História Invictus - Felicidade e dor

POV Daryl

A viagem de volta não demorou tanto quando a ida. O que era bom porque o pulso de Arizona ficava mais fraco e mais fraco, e ela precisava muito chegar em Alexandria.

Eu já tinha gritado umas cinco vezes com o motorista pra ir mais rápido. Paul voltou com a gente, por causa de Arizona e em todas as cinco vezes que gritei tentava me acalmar. Trevor ficou quieto durante a viagem, só checando o pulso da irmã e respirando fundo.

-Porra, até que enfim.- Falei quando a caminhonete entrou na rua que levava a Alexandria.

Levamos Arizona correndo pra enfermaria. Eu fiquei do lado o tempo todo, não ia sair dali até que ela acordasse. Trevor começou a dar umas injeções nela, e conectou uns fios também.

-Daryl, me passa essa tesoura.

Passei apressado a tesoura pra ele.

Trevor cortou a gaze que tava na barriga de Arizona e começou a limpar o ferimento.

O sangue ainda jorrava um pouco, e isso não era nada bom.

-Mas que merda, não consigo estancar.- Ele falou pressionando.

Maggie entrou e me olhou assustada.

-O que aconteceu?

-Ela foi ferida.- Trevor respondeu.

-Meu Deus.

-Maggie não deixa ninguém entrar aqui.- Paul respondeu. -Nós quatro já ta de bom tamanho, e você na verdade deveria estar em casa.

-Agora eu não saio daqui. Onde ta Rick e os outros?

-Eles ficaram lá pra checar o perímetro, mas já devem estar voltando.- Trevor respondeu terminando de examinar a irmã.

-Parou de sangrar?- Paul perguntou.

-Não, vou precisar cauterizar.- Trevor falou respirando fundo e olhando em volta. -Aqui tem fogão não tem?

-Tem sim, ali dentro.- Maggie respondeu.

-Tudo bem, vou esquentar essa faca então.- Ele foi até o lugar que Maggie apontou com a faca na mão.

Trevor voltou com a ponta da faca vermelha e suspirou antes de encostar no ferimento da irmã. Ele tinha uma expressão de dor, e com certeza estava fazendo um esforço enorme pra tentar ignorar que era a irmã dele ali.

Retirou a faca rapidamente, e observou o ferimento.

-Cauterizado, o sangramento parou.- Respirou aliviado.

Um dos aparelhos começou a fazer um barulho e Trevor ficou agitado.

-Não, não.- Gritou. -Ela ta tendo uma parada.

Trevor começou a fazer massagem no peito da irmã. Meu coração pesou.

Puta que pariu, Arizona não faz isso.

-Arizona reage.- Ele resmungou.

-Angel, por favor.- Paul sussurrou colocando as mãos na cabeça.

Trevor continuou a massagem, ele estava visivelmente desesperado. Eu comecei a ficar mais nervoso ainda quando ele deu um grito frustrado e parou de massagear por um segundo, mas logo voltou.

-Eu não vou perder você também.- Ele falou com dificuldade.

O aparelho começou a fazer o barulho normal, o coração dela tinha voltado.

-Não me dá esse susto caralho.- Falei respirando fundo.

Essa garota tinha que viver, eu não posso perdê-la assim. Não antes de dizer tudo o que eu não disse por causa da minha estúpida mania de guardar tudo pra mim. Eu era mesmo um idiota. Arizona merece saber que ninguém nunca amou do jeito que eu a amo.

-Eu fiz tudo que pude.- Trevor falou. -Vamos precisar de alguém pra examinar ela melhor.

-Hilltop tem um médico.- Maggie disse. -Ele ta aqui, vou chamar.

Ela saiu da enfermaria.

-Angel, nem ouse fazer isso comigo.- Paul falou sussurrou no ouvido dela, fazendo carinho na cabeça dela.

Eu segurava a mão dela, como se a qualquer momento Arizona pudesse se dissolver em fumaça e partir com o vento.

Trevor encostou na parede e escorregou até o chão, apoiando o rosto nas mãos e os cotovelos nos joelhos.

