História Is It Love? Mark Leviels - Love Of Blood - É O Nosso Fim?

Bruna On

Eu não posso estar acreditando que estou passando por tudo isso. Ainda bem que não foi muito grave o acidente, eu não me vejo impossibilitada em uma cama sem poder fazer nada. Deus me livre disso.

Muita gente que eu amo estavam aqui por mim, sempre do meu lado disposto a qualquer coisa. Mas tem uma pessoa com quem eu preciso falar, Mark.

Eu estava com o coração partido, ele não precisava fazer tudo aquilo, era só falar que estava confuso de seus sentimentos e não ficar me iludindo.

Eu pedi para que o médico chamasse o Mark para mim falar com ele. Eu vou dar um basta em tudo isso, cansei desse mimimi dele e tudo mais. Já estou com saudades do Canadá, também estou com saudades da minha amiga, Carol. Estou achando estranho ela não me ligar, do jeito que ela é curiosa, também eu não liguei para saber dela. Assim que eu sair desse hospital eu vou fazer isso.

De repente a porta se abre e lá está ele. Sinto como se tivesse tomado um banho de água fria, por um momento eu achei que não o veria de novo. Suas expressões são das piores: triste, arrependido e amargurado. Ele suspira e caminha a passos lentos em minha direção.

Por que quando eu o vejo eu fico assim? Sem palavras e com o coração batendo forte dentro do peito... Eu já estava com a frase toda pronta para falar para ele assim que ele chegasse aqui mas agora parece que a frase está se dissipando de minha mente. E cá estamos nós...

Eu pigarreio e desvio de seus olhos, fico olhando para o lado sem querer encará-lo. De repente sinto sua mão quente pegar na minha mão gelada, acho que cheguei a estremecer mas prefiro não acreditar nisso.

Mark- Bruna... _ele sussurra baixinho enquanto acaricia minha mão.

Eu o olho e ele parece muito arrependido, Mark suspira profundamente e seus olhos olham fixamente para os meus, parece que estou nua perante seu olhar. Essa é a porra do efeito que Mark causa em mim, ele me desarma e me deixa vulnerável. Eu puxo minha mão da sua e sinto minha mão gelar rapidamente.

Mark- Nós... Eu... _ele bufa e fecha os olhos por alguns segundos. Ele está perdido e não sabe por onde começar suas desculpas. Ele pigarreia e toma uma lufada de ar antes de prosseguir. -Antes de mais nada, eu gostaria de lhe pedir desculpas. Eu fui um tremendo filho da puta, você não precisava passar por isso tudo.

Eu concordo plenamente e sorrio sem emoção alguma, ou pelo menos eu tento passar isso para ele.

Bruna- Você tem razão, você foi um tremendo filho da puta, idiota, babaca, imbecíl e idiota.

Mark- Você já tinha dito antes a palavra “idiota”. _ele faz aspas com os dedos e faz uma careta engraçada.

Eu mordo minha bochecha para não rir, eu não posso demonstrar fraqueza. Se tem uma coisa que eu odeio é quando eu estou puta da vida com a pessoa e a mesma faz algo que me faça rir e eu acabo rindo. Eu inspiro profundamente e olho determinada para ele.

Bruna- Já acabou?

Ele arruma seu óculos e eu acabo notando que seu olho está um pouco roxo. Eu franzo um pouco o cenho e noto que sua sobrancelha está um pouco cortada. Mark andou se metendo em uma briga?

Ele parece notar meu olhar demorado naquela região em seu rosto e instintivamente ele toca em sua sobrancelha e olha seus dedos procurando algum vestígio de sangue. Então ele se envolveu numa briga mesmo, o que acaba me deixando surpresa.

Mark- Éh...

Eu o corto instintivamente.

Bruna- O que aconteceu com seu rosto? _eu franzo o cenho e ele parece gostar que eu esteja preocupada. Também, eu e esse meu coração mole.

Mark- Não foi nada, bem, foi mas isso não importa agora. _ele respira fundo e depois me olha com um olhar arrependido. -Eu pensei que fosse te perder... Nossa, eu nunca fiquei tão nervoso na vida. _ele fixa seu olhar no chão e não olha para mim. Acho que vislumbro uma pequena lágrima no canto de seus olhos, mas acho que é só impressão.

