História Invisible String - First memory

Josie estava em um salão de um castelo. Como ela havia ido parar lá, ela não sabia.

Ela olhou em volta, várias pessoas com roupas de época estavam rindo, bebendo e comendo, algumas estavam até mesmo dançando. Mas não Josie, Josie estava triste e ela sequer sabia o porquê.

— Josie! — Josie escuta a voz da irmã e então olha para trás, encontrando Lizzie em um vestido verde de época enquanto ela usava um vestido amarelo, também de época. — Onde você estava?

— Aqui? — Josie a respondeu confusa. — Lizzie, o que está acontecendo?

— Estamos comemorando o casamento. — Lizzie explica. — Josie, você bebeu tanto que esqueceu que planejou essa festa toda e sozinha?

— Como assim eu planejei essa festa Lizzie? — Josie pergunta ainda mais confusa. — De quem é essa festa?

E antes mesmo que Lizzie pudesse a responder, Josie estava acordando.

Josie acordou confusa, assim como em seu sonho. Agora ela não usava mais o vestido amarelo de época, ela estava usando o seu pijama, e pela dor que ela sentia nas costas, Josie havia dormido em cima do seu piano.

Ela havia feito como falou para Jade: jantou no restaurante em que Mg trabalha e depois foi para casa para terminar a música que estava compondo. Ela ainda lembrava de ver o fio vermelho sumindo de seu dedo, e isso havia ocupado boa parte da sua mente enquanto ela tentava escrever, até que ela dormiu.

Mas ao lembrar do seu sonho, Josie colocou a mão no piano e começou a tocar algumas notas, criando primeiro uma melodia. Ela fechou os olhos para sentir melhor a música e, de repente, abriu os olhos, procurando por seu caderno onde escrevia as músicas delas e escreveu o que sentia.

I feel your touch when I’m alone at night (Eu sinto o seu toque quando estou sozinha a noite)

But it’s just me who’s holding tight (Mas sou apenas eu me abraçando apertado)

And this life doesn’t feel like you (E essa vida não é como você)

There’s nothing left but these I love you (Não me sobrou nada além desse amor por você

And I just wanna scream out ‘til my voice breaks (E eu só quero gritar até que a minha voz falhe)

Even if the tears falls and my heart hates me (Mesmo que as lágrimas caiam e o meu coração me odeie)

I just wanna know how I can save me (Eu só quero saber como eu posso me salvar)

Even if these three words choke and take me (Mesmo que essas três palavras me sufoquem e me levem)

Baby I love you (Querida eu te amo)

…

Hope estava inquieta enquanto Hayley tomava café da manhã e observava a mãe. Desde que Hope viu o fio vermelho em seu dedo, ela não conseguia parar de pensar nos cabelos morenos que ela viu, isso inclusive ocupou boa parte da sua mente antes dela conseguir dormir.

— Mamãe! — Hayley grita a ruiva, que olha assustada para ela. — A senhora não escutou o que eu falei.

— Claro que eu escutei. — Hope fala e Hayley olha para ela como se duvidasse. — E eu concordo com você.

— Então eu posso tocar bateria? — Hayley pergunta com os olhos brilhando e Hope arregala os olhos.

— Não! — Hope se apressa em dizer e percebe a filha perder o ânimo. — Você não disse que a sua professora iria ajudar você a encontrar o instrumento perfeito para você? — Hayley assente com a cabeça. — Então por que não esperamos você escolher achar o instrumento e então compramos?

— A gente pode assistir desenho hoje? — Hayley pergunta e volta a comer o cereal dela.

— Quando você terminar o seu dever de casa, é claro que podemos. — Hope a respondeu. — Agora vamos porque eu ainda tenho uma reunião hoje pela manhã.

Hayley terminou o cereal que comia e foi até o próprio quarto para poder escovar os dentes e pegar a mochila dela.

Dentro do carro, Hayley e Hope iam cantando músicas que as duas gostavam. Hope se despediu da filha com um beijo na testa em frente a escola. No caminho para a galeria, Hope passou em uma cafeteria para comprar café para ela e Cleo, claro que aproveitou para comprar alguns donuts.

— Você está atrasada. — Cleo avisa assim que a mulher entra na galeria.

— Eu comprei café. — Hope estende o apoio dos copos que ela segurava para Cleo, que sorri e pega o que tinha o nome dela. — E eu não estou atrasada, eu deixei Hayley na escola.

