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História Irmãos até que o amor nos separe - Estamos destinados.


Escrita por: Jeff-Sama

Notas do Autor


Você, você aí mesmo... Estava esperando por esse capítulo e pensou que eu não o traria tão cedo!!
Enganei o bobo!! ( ≧◔◡◔≦ )

Genteee, até aqui esse é o capítulo mais legal pra mim depois do Cap 1!
Espero que vocês gostem, é aqui que as coisas vão começar a mudar para nosso casal favorito.

Boa leitura.

Capítulo 8 - Estamos destinados.


Fanfic / Fanfiction Irmãos até que o amor nos separe - Estamos destinados.

 

A briga estava para começar. Tanto o de cabelos rosa quanto o de verde se encaravam mortalmente, a cinco fileiras um do outro apenas. Sinto-me uma mera espectadora, incapaz de sair do estado de paralisia ao ver Orga avançar com a tesoura.

Em meio ao emaranhado de pensamentos ruins que tenho, uma voz suplica para que ele não saia machucado.

- Orga, não faz isso! – Todos gritam.

- Vai pro inferno ô de cabelo rosa! – Orga estrondeia, pulando como um leão sobre seu alvo. – Ninguém meche comigo e sai de boa!

Trêmula, assim como as minhas amigas e os demais que só conseguiam observar, me pergunto o porquê do marginal não sair daquele lugar. Estava parado, como se não temesse aquele louco que avançava para acertá-lo.

Já esperava pelo pior, foi aí que ele se destacou entre todos que corriam para tentar impedir. Sting agarra Orga pelas costas, segurando por debaixo dos braços.

- Não faz essa besteira cara, cai na real! – O loiro pede, enquanto Orga tenta se livrar dele a todo custo. Com isso ele ganha tempo para que a professora Sonya pegue a tesoura. Orga sai vitorioso e consegue atirá-lo para trás, mas seus amigos Jellal e Gray o seguram a tempo. – Obrigado rapazes!

Orga ainda pretende lutar com as mãos limpas, e Natsu não move um dedo sequer ainda. Um grito ensurdecedor ecoa pela quadra. Era a professora Sonya, irritada como nunca havia visto.

- Chega Orgaaaa!! – Ela dá um gole de saliva, sua respiração pesada enquanto o encara. Aponta para a saída. – Venha comigo agora mesmo até a diretoria, dessa vez você não vai se safar de uma suspensão garoto!

- “Sonya-sensei”.... – Ele é irônico, ainda que sua aura estranha e fria continuasse me causando arrepios. – Eu vou com a senhorita até mesmo para a cama se quiser.

Burburinhos de espanto soam agora sobre o comentário depravado. A professora fica sem reação, e sai andando com pressa na frente.

- Estão liberados, vão se trocar, a aula está encerrada. Orga Nanagear, espero que esteja na diretoria em dois minutos.

Já não havia mais show, e por isso os alunos das demais turmas vão saindo para o vestiário com os mais diversos comentários. Não consigo evitar, sinto que preciso conferir de perto se ele não foi mesmo machucado. Vou me aproximando da arquibancada, onde agora resta Sting, seus amigos e o rosado. As meninas não me deixam sozinha, vêm comigo horrorizadas ainda.

- Está tudo bem com você meu amigo? – Pergunta Sting, com uma cara de preocupação enquanto o observa de cima a baixo. – Ele não te machucou né?

- Você é cego? Fui eu quem dei uma bolada nele. – Responde rispidamente, o loiro engole seco. – E você jogou a bola para me acertar... de propósito que eu vi.

- Não, eu jamais tive essa intenção! – Encabulado, apenas olha para trás, seus amigos assentem. – Todo mundo aqui me conhece cara, eu jogo vôlei muito mal.

- Não seja modesto Sting, é o melhor da turma senão do colégio inteiro. O que rolou foi um acidente, uma ratada! – Quem o apoia é Gray, com a mão repousada na testa como de costume feio. – Ei novato, não precisa ficar de mal da gente, ninguém aqui é seu inimigo não parceiro, só queremos nos dar bem com todos!

