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História Irmãos até que o amor nos separe - O furacão misterioso que arrasou com a minha vida.


Escrita por: Jeff-Sama

Notas do Autor


Historinha nova!

Vou tentar um shoujo para relaxar! Eu quero manter a pegada do shoujo nisso aqui!!
Mas se bem me conheço, posso desviar do caminho de vez em quando...dá vontade de fazer umas misturas de gêneros... enfim, darei o meu melhor!

Espero que vocês gostem de mais essa fic aqui, pessoas <3
Até as notas finais o/

Capítulo 1 - O furacão misterioso que arrasou com a minha vida.


Fanfic / Fanfiction Irmãos até que o amor nos separe - O furacão misterioso que arrasou com a minha vida.

 

Eu olhava com pena para aquelas pessoas isoladas, as que não tinham um amigo para conversar escondido durante as aulas, para rir à toa ou compartilhar o lanche no intervalo. Olhava para mim mesma, e sentia orgulho da garota que eu era, tinha certeza que dentre as minhas amigas, eu era a mais feliz de todas.

O segundo ano do ensino médio já havia começado há três meses, e eu estava vivendo cada dia com a sensação de missão cumprida. Estava sendo uma boa filha para a minha mãe, uma excelente aluna para os professores e um ombro maravilhoso para as garotas com quem andava.

Mas no fim de cada dia, mesmo com aquela boa sensação, eu olhava para o espelho, no mais pleno silêncio do meu quarto, e sempre parecia que faltava alguma coisa para a minha vida ser de fato divertida e feliz. Aquela interrogação maldita dormia comigo, sumia no decorrer do dia e ao cair da noite, lá estava ela junto comigo outra vez.

Foi então, que aos dezesseis anos apenas, descobri que uma única pessoa tinha o poder de mudar o meu mundo. Ele tinha a força de um furacão, valente e parecia não temer a nada. Me carregava para seu próprio mundo quando bem entendia, e depois de me atordoar com seus estragos, simplesmente me mandava de volta, cheia de muitas outras interrogações na cabeça. Ainda assim, parecia que apenas ele podia responder ao vazio que eu sentia, seus olhos verdes eram tão perigosos, mas tão convidativos, que se jogar ao seu perigo parecia ser a menor loucura que existe.

Como é possível a vida de uma pessoa mudar radicalmente entre o fechar de olhos de uma noite e o acordar de outro dia?

 

~ * ~

A força de um furacão misterioso que arrasou com a minha vida!

Aquela manhã tão calma, de céu tão limpo e lindo, fazia um perfeito contraste com a agitação da minha mãe. Eram apenas 6h30 e ela já queria ter feito coisas correspondentes à um dia inteiro. Diante da mesa de nosso café-da-manhã, eu a assistia futricar dentro da bolsa enquanto sussurrava alguma coisa para si mesma.

- Mãe, a senhora vai sair para algum lugar importante hoje? Pensei que fosse trabalhar...

- E por acaso o meu trabalho não é importante, minha filha? – ela me olha por um instante, dou de ombros, nós duas rimos brevemente – É claro que vou para um lugar, e é muitíssimo importante que eu chegue lá até as 09h com toda uma papelada em mão, ou não vou conseguir terminar uma coisa.

- Shiii, a senhora fez mistério com essa “coisa importante” já faz alguns meses hein? – empino o nariz, fazendo um cacho na ponta de meu cabelo – Se for para comprar um carro para mim, como presente de aniversário antecipado, saiba que não precisava se incomodar tanto! Mas, eu aceito!!

- Hahah, infelizmente não é um carro novo, que com certeza seria para sua mãe aqui, que por acaso é a única com idade e habilitação para conduzir um desses tá?

Apenas termino de comer minha maçã, um tanto infeliz pelo meu carro alguns anos mais distante. Pego a minha mochila presa as costas da cadeira e estendo a mão para ela.

- E o dinheiro do meu lanche, não vai me dar hoje?

- Ai filha, é sério que você está me perguntando por dinheiro justo agora? – continua concentrada em sua bolsa, tirando mais e mais documentos de dentro. Minha mão continua estirada, insisto – Tá legal, olha aqui na minha carteira se eu tenho dinheiro trocado, se tiver algum você pode pegar.