-Aqui.- Maggie entrou com o doutor depois de um tempo.

-Ela levou uma flechada, certo?- Perguntou.

Resmunguei em afirmativa e ele assentiu.

-Tudo bem, o ferimento parece ok. Ela já foi medicada?

-Eu fiz a medicação.- Trevor respondeu. -Ela teve uma parada.

-Uma parada? Hm, então vamos ter que ficar de olho nela nas próximas horas. Quais remédios aplicou?

-Antiinflamatório e analgésico, quando ia aplicar o antibiótico ela teve a parada e tive que fazer massagem cardíaca.

O médico então procurou alguns frascos no armário.

-Fez bem. Vou aplicar o antibiótico, colocar ela no soro e então só poderemos aguardar. Eu vou precisar que me dêem espaço.

-Eu não vou sair daqui.- Grunhi. -Pode deixar que não vou te atrapalhar.

Ele suspirou, mas aceitou e começou a tratar de Arizona.

Quando terminou de enfaixar, o doutor se afastou um pouco e respirou fundo.

-E agora só esperar.- Falou.

-Ei, me disseram que o médico está aqui.- Sasha entrou falando. -Ah, precisamos da sua ajuda. Temos muitos feridos.

-Qualquer coisa me chamem.- Falou e saiu da enfermaria.

Olhei pra Arizona e meu coração apertou.

-Eu vou conversar com meus irmãos, cuida dela por favor.- Trevor pediu.

Resmunguei qualquer coisa e ele saiu junto de Maggie que se despediu com um aceno de cabeça ao qual eu retribuí.

-Se você quiser pode ir ver como os outros estão, eu fico aqui com ela.- Paul sugeriu.

-Não. Não vou sair de perto dela.- Respondi de imediato. -Mas você pode ir se quiser.

Ele me olhou em dúvida.

-Pode ir mesmo, eu aviso quando ela acordar.

-Acho que ela não acorda hoje.- Paul diz meio desanimado. -Eu volto depois, só vou ver se estão precisando de ajuda.

Assenti. Paul deu um beijo na testa de Arizona e saiu da enfermaria.

Puxei um banco pra perto da maca, me sentei e respirei fundo.

-Eu tô aqui, me ouviu? Não vai me deixar, eu não vou deixar você partir. Você precisa lutar, me entendeu? Eu preciso que você lute.

Beijei a mão dela.

Nunca senti tanto medo na minha vida. Nunca senti uma sensação tão ruim do que essa. Nem quando o desgraçado do meu pai fez da minha vida um inferno. Nem todas as vezes em que eu tinha que fingir na escola que estava tudo bem, quando na verdade nada estava bem.

Isso era diferente de tudo.

Arizona entrou na minha vida, derrubou minhas barreiras, me mostrou que eu posso sim ter alguém e pensar em um futuro. Eu não posso simplesmente perder isso assim.

Tenho plena consciência de que não depende só de mim, ou dela. JC teria que me dar uma força.

Porque se Arizona morresse, eu não ia saber viver sem ela. Já tô acostumado em dormir com ela, em ouvir a risada dela, sentir a respiração dela na minha pele. Tudo nela já era um vício pra mim. O jeito como coloca o cabelo atrás da orelha, ou como fica vermelha quando ta nervosa. Quando morde aquele lábio, nossa isso me faz ficar tão louco por ela.

Era de um humor bem macabro encontrar alguém nesse caos, começar pensar numa vida com ela e agora não saber se a pessoa voltaria. Era como se a vida não gostasse nem um pouco de mim, e decidisse que eu só sirvo pra sofrer. Como se os Dixons só tivessem que se foder eternamente.

Bufei.

Maldita vida miserável.

POV Paul

Eu não fui ver se precisavam de ajuda. Na verdade eu precisava ficar sozinho. Podia ser egoísmo meu, já que tantas pessoas se arriscaram e agora podiam estar precisando de uma ajuda a mais e eu estava aqui sentado nesse coreto chorando copiosamente, mas eu realmente precisava chorar.