- E quem disse que eu quero ser amigo de pessoas falsas como vocês todos? – Ele apenas vai descendo a arquibancada, só então parece lembrar que eu estive ali durante todo o tempo. – Você...

- Ma... Mar... – Decido me calar, balanço a cabeça. – A professora Sonya mandou todo mundo ir pro vestiário não foi? – Digo tentando não demonstrar meu nervosismo perante ele. – Todos vocês, vão já pôr o uniforme!

- Ouviram a dama... – Sting se aproxima, segura a minha mão repentinamente. Nos fitamos, sinto-me envergonhada demais, como se o chão caísse aos meus pés. – Podemos conversar depois da aula, Lulu?

- Ah... Sim! – Vejo o rosado olhar feio para a gente, com a maior cara de nojo. Ele sai com pressa na direção do portão. Recolho a minha mão, assentindo para o loiro. – Tudo bem, eu espero.

- Obrigado. – Sting vai na frente, estala os dedos para o alto. – Vamos rapazes. Nos vemos na sala de aula Lulu, garotas.

Nós três os observamos a caminho de lá.

- Já falei que além de uma bela cicatriz na testa, esse maldito do Gray tem uma bela bunda? – Juvia diz do nada, quebrando nosso silêncio tenso. A encaramos. – Que foi? Só falo verdades minha gente.

- Safada, a gente presenciou um momento tenso agora a pouco e tudo o que consegue argumentar é sobre a... a bunda de um garoto?! – Erza se assombra ao vê-la mover a cabeça para cima e para baixo, séria. – O quão corrompida é a sua cabeça Juvia?! Quem é você afinal?!

- Eu sou uma fada... – Ela vai nos arrodeando, fazendo seus peitos balançarem exageradamente por debaixo do fino maiô. – E eu vim do mundo das fadas safadas, aquelas que matam a cobra e continuam segurando o pau até o final!

- Ehhhhh?! – Fico boquiaberta, como sempre Juvia estava se reinventando. – Mira, vamos embora antes que essa azulada corrompa seu puro coração!

Seguro sua mão, corremos em risadas até o vestiário e Erza nos acompanha: “Não me deixem para trás com essa maluca”!

- Muahahaha eu vou soltar pó mágico da putaria em vocês, voltem aqui!

 

~ * ~

Enquanto nos trocávamos, Juvia questionou o motivo do marginal ter olhado para mim daquela forma, e por eu ter gaguejado na hora de falar. Ela tinha notado que mudei até mesmo o assunto que iria falar com ele.

“Você é louco de enfrentar um cara grande como o Orga sozinho? Quer matar a minha mãe de preocupação?!”

É o que de fato eu queria ter perguntado para ele quando ficamos frente-a-frente. E como já não havia motivo para esconder dela e de Erza, finalmente falo sobre a briga no pátio envolvendo também a senhora Layla.

A última aula termina. E como as notícias se espalham rapidamente pelos corredores, descobrimos que Orga fora suspenso por alguns dias. Dessa vez o protegido da minha mãe não teria problemas, pois a própria professora Sonya tinha relatado exatamente como tudo aconteceu.

De alguma forma eu preciso ficar aliviada com isso.

Sting me aguardava no corredor, as meninas se despedem de mim fazendo aquelas carinhas de quem adivinham tudo e um pouco mais sobre o que vai rolar na conversa alheia.

- Lucy, não esqueça de estar pontualmente em minha residência hoje as 19 horas! – Erza ressalta, arrumando seus óculos. Logo vai sumindo com as outras. – Vamos jantar todas juntas. Bye, bye.

- Bye!

Sting olha atenciosamente para algo em seu celular, mas ao notar que já dispensei as garotas ele o guarda no bolso.

- Lulu... Eu queria te pedir desculpas direito por tê-la envolvido naquela coisa da briga, sabe?

- Não precisa Sting, sério! – Desvio o olhar, corada. – Eu sei que você só quis ajudar. Foi só mais uma vítima daquelas pestes baderneiras.