Faço isso com alegria ao pegar sua carteira brega de mãe. Vou contando as cédulas e a cada uma que passa meu sorriso diminui mais. Só tinha coisa grande.

- Puxa vida, mãe, só tem dinheiro alto aí! – faço caras e bocas – Mas não tem problema, eu não vou gastar tudo, prometo!

- Mas filha, eu não sei... – ela me fita duvidosa – da última vez que lhe dei uma desta, encontrei metade de uma loja do shopping com você dentro de sacolas. Ontem fiz alguns sanduiches, você não quer levar?

- Não mãezinha, por favor! – ergo a nota, faço o melhor possível para parecer sincera – Eu prometo que não vou gastar nem um décimo disso aqui, tá bom assim?

- Hum...

Seu olhar me pega de surpresa, ela estava serena e ao mesmo tempo preocupada com alguma coisa. A vejo assentir, e lhe dou um beijo enquanto distribuo muitos elogios.

- Nhaaa mãezinha, obrigada por confiar em mim! Sabe que sua filha cumpre com o que diz, né? Né?

- Eu sei sim... sei que é uma garota maravilhosa, Lucy – ela suspira, seu sorriso se abre mais em seguida. Ajeita sua blusa e saia quando finalmente fecha a bolsa com tudo dentro – Eu estou indo. Filha, preciso que esteja aqui em casa na hora que combinamos tá bem?

- Ah, sim – me lembro da última conversa estranha que tivemos – às 14h quer que eu esteja aqui. Até tive que furar um passeio com as meninas para poder cumprir com minha promessa, mas é assim mesmo, filha boa se sacrifica pela bela mãe que tem.

Ela me abraça, rindo. Adorava quando aquela loira de cabelos curtos, tão madura e responsável, as vezes louca, mas sempre pronta para tudo, mostrava que confiava em mim. Me sentia digna de ser sua filha quando sabia que estava dando orgulho para ela.

- Mãe, se prepare para ver mais um combo de notas dez em meu boletim para este ano letivo. Vou preparar o meu bolso para isso também, hum?

- Me mostre esse combo primeiro – ela mostra a carteira, guardando-a na bolsa em seguida também – aí lhe darei as notinhas mais altas que puder também.

 

~ * ~

Já havia enfrentado duas aulas de matemática seguidas, foi um alivio quando a professora de educação física, Sonya, chegou à porta de nossa sala de aula com aquele monte de equipamentos esportivos. Fui ao vestiário junto das minhas amigas, elas pareciam o dobro de tagarelas naquele dia.

- Adoro quando a professora Sonya chega – comenta Erza, com seu jeito mais sério e certinho de falar. Ela ajeita os óculos enquanto observa as bolas dentro da sacola – meninas, que tal participarmos do futebol hoje?

- Que?! De jeito nenhum! – contesto, Juvia e Mirajane me apoiam com batidinhas nas costas e sorrisos – somos integrantes do clube de torcida, Erzinha! A gente tem a missão de assistir aos jogos e torcer pelos garotos da nossa turma, nada de jogar, só apoiar!

- Lucy-pin tem toda razão! – Juvia diz, já pondo suas orelhas de gato, que segundo ela lhe dão mais energia, mas na verdade só a deixava mais fofa mesmo. Ela sorri de canto – Bolas são coisa de homens! A gente não toca nelas sem um bom motivo, sua safadinha.

- Mas o que?! – a ruiva quase tem um surto, vermelha – ahhg, deixa para lá. Vamos mexer essas bundas direito então, suas monótonas incontestáveis e patricinhas!

Olhamos para Mirajane, que é a única que não abriu a boca. Ela apenas observa cada uma de nós e sorri tímida, como sempre.

- Mira de poucas palavras, hein? – comento quando adentramos o vestiário junto das demais meninas – acho que vai nevar no dia em que você decidir falar mais que três palavras sobre alguma coisa, Mirinha.

- Hum – ela assente, tirando sua calça. Juvia a segura por trás, suas mãos vão direto para debaixo da blusa – Nhaaar... Juvia...!

- Mira-syun – seu rosto se torna igual o da serpente tentadora – Acredito que as caladinhas são as mais perigosas. Tem apenas três meses que conhecemos você, sei que ainda vai nos falar e mostrar mais coisas empolgantes sobre sua vida!