Quando vi minha Angel daquele jeito, toda machucada e desacordada, pensei que tinha a perdido. E talvez ela não volte, o que mais de deixa apavorado.

Ri sem humor.

Eu e Angel éramos tão ligados, que só o pensamento de um mundo sem ela me fazia querer gritar.

Era irônico ter encontrado ela no meio disso tudo, quando já tinha perdido as esperanças que fosse a ver de novo, pra agora a perder assim.

Não, isso não podia acontecer.

-Um dólar pra me contar o que ta pensando.- Alex entrou no pequen coreto falando.

-Você não tem um dólar.- Respondi desviando o olhar.

-É aí que você se engana.- Ele tirou a carteira de dentro do bolso e sacou uma nota de um dólar.

Eu ri.

-Você anda com dinheiro pra subornar os mordedores?

Alex riu se sentando do meu lado.

-É só uma lembrança de um mundo diferente. De um passado não tão distante.

Balancei a cabeça rindo fraco.

-Você não ta bem.

-Isso não foi uma pergunta.- Devolvi.

-Eu te conheço bem demais pra saber que você ta sofrendo bastante. Arizona significa muito pra você, sempre significou.

Olhei pra ele e franzi o cenho.

Alex me olhava daquele jeito de quando queria decifrar o que eu pensava e sentia.

Me perguntei porque aquilo ainda mexia comigo. Mas a resposta era óbvia demais pra me fazer sentir como um completo idiota.

-Ela não pode morrer.- Falei.

-Tenha fé, Arizona vai sair dessa. Como eu mesmo já disse, os King não são fáceis de cair.

Olhei pro gramado a frente de novo.

-Sabe que pode se sustentar em mim, não sabe? Não precisa reprimir suas frustrações e medos o tempo todo.

Alex colocou a mão em cima da minha.

Encarei nossas mãos e senti uma sensação conhecida. Uma sensação de que aquele era meu lar. Alex era meu refúgio.

Mas tão rápido meio essa sensação, as lembranças me atingiram como um soco.

Tirei minha mão debaixo da dele e pigarreei.

-Vou voltar pros outros, Rick acabou de chegar com o último grupo e precisamos prender os prisioneiros. Mas qualquer coisa me procura. E se não me procurar, eu te acho depois.

Resmunguei concordando e Alex se foi pra junto dos demais.

Droga de homem.

POV Trevor

Entrei em casa e logo fui bombardeado com perguntas.

-Ah Trevor. Cadê a Nana? Ela ta bem? Por que não ta contigo? E como foi lá?

-Dakota por favor, uma pergunta por vez.- Respondi colocando a mão na testa.

-Cadê a Nana?- Oliver perguntou.

-Eu preciso que vocês se sentem.- Falei.

-Ah não.- Connor falou com os olhos marejando.

Os outros dois arregalaram os olhos.

-Não diz isso Trevor, por favor.- Dakota falou.

-Vocês nem querem me deixar falar.- Falei nervoso. -Se sentem e calem a boca.

Eles se assustaram com meu tom e sentaram.

-A Nana foi ferida.- Comecei. -Não foi um ferimento pequeno, ela foi atingida por uma flecha e agora está na enfermaria desacordada.

-Mas ela vai acordar, não vai?- Meu irmão mais novo perguntou.

Olhei pra ele, Oliver tinha os olhos tristes e começando a encher de água.

-Ela perdeu muito sangue, mas acho que sim. Temos que torcer pelo melhor.

-Podemos ir ver ela?- Dakota perguntou chorando.

-Acho melhor não, ela ta bem machucada.

-Pela sua cara não é só do ferimento da flecha que você ta falando.- Connor fala preocupado.

-Não, ela parece ter apanhado bastante.- Dakota colocou a mão na boca quando terminei a frase.

-Meu Deus.- Disse ela.

-Trevor, eu quero ver a Nana.- Oliver falou chorando e vindo pra perto de mim, me abraçando.