— Tem uma fila de artistas querendo poder falar com você. — Cleo fala e Hope revira os olhos.

— Então não me interrompa. — Hope fala para a outra mulher quando elas param em frente a sala da ruiva.

Cleo assentiu para Hope e se afastou, precisaria organizar a ordem dos artistas que queriam expor suas artes na galeria. Hope respirou fundo e abriu a porta de sua sala. Assim que o primeiro artista entrou, Hope sabia que aquelas entrevistas iriam durar por toda a semana.

…

Hayley sabia que estava encrencada quando entrou na sala da diretora. Era o seu segundo dia de aula e ela já havia brigado na escola.

Se o caso fosse mais leve, ela estaria recebendo uma bronca da professora e não da diretora que estava olhando séria para ela no momento.

— Hayley Mikaelson, certo? — A diretora pergunta e a garota assentiu com a cabeça. — Me chamo Caroline Forbes.

— É um prazer conhecer a senhora. — Hayley fala e Caroline se controla para não sorrir com a educação da garota.

— Acho que você já sabe que eu mandei chamar a sua mãe. — Caroline fala e quase ri quando a menina arregalou os olhos assustada.

— Hayley Elizabeth Mikaelson. — Hope entra na sala da diretora, fazendo a filha encolher por ter usado o nome completo dela.

— Bom dia senhora Mikaelson. — Caroline levanta e estende a mão para Hope, que aceita. — Por favor, sente-se. — Aponta para a cadeira ao lado da de Hayley e Hope senta enquanto encara a filha.

— Bom dia senhora Forbes. — Hope fala para a loira na frente delas. — Posso saber o que aconteceu para eu ser chamada no segundo dia de aula da minha filha?

— Foi reportado por uma das professoras que Hayley empurrou um colega de classe. — Caroline responde e as mais velhas olham para a criança.

— Ele provocou! — Hayley se apressa em dizer.

— O que ele falou querida? — Caroline pergunta.

— Ele disse que eu não tenho pai porque ele não gosta de mim. — Hayley responde e Hope suspira alto. — Desculpa mamãe. — Pede para a mãe. — Desculpa senhora Forbes.

— O aluno que você empurrou foi o Ed, certo? — Caroline pergunta e a garota afirma com a cabeça. — Ele já tem um histórico de provocar outros alunos, mas como você o empurrou, vou ter que suspender você pelo resto do dia.

— O que?! — Hope praticamente grita. — A minha filha é provocada e quando reage ela leva a punição? Ainda mais contra um garoto que já não tem um histórico bom com outros alunos?

— Senhora Mikaelson, acredite em mim, Ed vai ter a punição dele. — Caroline garante. — Mas a agressão partiu por parte da sua filha.

— Agressão verbal não conta? — Hope fala revoltada. Poderiam mexer o quanto quisessem com ela, mas ninguém tocava em sua filha.

— Os pais de Ed já estão a caminho, creio que viu a criança sentada perto da minha secretária, certo? — Caroline questiona e Hope afirma. — Ele é o Ed, se preferir, podemos discutir a punição dos dois juntos.

— Tudo bem. — Hope concorda. — Mas sem as crianças.

— Certo, acho melhor também, preciso conversar com os pais deles a sós. — Caroline fala e olha para Hayley. — Querida, por que não espera a sua mãe lá fora? — Hayley assentiu com a cabeça e desceu da cadeira, saindo da sala da mulher em seguida. — Ela lembra a minha filha. — Caroline fala para Hope assim que a criança saiu. — Ela é professora aqui e eu lembro muito bem que quando criança ela arrumava confusão para defender a família.

Por algum motivo, aquelas palavras fizeram Hope sorrir. Cinco minutos depois, os pais do tal Ed estavam entrando na sala da diretora. Mais meia hora depois, estava decidido que, devido ao histórico do garoto, ele iria levar dois dias de suspensão e Hayley iria ser suspensa somente por aquele resto de dia escolar.

Hope só precisou sair da sala da diretora para que Hayley levantasse e as duas seguiram para o carro da ruiva. Hope não disse uma palavra durante o caminho para a galeria, afinal, Hope ainda precisava trabalhar.

— Mamãe. — Hayley chama quando Hope estaciona em frente a galeria. — Me desculpa?

— Filha. — Hope tira o cinto de segurança para virar para o banco de trás e conversar com a garota. — Você sabe que não pode sair por aí agredindo as pessoas certo? — Pergunta e Hayley afirma com a cabeça. — Sabe que eu vou ter que deixar você de castigo, não é?