- Tira as mãos da Mira sua sem vergonha! – Erza bate em suas mãos, que saem rapidamente debaixo da blusa. Ambas se fitam com raios medindo força – Espera mais um pouco, se ela quiser falar ou mostrar algo mais, ela o fará por livre e espontânea vontade.

- Hum... mas eu não tenho tanta paciência, quero descobrir do que Mira-miun gosta!! – ela vira-se para a albina, que agora vestia sua saia do fardamento de líder de torcida com pressa – Perdi de novo a visão da bunda branquinha e impecável que ela deve ter!! Yaaaaa!!

- Ora, ora... – Mira cora, escondendo-se atrás de mim.

Juvia tenta avançar, mas lhe dou peteleco na testa.

- Boba, a Mira só quer treinar em paz.

- Tá... desculpa Mira-michum... – ela coça a cabeça, num biquinho triste – Prometo que vou me controlar para não descobrir a sem vergonhisse oculta em seu rosto de anjo.

Todas acabamos nos trocando em pouco tempo e logo estávamos junto das demais garotas na quadra.

- Meninas, vamos treinar aquele grito que usaremos no amistoso entre nosso colégio e a Lamia na semana que vem? – vou puxando as demais, dando um passo à frente com os pompons para o alto – Um, dois, três... vamos!!

 

~ * ~

Durante o intervalo, mostrei para as meninas a nota que usaria para pagar o meu lanche, estrelinhas do dinheiro me rodeavam, meu nariz empinado e tudo o mais.

- Uaaau, sua mãe lhe deu tudo isso mesmo sem ser dia de mesada, amiga? – Erza fez boca e olho grande, assim como Juvia. Mira apenas continuou quietinha e espantada – eu queria ter essa grana toda, preciso comprar uma coisa muito linda que achei um dia desses numa caminhada pelo centro.

- Tipo o que? – Juvia indaga.

- Ehr... lápis de grafites diversificados e de qualidade impecável... – seus olhos brilham, parecia estar sonhando acordada – eles servem para muitas coisas... dá até para matar alguém de tão resistentes que são as pontas.

- Esquece que perguntei...

- Enfim – ela pega a nota da minha mão, analisa e então me devolve. Estava séria agora enquanto tirava seu dinheiro da carteira – não vou deixar você passar uma nota tão alta como esta em meio a tanta gente suspeita nessa cantina, Lucy. Pode ser perigoso.

- Será? – paro para pensar um pouco, olhando em volta. Tinha muitos rostos novos naquele ano, talvez Erza tivesse razão em desconfiar um pouco de suas índoles – tem razão amiga, mas como é que vou fazer para lanchar? Preciso trocar esse dinheiro de um jeito ou de outro!

- Eu pago o seu lanche hoje – diz num sorriso curto, me puxando para a fila. Juvia e Mira nos acompanham em alarde – eu estou em dívida com você depois que dividiu comigo seus oniguiris divinamente preparados pela senhora Layla.

- Ah, aquilo não foi nada, eu havia trazido tantos... – meu sapato desliza timidamente para os lados, estava emocionada com a ação da Erza.

- E eu pago a sua bebida, Lucy-erin! – a azulada mostra seu polegar. Me derreto com tamanha bondade. Mira faz pigarro, seu rostinho tão angelical cora enquanto ela tira algo da bolsinha de poodle – Mira-kakan?

- Eu... eu pago a sua sobremesa, Lucy.

- Mirazinha... – encaro as três, que se transformaram em super heroínas bem na minha frente de um segundo para o outro. As abraço coletivamente, todos ao nosso redor observam espantados – Nhaaa, eu amo vocês minhas amigas!! Vou comer e beber como se fosse a santa ceia!

Erza faz um esforço para erguer seu braço em meio ao meu abraço de urso. Viro-me para a direção em que ela aponta e tomo um baita susto.

- Eu gosto de ver quando as garotas têm uma amizade assim tão bonita a esse ponto – ele diz com aquele jeito de príncipe, calmo e elegante, seus olhos azuis me refletem paralisada – Lucy-chan, é uma honra tê-la como colega de classe. Ou melhor, é uma honra ter vocês quatro como colegas de classe. Eu vou indo, bom apetite a todas.