- Ainda assim, para que eu me sinta de fato perdoado, quero agradá-la de alguma forma. – Ele pega o celular novamente, e então me mostra a foto de um cartaz. – Esse filme vai estrear amanhã, você topa ir comigo?

- E-Eu... Eu e você, sozinhos? – Entalo, ele sorri divertido enquanto assente. – Bem... é que... Eu acho que sim!!

- Sim ou não? – Simula tristeza, me tirando uma risadinha. – Seja sincera, se eu não for atrapalhar alguma coisa, gostaria muito que me desse essa honra.

- Eu vou com você, Sting! – Confirmo, vendo-o segurar a minha mão. Não consigo me controlar, nem sei onde esconder o rosto sem parecer idiota. – Conta comigo.

- Eu estou tão feliz Lulu! O filme começa às 18 horas, me passa seu número para eu te mandar o endereço e pra gente combinar um lugar bacana de se encontrar.

- Cla-Claro, meu número é esse aqui... – Trocamos os contatos rapidamente por bluetooth. – Recebi o seu!

- Até amanhã então Lulu, estou ansioso por isso.

- Até amanhã Sting!!

Devo estar parecendo uma idiota. Mas me pergunto se a aproximação de Sting é uma forma que Kami-sama enxergou de tornar os meus dias mais tranquilos e leves depois dos últimos acontecimentos.

Quando estou perto dele me sinto uma princesa, cercada por um palácio elegante, onde toca sempre uma música clássica adorável por onde quer que eu vá. Ele tem o dom de tranquilizar e resolver problemas.

 

~ * ~

- O Natsu se trancou no quarto dele desde que chegou do colégio. – Minha mãe comenta, sentada para ver algo na televisão, meio longe de pensamento. O controle remoto é o ponto que a faz intercalar entre o que pensava e nosso mundo real. Ela finalmente liga a TV. – Tive uma conversa complicada com a diretora Mavis, mas ela compreendeu que ele tudo isso é novo para ele. O fiz prometer que tentaria não brigar de novo.

- Foi por isso que... – Entendo o motivo de ele não ter se movido daquele lugar enquanto sua vida poderia estar correndo perigo. – Que maluco...

- O que disse filha?

- Na-Nada. – Dou a volta no sofá, abraçando-a. – É que as vezes as pessoas levam muito a sério promessas que fazem. Sabe mãe... Não vou fazer isso por ele... Mas, como sei que uma hora ou outra a senhora vai perceber a besteira que fez em trazê-lo para nossa casa... Vou tentar não importuná-lo, se ele colaborar também.

- Não sabe o quanto me deixa feliz por ouvi-la dizer isso minha filha! – Acaricia as minhas mãos, seu rosto iluminado. – Bem, você vai mesmo para a casa de sua amiga Erza passar a noite com ela?

- Sim, e com Juvia e Mira também. A senhora ainda não conhece as duas, embora Juvia esteja comigo desde o final do fundamental, Mira integrou no colégio este ano.

- Ah sim, não vai faltar oportunidade para conhecê-las. Marque um lanche com elas aqui em casa qualquer dia desses, quero muito conhecê-las.

- Tá legal, qualquer dia desses. – Lhe mostro um sorriso, e pego a minha bolsa preparada com tudo que precisarei para a noite das garotas. – Até amanhã mãe! Provavelmente só nos veremos pela noite.

- Sim, vou precisar ficar no trabalho até mais tarde. Divirta-se e tenha juízo!

Estou usando um vestido branco que cobre até metade das minhas coxas, bem básico para não fazer escândalo, o que chama mesmo a atenção no meu look é a minha bolsa rosa choque a tiracolo.

Vou de táxi. A casa de Erza nem fica tão longe, é no bairro vizinho ao nosso e a minha mãe sabe onde ela mora, caso contrário eu não poderia ir. Ponho os fones de ouvido, durante o trajeto vou escutando “Shake It” do Vacaloid, e de repente me vejo pensando em Sting e no marginal ao mesmo tempo, na forma como eles dois interagiram, onde parecia que algo estava para explodir entre eles.