— Sem doces ou sem desenhos? — Hayley pergunta um pouco triste.

— Sem doces. — Hope a respondeu. — Agora vamos, você pode escolher o que vamos almoçar e ir comprar com a Cleo.

Hayley desceu do carro primeiro e Hope respirou fundo. Só queria que fosse mais fácil criar uma filha sozinha.

…

Cleo e Hayley estavam em uma séria discussão sobre o que elas iriam almoçar quando Hayley olhou para a porta. A garota sequer se importou com Cleo, apenas correu na direção de Josie, que entrou no restaurante e abraçou a morena pelas pernas.

— Tia Josie! — Hayley grita animada.

— Hey pestinha. — Josie fala sorridente e bagunça um pouco o cabelo de Hayley. — Você está sozinha? — Pergunta preocupada.

— Não, eu tô com a tia Cleo. — Hayley aponta para a mulher, que acena para Josie. — Quer almoçar com a gente, tia? A gente vai levar o almoço da mamãe.

— Eu não posso meu bem. — Josie sorri fraco para ela.

Antes mesmo que Hayley pudesse perguntar por que Josie não podia almoçar com ela e Cleo, uma mulher entrou no restaurante e abraçou Josie pela cintura, dando um beijo na bochecha dela em seguida.

— Finalmente achei um lugar para estacionar. — Jade fala e percebe a presença de Hayley. — Não sabia que você estava acompanhada. — Sorri para a garota. — Meu nome é Jade e o seu pequena?

— Hayley. — A garota fala seca e Josie estranha, segundos atrás ela estava animada. — Tchau tia Josie, tchau Jade. — Se afasta e volta para a mesa em que Cleo aguardava por ela.

Jade e Josie conseguiram uma mesa um pouco atrás da que Hayley estava. A verdade era que Josie estava incomodada por Hayley ter se afastado dela assim que Jade apareceu.

Por algum motivo, Josie queria agradar a garota.

…

Hope finalmente havia terminado as entrevistas dos artistas naquela sexta-feira. Só queria poder chegar em casa, tomar um banho quente demorado e assistir qualquer desenho que Hayley escolhesse.

Hope fechou a sua sala e foi atrás de Cleo e Hayley na sala da sua amiga, e como não encontrou as duas, deduziu que elas estavam discutindo sobre as obras espalhadas pela galeria, não que Hayley entendesse de muita coisa, mas era divertido para ela e Cleo falarem sobre as pinturas e esculturas espalhadas ali.

Para a surpresa de Hope, Hayley conversava animada com uma loira enquanto Cleo sorria para a interação das duas. A ruiva se aproximou do trio e sorriu ao escutar a filha rindo de alguma coisa que a loira disse.

— Boa tarde. — Hope fala para as três. — O que está acontecendo aqui?

— Mamãe, essa é a tia Lizzie. — Hayley fala animada para a mãe e aponta para a loira. — Ela disse que sabe tirar fotos.

— Eu sou fotógrafa. — Lizzie estende a mão para Hope, que aceita rapidamente. — Eu tenho um estúdio de fotografia perto daqui.

— Oh, então você é a famosa Lizzie Saltzman. — Hope fala e Hayley olha assustada para Lizzie.

— Você é irmã da tia Josie! — Hayley fala animada.

— Sim, eu sou. — Lizzie concorda com um sorriso enorme no rosto. — Você é aluna dela? — Pergunta e Hayley assente animada com a cabeça. — Sabia que Josie é a minha irmã gêmea?

— Sério? — Hayley pergunta com os olhos arregalados.

— Me desculpem. — Hope interrompe as duas. — Mas, por que está aqui senhorita Saltzman?

— Me chame de Lizzie, por favor. — Lizzie pede e Hope assente com a cabeça. — Eu vim aqui para convidar vocês para a minha exposição amanhã, vai ser  durante a tarde e como essa é uma galeria nova, achei que seria bom convidar vocês para conhecerem outros artistas.

— A gente vai. — Hayley fala por ela, a mãe e Cleo.

— Vamos? — Cleo é quem pergunta.

— Claro que sim tia. — Hayley fala como se fosse óbvio. — Pode deixar tia Lizzie, a gente vai.

— Creio que temos um compromisso amanhã. — Hope sorri para a loira.

Hayley sorriu animada, aquela seria uma ótima oportunidade para Hope finalmente conhecer a sua professora de música.