- O-Obrigada Sting-san... – digo que nem uma morta-viva que voltou ao mundo faz poucos segundos e mal aprendeu a balbuciar. Espero naquela mesma posição por algum tempo – ele... ele já foi?

- Já, ele e aqueles três amiguinhos dele – responde Juvia, com certeza de olho gordo no moreno amigo dele – aquele Gray tem uma bela cicatriz na testa, caramba.

- E o Jellal-san tem uma tatuagem muito bonita... – comenta a de óculos, seu rosto camuflado pelos cabelos. A encaramos – v-vamos logo lanchar né? Vamos antes que peguem os melhores salgados!

O que me confortava nessas situações embaraçosas, era saber que não estava sozinha com aquelas sensações, as minhas amigas também tinham suas quedas por algum dos príncipes da nossa turma.

Sting, o mais legal e gentil garoto de todo o colégio, sempre podia ser visto acompanhado por seus amigos Jellal, Gray e Laxus. Além de mandar bem em todas as matérias, no futebol e em uma série de outras coisas, ele provava que não precisa ser um babaca arrogante para chamar a atenção de uma garota.

Era a minha paixonite secreta, ou nem tão secreta assim devido a cara que as minhas amigas faziam sempre que me pegavam olhando para ele. Mas no fundo, eu não admitia nem para mim mesma que estava interessada de forma amorosa em qualquer que fosse a pessoa. Estava muito bem vivendo para mim mesma apenas.

 

~ * ~

Mais um dia de aula havia sido concluído. Eu andava lado-a-lado com as garotas a caminho de casa, mas elas estavam indo rumo à diversão sem mim.

- É uma pena sua mãe ter pedido para você ir para casa após o colégio justo hoje, né Lucy? – Erza me olha de queixo contraído, ajeitando seus óculos. Logo continua a prestar atenção no caminho – Se quiser, posso ir com você para pedir que a deixe ir conosco ao parque.

- Não precisa, obrigada Erzinha – suspiro, certa de que não adiantaria. Minha mãe queria mesmo que eu estivesse em casa, do contrário não me pediria com antecedência para estar lá naquele dia após a aula – ela foi bem clara que vai ter algo importante para me mostrar, ou dizer, sei lá... só sei que vai ser hoje a tarde.

- Hum... – os olhos opacos da azulada são direcionados para mim, suas bochechas inflam – Isso me deixa curiosa Lucy-atichin... eu não gosto, não gosto de segredinhos!!

- Mas é a mãe da Lucy que vai contar algo para a própria Lucy, não tem que gostar ou desgostar disso, sua boba com orelhas de gato!! – Erza lhe dá um tapa na cabeça, ambas se fitam com raios outra vez – respeita os segredos alheios, se ela quiser dizer para a gente sobre o que aconteceu, depois ela dirá.

- Claro que vou compartilhar com vocês, até porque sei que não vai ser nada demais no fim – dou de ombros, vendo a Mirajane se aproximar para me entregar algo – Mira?

- Mesmo que você não venha com a gente... – deixa um dos ingressos em minha mão. Me abraça de repente, eu quase me derreto com aquela ação – eu vou marcar as melhores atrações do parque para que da próxima vez possamos ir todas juntas.

- Mira... – aperto suas bochechas – Nhaaa, você é um amor!! Obrigada, obrigada mesmo!

- Lá vai ter apresentação de Pandas!! – Juvia solta um arco-iris ao falar – Pandas, minha gente! Eu vou abraçar um deles hoje, ou não me chamo Jubin-pion!

- Você não se chama assim... – falamos com uma gota.

Aceno para elas ao me despedir e logo atravesso a avenida. As meninas continuam o trajeto enquanto conversam, vez ou outra elas olhavam para mim. Numa dessas, Mirajane acena para mim outra vez, no momento em que vou acenar de volta, sinto um vento forte passar por mim, meu corpo é jogado para trás. As pessoas me olhavam espantadas.

- Uh...?!

Sinto algo faltando no meu ombro, mas mesmo apalpando o branco momentâneo me negava a resposta. Vejo as meninas fazendo alarde do outro lado, gritavam, as pessoas perto de mim também estavam agitadas.