Sting. O marginal... Ambos têm olhos verdes. Seria esse o único ponto em comum neles? São tão diferentes, como substâncias de uma mistura heterogênea.

Pago a corrida ao taxista assim que chego ao meu destino. Toco a campainha duas vezes, e a porta se abre tão rápido que me assusto.

- Olha ela, toda trabalhada na pontualidade! – Juvia diz num sorrisão safado, gesticulando para que eu entre. – Lucy-Yaya... Seja bem-vinda a noite das garotas!

- Pensei que a anfitriã quem estaria aqui para me receber. – Comento dando um peteleco em sua testa, ela dá risada. – O que é tão engraçado amiga?

- É que a “anfitriã”, está fazendo uma limpa em seu quarto nesse momento! E adivinha o motivo... Ela com certeza está limpando os vestígios de pornografias espalhados por lá! – Juvia simula passar mal, num quase desmaio se atira em meus braços. Faço bico, sem muita paciência. Ela põe a mão na testa, abre os olhos lentamente e continua: - Ó, mas está fazendo pouco de mim!! Erza acha que eu não vou conseguir farejar a safadeza dela pelo ar! Como pôde fazer isso comigo Erza?!

- É melhor a senhorita se comportar ou Mira nunca mais vai querer vir em uma das nossas festinhas! – Dou na cabeça dela, que parece voltar ao “normal” só de ouvir essa possibilidade. – Falando nela, já chegou?

- Mira-Mimi ainda não chegou. Tentei falar com ela pelo chat, mas está off desde as quatro e três da tarde.

- Ela lembra de cor até mesmo os minutos insignificantes...

Erza aparece na sala, estava linda e extremamente fora de seu padrão usando aquele short curto e regata.

- Boa noite Lucy! Que bom que chegou, até mesmo poucos minutos antes do combinado.

- Eu disse que não iria furar com nossa noite! – Vou adentrando os cômodos, rumo à cozinha. – Erza, como sempre sua casa está limpíssima! É um exemplo de adolescente que mora sozinha. Não sei se eu conseguiria.

- Uma patricinha como você de fato não aguentaria o peso que uma rústica trabalhadora como eu pego todos os dias... – Diz com uma aura convencida, limpando as lentes dos seus óculos, quase me cegando de tão brilhante.

Na mesa o jantar está servido. Temos lasanha?!

- Lasanha, minha nossa, como adivinhou que eu queria comer isso hoje amiga?! – Batemos as mãos, sento-me em seguida. – Erza a minha mãe lhe mandou um abraço.

- Sinto-me abraçada pela senhora Layla. – Diz num sorriso, sentando-se também. Logo uma certa barulhenta surge na porta da cozinha e logo atrás dela uma albina aparece com um sorriso tímido e um braço erguido num cumprimento. – Mira!!

- Mirinhaaa! – Bato palmas.

- Boa noite meninas!

Ela está parecendo um anjo. De vestido comportado e longo, num rosa bem clarinho, e com uma tiara florida. Juvia já deveria tê-la sugado o bastante em nossa ausência, e não demora a trazê-la para a mesa. Logo nós quatro estamos juntas.

Jantamos num quase silêncio por que Erza não gosta de barulho enquanto janta em sua sagrada cozinha. Ela e suas manias de gente velha. A lasanha estava realmente uma delícia.

Passamos algum tempo na sala, assistindo um filme de terror trazido por Juvia, que com certeza queria ter escolhido pornô, mas precisou se conter. Foi engraçado ver as reações de Mira, que me abraçou várias vezes nos momentos de susto. Não vou mentir que não precisei também.

Finalmente estamos no quarto de Erza, puro e imaculado quarto até onde sei. Mas Juvia não estava segura disso, enquanto nós três sentávamos no chão para jogar banco imobiliário, a azulada se rastejava a procura de provas.

- Cadê, cadê as revistinhas pornô da Erza?! – Indaga ao vasculhar debaixo da cama. A ruiva lhe dá uma lapada na bunda com a régua, fazendo-a gemer. – Aiiin!!

