento e começou a passar gaze.

Eu só conseguia ficar sentado, com a cabeça de Arizona no colo e segurando uma mão dela.

Trevor me pediu ajuda pra levantar o tronco da irmã e passar a faixa que pressionaria o sangue pra estancar.

Quando terminou respirou fundo.

-Caralho Arizona, você não pode me deixar também.- Falou abaixando a cabeça.

-Isso tava perto de vocês.- Alex colocou na caçamba as armas de Arizona, e a crossbow que eu tinha deixado no chão.

-Valeu.- Resmunguei.

Mais tiros e estrondos dos lança míssel eram ouvidos, parecia que estávamos no meio de uma guerra. O que parando pra pensar, era mesmo.

Arizona estava toda machucada. Quando Trevor rasgou a blusa dela, vi que o abdômen tinha vários hematomas. O supercílio dela, o lábio e uma das bochechas tinham um corte cada um. Ela já devia estar exausta, e com a flechada apagou. Mas isso era uma merda, porque ela podia não acordar por conta da quantidade de sangue que ainda tava perdendo.

Precisávamos tirar ela dali.

Eu apertei um pouco mais a mão dela e senti que uma lágrima escorria pelo meu rosto.

-Dixon.- Trevor chamou. -Não sei se ela vai aguentar muito, temos que levar ela pra casa e colocá-la na enfermaria.

Ele colocou os dedos no pulso dela.

-Os batimentos estão ficando cada vez mais fracos.- Falou. Trevor passou a mão no rosto e deixou um grito sair.

-Ela vai aguentar.- Respondi. -Arizona..- Sussurrei no ouvido dela. -Você não vai deixar a gente, não vai me deixar. Ta me ouvindo? Deixa de ser teimosa por favor.

Olhei pro rosto dela, meio pálido como sempre, tão calmo. Olhar pro corpo dela inerte me fazia sentir um arrepio na espinha.

Mas que porra! JC você não pode me dar uma mulher dessa e me tirar ela assim do nada! Isso não é certo. Arizona tem que viver. Eu preciso dela. Se ela morrer, eu não vou conseguir me manter vivo mais.

Os barulhos foram acabando, e os walkers que antes eram Salvadores começavam a se erguer. Nosso grupo voltou de dentro da fábrica, matou os walkers e avisou que tinham muitas pessoas lá dentro que pareciam pessoas boas.

Alex falou pra trazerem eles, e colocarem nos caminhões.

Trevor estava sentado com a cabeça apoiada nas mãos, baixa.

Um sinalizador cortou os céus, e logo outro, e o nosso. A luta tinha acabado, voltaríamos pra Alexandria agora.

Quando nos juntamos aos outros no alto da rua, Rick me olhou aliviado e chegou perto.

-Não conseguimos achar Arizona..- Ele parou de falar quando chegou perto e viu que ela estava com a cabeça no meu colo e um curativo lhe rodeava a barriga.

-Ela precisa chegar em Alexandria logo Rick.- Trevor falou.

-Vamos então. Eu consegui capturar Negan, vamos levá-lo prisioneiro como o combinado.

-Tinha muita gente que parecia servir ele lá dentro, estão dentro dos caminhões.- Alex informou.

Rick assentiu e deu a ordem pra voltarmos pra Alexandria.

Um grupo ficaria pra checar o perímetro e terminar de prender quem tinha sobrado.

A caminhonete deu partida e eu olhei na direção da fábrica, tinha fumaça no ar.

Respirei fundo passando a mão no cabelo de Arizona. Aguenta firme, estamos indo pra casa.

 

POV Maggie

 

A agonia da espera me consumia. Já era quase três da tarde, e eu só podia rezar pra que todos voltassem bem. Não aguentava mais ficar sentada dentro de casa, então fui pra varanda. Me sentei em uma cadeira que tinha uma almofada, era confortável e ficar ali fora respirando ar puro me acalmava um pouco.

A irmã de Dakota saiu de casa e quando me viu sorriu vindo até mim.

-Oi Maggie, ta bem?

-Tô sim, só meio ansiosa.

-Nem me fale, eu acho que minha cabeça vai acabar explodindo de tanta coisa que passa nela. Sem contar a dor de cabeça. Oliver também não parava quieto, mas consegui fazer ele dormir um pouco e vim aqui respirar um pouco. Connor ta na vigia do portão de novo, nem voltou em casa até agora pra comer. Bom, quem vai ficar com fome é ele né.- Ela tagarelou e deu de ombros. -Ah me desculpa, eu não calo a boca né.- Colocou a mão na boca e ficou um pouco vermelha.

-Ta tudo bem, é bom que queira conversar. Assim me tira do tédio também um pouco.

Ela sorriu e sentou no degrau, mas virada pra mim.

-Nunca me acostumei com isso.- Falou.

-Isso o que?

-Ah, você sabe. Isso de ver meus irmãos mais velhos se colocando em perigo pra proteger as pessoas. Não que eu ache errado.- Falou rápido a última frase. -Mas é que toda vez que eles viajavam em missão, nós nunca sabíamos quando eles iam voltar. Ou se iam voltar.

-Devia ser bem difícil.

-Era, muito. Mesmo hoje eu acho que não tô acostumada.

-Precisamos ser fortes. E confiar que eles vão voltar bem.

Ela sorriu.

-Acho que Trevor gosta de você.

Pisquei algumas vezes. Não esperava por esse assunto.

-Acha?

-Uhum.- Sorri. -Ele fala muito de você quando estamos em casa.

-Ele é um cara bem legal.

-É sim. Mesmo sendo meio mandão as vezes.- Rolou os olhos me fazendo rir. -Só que a Nana supera ele nisso. Nossa, supera e muito.

-Eles dois se parecem.

-É, parece mesmo. Mas a Nana sempre acaba com a palavra final. Você tinha irmãos?

Lembrei de Beth, e do sorriso doce dela. Dakota tinha um sorriso parecido. Passava calma.

-Tinha uma irmã.

-Qual era o nome dela?

-Beth.- Sorri. -Ela morreu antes de chegarmos em Alexandria.

-Sinto muito.

-Tudo bem.

-E o seu bebê? Já sabe pra quando é?- Ri da habilidade que Dakota tinha pra mudar de assunto repentinamente.

-Você vai de um assunto pro outro bem rápido. Bom, eu tô de quase quatro meses agora.

-Hmm então ainda falta bastante.

-Falta sim.

-Ta ansiosa?

-Muito, muito mesmo.

Dakota começou a falar de como foi quando descobriu sobre os irmãos mais novos e a contar algumas histórias bem engraçadas.

Era bom ter ela ali me distraindo, o tempo com certeza ia passar mais rápido. E logo todos estariam de volta, seguros.


Notas Finais


E então?? O que acharam?? Me contem :)
Desculpem pelo atrasinho, era pra ter postado ontem!
Eu avisei que consequências aconteceriam né.. No próximo capítulo vamos ver no que isso vai dar.
Se eu to enrolando demais podem falar tá bom?
Negan agora vai ser preso, e vai pagar pelo o que fez a todos.
E essa Dakota tagarela?? Hahaha sinal de que as coisas vão pouco a pouco voltar ao normal.
Espero muito que tenham gostado!!
Até o próximo darlings,
Xx


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