-Eu sei que quer, mas vocês só vão poder vê-la amanhã.- Apertei ele de leve. -Até amanhã preciso que sejam fortes, ta bom?

-Ta bom.- Oliver respondeu.

-Ei, fiquem dentro de casa. Todos vocês, por favor.

Meus irmãos concordaram e eu saí pra ir até os outros.

Enquanto Arizona não acordasse, eu ia precisar ocupar minha cabeça.

Antes de virar a esquina ouvi meu nome ser chamado e me virei encontrando Maggie saindo da própria casa.

-Como eles reagiram?

-Queriam ir ver a Nana hoje, mas achei melhor não.

Maggie concordou, colocou as mãos nos bolsos e sorriu triste.

-Melhor mesmo eles não a verem com tantos machucados. Mas e você? Como está?

-Eu tô com medo.- Deixei meus ombros caírem. -Tô com muito medo de perder Arizona. Ela perdeu muito sangue enquanto vínhamos pra cá.

Ela tirou as mãos dos bolsos e então me abraçou. Devolvi o abraço meio sem jeito por ter sido pego de surpresa.

-Vai ficar tudo bem.- Diz ela com a cabeça deitada no meu ombro.

Me afastei dela e sorri de lado.

-Tomara que sim.- Ela sorriu fraco. -Vou ajudar lá na frente agora, me manter ocupado vai me fazer sentir melhor

-Tudo bem, eu vou estar em casa se precisar. O doutor me mandou ficar descansando.

-E ele ta totalmente certo.- Pisquei um olho e sorri me virando, seguindo pra entrada de Alexandria onde resgatados e prisioneiros esperavam seus destinos.

Tínhamos passado o resto do dia acomodando os que visivelmente só estavam com Negan para serví-lo, e servir seus soldados. Era revoltante o fato de que ele conseguiu render várias pessoas às suas vontades.

A cela que Spencer estava ia ser usada pra prender Negan, Spencer foi transferido pra ficar sob a vigia de Carl na sala de Rick enquanto prendemos os outros. As pessoas que vimos serem apenas vítimas como nós seriam integradas à Alexandria primeiro, depois quem quisesse poderia se mudar para Hilltop ou Reino, mas pra ir pro Reino teria que passar pela aprovação do rei.

-Minha punição é ficar preso?- Negan debochou quando Rick trancou a cela. Idiota.

-Por hora.- Rick respondeu, vi que Negan hesitou um pouco.

-E o que vem depois?

-Ah você não vai querer saber.- Rosnei o encarando com ódio.

Negan percebeu o meu tom sombrio e soltou um riso fraco.

Dei um último olhar e saímos do porão onde ficava a cela. Seguimos pela rua, eu, Rick, Michonne e Rosita.

-Temos que fazer uma reunião com todos, nossos aliados e os moradores de Alexandria.

-Rick, acho que devíamos começar a mandar equipes de busca.- Michonne falou. -Nós precisamos ir atrás de suprimentos. Suprimentos médicos inclusive.

-Sim, temos muito o que fazer. Mas ao menos agora estamos em paz.

-Não podemos dar bobeira.- Diz Rosita. -Se Negan era ruim, pode existir coisa pior.

-Por enquanto não vamos focar nisso. Vamos focar em reerguer nossas comunidades. E Trevor, me mantenha informado sobre sua irmã.- Me olhou, concordei com um aceno de cabeça. -E Rosita, quero que tome conta da segurança das celas. Preciso que comande as pessoas que vão ficar de vigia e cuide pra que nada saia do nosso controle, pode fazer isso?

-Claro.- Ela respondeu. -Vou convocar algumas pessoas agora mesmo.

Rosita se separou de nós pra ir atrás das pessoas necessárias.

Alexandria estava cheia, pessoas das nossas três comunidades aliadas e mais os poucos novos moradores que sobreviveram ao ataque. Estes pareciam assustados, deviam estar com medo de que os matássemos. Mas Rick disse que eles mereciam uma chance, mesmo que sob observação mas mereciam.

Rick parou na esquina do lago e olhou pra mim e Michonne com as mãos nos quadris.