- Qu-Que negócio é esse de “Aiiin”?! – Diz num quase infarto, atirando a régua para longe. Juvia se vira com o rosto corado, bancando a inocente ao morder o indicador. – Se eu soubesse que iria gostar disso, jamais teria batido!

- Bate de novo amiga! – Pede. – Mas faz a voz ficar mais grossa, vou imaginar que é o gostoso do Gray me fazendo tomar jeito com um castigo! Bate, vai.

- Hahahahaha!! – Eu não consigo segurar. Mira está vermelha, mas também ri da bagunça dessas duas, contida. – Deus, essa noite promete!!

Durante nossa jogatina, depois de umas dez partidas onde me sai vitoriosa em metade, decido fazer um desafio. Quem perdesse primeiro teria que ir buscar os refrigerantes que ninguém teve coragem de pegar lá na cozinha. Sou ótima em banco imobiliário, mas para pagar a língua, nessa rodada, perco logo de cara.

- Só uma coisa Lucy. – Erza me chama a atenção quando estou para sair do quarto. – Não tem mais refrigerantes aqui, aqueles que bebemos no jantar foram os últimos.

- Sé-Sério? – Abro um sorriso de alivio. – Então não tem motivo para eu ir até a cozinha sozinha né?

- Ah não Lucy-Maripin! – Juvia faz cara feia, balançando a cabeça. – Vai ter que nos trazer os refrigerantes de alguma forma ou de outra, foi você mesma quem sugeriu a penalidade!

- A safada tem razão. – Erza parece pensar. – Tem um supermercado que fica aberto 24 horas, ele não fica muito longe, você já deve ter visto.

- Sei onde fica, mas é meio longe sim, coisa de dez minutos daqui até lá se for andando e... – Arregalo os olhos. Ambas me fitam com sorrisos duros. – Não me digam que querem que eu vá até lá agora? Amigas, são quase onze e meia!

- E...? – Juvia abre a carteira e me entrega algumas cédulas. – Lucy-Maririn, isso é para que não saia por aí lançando loucos desafios! Se eu tivesse perdido, aceitaria qualquer castigo sem contestar!

- Juvia está certa, me dói ter que concordar com essa... – Erza tenta encontrar a palavra, as duas trocam farpas por dois segundos. – Com essa nossa amiga de dois parafusos a menos na cabeça. Precisa pagar o castigo Lucy.

- Eu vou com você Lucy, indo juntas não vai demorar nada. – Mira se levanta. Mas Juvia a pega e a faz sentar novamente, abraçando-a. – Juvia?

- Mira-Kaka, não vai a lugar algum! A penalidade é apenas para Lucy-Sanchinne! – A albina assente. – Isso, você não precisa ir, vai ficar esquentando sua amiga Juvia desse frio que faz esse quarto de gente velha!

- Como disse sua safada?!

Apenas suspiro, assentindo e aceito meu castigo.

Vou correndo pela casa, quanto mais rápido comprar os malditos refrigerantes, mais rápido voltaria. Não me agrada muito ter que perambular pelas ruas tão tarde da noite, ainda mais sozinha!

Já pelas calçadas, presto atenção em cada detalhe da rua deserta. Tinha sua graça pelo dia, mas o bairro não é nada bonito pela noite. Não há um cidadão passando além de mim.

Vejo quando uma luz vai aparecendo pelo asfalto e de relance olho para trás. Há um carro preto se aproximando bem mais lento do que deveria para uma rua deserta como essa. Apresso os passos, começando a sentir calafrios. Aquele carro está me seguindo?

Sinto que meu coração está para sair pela boca quando o veículo acelera e novamente volta ao estado tartaruga quando está bem ao meu lado. O vidro desce, quase travando de medo, olho para a pessoa dentro do carro. Era um homem magro, deduzo sua fisionomia pelo rosto fino e olheiras que tragam os olhos quase por completo.

Um usuário de drogas obviamente chapado estava me seguindo!!