Só então, depois de dez segundos ali parada, me dou conta de que a minha mochila havia sido levada por alguém.

Alguém.... ou alguma coisa?

Viro-me, aquele desgraçado estava com a minha mochila nas costas, corria tão depressa que parecia voar. Eu não faria algo como aquilo jamais, mas, algo dentro de mim gritou: “Lucy, vá atrás dele. Vá atrás daquele ladrãozinho agora mesmo e recupere a sua mochila!”

- Ladrãoooo!! – grito. A partir daquele momento, fui agindo pela emoção. As minhas pernas tomaram impulso, respiro fundo, a imagem das minhas coisas veem em mente, meus livros, meu caderno, minha maquiagem, meu celular... o dinheiro da minha mãe – Aquele cara roubou as minhas coisas! Alguém o segure, por favor!!

As ruas passavam borradas pela minha visão periférica. O foco era apenas aquele ser com a minha mochila, que saltava bancos, desviava de postes e virava pelas ruas para tornar sua fuga uma vitória total.

“Você é maluca por acaso, Lucy?”

Começo a ouvir a voz da minha mãe, era como se ela estivesse ao meu lado, correndo comigo. Por mais que ela estivesse falando comigo naquele momento, o ladrão não conseguia escapar de mim. Eu não desistiria.

“Está correndo atrás de um desconhecido que roubou a sua mochila! Você não sabe se ele tem uma arma, não sabe o que ele pode fazer para se livrar de você quando vir que está sendo seguido para valer!”

- Ele... Ele está levando as minhas coisas mãe! Está levando o seu dinheiro... Eu prometi que cuidaria e devolveria à senhora não foi?! Não posso voltar sem o dinheiro!!

“É mesmo? Então, siga aquele garoto e tenha uma surpresa por não obedecer a sua mãe!”

A voz parou de tentar me distrair. Com certeza era a voz do diabo tentando fazer a parte dele para com o desgraçado que corria a minha frente.

- Pareeeee!!

Ele vira a cabeça. Finalmente consigo ver seu rosto. Era um adolescente também, seu cabelo rosado e bagunçado, seus olhos ainda me eram um mistério, foi muito rápido.

O vejo tirar a minha mochila das costas, ele abre e tira o meu caderno de dentro. Ainda em disparada, erguia o mesmo para o alto, num aviso.

- N-Não faça isso seu ladrão desgraçado!! Está me ouvindo?! Não faça isso!!

- Um ladrão?! – pessoas comentavam observando aquela cena onde eu era o centro das atenções pelas ruas – A colegial foi roubada e está perseguindo o ladrão!

- Um ladrão?! Aquele garoto quem a roubou?!

- Sim, ele me roubou! Alguém o segure!! – rebato os comentários, mas ninguém fazia nada. Vejo meu caderno voar para longe, parando no meio da pista movimentada – Nãooo!!

O garoto olha para trás outra vez, queria conferir se eu havia desistido para recuperar o caderno. Mas agora o meu corpo estava ainda mais firme na corrida, eu queria mesmo fazer uma loucura, sem nem pensar no que viria depois que o alcançasse.

Quando menos me dou conta, já havíamos corrido o quarteirão. Aquele ladrãozinho subia a rua para a entrada do parque de diversões. Atirava muitas das minhas coisas pelo caminho, a maioria material escolar.

- O segureeem, é um ladrão!! – grito ao vê-lo pular a catraca e adentrar ao parque. A multidão não entendia nada, apenas desviava e o deixava passar livremente – Drogaaaa!!

Congelo ali em frente a entrada, vendo-o sumir em meio ao povo. Meus punhos se fecham, eu estava nervosa, com medo, frustrada, um misto de coisas ruins fez lágrimas nos cantos de meus olhos.

- Minha nossa... aquele garoto entrou pulando a catraca!! – o homem da bilheteria comentou pegando seu comunicador – Atenção vigilantes, um adolescente de cabelo rosado, roupas pretas e largas com uma mochila de garota acaba de entrar sem pagar ou apresentar o ingresso!! Deem um corretivo nele!!

O homem me encara preocupado.

- Menina... você está bem? Por acaso aquele garoto...