-Tudo bem, vamos reunir todos aqui na frente. Uma nova fase de Alexandria vai começar e as pessoas precisam ficar cientes de que não somos a única grande comunidade sobrevivente na região.

As pessoas se amontoavam no largo perto do portão da cidade. Rick tinha subido na plataforma acompanhado de Ezekiel e Paul.

-Nós conseguimos. Vencemos Negan e seus homens.

As pessoas comemoraram e se abraçaram ao ouvir isso.

-Sim, isso é muito bom mas não é o final. Há postos avançados que pertencem aos Salvadores e ainda precisamos tomar conta disso. Eles podem tentar planejar um resgate pra todos os Salvadores que estão aqui.- As pessoas entenderam que mesmo com tudo o que houve, a guerra ainda não estava no fim. -Vamos precisar da ajuda de todos pra receber nossos novos moradores que.. sofreram nas mãos das mesmas pessoas que nós. E atenção de todos, para qualquer atividade suspeita ou tentativa de fuga dos prisioneiros. O Reino, Hilltop e a comunidade militar Delta são nossos parceiros e aliados. Pra alguns de vocês, o mundo acaba de expandir e nós vamos lutar pra que continue se expandindo cada vez mais.

Olhei pro rosto das pessoas que estavam ali. Encontrei rastros de esperança, felicidade, empolgação. Cada um sentia o sabor da liberdade de um jeito. Eu estava feliz, mesmo. Mas não conseguia sentir o que todos eles sentiam agora. Minha irmã estava desacordada, e por mais que o ferimento não tivesse atingido nenhum órgão, eu não sabia se ela ia acordar logo. Ou se ia acordar. Ela podia ter mais paradas, e tudo era incerto.

Por mais que eu estivesse feliz por Alexandria. Eu não sentia a felicidade em mim.

POV Daryl

Eu dormi segurando a mão de Arizona, acordei várias e várias vezes pra checar se ela estava bem. Não foi uma noite muito boa, eu quase não dormi na verdade.

Eram quase quatro da manhã, e aqui estou eu acordado encarando o rosto da minha mulher.

Trevor tinha vindo aqui mais cedo pra checar, Paul apareceu pra ver se estava tudo bem também, Maggie e Sasha também vieram, até Tara apareceu. Todos estavam preocupados, e todos que ainda não tinham visto acabavam tendo a mesma reação quando viam o rosto de Arizona cheio de hematomas.

Quem quer que tenha feito aquilo, assim que eu soubesse quem foi eu mataria. Como fiz com o filho de uma puta do Dwight.

Abraham tentou me animar dizendo que tinham recuperado minha moto, mas nada do que dissessem me faria me sentir melhor. Eu só conseguia pensar que queria Arizona acordada logo, e bem.

Estendi uma mão e coloquei uma mecha do cabelo dela atrás da orelha. Eu precisava falar tudo o que já devia ter falado. E quando ela acordasse eu falaria de novo. A partir de agora eu não ia mais guardar nada pra mim. Porque isso era ridículo. Eu ia agir como um babaca apaixonado mesmo e que se foda tudo.

-Arizona.- Senti uma lágrima escorrer, e logo vieram outras. -Não me deixa, por favor. Eu sei que deve ser um saco ouvir alguém o tempo todo pedindo pra que lute, e tente se manter viva, mas eu tô desesperado.- Funguei tentando limpar as lágrimas, mas só caiam mais e mais. -Quando eu acordei depois daquela noite horrível e vi seu rosto, sabia que estava fodido porque aqueles olhos iam me atormentar pra sempre.- Ri sem humor. -Eu tô aqui chorando que nem a porra de um maricas, mas eu não me importo. Foda-se. Você não tem noção do quanto eu sou apaixonado por você garota. E desculpa estar me declarando, ou sei lá, só agora. Quando você acordar eu posso falar tudo de novo. Não tem problema, eu falo e nunca vou me cansar de falar isso tudo porque eu te amo Arizona. Eu te amo tanto. Não posso te perder. Por favor. Eu te amo.