Bruna- Você me perdeu, Mark, literalmente.

Por mais que doa falar isso eu tenho que dizer. Nós não vamos seguir com isso. Motivo? Isso nunca vai dar certo. Tem famílias que dizem que primos não são parentes, a avó da minha amiga sempre dizia isso e minha mãe não gostava, na verdade minha mãe nunca gostou dela, mamãe sempre dizia que ela só falava bobagens. Minha família prioriza muito o contato familiar, estamos sempre juntos, unidos e vivendo em harmonia um com o outro. Se passasse pela cabeça deles que eu e Mark tivemos algum envolvimento eu acho que eles nos matariam, as consequências seriam as piores... Definitivamente meu pai e minha mãe ficariam decepcionados comigo. Então para que seguir com tudo isso? Para que seguir com algo que nunca terá futuro?

Mark- O quê? Como assim? _vejo desespero em seus olhos.

Eu engulo seco e me ajeito na cama.

Bruna- Isso nunca vai dá certo, Mark. Nós. Nunca. Vamos. Dar. Certo! _digo pausadamente para ver se ele entende. Sinto meus olhos marejar.

Mark- Mas como fica nossos corações? Desculpa dizer, mas eu estou gostando de você. _ele se levanta e começa a andar pelo quarto.

Ele está gostando de mim? ELE ESTÁ GOSTANDO DE MIM? Como eu deveria agir depois de ouvir isso? Eu acho que também estou gostando dele.

Eu abro a boca mas nenhum som sai. De repente o celular do Mark toca, ele olha para a tela de seu celular e bufa antes de atender.

Mark- “Senhor Carter. Sim, estou. Ok, já, já chegou ai. ” _de repente ele olha para mim e suspira. “-Sim, ela está bem na medida do possível. Ok, até. ”

Eu mordo o lábio e fico pensativa. Mark não tem medo de jogar sua reputação no lixo?

Bruna- Me diga uma coisa. _eu pigarreio e ele me olha e balança a cabeça em sinal para eu prosseguir. -Você não tem medo de sua reputação parar no lixo caso descubram o que tivemos?

Ele sorri unilateral e se aproxima de mim me olhando nos olhos.

Mark- Eu já ouvi certas coisas de primos se casarem, até porque a Bíblia não proíbe. Agora vai de cada religião e país que proíbem ou não... Mas olha, isso é um porra de um tabu.

Nós sorrimos um para o outro e eu reviro os olhos.

Bruna- Você não respondeu minha pergunta. _eu ergo as sobrancelhas e ele suspira.

Mark- As pessoas iriam encarar isso de forma errada, certeza. Até porque isso vem das gerações antigas que sempre diziam que é errado e isso vai trazendo para as próximas gerações. Devo dizer que até eu achava isso um pouco errado. _ele olha para mim e minha reação não é nada mais nada menos que de surpresa. Por isso ele me evitava tanto. -Mas respondendo sua pergunta, não. Eu não tenho medo de minha reputação cair ou algo parecido, eu sou o dono da minha vida e outra, nós não mandamos nos nossos corações. Mas isso é muito complicado.

Eu concordo lentamente e suspiro. Mark se aproxima mais de mim e toca meu rosto com a ponta de seus dedos, eu fecho os olhos sentindo sua carícia. É tão bom senti-lo... Ah se isso não fosse tão complicado.

Eu abro os olhos e encontro seus lindos olhos verdes agora tão melancólicos. Ele afasta sua mão do meu rosto e suspira.

Mark- Bem, pelo visto você já tomou sua decisão... Não temos futuro mesmo, que nem você disse. Eu... Eu vou dar uma volta, qualquer coisa você aperta naquele botão ali e um enfermeiro virá imediatamente. Eu não vou muito longe, só preciso de um tempo para processar tudo isso.

Eu concordo lentamente segurando as lágrimas. Porra, isso é tão difícil!