- Aquela mochila é minha!! Me deixa entrar, preciso recuperar minhas coisas moço!!

- Desculpe, mas você precisa pagar pela entrada... – ele desvia o olhar quando o fito incrédula – mas não se preocupe, mesmo sem ingresso, vai poder recuperar suas coisas quando os vigilantes o pegarem. É só esperar e...

- N-Não posso esperar, você não entende?! Eu preciso ir para casa o quanto antes, minha mãe tem algo importante marcado comigo!!

- Sem ingresso você...

Toco o bolsinho da minha blusa por impulso, me xingo de burra mil vezes em um segundo quando sinto que estava com o ingresso que a Mirajane havia me entregado bem ali.

- Toma!! – jogo em sua frente, ele me encara desnorteado, mas logo confere e faz a autenticação, liberando a minha passagem – seu ignorante, se eu perder minhas coisas vou processar esse parque, está ouvindo?!

Mesmo envergonhada por parecer uma maluca, continuo correndo e esbarrando nas pessoas sem parar. Tudo o que eu me concentrava em encontrar era uma cabeleira rosada, minha única forma de identificar o alvo.

Vejo o malandro ao longe, havia conseguido um gorro e agora levava a mochila virada para frente, mas suas roupas ainda o entregavam.

- Bandidoooo!! – vou empurrando quem está na frente, ele me escuta e tenta dar a volta para poder sair do parque. Tento não perdê-lo de vista – alguém o segure!

Aquele garoto parecia não ser desse mundo. Em um piscar de olhos havia conseguido passar pela barreira de pessoas e já corria para saída, me fazendo de trouxa.

Ele pula a catraca com agilidade, uma barreira me prende, grito por licença, mas já não via mais aquele desgraçado. No fim, acabei de xingando de burra outra vez, as lágrimas de raiva voltaram.

- Ladrãozinho imbecil, é muita audácia sua pensar que sairia livre pulando pela catraca de novo bem no meu nariz!! – o cara da bilheteria fala alto, vejo o povo se juntando para ver. Me apresso, passando pelas brechas que encontro – seu merdinha, agora vai aprender o que é bom!

Quando consigo passar, dou de cara com o ladrão se debatendo nos braços de dois vigilantes enormes. Vou me aproximando, ignorando os comentários de “é perigoso” das pessoas que nada fizeram.

Ele me encara, estava sério, seus olhos verdes poderiam me matar se fossem cães livres.

- Então no fim o ladrão acabou se dando mal... – comento, trêmula. O segurança pega a mochila do chão e me entrega – obrigada...

- Menina, vá para sua casa agora, peça para sua mãe registrar um boletim de ocorrência contra esse miserável que a roubou...

- Tá... – passo direto, os burburinhos só aumentaram, mas as pessoas começaram a se dispersar dali. Me viro uma última vez, aquele garoto me encarava com respiração pesada. Me arrepio completamente, numa dose de vida real – eu queria mesmo bater de frente com esse... furacão?

Abro a minha mochila, o dinheiro ainda estava lá, meu celular também. Mas eram as únicas coisas que restaram fora um lápis e uma caneta perdidos.

- Preciso me apressar... a minha mãe nem sabe que vai ouvir uma boa história também.

 

~ * ~

Abri a porta de casa lentamente, queria ter certeza de que a minha mãe não me veria despenteada e suada após voltar do colégio. Queria explicar com calma, para que não se preocupasse tanto.

Fui cautelosa a caminho do banho. Estava mais relaxada depois da ducha quentinha, ainda tremia vez ou outra com a adrenalina não dispersada, mas já estava bem mais calma.

Pus minha blusa favorita, com a estampa da sereia do meu filme favorito e um short jeans escuro. Sentei-me a mesa com uma fatia de bolo, meu celular tocando uma música calma, e ali esperei a minha mãe aparecer.

- Dez para as duas... daqui a pouco ela chega.

Vejo as mensagens que as garotas mandaram no chat.

 

“O que foi que aconteceu Lucy? Você correu a sério atrás daquele ladrão! Está tudo bem?” – Erza.

“Passamos na sua casa para ver se estava lá, mas o portão estava trancado! Você é doida Lucy-chunin? Queremos notícias suas assim que visualizar isso!!” – Juvia.