- Ei menina! – Ele chama. Sinto o tom imperativo em sua voz, meu coração dispara ainda mais de medo. – Para aí pra gente conversar!

- De-Desculpe, mas ... estou indo para casa... – Minha voz quase não sai, apenas continuo andando desengonçada, sem nem mais saber para onde. – Moço... não...

- Mandei você parar aí porra!! – Ele para o carro.

Corro e consigo virar a esquina sem ligar para que rua iria dar. A adrenalina me consome, sinto que meus pulmões vão parar de funcionar a qualquer segundo.

- Soc... Soc... – Tento gritar, mas minha garganta está embargada. Sei que aquela figura medonha está vindo a pé, quase me alcançando. Seus passos não me dizem o contrário. – N-Não... Ahrr...

- Eu vou te pegar sua vagabunda! Eu mandei você parar não foi? Vai ver o que vou te fazer quando te pegar!

- Socor...

Minha visão fica turva, já não estou respirando o suficiente. Estou morrendo? Vou morrer?

Dou de cara com o chão. A dor, não sinto nada no momento. Só vejo que estou sendo levantada, sinto as mãos esguias e ásperas daquele homem pegando pelos meus braços. Minhas costas batem agressivamente numa parede. Sinto o hálito podre de cigarro, drogas, ou seja lá o que for o causador da fedentina que sai da boca dele.

- Vou ser...

Não consigo me mexer, estou petrificada. Sequer consigo entender o que ele resmunga enquanto parece se livrar da cinta.

- Soc...

- Vagabunda, você pensou que conseguiria fugir de mim? Hahaha! Agora eu vou te...

Ele para ao olhar para o lado. Não sei o que viu ali, mas é a minha deixa para tentar fugir. Forço o meu corpo a reagir, mas simplesmente estou em pânico. Olho na mesma direção, as lágrimas borram a minha visão, mas é impossível não o reconhecer.

- O que é que você está... – O rosado vira um vulto em nossa direção. O maníaco que me prende contra a parede é arremessado para o chão numa voadora. – O que foi que você fez com ela seu desgraçado?!

Sinto-me cair feio no chão. Me sentindo horrível como nunca antes, Observo o rosado sentado sobre as pernas do imbecil, deferindo socos e mais socos em seu rosto sem parar.

- Desgraçado! Pessoas como você não precisam existir! São lixo! – Ele dá um golpe extra em seu abdômen. O cara fica desacordado, há muito sangue em seu rosto e no chão.

Me levanto com dificuldade, minhas pernas bambas. Meu corpo passa a funcionar no automático, finalmente consigo gritar. Libero o medo. Choro, alto.

Avanço na direção dele, e o abraço com o que me resta de força.

- Natsu!!!! Muito obri...gada!! Obriga...da!

Sinto sua mão afagar as minhas costas, a outra repousa em minha cabeça. Deito o rosto em seu peito, onde me permito chorar mais. Sinto arrepios sendo liberados por todo meu corpo.

Não consigo acreditar que isso está acontecendo. De repente, o marginal e eu abraçados numa rua escura e deserta. Aquele vilão tão malvado, agora tinha se tornado o meu herói.

- Fadinha de açúcar... – Ele sussurra. Sinto seu cheiro que é incrivelmente bom, o calor morninho de seu corpo, dos braços que me protegem. É tudo muito diferente de como eu poderia imaginar para ele.

- Na-Natsu...

- Fadinhas delicadas como você, a uma hora dessa pelas ruas... É um perigo cê não sabia? – Sua voz sai rouca, num tom divertido, ele tenta me confortar. Finalmente nos fitamos. Seus olhos verdes são lindos, e me transmitem confiança, admito em pensamento.


Notas Finais


Uooooo *O*
Eu não sei, parece que tem fadinhas de açúcar no meu estômago!

O que vocês acharam de tudo que teve no cap? E desses dois finalmente terem se aproximado?!
Eu espero que tenha ficado legal, farei o possível para tornar tudo bem interessante até o fim da trama.

O que será que vem a seguir?


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