UMA SEMANA DEPOIS

Já se passaram uma semana. Saí do hospital faz uns três dias. Mark e eu não tivemos mais contato, só nos falamos o básico, parece que estamos seguindo com nossas vidas, estamos lidando com essa distância. Mamãe já nos disse que semana que vem estamos indo embora de volta para o Canadá. Eu não sei como estou conseguindo lidar com tudo que anda acontecendo.

Consegui falar com minha amiga, a Carol, ela me disse que o cretino do pai dela voltou, ele nunca cuidou bem dela e de sua mãe. Ela parecia extremamente arrasada e não vê a hora de eu voltar para casa, eu também preciso dela, preciso dividir o que eu estou sentindo com minha amiga.

Ryan me mandou flores e uma linda pulseira, ele me disse que quer um jantar comigo.

Gabriel às vezes me liga e nós conversamos, me faz bem falar com ele, mas óbvio que eu não me atreveria falar com ele sobre o que aconteceu entre Mark e eu.

Daryl... Ah esse Daryl. Ele tem um charme fora do comum, então quando ele sorri e suas covinhas aparece é de derreter qualquer um. Qualquer um mesmo, sem exceções. Ele me convidou para uma festa em sua casa, será hoje à noite. Lógico que quando Karen ficou sabendo ela já foi se preparando e vendo seu vestido, ela está adorando New York, o clima daqui é muito bom. Lá no Canadá faz muito frio, muito mesmo, não é sempre que saímos de vestidos, só no verão mesmo.

Estou sentada em minha cama olhando minhas redes sociais quando de repente meu celular toca, leio o nome do Daryl estampado na tela do meu celular.

“Daryl- Como está minha Princesa? Dormiu bem meu anjo? ”

Sua voz contém uma certa animação, de longe posso ouvir algumas vozes.

“Bruna- Oi, Daryl. Dormi bem sim, e você? Como está indo seu dia? ”

Pergunto em um tom de voz engraçado, escuto ele sorrir e estralar a língua.

“Daryl- Na correria, estou resolvendo um pequeno probleminha, mas nada de tão importante. E você? ”

“Bruna- Meu dia está mais entediante que o seu então. ”

Nós demos risadas juntos, o Daryl é bem divertido por sinal.

“Daryl- Liguei para saber de você e também perguntar se meu convite está de pé? Olha que eu não aceito um não. Não me faça eu ir até ai te buscar e te colocar no ombro e te dar umas boas palmadas nessa sua bunda linda. ”

Eu coro violentamente com as palavras do Daryl. Escuto ele dar risada, ainda bem que ele não pode ver minha cara.

“Bruna- Você não ousaria. ”

“Daryl- Quer pagar para ver? ”

Eu suspiro e balanço a cabeça.

“Bruna- Pode ficar despreocupado que o convite está de pé sim. À noite estou ai. ”

Provavelmente agora ele está com um sorriso satisfeito no rosto.

“Daryl- Ai sim Princesa, sabia que você não me decepcionaria. ”

“Bruna- Começa a te sentir muito que você vai ficar me esperando. ”

Eu afasto meu celular da orelha o tapo para rir. Gostaria de ver sua cara agora.

“Daryl- Que boquinha insolente. Ai serei obrigado a te buscar daquele jeito que te falei.”

Eu dou de ombros e sorrio, não posso deixar de imaginar isso acontecendo.

“Bruna- Está bem você venceu... ”

Escuto ele dar uma risadinha do outro lado da linha.

“Daryl- Eu sempre venço, Princesa.”

Eu gemo e reviro os olhos.

“Bruna- Mas que convencido. ”

“Daryl- Sou mesmo. Mas mudando de assunto, saiba que comprei um presentinho para você. Daqui a pouco será entregue ai.”

“Bruna- O que é? ”

Pergunto curiosa.

“Daryl- Em breve você saberá. Esteja linda para mim, se é que for possível ficar ainda mais linda. Um grande beijo, meu anjo. ”

Ele não me dá tempo de responder e desliga. Da onde é que ele tira tanta confiança assim?

Hoje estou sentido que a noite promete. Afinal, preciso aproveitar cada minuto aqui antes de ir embora. Você que me aguarde Ortega...

(Continua...)