“Se for o ladrão que estiver lendo isso... devolva o celular da Lucy agora mesmo! Por favor... roubar é pecado!” – Mirajane.

 

Suspiro num sorriso.

- Ai, ai garotas... não sabem a loucura que foi – travo a tela ao fechar o chat – mais tarde conversamos, agora eu só quero respirar o que não pude enquanto o perseguia.

As horas se passam. 14h... 15h30...17h...18h30.

Acabo pegando no sono ali mesmo na mesa.

Uma voz familiar soa em contraste com uma voz desconhecida um tanto longe de mim. Abro os olhos preguiçosamente, olho em volta, estava sozinha na cozinha ainda.

Destravo a tela do celular, eram 23h. Sigo na direção das vozes, que vão ficando cada vez mais altas e precisas quando chego à porta da sala.

- A senhora tem certeza de que não quer aguardar mais um tempo antes de seguir com essa decisão... mesmo sabendo do que ele fez hoje? – vejo uma mulher elegante falar, estava anotando algo num fichário. Minha mãe balança a cabeça positivamente.

- Eu tenho certeza de que quero prosseguir. Muito obrigada pela assistência e por toda a força que me deu durante todo esse tempo, Senhora Saphira.

- Tudo bem então, eu vou buscá-lo...

A mulher dá as costas a caminho do portão de casa. Minha mãe se assusta ao me ver plantada no meio da sala. A vejo se aproximar, estava tensa, mas tentava me mostrar um sorriso.

- Mãe... está tudo bem? – ela segura as minhas mãos, me observa por alguns segundos em silêncio – Por que voltou só agora? Quem é aquela mulher?

- Filha... – começa, num gole de saliva. Ainda tentava manter sua expressão firme – você lembra daquele quarto que eu fiz questão de limpar e reformar... e que está trancado há alguns meses mesmo depois de ter sido mobiliado e tudo o mais?

- S-Sim... eu me lembro, mas... por que está me perguntando isso agora, mãe? – me lembro de contar sobre o meu dia – Mãe, precisa saber que hoje eu fui...

- Espera filha, por favor, me deixa terminar ou não conseguirei retomar de uma forma mais clara...

- T-Tá...

- É que aquele quarto Lucy... – suas mãos acolhem as minhas com mais firmeza, a observo tensa – me perdoa por não ter contado antes, mas é que eu não podia, você não concordaria...

- O que está acontecendo mãe?! Conta! É essa a coisa que ficou de me falar hoje? É o tal segredo que manteve por meses?

Vejo a loira se virar quando a mulher elegante, a tal Saphira, surge em nossa porta outra vez. Ela se apressa a voltar para os meus olhos, e então desabafa de uma vez.

- Filha, durante todos esses meses... não, na verdade, durante anos, eu estive planejando trazer para esta casa, para o nosso lar... – ela balança a cabeça, estava perdida – hoje eu conclui o trâmite de adoção...

- Adoção... – aquela palavra não se encaixava com absolutamente nada em nosso mundo. Vaguei por espaço e tempo em busca do sentido – c-como assim adoção...?

- Pode entrar, garoto – Saphira se pronuncia, gesticulando para dentro de casa.

Meu corpo trava quando vejo aquele garoto adentrar, tirando o capuz do casaco. Nos fitamos, agora ele também havia se transformado em pedra.

- Lucy... – a minha mãe quebra o silêncio angustiante, quase como quebrou meu coração ao prosseguir com suas palavras – este é o Natsu, ele tem a mesma idade que você e... a partir de hoje está sob os meus cuidados. É o seu irmão, Lucy.


Notas Finais


Primeira e única pergunta para vocês, caros alunos! Se errar tem detenção!
O que acharam da nova história? Tem uma boa proposta? Os personagens chamam a atenção? - na verdade foram 3 perguntas na mesma questão, então estou salvo kkk

Adorei essa Lucy *----* Ainda vou descobrir mais sobre o Natsu, mas também gostei dele de alguma forma.
Quantos aos outros personagens, pretendo fazer todo mundo ter sua importância para o todo na história, então fiquem de olho neles todos!
Para quem gostou, nos vemos no próximo capítulo! ^.^


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